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História Calix - Trinta e Quatro


Escrita por: mahh9

Notas do Autor


Olha quem resolveu apareceeeeer!
Feliz Natal atrasado para vocês e eu espero que tenham comido bastante ;)

Então, aconteceu umas coisas na minha vida e eu estava com bloqueio. Hehehe

"Obstáculos e dificuldades fazem parte da vida. E a vida é a arte de superá-los." - Mestre Derose
Boa Leitura!

Capítulo 44 - Trinta e Quatro


Certamente, o dia não começou de bom humor hoje para. E um bom humor era tudo que eu precisava neste exato momento.

Já se passaram quatro dias desde a minha volta para o palácio e eu era o pior ser humano em ter reservado apenas pouco tempo para se passar com as mulheres da minha vida. Minha mãe fez de tudo para me convencer de que ela estava bem e que poderia reger o país temporariamente até que tudo possa voltar ao normal. A contrariei. A contrariei até que ela desistisse, pois eu sei como é a saúde de minha mãe e sei como ela não quer se afastar de meu pai. E graças a Deus que ela cedeu.

Desde então, vivo em reuniões e no escritório do rei, que começou a ser o meu mais novo quarto. E não, eu não ficava a noite toda aqui. Eu sempre ia jantar com a família e ficar com elas até que todas estivessem na segunda fase do sono. E então, eu voltava para o escritório e continuava a quebrar a cabeça em busca de qualquer saída para as descobertas do rei.

Como eu poderia em concordar com a loucura que a metade do meu povo queria? Eu nunca ousaria classifica-los por números ou por profissões! O assunto: castas, é um absurdo a ser discutidos de tão insano que é! E agora eu entendia o meu pai, entendia o motivo de demorar tanto para achar uma resposta sensata para dar ao povo. E o povo estava impaciente de mais.

— Ficar aí, sem descansar um pouco, não irá leva-lo até uma resposta.

Olho em direção da porta, a vendo encostada no batente.

— O que faz acordada a essa hora? — Olho para o relógio que está sobre a mesa e vejo que já se passará das quatro da madrugada.

— Pergunto-lhe o mesmo. — Ela franze a testa e dá a volta pela mesa de madeira ébano, até ficar diante de mim. — Vamos dormir, Loirinho. Está tarde e você está nesse escritório desde que voltou.

E eu a entendia. Sabia que não estava dando a atenção que ela merecia. Eu sabia que as coisas seriam assim, complicadas de mais para ter soluções rápidas. Eu sabia muito bem que eu estava a magoando por não passar muito tempo com elas. Mas, America sabia. E muito bem por sinal, que as coisas não seriam fáceis como ela mesma podia imaginar.

— Eu já vou me deitar, apenas... — Sua mão segura a minha quando eu voltei a pegar o papel da mesa. — America...

— Não, Maxon, chega! Você está exausto e está se acabando aqui neste cômodo. — Ela falava, enquanto tirava a folha de minhas mãos e o colocava de volta sobre a mesa. — Sua mãe e eu não aguentamos ficar vendo você ficar atrás desses papeis o dia todo! E eu o entendo que está fazendo isso para todos ficarmos em paz. Mas não é assim...

— Então é como, America?! — A interrompo, me virando para encará-la. — Você não acha que eu não sei das coisas? O tempo está correndo e tudo que eu sei, são apenas idiotices de mimados que não se contentam com nada desta vida! Estou cansado? Estou. Mas eu não vou parar até que tudo esteja bem o suficiente para deixar a minha mãe ou você andar pelos jardins durante a noite!

Ainda sentado na cadeira, giro ela, ficando de frente para os relatórios de Aspen que me entregou no início da tarde de ontem. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer outra coisa, mãos macias me afasta da mesa e logo seu copo fica sobre o meu.

— Apenas me escute. — Pede, e eu encosto a as costas na cadeira de couro preta. — Há tempo para tudo neste mundo, mas temos que saber administrar ela. As coisas vão melhorar, Maxon. Basta ter fé, que tudo vai se ajeitar aos poucos! Você é incrível, vai pensar em algo para sair desta situação. Você sempre pensa e acredita nas coisas. Então, apenas venha comigo e descanse por algumas horinhas. Estamos preocupadas com você!

America aproxima seu rosto do meu, roçando de leve nossos lábios um no outro. Suspiro por entre dentes e a envolvo com os meus braços, a deixo bem próximo a mim.

— Vamos nos deitar.

— Está bem.

Ela se levanta, deixando com que o vento gelado batesse em minhas coxas que segundos atrás, eram aquecidas por um corpo feminino. Termino de ajeitar as coisas e me levanto, pegando na mão dela, deixando o escritório após trancá-lo.

Ainda de mãos dadas, caminhamos pelos corredores silenciosos até chegar nas escadas. Desde que voltamos, tudo anda silencioso de mais. Nenhum ataque até agora, mas alguns do concelho estão vindo com pedra e tudo para cima de mim, dizendo que seria melhor se desenvolvêssemos o programa de castas. E os outros, estão lutando contra esses que querem classificar as pessoas. E enquanto eu estiver participando das atividades como rei, farei de tudo para que as coisas não cheguem neste ponto.

Levo a mão dela até meus lábios, deixando um beijo nela. Ela sorri sonolenta para mim e eu a trago para o conforto dos meus braços. Quando chegamos no meu quarto, me assustei ao ver a Mary tentando acalmar a pequena Eadlyn que estava agitada em seus braços.

Eu ainda não havia me acostumado com outras presenças femininas no meu quarto, além de minha família. A jovem com a criança no colo, começou a frequenta mais o meu canto quando eu vi que America dormiria mais no meu quarto do que no dela. E não foi por falta de tentar. Antes de ontem, ela tentou dormir em seu quarto, mas durante a madrugada, foi para o meu. E o seu, ela apenas frequenta de manhã ou à tarde.

— Desejam mais alguma coisa? — Ela perguntou, assim que America pegou sua filha.

— Obrigada, senhorita. Pode ir.

Mary faz uma reverencia e deixa o quarto. Me aproximo das duas em passos calmos para não assustar a pequena princesinha que se acalmava aos poucos no colo da mãe. Minha preciosa filha, tinha os olhinhos vermelhos e inchados por causa do choro. Coloco a costa da minha mão sobre a sua pequena testa e verifico se a febre que ela sentia ontem ainda estava ali. E por graça, não estava. Sorri para ela, aliviado por seu choro ser apenas carência.

Como eu já estava de moletom bem antes, apenas levo as duas em direção da cama, antes que America resolvesse colocar a nossa filha no berço. E sim, também foi estalado um berço tanto no meu quarto, como no dela.

Aninhados na cama, observamos a criança entre nós começar a fechar os olhinhos, mas não antes de agarrar nossos dedos. E eu amava esse ato dela de dormir sentindo o calor dos adultos. Me fascinava e me deixava mole.

— Sei que disse para você descansar, mas... O seu pai já sabia sobre as castas?

America ficou sabendo sobre as castas através de uma conversa minha com o Aspen do lado de fora do salão da minha mãe. Eu estava reunido com elas enquanto eu aguardava ele chegar do centro de sua costumeira vistoria pelas ruas. E quando chegou, ao palácio, apenas contei as descobertas do lado de fora do salão. Mas não contei muito fundo sobre esse assunto, não queria que ela se preocupasse com as coisas. No entanto, contei apenas o básico para a mesma saber sobre o que estamos enfrentando.

— O pai já sabia o que eles queriam. — Esfrego o polegar conta a pequena mão de Eady, enquanto a observo atentamente. — E eu estou na mesma situação, encurralado.

— Calma, as coisas vão se ajeitar. E quando a gente ver, estaremos em alguma praia, curtindo a nossa família. — Sorriu, apoiando se corpo em um braço para alcançar meu rosto para que ela possa deixar um beijo em mim. — Você vai ver.

— Gosto da sua confiança. — Sorrio para ela, que apenas dá de ombros e se ajeita melhor na cama.

— Tanta não ficar apenas no escritório do seu pai.

— Vou tentar, prometo. E desculpa por perder a cabeça com você mais cedo.

— Não tem problema, você precisava desabafar um pouco... — Nego com a cabeça, totalmente contra o que ela falou.

— Não é porque eu preciso desabafar, que eu tenho que ser grosso com você.

— Está desculpado, então! — Ela ri baixinho. — Mas, agora já passou. Vamos focar no presente e no futuro agora.

— O que seria de mim sem você? — Deixo o sorriso se formar no meu rosto, quando ela finge pensar em algo.

— Apenas mais um intocado no escritório do rei.

— Bem provável! — Concordo e eu desejei, não por mal, mas que a Eadlyn estivesse no berço para que eu pudesse puxar a sua mãe para perto de mim e a enche-la de beijos e sussurrar palavras carinhosas.

— Apenas descanse, Loirinho. — Sussurra, antes de bocejar.

Inclino o meu corpo para frente, mantendo o peso em um braço e beijo a testa dala, que fecha os olhos sentindo o carinho.

— Prometo não sair da cama até a Eadlyn não chorar.

— Vamos ver...

—•—•—

E eu ainda não havia saído da cama.

Já se fazia uma hora desde que eu acordei e nada do choro da Eady. Eu nunca fiquei tão triste por ela não ter chorado ainda. E bebês tendem a chorar toda hora!

Viro-me no canto da cama para observar ambas ainda dormindo toda relaxada na cama. Nesse tempo em que as duas dormiram no meu quarto e as poucas vezes que Eady dormiu na minha cama, conosco, eu esqueci como essa bebezinha era bem espaçosa quando queria. Eu estava, literalmente, na beira da cama e eu temia mover um pouco a minha filha mais para o centro com medo dela acordar e America me culpar, dizendo que eu a acordei de propósito.

— Você está doidinho para se levantar. — A voz sonolenta dela, constada ao me ver encarando as duas. Sorrio por ser pego. — Tudo bem, pelo menos você dormiu cinco horas seguidas sem interrupções.

— Ficou me vigiando?

— Estava preocupada de você querer escapar mais uma vez durante a madrugada.

— Querida, estou desapontado com a senhorita! Desde quando eu quebro uma promessa?

Desta vez, foi a vez de ela sorrir envergonhada.

Levanto da cama e dou a volta, parando bem próximo a ela. Olho bem para os olhos azuis intensos dela antes de beijá-la e me perder do mundo, apenas para encontrá-la no final da luz, me esperando para o nosso futuro.

— Aliás, bom dia.

Beijo o topo de seu nariz e vou para o closet, encontrando Justin sentado na poltrona, com um de meus ternos pendurado ao seu lado.

— Me atualize! — Pego o terno separado e vou para trás do trocador para me vestir.

— Até a hora do almoço, o senhor não tem nada marcado. E a partir da uma, o senhor tem uma reunião com a senhorita Ashley Brouillette, filha do prefeito de Allens e às três, reunião com a assembleia.

Ainda na briga com os botões, saio do trocador enquanto eu termino de abotoar minha camisa e começo a fazer o nó da gravata.

— O que a senhorita Brouillette quer comigo para ter vindo do outro lado do país? — Questiono, agora vestindo o meu paletó.

— Senhor, foi ela quem nos informou quem são os causadores dos ataques.

Claro, a jovem de quem o meu tio havia me contado por e-mail no início do ano. Realmente, tenho muito o que conversar com essa senhorita e tentar descobrir meios para acabar com essa desigualdade.

— Justin, peça para prepararem um quarto de hospede.

— Claro, senhor.

Após terminar de acertar mais algumas coisas com meu assessor e não encontrar America no meu quarto, descemos para a sala de jantar para, onde ela já estava sentada e desfrutava do café da manhã. Certamente eu não iria encontrar a minha mãe ali, já que ela sempre acorda cedo. E se não fosse pela minha namorada, talvez até eu estaria enfiado em algum lugar ao invés de estar aqui, sentado em uma cadeira enquanto me sirvo de café.

— Amanhã eu estou com o meu tempo livre. — Comento, fazendo com que o olhar dela foque em mim. — Está com a sua agenda lotada ou está ocupada com alguma coisa?

— Eu...Hããã... Tenho que checar a minha agenda. — Sorri tímida, pegando uma torrada e passando o requeijão logo em seguida.

— Me avise depois a sua decisão.

A encaro com um sorriso brincalhão por um tempo, pois ambos de nós sabíamos que ela seria apenas arrastada por um canto pela minha mãe para ficar com as meninas ou para ser ensinada sobre o país.

Após ficar um dia inteiro explorando o palácio, America começou a ter aulas de história sobre o povo Illéano, governos e de como o país surgiu. Que ocorreu no início do período feudal, onde um grupo de viajantes, sobreviventes de um naufrágio, decidiu-se residirem aqui devido a longa espera de que alguém pudesse os encontrar. Desde então, Illéa vem crescendo aos poucos, mas rápido o suficiente para que não fiquemos para trás da era em que nos encontramos agora. E Illéa, é em homenagem a uma família sobrevivente que ajudou todos a se erguerem em momentos difíceis.

Após o café, me despeço dela e da Eadlyn, que dormia no bebê conforto e me direciono para o quarto dos meus pais para vê-lo.

Minha mãe e eu decidimos que seria melhor alojá-lo em um cômodo bem seguro que ficasse perto da ala hospitalar. Então, após o café, sempre vou visitá-lo para ver se ele teve melhoras ou recaídas. Mas eu nunca recebo alguma notícia. Sempre a mesma coisa, e eu não sei se eu fico aliviado por ele não ter uma recaída ou se fico desesperado por não ter alguma notícia boa de que está melhorando. De qualquer forma, sempre venho para contar os acontecimentos, já que o doutor falou que é sempre bom estar conversando com ele.

Enquanto eu deixo a enfermeira da manhã que é responsável pelos cuidados de agora do meu pai terminar de ajeitar o soro e checar a pressão e os batimentos cardíacos do rei, ajeito a poltrona para mais próxima da maca e aguardo sentado nela. E não demora para a mulher nos deixar a sós.

— Olá, pai. Como o senhor está hoje? — Pergunto, pegando a mão que está livre de qualquer coisa. — Pai, o senhor tem que acordar. A mamãe e a Brice estão entrando em um desespero que eu não sei o que fazer para... Tudo bem, eu sei o que eu posso fazer para distraí-las, mas, não sou eu quem elas querem. É o senhor.

“E eu também estou entrando no desespero. Mas não é sobre a guerra... Claro, isso também, mas, ultimamente eu não consigo parar de pensar que a qualquer segundo do dia, o senhor pode nos deixar. Eu não quero perdeu meu pai agora. Não quero perder ninguém! Estou desesperado, pai!”

Sinto as lágrimas começarem a deslizar pelas minhas bochechas à baixo e eu as limpo. Todas as minhas conversas com ele, desde que cheguei, eram assim. Sempre com o tom desesperado e o medo sempre estava ali presente.

Céus! Se eu já estou assim com meu pai, que está em coma por apenas uma semana, não quero nem imaginar a dor, o sofrimento e o medo daquele que tem seus entes queridos em coma por mais tempo. Se minha dor é grande, a deles é ao quadrado. Mas, mesmo assim...

— A Senhorita Brouillette virá aqui para conversarmos e eu espero que seja, além de bom grado, que seja produtivo. — O informo, e prossigo agora para falar sobre a minha conclusão que tive hoje cedo. — Pai, eu estive pensando...


Notas Finais


* O que será que o Maxon está aprontando... Fiquem ligados nos próximos capítulos!
* A fic está entrando na reta final. Provavelmente, não passará dos 40. Estou vendo sobre isso ainda.
* Acho que era apenas isso que eu queria falar...
* Bem, boas festas e feliz 2018 para vocês!
* Beijokas e até!

- Contato:
Ig e wattpad: mestizauthor
spotify: clarinhaobuti


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