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História Call me by my name - Capítulo único como a galáxia de Donghun;


Escrita por: yutch e catnoair

Notas do Autor


olá ~~

lune is back ya!
trazendo essa história para a minha amadinha nana (@dodogye)

espero que você goste! fiz com amor e carinho e amor.

boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo único como a galáxia de Donghun;



Lee Donghun vivia num dilema estranho (talvez fosse algo de família ser meio incomum), de que se ele ainda pudesse ver as estrelas no céu, ele seria ele mesmo (talvez fosse porque o coitado era um maldito cientista CDF que passava todo seu tempo enfurnado nos livros e nos astros distantes); pois ele nunca foi muito ligado a pessoas e quase sempre ignorava sentimentos que deveria ter.

Contudo, como o universo realmente odeia pessoas que o contradizem, havia uma pessoa mais brilhante que todos os corpos celestes que já viu. Ele se sentiu muito menos extraordinário pois tinha aquele pequenino pedaço do céu lhe encarando todas as manhãs.

Por ser meio solitário, o Lee se surpreendia todo dia quando acordava e se recordava de que conhecia Juna, aquela menina de longos fios loiros e um sorriso difícil de se arrancar, que morava na casa ao lado e que gostava de usufruir de seu quintal as quartas, apenas para ver as estrelas. A menina com aparência dócil tinha uma das línguas mais afiadas que já teve o prazer de escutar, além das mentes mais brilhantes e fascinantes que Donghun pôde presenciar.

Havia algo nela, talvez o jeito no qual amarrava seus fios rebeldes ou como batia palminhas quando se alegrava, que deixava o mais novo em êxtase. Era como se o mundo parasse para que ambos se divertissem juntos, cada um no seu quintal, observando a única coisa que lhes mantiam unidos.

Depois de algum tempo (muito menos do que o moreno se daria o trabalho de contar e muito mais do que ele poderia mensurar) Donghun adentrou o quintal de Juna. Foi numa tarde quente, quando tinha decidido sair de seu sofá e ir comprar sorvete, quando viu a garota sentada na grama, cavando com dificuldade um buraco na terra.

Cauteloso, ele se aproximou. Nunca havia estado tão perto da menina mesmo se conhecendo a meses, tinha receio, de a assustar assim como os pássaros do parque no qual caminhava. Juna o encarou, aqueles olhos lindos que deixavam o outro meio bobo, e depois pediu para se aproximar.

O primeiro passo foi difícil. O segundo ainda pior. O terceiro ele não se propôs a medir, mas valeu a pena. Quando entrou no quintal bonito da Park, ele viu a pequena sementinha que ela havia plantado, e sorriu.

— Não gosto muito de plantas. - argumentou a mais velha, em uma afronta ao outro, instigando-o a questionar o porquê. Ele o fez.

— Por que plantou uma?

— Somos muito preguiçosos para contar o tempo em que estamos juntos, vamos deixar essa árvore crescer. Quando ela completar quinze anos e fomos aqui regar ela, saberemos quanto tempo eu aguento esse seu mau humor! - gritou bem animada, rindo de um jeito gostoso que Donghun ouvia menos vezes do que queria. Juna pulou em seu pescoço, e a única coisa que ele pôde fazer foi segurá-la firme, não deixando ela cair.

Com o passar do tempo, Donghun parou de contar as estrelas pelo telescópio e passou a apreciar a beleza delas pelos olhos de Juna, que agora já não tinha seus fios loiros descendo pelos ombros largos e sim curtos em sua nuca, instigando as mãos ágeis e incontroláveis do mais novo para tocar ali, mesmo sem ter permissão. Ele não tocou, no fim das contas.

Ele agora já se sentava no gramado meio molhado pelo sereno do quintal da garota, podendo apreciar os detalhes em seu rosto e sentir seu calor mais de perto, sem precisar fantasiar e almejar tanto "estar mais com ela". Donghun podia sentir os dedos curiosos da mais velha dedilhando o instrumento que usava para saírem da órbita terrestre e entrar na sua própria, onde apenas os dois e as incontáveis estrelas estavam juntos.

Mas, diferente de Donghun que já havia se acostumado a viver em seu mundo longe dos humanos (quem precisa deles? Ele tinha as estrelas e Juna!), a garota ainda havia todas as preocupações que uma pessoa incomum tinha quando se vivia em um mundo sempre categorizado, etiquetado e preso no clássico conservador. Mas como o mais novo é o famoso "viajado na maionese", "no mundo da Lua", "mais perdido que cego em tiroteio", ele não se importou em ter seus moletons com o cheiro da menina, ou vê-la usando suas calças largar por aí, ele a achava bonita, Juna se achava bonita. Não haveria problema algum.

Naquele tempo, Donghun realmente acreditava que as coisas ficariam daquele jeito. Cuidando da árvore que não dava frutos ainda e da garota peculiar e a única moradora de seu sistema particular, vivendo sua vida de adolescente sem rumo e aspirante a cientista.

Contudo, de um dia pro outro (talvez mais, talvez menos, Donghun não contou) a garota lhe veio com mais perguntas, que não eram relacionadas a músicas tristes ou estrelas do céu.

—Conhece muitos rapazes? - a garota usava um conjunto de moletom seu, e comia sorvete direto do pote, mesmo estando no meio do inverno e o olhar julgador de Donghun lhe queimando. 

—Alguns, não tantos quanto eu deveria, eu acho, mas o bastante. - respondeu, se embolando por não estar preparado mentalmente para isso. Juna era a única que acabava com a mente do mais novo.

—Se importaria de ficar com um? 

—Não.

—Beijar um?

—Até onde eu sabia ficar com alguém envolve beijos. - Donghun recebeu um tapa pela ousadia, ele apenas riu.

—Seria amigo de um? 

Juna, eu não sou nenhum apreciador de homens mas sabe, eu não ligo de conviver com um, afinal eu tenho três irmãos e meu pai em casa. -respondeu, confuso. A garota parecia nervosa, ele queria saber o motivo.

—Se alguém que não era um garoto mas que nunca se sentiu bem sendo uma garota finalmente entender porque odiava vestidos e que ouvir "que moça bonita" era como se seus ouvidos sangrassem decidisse contar para seu solzinho que queria ser tratado diferente? - Até para Donghun que era um fã secreto de rappers mal pôde acompanhar a velocidade da fala da menina, seus olhos se perdendo um pouco na imagem ofegante de Juna.

—Alguém… trans? Um garoto transexual? Não me importaria, a vida é dele e não me afetaria de modo algum e não afetaria você, então estaria tudo bem. - respondeu, e a Park deu um de seus raros sorrisos. O Lee pensou se ela poderia ficar tão bela que os pintores do mundo todo viram vê-lá, ele pensou ss poderia levar para outro planeta.

—Eu sou um garoto, Hunnie. - O apelido antigo saiu dos lábios da outra. O mais novo não precisou de tanto tempo para entender, seu cérebro de quase cientista processando tudo com uma certa facilidade.

—Tudo bem. - disse, calmo o bastante para tranquilizá-lo. O rapaz a sua frente suspirou, como se o ar estivesse voltando aos seus pulmões e uma colher grande de sorvete entrou em sua boca. —Já escolheu um nome?

Outro sorriso brotou dos lábios vermelhos, Donghun anotou mentalmente que seus moletons iriam mesmo sumir de seu armário, não que e se importasse. 

Park JunHee, é ótimo te conhecer. - Estendeu a mão pequena, e Donghun a segurou, como sempre fez, como sempre faria.

Passou-se os anos (JunHee nunca lhe devolveu as suas roupas, mas pelo menos lhe dava conjuntos novos todo aniversário), pelo desejo do destino Donghun se formou no ensino médio e na faculdade (conseguindo seu maldito diploma sem nenhuma recuperação!) e viveu ao lado de JunHee tempo o bastante para regar a grande cerejeira que era vista a quadras de distância que floresceu junto dos dois jovens que agora já não trocavam mais mensagens na madrugada sobre o cosmo e sim beijos tímidos embaixo da árvore que contou mais a história deles do que os próprios protagonistas.

Então, quando Donghun e sua mente de um não-quase-cientista constatava que suas curvas retas, certas e concretas que traçou sua vida toda era abruptamente cortadas pelas confusas, desegoncadas e tortas de JunHee, ele já deixou-se cair nas artimanhas daquele que sempre foi e sempre seria seu garoto.


Notas Finais


capinha linda por @jayeboy!!


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