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História Caminhos Cruzados (Gaara) - Empatia


Escrita por: Bixete_

Notas do Autor


Oieeee, ai gente, eu sei, eu disse que ia tentar postar amanhã, mas não deu, então vamos de hoje. É que tipo, eu tenho insônia então mano, é um inferno, pq você fica o dia inteiro cansado e não consegue dormir, mas teu cerebro fica tão lento que parece q ta dopado, sem falar da irritação, ai eu tava tentando terminar esse cap ontem e não tava indo, mas ai consegui dormir e agora consegui terminar haha.

Espero que gostem <3

Ele não ficou tão grande, mas acho que tem umas info importante

Capítulo 25 - Empatia


Fanfic / Fanfiction Caminhos Cruzados (Gaara) - Empatia

Ainda vestindo seu uniforme de Kage, Gaara coloca um avental verde-água com estampas de margaridas e veste duas luvas de borracha, se põe em frente a pia e liga a torneira.

– Avental bonito, combina com seus olhos – sorri Naomi ironicamente, ainda sentada à mesa, rodando um hashi entre os dedos.

– Não me olha assim, foi Temari quem comprou – diz o ruivo sem virar o rosto para realmente ver a reação da garota.

Ela oferece ajuda, mas ele nega dizendo que não era necessário. Desta forma, a garota fica entediada na mesa. Por mais que tivesse tentado começar uma conversa, o ninja apenas a respondeu com monossílabos e algumas onomatopeias de concordância. Naomi não entende o motivo dele estar mais calado que o comum, pelo o que conhecia do ruivo, apesar de não ter talento para puxar assunto, por vezes tentava dar continuidade à conversa fazendo algum comentário apropriado, mas desta vez nem isso ele estava instigado a fazer. Após mais algumas tentativas a morena desiste de tentar manter um conversa descente e anuncia que iria se retirar. Mas ao ouvir isto Gaara age diferente. Ele termina de enxugar a pia molhada e, ainda virado de costas diz:

– Espere, eu quero falar com você.

Em seguida o ruivo retira as luvas e as coloca dentro de um dos armários. Ele deixa a cozinha fazendo um sinal para que Naomi o seguisse e se senta no sofá. Por mais que o avental fosse um pouco constrangedor, o olhar que o ruivo lançara era tão intimidador que a garota não sabia como agir. Aqueles olhos semi-cerrados somado a postura ereta e as pernas bem posicionadas em frente ao corpo eram mais amedrontadores que as broncas de Temari.

Naomi sente seu coração acelerar e começa a ficar inquieta. O ruivo nada falou por cerca de cinco minutos e apenas manteve aquele olhar penetrante.

– O que foi? – a garota quase sussurra e desvia o olhar mais de uma vez, mas Gaara se mantem estático.

Ele fecha os olhos devagar e os abre novamente, e em seguida une a ponta de seus dedos em um quase triangulo.

– Primeiro, vou te ensinar uma regra básica de etiqueta. Você não deve simplesmente chegar à casa de alguém sem avisar. Por mais que a convidamos, ressaltamos que era para avisar que viria.

– É que... – a garota passa a mão pela cabeça nervosa e desvia o olhar. Ela acreditava que apenas o puxão de orelha de Temari havia sido o bastante, não imaginou que Gaara iria continuar com o sermão à sua maneira após todos se retirarem. O olhar do ruivo era tão amedrontador que Naomi realmente não estava sabendo como agir, por mais que tentasse disfarçar sabia que não ia ser difícil mentir para ele.

– Segundo – Gaara a corta e a viajante sente seu coração acelerar – não interrompa os outros. Você vai ouvir o que eu tenho à dizer. Você estava em Konoha, morando com o Naruto. Eu conheço o Naruto, então quero saber o que você disse a ele quando o informou que “viria” para Suna. Como eu o conheço há quatro anos, sei muito bem que ele jamais deixaria você viajar pelo deserto, sabendo dos riscos que iria assumir, no mínimo, ele nos comunicaria ou te traria aqui, e creio eu que você não tenha ido embora sem avisa-lo ou nem ao menos agradece-lo pela hospedagem. Então eu quero saber, para onde você disse que iria? Pois eu tenho certeza que não disse a ele que viria para cá. Ou você mentiu para ele, e se o fez quero saber o motivo, ou você mudou seu rumo, e também quero saber o motivo. Para onde você ia, de verdade?

Naomi sentiu aquilo como uma punhalada. Como ele havia chegado àquela conclusão em tão pouco tempo? Como conseguiu analisar a situação de tal forma que era impossível uma mentira planejada em cima da hora funcionar? Naomi sabia que não podia se referir a Kabuto, não por ter lealdade ao ninja, mas por saber que estaria colocando sua vida em um risco mais real que o deserto. Ela olha novamente para os olhos de Gaara e sente o corpo arrepiar e um frio ansioso tomar conta de sua corrente. A sua respiração acelera e ela respira profundamente, como se estivesse tentando se acalmar.

Até que a sua respiração se harmonizasse novamente foram gastos quase dez minutos, Gaara permanecia em silêncio, esperando a resposta. Seus olhos já não se encontravam mais com os do garoto, sempre que tentava focar em seu olhar, desviava-os rapidamente.

– Além do mais – continuou – você disse que veio pelo Norte. O Norte não é o caminho usual, ele é considerado uma rota alternativa. Se quisesse vir para cá seguindo a estrada que interliga Suna com Konoha, jamais teria seguido o Norte. E não apenas Naruto sabe disso, como também qualquer outra das vilas que você encontraria ao Sul. Você veio pela rota alternativa, muito provavelmente beirando a aldeia da Grama, Terra e Pássaro.  Então, para onde você realmente ia?

Ela fecha os olhos novamente e já estava óbvio que havia mentido há pouco. Não fora a “subestimação do deserto” que a fizera se arriscar, afinal, olhando pelo ponto de vista mais elaborado de Gaara, nem havia sentido ela ter proferido aquelas palavras.

– Tá bem. Eu não ia vir para cá – ela solta o ar acumulado em seus pulmões e abraçando os braços, inclina as costas, a apoiando no sofá.

– E para onde você ia? Por que mentiu?

– Eu ia voltar para a minha casa.

Se Gaara tivesse sobrancelhas teria as erguido naquele momento. A garota havia dito que era uma viajante e não tinha um lugar que pudesse chamar de lar, ou pais, mas agora estava dizendo que tinha uma casa. O ruivo consideraria aquilo mais uma mentira se não fosse os sinais corporais que revelavam que ela dizia a verdade, e sem dizer nada, ele a deixa continuar.

– Quando eu era pequena, papai me ensinou astrocartografia. Ele sempre me contava as lendas por trás dos astros, por isso eu sei dessas coisas. E uma noite ele me disse que se eu me perdesse era para seguir a sudoeste da constelação de sagitário – Gaara ouvia atencioso. Ele não fazia ideia dessas informações, achava que ela havia aprendido a história da constelação em uma viagem com alguma pessoa aleatória – mas como você sabe, conforme passam os meses, a Terra vai se movimentando, o céu muda e... não deu tempo dele terminar de me ensinar por completo – rapidamente ela limpa uma lágrima que havia brotado em seu olho esquerdo e escorria por seu rosto.

– Depois da morte dele e da minha mãe eu sumi por 10 anos, e não quero dizer o que aconteceu nesse tempo porque não importa. Quando consegui voltar, me deparei com um céu familiar e vi a constelação que não via há 10 anos, mas eu não sabia voltar para casa direito. Então fui até Konoha para fazer um mapa com base na astronomia, e consegui. Eu disse para Naruto que iria voltar para minha casa, mesmo sabendo que não teria ninguém lá para me receber. O meu plano não era vir para cá. Desculpa.

– Então o que houve que a fez mudar de rumo?

– Eu confiei na pessoa errada e me envolvi em uma briga. Nessa briga eu perdi o mapa. Eu ia voltar para Konoha com que cara? Além disso, o Naruto mal consegue se manter, eu não queria ficar sendo um peso na vida dele. Então decidi vir para cá, não vou ficar muito tempo. E na verdade, eu nem pedi para vocês me acolherem, Kankuro que me trouxe para cá. Eu só vou ficar aqui tempo o suficiente para refazer o meu mapa e acabar logo com esse inferno.

Naomi para de falar e leva uma das mãos até a boca, descascando os lábios com a unha. Gaara realmente não esperava por essa resposta. Ela parecia ser verdadeira e ele não sabia o que dizer em situações como essa, provavelmente um conselho semelhante ao de Naruto não iria dar certo e ele sinceramente sente um pouco de pena dela. Alguém ter caminhado tanto e se arriscado tanto apenas para ter a migalha de voltar para uma casa que não haveria ninguém para recebe-la, sem nem ao menos saber se a casa ainda existia depois desses 10 anos que ela se recusa a comentar.

– Por que mentiu? Nós poderíamos tê-la ajudado – o ruivo apenas conseguia pensar em como aquela mísera esperança era deprimente. Apesar de ter perguntado, ele sentia que o motivo de Naomi ter mentido era o peso psicológico de ter que se expressar em voz alta e expor as suas angústias íntimas. Afinal, em grande parte de sua vida (e até em alguns momentos presentes) ele sentiu um sentimento parecido, não sabia ao certo se fora tristeza, raiva ou desespero, mas essa a carga emocional que carregara por tantos anos o desmoldou completamente, aquilo fora tão horrível para si que ele sentiu-se culpado por te-la pressionado para que contasse algo que não se sentia confortável em falar. Mas como Kage, precisava saber quem eram as pessoas que frequentavam sua vila.

Naomi estava estática, até seu olhar era parado e sua respiração pausada. Parecia que havia desmaiado de olhos abertos, como se estivesse em estado catatônico. Ele se levanta do sofá e atravessando a mesa de centro, senta-se ao seu lado. Ao focar seu olhar no rosto congelado da menina, que apesar de sua aproximação, não havia demonstrado qualquer reação diferente, ele nota lágrimas alagando seus olhos e ela morde o lábio machucado. Em seguida fecha os olhos, deixando aquela gota escorrer.

– Eu não quero envolver vocês nos meus problemas – ela limpa o rosto e da um sorriso forçado – além disso, você é Kazekage, já tem coisa demais para se preocupar. Mas pode ficar tranquilo porque não é nada demais, são só umas confusões que eu me meto, mas logo as coisas se ajeitam – Gaara sente uma profunda empatia com o relato da menina e a abraça. Naomi fica surpresa com a ação e sua reação foi fechar os olhos novamente e soltar um longo suspiro, sem lágrimas. Por mais que não gostasse de ser tocado, ou que as pessoas o tocassem, ele sentia que aquele ato natural era o que ele gostaria se estivesse no lugar da menina, afinal, já passara por situações tão angustiantes quanto, e tudo que desejou naqueles momentos fora uma ação parecida, mas nunca houve ninguém que o fizesse.

O ruivo passa a mão pelo cabelo de Naomi e ela apoia a cabeça em seu ombro, abrindo um singelo sorriso.

– Obrigada – ela abre os olhos e os fecha novamente, mas desta vez com o sorriso aberto era um pouco maior e malicioso – gatinho bondoso – ela não o vê, mas sente a feição carrancuda em sua face voltar. A garota vira naquela pequena provocação uma forma de mudar o rumo da conversa, não queria continuar falando do assunto complicado que fora o trauma da morte dos pais e as ameaças que estava sofrendo por parte de Kabuto, talvez esta não tenha sido a melhor opção para tangenciar um tema, mas no momento, foi o que lhe veio à mente.

– Eu vou fingir que não ouvi isso – Gaara começa a relaxar os braços ao redor da menina e ela afasta a face de seu ombro – você tá muito magra – durante o abraço ele havia sentido os ossos das costas e dos ombros da menina, e não pode negar que aquilo era no mínimo agonizante. Ela claramente havia ficado com déficit de calorias após as ter gasto andando pela floresta e o deserto e se alimentado muito mal – Kankuro devia ter te levado pro hospital, não pra cá.

– Eu to bem, não vou morrer disso não – ele a encara sério e totalmente desacreditado, afinal, sabia que anemia somada com a desnutrição podiam sim complicar bastante a situação de uma pessoa e até leva-la a óbito em casos graves, mas ainda não era o estágio da amiga. Em seguida, se levanta do sofá e começa a desamarrar o avental enquanto caminhava para a cozinha, guardando-o em uma gaveta.

– Se quiser conversar – ele retorna à sala de estar e apaga a luz da cozinha – não sou bom com conselhos, mas posso te ouvir.

– Obrigada, mas eu to bem. O passado a gente deixa no passado.

Este era o seu jeito de superar os problemas, joga-los em um quarto e trancar a porta com uma chave que mudava a combinação a cada avançar do relógio. Não que fosse a forma correta e mais aconselhada por psicólogos de lidar com problemas, mas para Naomi tentar esquecer e desconversar tais assuntos, mesmo que ainda angustiantes, era melhor do que expô-los e ter que lidar com os mesmos da forma certa.

Gaara anuncia que iria se retirar e a garota o segue, os dois ficam em silêncio até a chegada nos quartos e se despedem com um “boa noite”. O quarto de hóspedes ficava no fim do corredor e assim que o adentra, Naomi se senta na cama, deixando a luz acesa.

 – Porra, ele acabou com a minha noite. Agora eu vou ficar aqui chorando em posição fetal – ela ri ironicamente, mas seu sorriso vai desaparecendo conforme pensamentos que causam incômodo retornam à sua mente – Aiai – ela suspira se dando conta que esta noite não iria conseguir deixar o passado no passado e durante esse fluxo de consciência as mesmas questões de 10 anos atrás tomam conta da sua mente – Aquela coisa... o que caralhas aconteceu aquele dia? O que era aquela coisa? Por que vocês conheciam aquela coisa? - ela sente o seu corpo estremecer e se deita com as costas viradas para a parede.


Notas Finais


E ai???? O que acharam???


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