1. Spirit Fanfics >
  2. Café Com Leite >
  3. Tudo o que eu sei é que eu quero que você suma daqui.

História Café Com Leite - Tudo o que eu sei é que eu quero que você suma daqui.


Escrita por: lrdschats

Capítulo 140 - Tudo o que eu sei é que eu quero que você suma daqui.


Fanfic / Fanfiction Café Com Leite - Tudo o que eu sei é que eu quero que você suma daqui.


{Luan} 
03h46 

Sentindo o cansaço dominar todos os obstáculos do meu corpo, caminho em direção ao quarto e, com delicadeza para evitar dores musculares, arranco o terno que trajei durante todo o casamento, e a festa longa da qual estivemos. A gravata me incomodou desde o momento em que a coloquei, sendo assim, retirei-a antes de adentrar o salão da festa. 

Após me sentar sobre a cama arrumada, tiro meus sapatos formais e os apoio por baixo de onde me encontro, evitando a bagunça que costumo fazer durante a noite. E, rapidamente, Isadora aparece no quarto, enquanto move o pescoço freneticamente, com a intensão divina de menosprezar o cansaço que agora habilita sobre si. 

Eu observo tirar seus saltos, eu não entendo como Isadora conseguiu ficar com eles durante toda a festa. Sinto minhas estranhas doerem apenas por imagina-los em mim. Opa, isso não devia estar passando pela minha mente, soa estranho. De qualquer forma, também assisto suas mãos amarrando os cabelos claros e deixa sua nuca exposta a mim. Eu acho linda até as partes mais sigilosas do seu corpo. 

— Estou exausta. - comenta Isadora, criando um assunto entre nós dois. Quero concordar e também me jogar sobre a cama, mas a vontade de fazer sexo já está me matando. Desde o dia em que cheguei, não consegui ter uma boa noite de sono sem antes ter algo com ela. — Eles estavam bem felizes. - completa, e eu concordo ao balançar a cabeça, me limitando a dizer algo, já que até o som da minha voz pode estar desgastada.

Ela passa alguns minutos dentro do banheiro, e quando volta, a camisola de seda rosa traja seu corpo. Eu noto, cuidadosamente, sua barriga oval. Não parece grande, Isadora não engorda muito no período de gestação, isso é sobre a segunda vez. 

— Aquela loira não tirou os olhos de você. - eu encaro minhas mãos agora, já que as mesmas estão ocupadas na tentativa de arrancar a calça preta. 

— Até que ela é gostosinha. - respondo. 

O que foi que eu disse? 

Antes de olhá-la, bato minha mão esquerda sobre a testa, e esse ato causa um barulho fino e uma dor forte sobre minha pele enquanto aperto meus olhos e me pergunto porque sou tão idiota. 

Fico cerca de quatro segundos observando a escuridão de minhas pálpebras juntas, porém quando elevo meu rosto e olho diretamente para Isadora, observo sua boca entreaberta e uma expressão facial irreconhecível. 

Droga, mil vezes droga. 

Eu evitei tanto dizer algo que acabei dizendo a pior besteira da minha vida. 

— O que foi que você disse? - questiona ela, sem mexer qualquer músculo do seu corpo. 

— Até que ela é legalzinha. - tento corrigir, mas a essa altura a única coisa que terei de corrigir é minha boca grande. 

— Luan eu escutei perfeitamente bem da primeira vez, eu só perguntei para ter total certeza do que você disse. - eu fico estático por um tempo, mas queria ter me jogado em um abismo para evitar algo maior. — Não acredito que disse isso para mim. - foi por força do hábito, eu não queria ter dito. E, pra ser sincero, eu mesmo não acredito que te disse isso. 

— Isa... - ela me interrompe e eu já aliso minha testa sabendo que uma briga acaba de ser criada. 

— É muito bom saber que você acha outra mulher gostosa. Ainda mais sendo uma mulher que dá em cima de você. Talvez na proxima oportunidade você possa me trair com ela. - eu me levanto da cama, sentindo a blusa formal cair sobre meus pés, uma vez que a mesma se encontrava sobre minhas pernas. 

— Nossa, para de viajar! - digo me irritando com a forma que suas insinuações fluíram através de suas palavras. 

Suas mãos seguem em direção ao espaçamento que há entre seus seios fartos, ela esboça uma feição irônica e solta uma risada ainda mais ameaçadora, dando a entender que aquilo a afetou. 

— Você fala que outra mulher é gostosa na minha cara e sou eu quem está viajando? - eu entendo que isso não soou da melhor maneira possível, mas não quero que ela aja como se isso me fizesse um homem infiel. Jamais seria, não com ela.

— E ainda tem o cinismo de tentar me fazer pensar que estou exagerando? 

— Eu sei que o que eu disse foi uma bobeira, mas por favor, não fale de tal forma. Isso me irrita e você sabe bem. - dou três passos mínimos em sua direção, ela hesita e se afasta em questão de segundos. 

— Tudo o que eu sei é que eu quero que você suma daqui. - seu braço direito é esticado, ela aponta o indicador em direção à porta. 

Como é que é? 

— Agora sim você está exagerando. - eu quase berro, mas não de uma maneira rude e sim, abismada. 

— Você claramente não se importa com o que eu disse, mas eu sim, agora saia do meu quarto. - seu braço permanece imune a qualquer movimento, continua esticado em direção oposta dos nossos corpos. — Eu não vou dormir com você hoje. 

— E onde eu vou dormir? - minha pergunta é sarcástica. 

— Não sei, se vira. - ela parece irada, pisca fortemente quando diz. — Porque não vai dormir com a gostosinha da loirinha? Tenho certeza que ela será uma ótima companhia para você essa noite. 

Balanço meus cabelos com as mãos e ela anda em direção a cama, recolhendo meu travesseiro e o empurrando contra o meu corpo, fazendo com que minhas pernas tremam ao impacto de sua fúria. 

— Isadora não faça isso. - eu imploro, mas sinto suas mãos empurrarem minhas costas. Eu caminho contra a minha vontade para fora do quarto, ouvindo meu coração bombardear rapidamente. — Ouça, me desculpa. 

Quando atravesso o batente, giro o corpo e paro de frente a ela, observando seu rostinho que, apesar de estar esbanjando raiva, permanece sendo o mais lindo que já vi. 

— Não desculpo, não. - é a sua última fala, portando vejo a porta se bater e me sinto um idiota por ter deixado ela me colocar para fora. 

Desde quando eu me tornei submisso a uma mulher? 

Penso em me deitar na cama da Maria Clara, mas ao me lembrar da imensa televisão à frente dos sofás, rodo meus passos e caminho em direção ao primeiro andar. 

Jogo o travesseiro sobre o estofado e recolho o controle. Ele, antes estava sobre a mesa central do ambiente, objeto que exala conforto a sala. Meu corpo mergulha sem cuidado sobre o sofá e pela noite não estar fria, a preocupação não toca minha mente ao ponto de me fazer reclamar por não ter pego um edredom, que não me foi dado. 

Um programa humorístico passa agora. Mexo meu corpo diversas vezes, tentando de algum modo, me acostumar com o lugar em que deitei. Porém, uma dor fraca me incomoda, e domina minha nuca. Eu evitei ao máximo criar qualquer dano ao meu corpo, mas no final acabei recebendo isso. 

Quarenta minutos jogado fora prestando atenção em algo tão idiota quanto minha própria mancada. 

Eu desisto, não quero dormir sem ela. 

Puxo meu corpo bruscamente e recolho o travesseiro de pena. Logo depois de desligar a televisão, subo as escadas em silêncio constante, evitando que meus passos transmitem qualquer tipo de barulho indesejado. 

Abro a porta lentamente, enfio meu rosto por dentro do quarto, antes de adentra-lo completamente. Seu corpo se encontra quentinho por baixo do lençol branco, a claridade da lua é a única coisa que faz com que a escuridão não seja tão forte. 

Ao notar Isadora acariciar sua barriga, percebo que a mesma ainda não entrou em seus sonhos. Todavia, me permito enfiar todo meu corpo para dentro do quarto. Eu caminho em direção reta, não a deixando perceber minha presença, embora isso já esteja evidente. Minha respiração parece mais descompassada quantos meus músculos desesperados. 

No segundo em que me ponho sobre a cama, eu noto que seus olhos se abrem rapidamente, porém Isadora não se vira, e nem tenta me olhar. Por fim, deito-me calmamente e paro minhas mãos por cima de sua cintura, vasculhando sua barriga oval com todos os dedos da minha mão esquerda. Meu rosto se aproxima de sua nuca, eu deixo um beijo quentinho sobre a mesma e rio sem jeito, sabendo que um sorriso impecável apossa seus lábios inchadinhos. 

— Me desculpe amor, eu não queria ter dito aquilo. - sussurro devido o fato dos meus lábios estarem praticamente colados em sua orelha. 

Sou sincero em todas as minhas palavras, nem ao mesmo entendo como pude ter a audácia de ter tido dito uma vulgaridade dessa. Pra ser franco, eu mal a olhei durante o casamento. Ou melhor, a única vez que bati meus olhos nos dela, foi o momento em que a mesma pediu uma foto, no começo da festa. 

— Você sabe que me sinto insegura em relação ao meu corpo, e ainda tem essa ideia ridícula de dizer isso sobre outra mulher? - ela fala baixo também, mas sem me olhar. — Tem noção de como eu me senti? - é, não tenho, mas posso tentar entender. — Iria gostar caso eu elogiasse outro homem? 

— Não. - falo a verdade. Eu, com certeza, faria algo pior se a situação fosse contrária. — Eu detestaria. 

Isadora se move um pouco e vira seu corpo. Nós nos olhamos, e eu sorrio por sentir uma vontade inconstante de beija-la. Ela continua sendo a pessoa mais linda que existe, talvez seja assim pelo resto dos meus dias. 

— Você é a mais linda para mim. - uma curva gentil toma conta dos seus lábios, o que antes era uma linha reta, agora é um sorriso um pouco tímido. — E eu te amo, poxa. Você sabe muito bem disso. 

— Você me amaria mesmo se eu fosse homem? - gargalho. 

— Aí não Isadora. Tá pegando pesado. - nós rimos juntos, eu beijo a ponta de seu nariz. Tudo em seu rosto se encontra quente. 

— Mas você ama o Rober. - eu sei que ela leva na esportiva, afinal uma coisa não tem nada a ver com a outra. — Você pensa em alguma ex? - não entendo sua pergunta, entretanto arregalo meus olhos, e franzo o cenho, indicando que preciso de uma explicação para algo tão absurdo. Porque diabos eu pensaria em alguém que não seja ela mesmo? — Não da forma como você está imaginando agora. - coço minha nuca. Isadora se aconchega em meu corpo, para sua mão direita sobre o meu abdômen, enquanto seu rosto é prensado sobre um dos meus peitos. — Eu acho que sempre vou me comparar com aquelas mulheres que você pegava. 

— Porque está falando isso? - enquanto pergunto, olho para a janela aberta. 

— Eu não sei. Eu me lembro que você sempre manteve contato com algumas mulheres e depois que casamos isso simplesmente desapareceu, antes mesmo de precisar dizer algo. - eu entendo bem o que ela quer dizer. — Eu temo que você se canse de mim, sabia? Eu quero ser a melhor pra você do que qualquer uma poderia ter sido. Eu tenho medo de te amar e te querer tanto e acabar descobrindo que você está comigo por conta de comodidade, ou pela Maria, acha que tem alguma obrigação, ou por não escandalizar por conta da mídia, sei lá. - Isadora suspira pesado e fecha seus olhos por algum tempo. 

— Engraçado. - solto uma risada abafada, devido o calor que sinto agora. — Eu penso exatamente o mesmo em relação a você. - ela ergue sua cabeça e me olha profundamente. Dessa vez, sua boca se entreabre e eu desejo tanto ler sua mente. — Eu não penso em ninguém, eu basicamente me esqueci de como eu era antes de te conhecer. E eu nunca senti por ninguém, o que eu sinto por você. E é um pouco irônico, sabe? Eu me lembro como se fosse hoje o dia em que te vi pela primeira vez. É um pouco estranho. Porque depois daquela noite, eu simplesmente fui embora, assim como você. Eu não queria que tivesse sido assim. - ela toca meu rosto com as pontas finas de seus dedos. — Eu queria ter lutado por você desde aquele dia e não te deixado sair daquele camarim. - rimos. — Eu queria ter feito algo para você terminar aquele namoro naquele dia, para não perdermos mais tempo. 

— Luan... - ela ri. — Aconteceu tudo do jeito que deveria acontecer, e se isso te conforta eu não me arrependo de nada. 

— Não foi. - me recuso a acreditar em suas frases. Eu me lembro de muitas mancadas que dei antes de descobrir que ela seria única para mim. 

— Tem coisas que hoje são insignificantes para mim. - ela diz calma e serena, parecendo ler minha mente. 

Eu abraço e beijo sua testa, sentindo seus braços serem contornados em seu corpo. Seu cheiro é tão bom, sua presença é melhor ainda. Se ela soubesse o quanto eu a amo, jamais teria pensamentos inseguros em relação à si mesma. 

— Sabe de uma coisa? - pergunto rindo olhando para nada, embora ainda esteja pensando nela. 

— Hum? - ela grui, cortando o abraço que criamos na intensão de me olhar melhor.

— Eu te acho gostosa mesmo estando obesa. - Isadora gargalha e joga sua cabeça para trás. Logo mais, bate suas mãos em meus braços, eu tento me defender, mas meu corpo se enfraquece devido às risadas que permito soltar agora. 

— Você vai ver, seu idiota. Assim que eu ganhar meu bebe, irei emagrecer e ficarei muito gostosa. Farei academia, e todos os homens me desejarão. - sua voz está com um ego maior do que um dia pensei em ter. 

— Ah não. - continuo rindo. — Melhor ficar gordinha mesmo. - ela nega com a cabeça e batuca minha barriga de maneira delicada. Há pequenos detalhes que me fazem automaticamente, levar as coisas para o lado malicioso. Este é um deles. — Vamos fazer sexo? 

— Boa noite, Luan. - seu corpo é virado, após rir. Enquanto suspiro derrotado. 

— Eu nem estou com sono. - sussurro, passando minhas mãos por suas coxas. — Isa, pode acordar e me satisfazer. 

— Você que se vire com suas mãos. - rolo meus olhos inclinando meu corpo, conseguindo beijar a curva do seu pescoço. 

— Eu não me masturbo, ok? 

— Então porque encontro uma caixa de pornos dentro da sua gaveta de meias? - arregalo meus olhos e abro minha boca ao extremo. Como ela achou isso, senhor amado? — Acho que você se esqueceu que sou eu quem guarda suas roupas. - é como se mais uma vez ela acabasse de ler minha mente. Eu rio da forma constrangedora que me sinto.— Seu nojento. 

— Eu sou homem, tá legal? - tento me defender, mas não soa de maneira correta. 

— Nos transamos todos os dias quando você está em casa. Porque é que você se masturba, menino? - Isadora não parece irritada, ela se vira para mim outra vez e eu vejo um sorriso sapeca em seus lábios. Eu coço minha nuca por me sentir envergonhado. — Você precisa ir ao médico. Parece que vai morrer se ficar um dia sem fazer sexo. 

— Isso não tem graça. - digo emburrado, ainda notando uma expressão zoada em sua face. — Você acabou com o clima. Não quero transar mais. 

— Nos não iríamos mesmo. 

— Claro que iríamos. 

— Não, não iríamos. 

— Deixa a última palavra ser minha, por favor, pelo menos uma vez? - suplico e isso a faz rir, mesmo que eu esteja com o rosto evidente ao tédio. — Obrigado. 

— Boa noite amor. - seus olhos estão firmes sobre os meus, observo o fundo claro de suas Iris.

Seus olhos brilham e eu não acho que os meus estejam diferentes. Entretanto, sugo seus lábios com delicadeza, mesmo sabendo que uma dor súbita tenha sido exposta em sua pele. 

Não preciso responder para que ela tenha em mente que eu quero o mesmo. 


"Olhe as estrelas 
Veja como elas brilham para você e para tudo que você faz 
Sim, e elas eram todas amarelas  
Eu progredi 
Escrevi uma canção para você e para tudo que você faz 
E ela se chamava "amarelo"  
Então eu esperei a minha vez 
Que coisa para ter feito 
E era tudo amarelo  
Sua pele e seus ossos transformaram-se em algo bonito Você sabe? 
Você sabe que eu te amo tanto 
Eu nadei 
E superei as barreiras por você."
(Yellow - Coldplay) 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...