História Calix - Quatorze

Como clima estava limpo e era apenas um almoço no jardim, decidi vestir uma calça jeans escura, camisa branca e os sapatos. Nada tão exagerado. Penteei o cabelo pra trás e passei um pouco de gel para fixar. Peguei a carteira e claro, não vamos esquecer do celular. E deixei meu quarto.

E mais uma vez, Silvia fez um ótimo trabalho com a minha irmã. Brice estava linda com um de seus vestidos brancos com flores coloridas. Nos pés, a sandália branca, no pulso, seu mais novo grude, o bracelete que eu havia lhe dado e para finalizar, seu cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo no alto da cabeça e nas pontas se formando belos e pequenos cachos.

— Minha princesinha está perfeita! — pego em sua mão e levanto, a fazendo girar graciosamente — Obrigado, Silvia.

— É um prazer arrumar a princesa.

Assinto e caminhamos para sala. Não encontrei meu primo, mas acho que ele não vai. Não nos falávamos desde a última ligação desagradável que tive com ele. O que não era de se esperar. Mas quando Gerad atravessou pela porta, fiquei feliz que ao menos ele fosse se juntar a nós.  

— Só vou para resolver uns assuntos. — justificou em seu tom frio, enquanto entrava na casa — E vou levar uma companhia.

Gerad deu espaço e a mesma moça que eu vi junto com ele esses dias, entrou timidamente. A jovem vestia um vestido branco com detalhes em dourado, o comprimento da saia, ia até os joelhos. Nos pés, sapatos de salto — mas nem tanto —, na cor bege. O cabelo estava solto, apenas a franja estava presa para trás.

A moça a minha frente estava belíssima para ir ao almoço na companhia de meu primo.

— Maxon, essa é a senhorita Everhart. — meu primo a apresentou, me deixando confuso por usar o meu primeiro nome — Amy, esse é o meu primo, Maxon. E sua irmã, Brice.

— Oh! Alteza. — na hora de fazer a reverência, a jovem se atrapalhou. E assim que ergueu seu olhar, a vi com o rosto corado — Quero dizer, senhor Ca... Senhor Schreave.

— Eu contei à ela sobre todos aqui. — informou, olhando para todos — E garanto, que não precisam se preocupar com nada.

— Desculpe pelo atrapalho. — pediu envergonhada, ficando atrás de Gerad.

— Não se preocupe, senhorita Everhart. Pode me chamar apenas de Maxon. — sorrio gentilmente, pegando em sua mão e depositando um beijo no dorsal— E peço que me chame apenas de Calix quando estiver rodeados...

— Ela sabe como deve agir, Maxon. — a puxou pela cintura, deixando próximo ao seu corpo — Vocês vão na frente que eu sigo o carro.

Assenti, pegando na mão de minha irmã que olhava maravilhada para jovem a nossa frente. Gerad foi com a senhorita na nossa frente e os mesmos preferiam usar a escada. Eu até podia imaginar o motivo deles preferirem não usar o mesmo elevador que nós. Provavelmente meu primo já deve ter contado a situação entre ele e Aspen. E para evitar qualquer situação chata, eles usaram a escadaria,

Aspen não disse nada a respeito do mais novo estar com outra. Aliás, acho que ele está entre a raiva e o alívio. Raiva, porque talvez Gerad não tenha falado com Lucy a respeito da gravidez. E, aliviado por saber que ele estar com outra sem ser sua amada.

Ao saímos do elevador, aguardei o casal terminar de descer as escadas. Não fiquei surpreso quando Gerad apareceu carregando a jovem no colo para depois, a coloca-la no chão assim que desceu o último degrau. Ao passarem por nós, meu primo nos avisou que seguiria logo atrás com o carro que alugara assim que deixou o apartamento. Entrei no carro e sentei ao lado de minha irmã.

Durante o caminho, Brice pulou para o banco traseiro e ficou sentada ao lado de Aspen, enquanto se divertia com Carter. Paramos em frente à casa em vinte minutos. Fomos recebidos pelo mordomo e dirigido direto para o gramado atrás da casa. Ao sairmos pelas grandes janelas francesas, um grupinho de crianças convidou Brice para ir brincar, e alegremente, ela aceitou.

— Calix, fico feliz que tenha vindo. — presidente Shalom comenta, enquanto me abraça.

— Não perderia por nada, senhor. — retribuo o sorriso.

— Vejo que também trouxe seu primo, Gerad.

— Sim. — olho pra trás, vendo meu parente sussurrar algo no ouvido de sua companheira — E sua parceira.

— Fique à vontade. Vou cumprimentar os familiares e seu primo. — assinto e dou espaço para que ele passasse.

Caminho pelo jardim, maravilhado pelos formatos em cones das árvores. Me senti como a Alice do desenho da Disney. Não tão longe de mim, vi a senhorita Marlee na companhia de Carter, enquanto o mesmo olhava minha irmã.

Percorro meu olhar a procura de meu guarda, e o encontro com uma garrafa de cerveja de 500ml em mãos enquanto olhava para o nada. Ah, Aspen. Não sabe o quanto é ruim te ver assim... Aliás, a onde ele havia conseguido essa garrafa tão cedo?

— Alteza.

Celeste aparece na minha frente, fazendo com que eu engasgue com a própria saliva. Ela acabou de me chamar de alteza? A imprensa já está aqui em Carolina para nos importunar? Há quanto tempo as pessoas descobriram onde estávamos, que eu não fiquei sabendo?

— Hey, calma. — pediu, fazendo movimento com suas mãos para eu respirar devagar — Você é bem preocupado, enquanto Gerad é bem mais tranquilo e... Não, ele é bem esquentadinho. Mas enfim.

— Gerad? — engasgo novamente — A quanto tempo?

— Ninguém passa despercebido por mim. — deu de ombros, indicando para darmos uma volta pelo jardim — Na última vez que te vi, tinha certeza que eu o conhecia de algum lugar. Então, vasculhei minhas revistas de fofocas e encontrei você e sua família na capa de uma.

— Entendo. — digo mais calmo.

— Relaxa, vossa alteza. Minha boca é um túmulo! — garantiu, fazendo os mesmos movimentos de fechar um zíper — Agora, me ajude a entender, o que vocês, Schreave fazem aqui, em Carolina?

Paramos em frente de uma fonte com uma escultura de um cúpido. Parece que Celeste conhecia muito bem as pessoas da minha família. Não imaginei que estaríamos em uma capa de revista. Íllea é pequena demais e poucas pessoas sabem da existência da ilha.

Se ela sabia sobre nós, por que não contar o restante de sobre como está o meu lar? E se sabia sobre estarmos aqui, e tem um coração de pedra, com certeza já teria informado meio mundo que alguns Schreave estavam em sua cidade.

— Nem todos estão aqui. Apenas eu, minha irmã e meu primo. — comento, sentando na beira da fonte — Meu país está sob ataques. Minha mãe queria que estivéssemos em segurança, então, como meu pai conhece e afirma ser um velho amigo do prefeito Shalom, ele nos mandou pra cá, garantindo que o Singer mantaria total sigilo.

— Queria ajudar. — murmurou com o seu olhar na ponta do sapato preto de verniz.

 — Estará me ajudando se não contar nada a respeito sobre nós.

— Fique tranquilo. Como eu já disse ao seu primo, eu entendo a situação caso a imprensa saiba de vocês. — sorri agradecido — No entanto, acredito que minha prima não irá descobrir sobre você tão cedo.

— Perdão? — franzo o cenho, não entendendo suas palavras.

— America, ela está caidinha por você.

— Ah... Não foi minha intenção chamar tanta atenção. — me desculpei, fazendo a mulher ao meu lado gargalhar.

— É, também não foi a minha intenção beijar o herdeiro no jantar. — debochou, negando com a cabeça — Pelo o que ouço, minha prima está é apaixonada por você!

— Como? Eu não fiz nada sem ser ajuda-la com poucas coisas.

— Poucas coisas, fazem grandes diferenças. — e se levantou, me deixando ainda mais em choque — Nos vemos por aí, alteza.

— Claro, senhorita Celeste. — ela assentiu e saiu, me deixando sozinho em meus pensamentos.

O quê?! A senhorita America apaixonada por mim? Não. Com certeza Celeste deve estar delirando. Não pode ser verdade!