1. Spirit Fanfics >
  2. Caminhos Cruzados >
  3. Capitulo V

História Caminhos Cruzados - Capitulo V


Escrita por: Yoniet

Capítulo 5 - Capitulo V


Jean

- Tem certeza que isso é normal pai? – Ouvi Elliot perguntando ao Pierre.

         O que ele queria dizer com normal? Essa dor dilacerante não tinha nada de normal. E por que seria algo normal para nós seres considerados pelo restante do mundo como anormais?

         - Po*** - Grito ao sentir como se meus ossos estivessem se quebrando.

         - Um só filho? Na minha transformação foram uns cem só desse que você gritou.

 Meu pai parecia estar se divertindo com a minha dor. Pierre também. Já Elliot, pela cara parecia ele estar se transformando e não eu.

Com o tempo as pontadas pelo meu corpo foram mais frequentes, porém eu já não sentia dor. Apenas um desconforto.

A primeira coisa que senti necessidade em fazer foi me ajoelhar e logo em seguida apoiar as minhas mãos no chão. Quando olhei para elas, pareciam que haviam triplicado o tamanho. Logo em seguida diminuíram um pouco enquanto tomavam a forma de uma pata. Conforme as mãos ganhavam formato, os pelos começavam a surgir. Os pelos de meu pai eram pretos e em algumas partes espalhadas pelo corpo os pelos eram cinzas. Já os de minha mãe, eram todos os tons de castanhos existentes.

Eu estava ansioso para saber quais seriam as minhas cores. As dores voltaram mais fortes, me fazendo curvar sobre o chão, de maneira que me senti obrigado a deitar. Meus braços pareciam não aguentar meu corpo. As dores agora focavam em minhas pernas e foram subindo até sentir uma última dor próxima a nuca.

- Pronto filho. Pode abrir os olhos. Já passou. – Consegui abrir meus olhos e olhei para o meu pai. Ele parecia diferente. Aliás, tudo ao meu redor parecia diferente.

Tentei me levantar. Meu corpo parecia pesar uma tonelada. Meu corpo! Céus! Apesar de já ter visto meu pai se transformar várias vezes, ver o meu corpo repleto de pelos era inacreditável. Com um impulso maior consegui me levantar, cambaleando, mas consegui.

- Pai? Porque Jean não tem os pelos da cor de Claude? Não deveria ser igual ao pai?

Ouvi nossos pais rirem.

- Nossos filhos tendem a ter as cores da família. – Meu pai começou a explicar. – A família toda de Camille possui pelos castanhos. Na minha, a maior parte dos homens possuem pelos pretos. Jean juntou as duas.

- Ah! Não acredito. – Meu pai foi interrompido pelo grito de Sophie. – Eu perdi a transformação!

Ela disse em tom choroso se aproximando de mim. Por um momento acreditei que ela teria medo. Mas não. Sophie tinha seus olhos brilhantes enquanto olhava para mim.

 - Preto, cinza, e castanho. – Ela mais falava para si do que para todos nós, enquanto me fazia carinho próximo a minha orelha. – Nada além do previsto.

Ela sorriu torto. Ela era linda com esse sorriso. E foi então que me toquei. Será que meu rosto ficaria vermelho enquanto estivesse como um lobo? Pois eu estava nu diante da garota por qual estava apaixonado!

–—˜™

Sophie

Novas emoções se misturam com as antigas quando Jean me abraça. Meu desejo é não sair desse abraço. Por outro lado, meu lado lógico me diz que quanto mais longe mais seguro é.

Mais uma vez naquela noite as lembranças do passado bagunçam minha mente. E pela enésima vez, não faço ideia de qual decisão tomar.

“Elfos não podem se misturar com outras raças e espécies...” As palavras da Mme. Durand que jamais foram esquecidas se misturam as que o meu pai sempre me dizia: “Não precisa fugir de Jean... O sentimento entre vocês é palpável...”.

Sinto que Jean se afasta de mim e não consigo encará-lo. Tenho medo do que irei encontrar em seu resto, e um medo maior de como irei reagir. No entanto, olhar em seus olhos é a primeira coisa que faço quando Jean segura meu queixo levantando meu rosto.

Ele disse que sentiu a minha falta. Eu quase morri por saber que havia decidido ficar longe dele e não poder procura-lo a todo instante. E o pior de tudo isso? É que todo esse tempo não diminuiu em nada o que sentimos um pelo outro. E eu ainda não sei se terei forças para viver as consequências do que estou prestes a permitir que aconteça. Só me resta fechar os olhos e deixar acontecer.

 

™–—˜

            Jean

Como senti falta do cheiro de Sophie. Nenhum dos elfos desse vilarejo cheira tão bem quanto ela. Sentia seu cheiro mesmo do outro lado do vilarejo. E estar abraçado agora com ela, despertava em mim todos os sentimentos e desejos que sentia e ainda sinto por ela.

Sempre tive Sophie ao meu lado. Sempre que a chamava ela estava pronta para me ouvir, para brincar, para brigar e para tudo o que fazíamos juntos. Não é um sentimento de posse ou de dependência. Talvez seja um pouco, porém era algo mais como necessidade.

Necessidade de compartilhar momentos, necessidade de compartilhar presença. Necessidade de sentir um ao outro, lado a lado. Poder tocar e a pessoa ser real.

E agora a minha Sophie estava aqui, diante de meus olhos, entre meus braços. Delicadamente faço com que ela olhe para mim outra vez. Percebo em seu olhar e na intensidade de seu cheiro que todo esse tempo longe de mim, não permitiu que ela deixasse de me amar, e gostaria muito que ela pudesse sentir o meu cheiro e compreendesse o quanto eu a amo.

Permito-me arriscar que dessa vez ela não irá fugir de mim. Assim vou me aproximando, sentindo mais o seu cheiro e também a sua respiração, que acelera a cada centímetro que me aproximo.

Ao fechar seus olhos, ela me dá o sinal de que permite que eu faça o que estou desejando desde o dia que soube que ela retornara. Sem perder mais tempo a beijo como se fosse a primeira vez que tocamos nossos lábios.

 

—–™˜

           

Sophie

Congelei quando os lábios de Jean tocaram os meus. Descongelei quando os senti quentes. As borboletas dentro de mim agora pareciam que iriam sair pela minha boca, o que não permiti, já que iriam interromper o beijo que eu queria e não queria que acontecesse. Como já aconteceu não o iria interromper.

Elas se agitaram mais quando abri passagem para que Jean pudesse intensificar o beijo, o que ele fez com muito sucesso me fazendo esquecer de festas, regras, perigos e borboletas.

Ao beijo e ao momento me entreguei, pousando minha mão em seu longo pescoço. Senti sua mão apertar um pouco minha cintura. O que isso significava? Não me lembro dele ter feito isso quando nos beijamos pela primeira vez há anos. Apesar de que no passado, aquilo não poderia se chamar beijo comparado com o atual.

A cada vez que interrompíamos os beijos para poder respirar, meus lábios gritavam por mais. Acho que Jean os ouvia, pois logo voltava a me beijar, com mais vontade do que anteriormente.

E em uma dessas vezes, ele me carregou pela cintura e em milésimos de segundos me vi deitada na cama e ele sobre mim ainda me beijando.

O medo e a insegurança começaram a dar indícios para logo em seguida desaparecem quando Jean iniciou uma sequência de beijos leves em meu pescoço. Era imprescindível que eu saísse dessa situação. Porém meu corpo dizia querer o contrário, mais beijos e mais toques desse lobo que eu amo tanto.

 

™˜—–



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...