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História Caídos no Inferno - O discurso de Nick


Escrita por: Blue_ID-S

Capítulo 27 - O discurso de Nick


"Apenas uma pessoa deveria estar aqui, e você sabe melhor do que ninguém quem é não é mesmo?… professora Alex Marks…" 

A pequena professora sente como se um dos habitantes do inferno estivesse atrás dela sussurrando seu nome. O demônio chamado Nicholas Morgan.

"Ah minha pequena e amada Alex…" uma de suas mãos vai maliciosamente para a cintura da menor que ele acaricia de forma demorada. "Você não imagina quanta saudade eu senti de você… eu fiquei tão triste quando você fugiu daquele jeito…" 

Sam não sabe o que fazer, não sabe o que dizer. Ter que testemunhar sua irmã sendo assediada daquela maneira por Nick sem poder fazer nada é uma experiência horrível. O rosto traumatizado de Alex e as atitudes dele a fazem imaginar que tipo de coisas ele já deve ter feito a ela.

Uma lágrima desce solitária pelo rosto da professora.

"Ah como é divertido presenciar essa cena. Um reencontro de duas irmãs… sabe senhorita Samara nunca passou pela minha cabeça que vocês são irmãs. Vocês não tem nada a ver uma com a outra. São completamente diferentes… pensei que fossem primas ou algo assim…" ele fala com uma naturalidade doentia enquanto distribui leves beijos pelo ombro de Alex.

"Você é um verme…" Sam olha enojada para a cena. Seu estômago revirando.

"Já me disseram isso senhorita investigadora… Agora me diga Alex… como é encontrar sua irmã com alguns pedaços faltando?" 


Gary não tem pra onde correr. Os dois monstros vem em sua direção e a própria morte parece tocar seu ombro dizendo 'É sua hora baixinho, e agora não tem escapatória!'.

Nesse momento ele começa a pensar em como foi parar nessa situação. Como foi parar ali. Ele poderia nunca ter aceitado esse emprego. É certo que provavelmente nunca teria conhecido a Alex e os outros idiotas, Sam, Joseph ou Carl, mas também não iria morrer estraçalhado por dois professores deformados. 

As duas bestas se aproximam mais até que um assobio consideravelmente alto chama a atenção de todos cessando os rosnados. Vem de trás de Barney.

Novamente o som corta o ar e dessa vez o monstro moreno vai cego atras dele. Robert também está atraído mas não se mexe, continua parado ali até que parece se incomodar com algo vindo de trás de si.

"Hey senhor Blake… eu acho que deve ser mais divertido perseguir alguém que consegue correr…" A voz jovem faz Gary arregalar os olhos.

Joseph voltou para o salvar… na verdade ele voltou para salvar a Alex e acabou encontrando Gary no caminho, mas ele não sabe disso.

Apesar de ter chamado sua atenção, Joseph não consegue o fazer sair do lugar. A situação continua perigosa demais para Gary "Vamos lá senhor Blake… pense Joseph pense Joseph…" ele não faz ideia de como tirar Robert dali. Apenas a imagem de Alex veio a sua cabeça, e parece ter trazido a luz aos seus pensamentos. "Por que não conversamos Bob… Vamos falar sobre a Alex…" o nome dela o deixa inquieto. "Vamos falar sobre como o abraço dela é gostoso…" depois dessa frase, leva apenas uma fração de segundos até Joseph ter que correr a toda sua velocidade. Gary continua ali, parado e sem saber o que fazer, confuso pois, se Bob foi atrás de Joseph, Barney foi atrás de quem? 

"Alex?" O nome da sua colega sai de sua boca e parece fazer suas pernas movimentarem por conta própria na direção em que Barney foi. 

Joseph continua correndo de Robert, o que não é tão difícil para ele já que seu condicionamento físico é muito bom comparado a Gary. 

Os corredores e portas são inumeros, e quase todas as portas estão trancadas, com exceção de uma que ele vê a alguns metros a sua frente.


"O-o que você fez com todos? O que você fez com o Zack… com o Mike? Com o Bob? Com todos? Eu odiava o gordo do Jean mas algo me diz que quem matou ele foi você… por que você transformou a vida de todos nós nesse inferno?" Alex diz com dificuldade, como se algo estivesse preso em sua garganta, seus olhos castanhos presos no nada.

"Ah a pequena Alex resolveu falar… vou contar uma história para você. Preste atenção, não vai querer perder nenhum detalhe." Lentamente ele começa a caminhar pela sala úmida e escura. "Tudo começou a mais ou menos 27 anos atrás... Eu ainda estava em Paris nessa época. Havia acabado de abrir meu consultório, já tinha alguns pacientes fiéis. Claro que não era pelos meios mais legais já que não consegui entrar na faculdade por assuntos psiquiátricos, mas ninguém sabia disso… aprendi o que eu sabia com meu pai. Então em um belo dia estava revirando a biblioteca da mansão que ele me deixou de herança e encontrei alguns livros sobre a segunda guerra mundial, sobre nazismo e principalmente sobre o anjo da morte. Você sabia senhorita Alex, que tinta era injetada nas íris dos prisioneiros para tentar mudar as suas cores?" 

"Eles ensinam isso na escola…" Alex não se choca mais com a mentalidade doente do médico, ela já está aceitando que não tem mais o que se fazer, ela apenas precisa de algumas respostas. 

"Você é muito esperta minha ratinha… Ah o anjo da morte, doutor Josef Mengele... você sabe o que ele fazia com gêmeos não é?"

Ela era péssima em história na escola e na faculdade, mas a palavra gêmeos a faz lembrar automaticamente do estado em que Zachary e Michael estavam.

"Você costurou eles…" Alex diz para ela mesma incrédula.

"Ele tinha uma fascinação por gêmeos, e olhos..." ele ri debochadamente e olha para Sam. "E uma de suas experiências era tentar produzir gêmeos siameses artificialmente. Então eu pensei que talvez eu pudesse concretizar isso. E consegui... Parece loucura não é? E seria biologicamente impossível. Mas naquela época eles não tinham esta menina aqui…" ele levanta orgulhoso o pequeno frasco com um líquido escarlate conhecido por Alex. "Você se lembra disso não é? Aquele dia na escola… você foi a terceira pessoa que experimentou, mas eu ainda não sei por que não funcionou em você..." ele ri e faz uma expressão de quem está se questionando. 

"Terceira?" 

"O primeiro foi o senhor Gray. Mas por alguma razão o corpo dele rejeitou totalmente isso fazendo ele ter uma parada cardíaca então eu acabei matando ele, o segundo foi o senhor Blake. Assim que ele 'foi embora' eu apliquei nele e os resultados foram bem satisfatórios... no começo. E então foi você. Eu injetei muito mais do que nos outros… por que não funcionou?"

"Que merda é essa?" Sam pergunta fazendo o homem sorridente olhar para ela.

"Boa pergunta senhorita... mesmo depois de tantos anos eu ainda não dei um nome pra isso pra falar a verdade. Eu criei na mesma época que eu havia citado antes. Eu pensei que talvez criar uma droga capaz de alterar a capacidade fisica do indivíduo assim como torná-lo manipulável seria uma perfeita arma biológica. Isso seria incrível. Eu ganharia rios de dinheiro… mas eu não havia testado ainda. Então pedi ajuda ao meu velho amigo Ethan Adams." 

Alex não está conseguindo processar todas essas informações. É demais para a cabeça confusa dela. Ela não entende quase nada do que Nicholas diz. Alex só queria saber o por que de ele ter feito tudo isso. De ter destruído a vida de todos de forma tão doentia. Mas ele continua falando, como se os três presentes ali fossem a sua pequena platéia.

"Isso se apresentou muito mais eficaz do que eu esperava. Consegui unir os gêmeos sem o corpo deles apresentar rejeição e isso é fantástico…" 


E Gary vai atrás de Barney, mas o que ele vê quando vira um dos corredores não é a cena que ele esperava. 

Não encontrou apenas Barney como mais duas pessoas que ele não imaginava que estivessem ali. 

A pequena menina loira chamada Saphira está sendo segurada a força por um jovem homem de terno que Gary reconhece na hora, o tão odiado por ele vice-diretor Charles Florean.

"O que temos aqui? Que encontro inesperado meu caro professor Black…" atrás do rapaz Barney está parado e em silêncio como um pequeno cãozinho obediente.

Saphira se debate e tenta em vão se soltar dos braços que apesar de magros são muito fortes.

Gary não faz ideia do que fazer. Se se aproximar pode ser pego por Barney ou Charles pode fazer algo a menina. 

Sua vontade era de arrancar o sorriso debochado do moleque de terno. 

"Eu agradeceria se você sossegasse um momento pequena Saphira. Ou eu acho que vou ter que tingir seus cabelinhos loiros de vermelho." O cano da pistola na cabeça da menina a faz parar de se mexer imediatamente.

Como se a situação já não estivesse ruim, apenas piorou depois que Florean se mostrou armado.

Gary esteve encarando a morte várias vezes seguidas nos últimos tempos, não se importa mais com isso, o que o deixa preocupado é o risco de vida que a garotinha está correndo. Ela é inocente demais pra viver isso.

Mas ele não sabe o que fazer. Um deslize e pode estar tudo acabado.



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