Foram longas duas horas ouvindo a jovem a minha frente até que ela terminasse de me contar sua história. O que a afligia e aquilo que a mantinha presa em seu passado. Era a história de uma adolescente que se entregou de corpo e alma mas acabou sendo largada no meio do oceano, tendo q solidão interrompida apenas pela chegada periódica de um e outro vento terral. Pelo menos, foi isso que acreditei até ouvir as palavras de sua mãe, que ouvi em seguida.
“Doutor” foram sucintas palavras que usou quando perguntei porque havia escolhido trazer sua filha para um psiquiatra e não um psicólogo “Ela nunca trabalhou em uma cafeteria. Ela nunca conheceu um rapaz assim. Ela nunca foi a um enterro. Ela terminou o ensino médio com dificuldade, dois anos após todos os seus colegas, na época não entendi o porquê, mas agora vejo, o senhor também deve ver. Meu marido nunca foi amante de Shakespeare, tampouco ela, em nossa cidade e até mesmo nas vizinhas não há montanha ou monumentos como estes que ela relata. Doutor. Ela fantasiou a sua vida inteira e eu não sei onde isso começou. Ela criou, destruiu e deixou-se destruiu por Caim.”
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