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História Callidore - A Aparição


Escrita por: shindou0

Notas do Autor


Demorei um pouco hoje porque trave na metade do capitulo... Tive que apagar umas 500 palavras por duas vezes antes de achar que o capitulo está aceitável.
Mil Abraços e Boa Leitura!

Capítulo 11 - A Aparição


12/07/2041 Noite/Madrugada


Todos estavam cansados após horas de investigação nas evidencias. A equipe trabalhava em um silêncio tenso. 

Olhares mortais de Lucian eram lançados de vez em quando para Ethan, que percebendo o incômodo do albino apenas sorria. Os dois estavam em mesas separadas, extraindo o máximo de informações das peças de roupa, sangue e amostras de solo.

- É um beco sem saída - Scorpius falou, sério - Dá para ver claramente que isso foi feito por magia, mas não há rastros de nenhum feitiço catalogado. Meu palpite é magia negra.

- Acho que é magia cinza - Guilherme falou, vendo todos o olhar em choque - Sei que isso é considerado extinto e nem é ensinado mais, mas vejam só o estado do corpo. Todos nós passamos a vida convivendo em um mundo pré e pós guerra, se fosse magia negra poderíamos identificar ao menos uma.

- Isso é verdade - Silver concordou, calmo - Se fosse magia negra, algum de nós saberia de algo.

- Não sei - James falou, parecendo descrente - Pode apenas ser alguém que criou feitiços ilegais novos. Pode ser magia branca ou negra, mas se for nova ninguém vai identificar.

- Não achei nenhum sinal de ocultação mágica - Rose deu de ombros, cansada - Tudo foi feito de forma simples e direta. Isso não é magia comum, é algo mais.

- Também não tem assinatura mágica, então não dá para rastrear - Hugo soltou, abraçando a irmã - Vamos continuar amanhã, todo mundo cansado não vai adiantar nada.

- Só notícias ruins - James suspirou, chateado - Meu relatório para o Kingstley vai ser uma folha em branco.

- James, tenha paciência - Lucian ralhou, muito chateado - Ninguém resolve um caso em um dia, sobrecarregar a equipe só vai atrasar o resultado! São três da manhã, vamos todos dormir, caramba!

- Você está agindo assim porquê? - Ethan respondeu, seco - Todos nós estamos cansados mas ninguém além de você está desrespeitando o Chefe da equipe.

- A conversa ainda não fez curva, Jones! - Lucian rosnou, furioso - Cala a boca, já não basta ter quase matado a gente ontem? Tá dando opinião em base de quê?

"Isso, Lucy! Põe esse merdinha no lugar dele!" - Chris soltou com tal animação que fez Lucian relaxar um pouco.

- Calma, gente - Guilherme pediu, vendo James vermelho de raiva e Jones tendo o braço seguro por Silver - Está todo mundo cansado e estressado, não vamos brigar...

A magia de Guilherme espalhou calma na sala, deixando todos mais contidos. Estava desejando que nenhuma faísca explodisse, seria bem pior se acontecesse. Sorriu e foi até Lucian, o abraçando.

- Calma, pequeno - sussurrou, carinhoso - Está tudo bem agora...

- Você se acha - Ethan respondeu, a voz tremendo de indignação - Mas não passa de um monstro!

- Ethan! - Silver e James gritaram, preocupados.

Lucian tinha erguido a mão, lançando Ethan longe. Sentiu Guilherme tocar seus ombros com firmeza, tentando acalmá-lo mas não conseguia ouvi-lo.

"Agora você sabe do que estou falando" - Cristian falou, indignado - "Seu 'melhor amigo' está tentando te controlar..."

- Cala a boca! - Lucian gritou, perdendo o foco - Ele não faria isso!

"Oh, sim, ele faria. Você sabe que faria, Lucy. Qualquer um deles faria até pior, todos trabalham para o ministério corrupto que te enfiou em..."

- Não diga esse nome - Lucian implorou, já no colo de Guilherme, que tentava tocá-lo com a própria magia enquanto sussurrava palavras calmantes - Por favor!

"Eu odeio te machucar, Lucy. Odeio e você sabe, mas está confiando em lacaios do mesmo ministério que o jogou em Azkaban após ter sido estuprado por aqueles monstros. Você tolera demais, fica tentando se encaixar entre eles..."

- Cala a boca - Lucian gemeu baixinho, afundando o rosto no peito de Guilherme. Se permitiu ser aninhado pelo amigo, chorando baixo.

- Chega, estou tirando ele daqui - Guilherme sibilou para Silver, que estava insistindo em levar Lucian para a enfermaria - Ele vai pra casa comigo, até amanhã.

Lançou um olhar feio para Ethan e saiu, furioso.

***********************************

Lucian foi deitado na cama, sendo abraçado por Guilherme. Aceitou o suporte que o amigo oferecia, apertando as mãos na blusa dele. Relaxou aos poucos, aliviado por não estar escutando Chris. 

- Lucy, fala comigo - Guilherme pediu, preocupado - Quero ajudar você, sabe disso não sabe?

- Ainda não estou pronto - Lucian gemeu baixinho - É sobre aquele lugar...

- Entendo - o castanho beijou a cabeça do albino - Mas não esqueça que estou aqui para você.

- Eu acredito - foi a resposta baixa - Tão cansado...

- Durma, pequeno - Guilherme pediu, puxando a coberta sobre eles - Vai ficar tudo bem.

O resto da madrugada passou em num borrão, ambos adormecidos profundamente. Lucian se mexeu por volta das cinco e meia, indo á cozinha.

"Lucy, me deixe explicar..." - Chris pediu, parecendo arrependido - "Por favor."

- Você me agrediu de graça - O albino respondeu, seco - Eu não quero saber, ok? Nós combinamos em não falar disso!

"Eu estou com medo, entende? Com medo de você se entregar nas mãos deles e acabar sendo traído de novo."

- Eu não quero saber - Lucian resmungou, amolecendo um pouco - Você foi cruel comigo.

"Me perdoe, por favor... Eu só queria te abrir os olhos e te proteger."

- Você parece um irmão irritante e sem noção, sabia? Tem que aprender a confiar em mim, no meu julgamento. Eu confio em você e sei que o mundo não é cor de rosa, me dá um crédito melhor.

"Vou manter isso em mente, eu juro. Você não vai se chatear assim comigo de novo, prometo."

- Ok - Lucian bebeu um copo de suco e voltou para o quarto, se deitando. Ia aproveitar para descansar, o dia seguinte seria bem puxado.


13/07/2041 - Dia


Guilherme estava acompanhando James, um pouco preocupado. Os dois estavam testando um tipo de rastreador mágico experimental que a equipe criara naquela manhã. Estavam na última cena conhecida, tentando recolher algum fragmento mágico que pertencesse ao justiceiro. 

- Vou mais á frente - James falou, com seu equipamento em mãos - Qualquer coisa, me chama.

- Ok, vou buscar atrás daquele paredão - Guilherme apontou para a construção a poucos metros.

- A cada cinco minutos, lançamos fagulhas verdes - James sugeriu, preocupado - Problemas, fagulhas vermelhas.

- Certo.

Rodear a construção não foi difícil, mas Guilherme engoliu em seco ao se ver diante de rastros de sangue fresco. Sabia que se disparasse fagulhas ali seria percebido, então apenas seguiu adiante com extremo cuidado. James viria atrás de si eventualmente, era só se manter seguro naqueles cinco minutos e ficaria bem.

Um gemido repleto de dor fez Guilherme arrepiar, espiando. Um corpo destroçado estava no chão, diante do Justiceiro Negro. 

Ligou o equipamento, que começou a captar magia cinza.

Observou os gestos suaves do Justiceiro, que ergueu a mão e fez o sangue flutuar, aderindo á pedra. Uma frase foi se escrevendo, mas naquela posição não dava para ver.

- Venha ler, sinto a sua curiosidade daqui - O Justiceiro falou, se virando na direção dele - Só mande as fagulhas verdes primeiro, não queremos ser interrompidos, não é?

Guilherme saiu de onde estava, lançando as fagulhas verdes para o alto. Seu equipamento estava no bolso, captando a magia do procurado.

- Você não é o que eu imaginei - Guilherme falou, cuidadoso - Imaginei alguém mais forte. Você deve ser quase frágil fisicamente.

- Obrigado - O Justiceiro olhou com tranquilidade - Mas você não quer falar do meu corpo, você quer saber mais sobre o que eu faço, correto?

- Sim, eu preciso saber - Guilherme respirou devagar, levemente embriagado pela magia do Justiceiro - Sua magia me parece tão tranquila...

Eu sou a Justiça - o mascarado explicou, veemente - Apenas estou limpando o mundo, Guilherme... Tirando os lobos do meio das ovelhas. Sabe que as ovelhas andam com medo nas ruas por causa dos lobos, eu só busco um futuro melhor para todos.

- Mas porquê não fazer isso de acordo com a lei? - Guilherme sugeriu, mantendo a calma - Não ia ser melhor?

- Você sabe que o ministério é corrupto - O mascarado deu de ombros - Eles iriam receber penas leves, se é que receberiam alguma pena... Sabe, o dinheiro é uma moeda de troca enorme.

- Eu meio que entendo - Guilherme engoliu em seco, olhando a parede.

* A punição desse lobo foi branda, pois não tive tempo para completa-la. Mas o consolo que levo aos inocentes é a garantia que as mãos desse lobo não tocarão nenhuma ovelha, nunca mais...

Inocentes, chamem por mim! *

- É cruel - Guilherme ofegou, vendo o corpo praticamente esmagado no chão, além de destroçado - É cruel demais...

Braços quentes envolveram o castanho por trás, e a cabeça do Justiceiro se apoiou nas costas dele. Guilherme não se retraiu, atordoado pela cena a frente e pela conversa estranha. A magia cinza inebriava a sua, em um convite mudo ao poder.

- Apenas imagine quem te fez mal no lugar dele... O que você sentiria, minha ovelha preciosa, se fossem aqueles Sonserinos? Se fosse Geovania em pedaços a seus pés, um presente meu... Pense. Nos encontraremos de novo.

O Justiceiro se afastou e aparatou, e apenas dois segundos depois James apareceu, indo até Guilherme.

**********************************

A comoção no Coliseu era enorme, os aurores em um desespero. Quando Guilherme e James chegaram, viram o salão de palestras destruído. 

- O que aconteceu aqui? - James perguntou, chocado.

- Por Merlin, venham conter seu cadete! - Lionel pediu, apertando um pano na testa ferida - Ele tá doido lá dentro!

Guilherme saiu correndo ao sentir a magia de Lucian vibrando de forma irada, sendo acompanhado por James. Ambos entraram na enorme arena de treinamento, se chocando com o que viram.

Lucian estava no chão, encolhido. Tremia e ao redor do corpo dele flutuavam vários pedaços de pedra, madeira e detritos de todo tipo, circulando velozmente. 

Á frente dele havia um Auror, um dos designados para Azkaban. O uniforme preto e os cabelos ruivos deixavam James e Guilherme saberem que aquele era Ian Stowker, o Carcereiro-Mor de Azkaban. Ian tinha uma expressão de pura diversão ao ver Lucian tão assustado, mesmo que não ousasse se aproximar por causa da magia irada e protetora que envolvia o albino.

- Você nunca vai fugir de mim, detento - Ian falou, continuando uma conversa iniciada antes deles chegarem - Eu sempre vou estar por perto...

- Vá embora! - Lucian soluçou, aflito - Me deixa em paz...

- Stowker! - James gritou, cheio de autoridade - Saia imediatamente daqui, anda!

A expressão de Ian se recompôs e ele obedeceu, vendo o olhar furioso de Guilherme sobre si. Cumprimentou James ao passar por ele, sussurrando baixinho:

- Ele tentou matar o cadete Jones - Explicou bem baixo - Aconteceu de eu ter vindo para te entregar um relatório, consegui impedir por pouco. Tem vários feridos, até mesmo o velho Lionel...

- Vá para o meu escritório, me espere lá. Vou ouvir todos vocês depois de conter Lucian.

Ian concordou com um aceno curto e saiu dali.

Guilherme se aproximou, passando pela tormenta ao redor de Lucian sem se ferir. Se ajoelhou e olhou nos olhos brancos, tocando o rosto dele gentilmente.

- Pode largar os detritos, Lucy... Estou aqui, você está seguro.

Um pequeno suspiro aliviado escapou dos lábios de Lucian, que se jogou em Guilherme e desmaiou, a magia descontrolada desaparecendo de imediato. Os detritos voltaram para onde foram arrancados e em segundos o Coliseu estava intacto.


Notas Finais


Teorias, perguntas e comentários alegram o autor e inspiram a lançar o próximo capitulo mais rápido...
Abraços!


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