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História Caminhos do Amor (Romance Lésbico) - Que a guerra comece!


Escrita por: bcosta03

Notas do Autor


Hey Amybetes,

Como vocês estão?

Eu adoro esse capítulo porque ele mostra tando da versatilidade da minha amada Amy que sempre que leio me sinto bem. Admiro muito ela. Então preparadas?

Boa leitura :)

Capítulo 45 - Que a guerra comece!


POV AMY

                Jaqueline Mansour, a ruiva alta de olhos verdes e corpo atlético estava a minha frente, impecável e elegante. A mulher estava sempre ligando para minha empresa tentando uma entrevista a qual eu incansavelmente negava. Não por ela, pois até que eu simpatizava com sua figura apesar de achá-la muito inconveniente, mas pela revista que ela representava. A The Famous News era a revista de fofocas mais popular do Brasil no momento. Sua sede matriz era Americana e nos tempos em que vivi por lá dei algumas entrevistas para Brian, que por sua vez era irmão de Jaqueline, porém fazer esse tipo de aparição nunca me agradou.

            Convivemos na Universidade de Havard por longos anos, mas nunca me misturei muito. Minha única amiga sempre fora Dani e com os outros era apenas eu mesma, ou seja, antissocial e prática. Mas cá estava eu, diante de Jaqueline que pouco havia mudado. Sentada na sala de reuniões de empresa que foi relativamente preparada para a entrevista, eu traçava mentalmente as minhas respostas. A missão era acabar com a arrogância de Sônia sem expor Isabel no processo. Por isso, precisava ativar meu eu mais arrogante o que era tarefa fácil quando Isabel, Ana ou Dani não estavam próximas a mim. A forte luz do holofote com um microfone na ponta me cegou por um instante e bufei com irritação para o jovem rapaz que o havia aproximado demais do meu rosto. Dani chamou uma excelente maquiadora que escondeu perfeitamente o vermelho que a cobra nojenta havia deixado em meu rosto. Mas ela teria o troco que merecia. E o pior de todos: ser exposta a sua tão hipócrita sociedade.

            - Está pronta linda?

Jaqueline indagou me tirando do transe, com aquele jeitinho atirado dela que procurei ignorar. A mulher cruzou as pernas longas com lentidão, deixando sua coxa torneada a mostra pela lasca de sua saia cinza. Ela sorriu, cinicamente, e retribui fingindo não perceber que a cruzada de pernas tinha terceiras e quartas intenções. Jaqueline era lésbica assumida e uma vez na festa da fraternidade ficou bêbada o bastante para subir na mesa e gritar bem alto que eu era gostosa e que iria me pegar até a formatura. Sim, ela havia pagado esse mico. E eu? Apenas lancei a ela um olhar frio, bebi minha cerveja e me retirei daquele pulgueiro que Dani me obrigou a ir. E ela? Bem, quanto mais ignorada foi, mas gamada ficou. Até que com o passar do tempo ela simplesmente me largou de mão para meu completo alívio. Não podia negar que Jaqueline me chamou atenção naquele tempo e que talvez, apenas talvez, eu teria experimentado com ela se eu tivesse paciência de aguentar adolescentes mimadas líderes de torcida. O que, obviamente, nunca foi o caso. Agora a mulher estava madura e bem-sucedida, diferente de suas amigas que acabaram todas grávidas dos jogadores de futebol vazios e bonitões. Ser lésbica tem suas vantagens não?

Ainda assim, apesar de se exibir descaradamente como se ainda fosse adolescente, tudo que eu queria de Jaqueline era aquela entrevista. Poderia ter chamado qualquer outra revista de fofoca e assim evitar cruzar com a mulher novamente, mas não tive escolha. Eu precisava dar a notícia para a mais famosa e a mais impactante. Eu queria o fim do noivado sendo falado em todos os cantos e para isso eu precisava de Jaqueline. Não havia ninguém melhor que ela para o serviço. Jaqueline havia oferecido de fazer um ‘live on’ (entrevista ao vivo) que estaria sendo transmitida no canal do You Tube, Twitter e Facebook da revista. Dani tentou me convencer de não fazer para que eu tivesse chance de editar algo e corresse menos riscos, mas me decidi que seria ao vivo. Sônia Velasquez se arrependeria do tapa que me deu. Se ela achava que eu era o tipo de mulher que deixava as coisas baratas estava redondamente enganada.

- Sim, estou pronta Stª Mansour. Disse ignorando a intimidade com a qual a mulher havia se dirigido a mim.

- Ora Amy, ainda não começamos, quanta formalidade comigo.

- Bem, se não se importa gostaria de fazer isso rápido. Ainda tenho duas reuniões importantes hoje.

Não tinha nenhuma reunião, mas mentir nesse caso não fazia mal.

- Sim, como quiser. Ela sorriu e deu ordens a todos para começarmos a tortura.

“Ok, todos prontos? Em suas posições! – Gritou o rapaz do microfone – Estaremos ao vivo em 3, 2, 1.... Gravando!!”

Jaqueline abriu um largo sorriso para a câmera, que focou nela enquanto iniciava as apresentações.

- Hoje no Live Famous News eu vou conversar com a mais promissora e talentosa empresária do ramo de vendas online, senhorita Amy Collins. Estamos aqui na matriz da AD-Online que vem se destacando no ramo empresarial a cada dia e Amy vai nos contar algumas novidades de sua carreira e vida pessoal. Seja Bem-Vinda ao nosso ‘Live Famous News’ de hoje e obrigada por nos receber Stª Collins.

- O prazer é todo meu Stª Mansour.

Sorri para a câmera que agora focava mim. Usava um vestido vermelho sangue que se moldava perfeitamente as minhas curvas, com um scarpin preto de salto alto nos pés. Meus cabelos estavam presos de um lado só e a maquiagem realçava meus olhos azuis. Obra de Dani, que modéstia à parte, havia me deixado muito sexy, o que claro mataria ainda mais Sônia e Tomas de raiva.

No início Jaqueline fez apenas algumas perguntas sobre negócios, novidades da empresa e como eu havia chegado tão rápido no topo do ranking de empresários do ano. Apesar de minha intenção com tudo isso ser outra, sabia que a entrevista teria bons frutos para empresa e que precisaria me acostumar com a ideia dos holofotes considerando o crescimento assustador que estávamos tendo este ano. Até que por fim, Jaqueline fez a pergunta que combinamos que ela faria e cuja resposta também seria surpresa para ela.

- Amy você vem sendo bem-sucedida nos negócios e não é nenhuma novidade o sucesso da sua empresa, no entanto, o assunto mais falado tem sido seu casamento com o também jovem empresário Tomas Velasquez. O noivado de vocês foi primeira capa de todas as revistas, inclusive da The Famous News. O que queremos saber é: vocês já marcaram a data?

Jaqueline sorriu, tranquilamente, pensando que o objetivo da minha entrevista era anunciar a data do meu casamento. Olhei fundo dos orbes verdes da mulher e depositei um sorriso irônico para câmera. Minhas mãos se cruzaram sobre meu joelho enquanto cruzava as pernas e elevei meu queixo extremamente contente com minha pose arrogante. Sabia que Sônia leria todas as entrelinhas dos meus gestos e por isso fiz questão de cada mínimo detalhe.

- Bem, Stª Mansour, na verdade não.

- E não pretender marcar? A mulher questionou sorrindo para mim.

- Não, porque não haverá mais casamento.

Jaqueline arregalou os olhos, extremamente perdida com aquela informação. A mulher engoliu em seco parecendo pensar no que havia acabado de ouvir, mas logo se recuperou e respirei fundo esperando as perguntas.

- Como disse? Você e Tomaz Velasques terminaram o noivado? Ou apenas adiaram o casamento?

- O Senhor Velasquez e eu não estamos mais juntos. Não haverá mais casamento.

- Isso realmente é uma notícia bombástica Stª Collins. Pode nos contar o que aconteceu?

Olhei para a mulher da maneira mais calma e fria possível e depois sorri cinicamente.

- Apenas nos demos conta que seria um erro.

- Foi um rompimento amigável?

- Bem, não quero entrar em detalhes Stª Mansour, mas posso dizer que foi menos do que eu gostaria.

- Entendo – a mulher olhou para baixo meio perdida. - E a Senhorita Aguillar? Como reagiu?

             Por um instante meu corpo enrijeceu. O nome de Isabel havia surgido na entrevista e meu coração acelerou por completo. Mantive minha postura fria, tentando não transparecer as emoções que me corroeram. Precisava ser precisa nas respostas para que ela não fosse exposta e principalmente para que Sônia não percebesse nada. Respirei fundo e encarei Jaqueline com um sorriso de canto antes de responder.

                       POV ISABEL

            Meu coração batia freneticamente. Amy estava dando uma entrevista para The Famous News, ao vivo, e meus olhos estavam vidrados na tela do meu computador. Ela estava deslumbrante. Sexy e fatal. Meu corpo estremeceu com a visão de seu corpo, seu olhar arrogante e presunçoso que me faziam ferver. Amy era muito mais que aquela empresária fria que aparentava ser. Ela era doce, romântica e fodidamente maravilhosa. Sorri enquanto a mulher falava de negócios, admirando como ela era extremamente capaz no que fazia. Meus pensamentos voaram ao porque daquilo tudo. Não me parecia algo programado a tempos. Não que Amy tivesse obrigação de me contar nada sobre sua rotina, nem namoradas éramos e Deus sabe se um dia seríamos, mas pelo pouco que percebi de seu jeito nos negócios ela era o tipo de empresária que detestava exposições e entrevistas. Era difícil ver uma foto sua em alguma matéria, geralmente eram apenas textos, e agora ela estava impecável dando uma entrevista ao vivo para Jaqueline Mansour. Meus olhos estreitaram algumas vezes e tive vontade de puxar os cabelos ruivos daquela repórter pela tela do notebook. Era perceptível os olhares que vira e mexe, a mulher lançava para as coxas expostas de Amy. Algo discreto e rápido, mas que não passava desapercebido por mim. Se tem uma coisa que eu sabia fazer era observar os outros e Jaqueline era figura conhecida de muitos carnavais.

Meus pensamentos foram interrompidos quando a repórter perguntou sobre o noivado. O coração disparou ainda mais e minha boca ficou seca. Como um estalo entendi que talvez Amy tivesse propositado tudo aquilo. E se ela fez isso era por causa de Sônia. A mulher me ligou de manhã cedo, cuspindo fogo pelas ventas, maldizendo Amy sem piedade. Respirei fundo controlando minha enorme vontade de mandar ela para aquele lugar e exigir que ela lavasse a boca antes de falar da morena, mas eu não tinha esse direito. Mas ainda, não podia fazer nada. Se Sônia desconfiasse do meu envolvimento com Amy as coisas piorariam de uma forma inexplicável.

Então, Amy disse com todas as letras que o noivado havia terminado. Minha boca abriu em espanto assim como a de Jaqueline, mas por uma razão diferente. Enquanto a mulher não fazia ideia da notícia eu não esperava que Amy tivesse tamanha coragem e segurança. Ela desafiava Sônia sem medo e isso só me fazia ficar mais encantada por ela. Amy era imprevisível. Sempre. E eu adorava isso.

Jaqueline então tocou no meu nome e suspirei fundo puxando o ar que me faltava nos pulmões. O que ela iria dizer? O que iria fazer? Tinha certeza que ela seria imparcial, mas ao mesmo tempo sabia que dependendo de sua frieza em responder aquilo me impactaria mesmo que sem dever. Estar apaixonada por Amy era complexo e tínhamos muita coisa entre nós. O pensamento de que talvez nunca ficássemos realmente juntas me assombrava e me incomodava até mais do que eu gostaria.

- Entendo – Jaqueline olhou para baixo meio perdida e depois encarou Amy novamente - E a Senhorita Aguillar? Como reagiu?

Amy deu uma leve pausa e meu coração estava disparado. Ela olhou Jaqueline uns instantes mantendo a expressão séria e depois encarou a câmera. Por um momento, foquei em seus olhos azuis que brilhavam em um tom claro e calmo, mas pareciam me fitar pela tela. Eu estava ficando louca e imaginando coisas, só pode.

            - Não entendo o porquê da pergunta. A Stª Aguillar era apenas a organizadora de meu casamento.

            Amy disse calmamente e por mais que eu soubesse que ela estava me protegendo, no fundo aquilo me incomodava um pouco. E eu sabia que estava sendo tremendamente injusta e imatura em sentir isso, mas não é como se eu pudesse controlar. A paixão é um sentimento egoísta e ilógico, muitas vezes.

            - Mas vocês pareciam estar mantendo uma relação de amizade. Ela deu alguma opinião sobre isso?

            - Como disse a Stª Aguillar era apenas minha organizadora. Não existe motivo para que ela dê opinião em algo que não a diz respeito.

            Jaqueline arqueou uma das sobrancelhas e suas bochechas coraram, assim como as minhas. Amy estava fria como gelo e praticamente deu uma tapa seca na cara da repórter. Meu coração agora estava angustiado. Ela realmente sentia aquilo? Ou era apenas disfarce? Senti uma pontada de tristeza.

            - Então vocês não são amigas? Jaqueline insistiu.

            - Nossa relação era estritamente profissional Stª Mansour, mas devo dizer que a Stª Aguillar é uma ótima organizadora e faz jus à fama que possui.

            Os olhos de Amy brilharam novamente e por um instante seu elogio me fez dar um leve sorriso diante do incomodo de ouvir que não éramos amigas. Minha mente gritava que Amy estava apenas me protegendo, mas meu coração queria que ela gritasse aos quatro ventos que éramos amigas ou talvez que éramos mais que isso. Me sentia a pessoa mais idiota do mundo. Porque ficamos idiotas quando estamos apaixonados?

            A entrevista correu por mais algum tempo até que Jaqueline cumprimentou Amy e encerrou. O vídeo já rodava em todos os lugares e os comentários não paravam. Suspirei fundo e fechei a tela do Notebook. Minha cabeça fervia e doía. Avisei minha secretária que iria embora e pedi que transferisse meus compromissos para o dia seguinte. Tudo que eu precisava era pensar um pouco e me livrar desse sentimento incomodo que insistia em me consumir.

           

            POV AMY

            Finalmente a entrevista havia acabado. Jaqueline conversava com alguns da equipe que levavam seus equipamentos para fora da sala até que se dirigiu a mim novamente.

            - Você sempre me surpreendendo Amy! Podia ter me dito que ia anunciar o fim do noivado. Me pouparia um desconcerto. Foi difícil pensar no que dizer na hora do choque.

            - Ora Mansour, você está acostumada com isso. E prefiro as surpresas. Sorri amarelo e a mulher retribuiu com um sorriso malicioso que tratei de ignorar.

            - Já que está descompromissada poderia tomar um café comigo qualquer dia.... Ela disse com quintas intenções em seu tom de voz e arqueei uma sobrancelha incrédula com sua cara de pau.

            - Você não muda mesmo, não é? Ainda não esqueceu a dor de cotovelo da faculdade? Você não precisa disso Mansour. Poupe-me e poupe-se.

            - Sempre fria e objetiva Stª Collins. E o pior é que eu sempre gostei disso.

            Jaqueline levou a mão até a ponta de meu cabelo e arrastou seus dedos até o final das pontas lisas que caiam por meu ombro, soltando-as em seguida. Seu olhar era pura malícia e o atrevimento da mulher me deixou sem ação. Por um momento pensei no porque que as pessoas gostam de serem maltratadas? Era por isso que eu não me relacionava. A futilidade era algo que me sempre me irritou. Dani entrou na sala, para meu alívio, e provavelmente viu quando a mulher segurou meu cabelo e me comeu com os olhos.

            - Você continua o mesmo urubu de sempre né Mansour?

            Jaqueline revirou os olhos e bufou para Dani.

            - E você a mesma inconveniente! Não acredito que continua grudada em Amy até hoje!

            - Pois pode acreditar meu bem. Sou a melhor amiga dela e diretora desta empresa. Mas você já sabe disso, não é? Agora se nos der licença tenho assuntos importantes para tratar com minha sócia.

            Jaqueline fuzilou Dani com o olhar. Elas sempre foram inimigas na faculdade. Dani sempre me protegeu das investidas da mulher e de suas ladainhas. Nada havia mudado. Sorri com o canto da boca vendo minha amiga me defender como nos velhos tempos.

            - Amy obrigada pela entrevista. Já está bombando, devo dizer. E o convite para o café está de pé ou jantar se preferir.

            A ruiva piscou para mim, que retribui com outro sorriso amarelo apenas para não revirar os olhos. Dani cruzou os braços querendo tirar a mulher a tapas dali.

            - Por nada Mansour. Obrigada por vir tão depressa.

            A ruiva sorriu mais uma vez e saiu rebolando da sala. Dani bufou e revirou os olhos enquanto eu ria dela.

            - Está rindo de quê hein?

            - De você me defendendo como na época da faculdade. Confesso que me bateu aquela nostalgia boa.

            - Escuta aqui Collins, se você aceitar tomar café com essa piriguete e cair na lábia dela eu juro que viro lésbica e roubo a Isabel de você! E você sabe que faço isso!

            Dani tinha o dedo em riste para mim e eu gargalhei tão alto que a tensão da entrevista foi embora na mesma hora. Minha amiga ainda me fuzilava, não achando a menor graça em meu riso, e resolvi me explicar antes que ela me matasse.

            - Relaxa Dan! Acha mesmo que vou dar bola pra Mansour? Você sabe que estou apaixonada pela Isabel.

            - Então trate de não deixar essa daí criar asas! Eu vi ela se oferecendo e pegando no seu cabelo.

            - Oferecida ela sempre foi. Só está mais sem vergonha.

            - E você mais frouxa!

            - Ei pera lá, eu só dei cortes nela hoje! Não seja injusta!

            - Está avisada Collins! Se der corda para ela eu roubo a Isabel de você!

            - Você não é nem louca! Isabel é minha! E desde quando você defende tanto minha loira hein?

            - Desde quando ela fez por você o que ninguém mais fez! Ela quebrou seus muros e isso só eu e Ana, que nem conta por ser sua irmã, conseguimos até hoje. Isabel é especial. Gosto dela. Trate de ser boa para ela Amy. Sou sua amiga mais sou justa! Não vou passar a mão na sua cabeça.

            - Ok, ok! Não se preocupe com isso. Se tem uma coisa que eu quero é ser boa para Isabel. Sorri lembrando de seus olhos verdes e doces.

            - Então devia começar agora!

            - Porque?

            - Como porquê? Ela deve estar confusa depois dessa entrevista. Você só disse coisas frias e nem a amizade de vocês foi assumida.

            - Foi necessário Dan.... Não posso correr o risco de Sônia desconfiar do nosso envolvimento. Isso seria muito prejudicial a imagem de Isabel e o que menos quero é que ela saia ferida em uma guerra que é minha.

            - Você sabe disso, mas será que ela sabe?

            Dani estava certa. Isabel nem sequer soube que eu daria a entrevista. Foi tudo tão rápido que nem tive tempo de avisá-la. Minha intenção era protege-la, mas talvez ela tivesse uma impressão errada. Meu coração se angustiou com o pensamento. Liguei para seu celular que deu caixa postal.

            - Está desligado o celular dela.... Arqueei a sobrancelha preocupada.

            - Tenta o escritório. Dani sugeriu e não pensei duas vezes. Disquei o número e a secretaria prontamente atendeu, dizendo que Isabel já havia ido embora.

            - A secretária disse que ela foi embora. Será que foi para casa?

            - Quer um conselho? Vai até lá! Não deixa ela ficar pensando besteira Am. Aproveita que você está gostosa nesse vestido e usa isso ao seu favor.

            - Dan! Ri dando um tapa no seu ombro.

            - O quê? Você está mesmo! Vai lá e joga a Isabel na parede! Mulher adora essas coisas.

            - Adora é? Desde quando você entende de mulher? Provoquei.

            - Idiota! Dani me deu um tapa e gargalhei de novo – Vai logo! Some! Eu cuido das coisas por aqui.

            - Sim senhora. Prestei continência em brincadeira e Dani riu.  

            Sai ao encontro de Isabel. Se ela estava chateada com a entrevista só precisava fazer com que se sentisse especial. E eu já sabia como faria isso.

 

            POV NARRADOR

            No último andar do enorme prédio da empresa dos Velasquez, Sônia arremessou seu copo de uísque com força na parede, fazendo o copo se estilhaçar em mil pedaços. Tomas arregalou os olhos diante da atitude da mãe. O rapaz tentou se aproximar, mas a mãe estava possuída pela raiva. Havia acabado de ver a entrevista da mulher que sempre detestou e engoliu apenas para satisfazer o capricho do filho. Sônia não acreditava em amor. Sua única crença era em dinheiro e poder, e bem ou mal, Amy tinha uma importância na sociedade. E foi esse o principal motivo dela aceitar aquela união que nunca a agradou.

            Se arrependimento matasse ela certamente estaria morta. Agora toda sociedade sabia do fim do noivado e o pior a mulher que detestava havia saído por cima. Qualquer coisa que Tomas dissesse soaria como uma tentativa vergonhosa de reverter a situação e isso seria humilhante demais. O que ela precisava fazer era achar o verdadeiro motivo daquele rompimento. Nada tirava da cabeça de Sônia que havia algo a mais. Algo que Amy brilhantemente conseguiu esconder dela naquela entrevista.

            - Você é um imprestável, Tomas! Eu sempre te disse que essa vigarista ia nos trazer problemas. Agora todos vão falar de nós! Nos taxar de trouxas!

            - Está exagerando mamãe! Eu também estou com raiva, mas Amy não me expos negativamente!

            - Cala a boca! Além de imprestável é burro? Não vê que ela saiu por cima? Te deixou como culpado? Todos devem estar pensando que você é corno! Meu Deus, que humilhação! Eu não mereço esse desgosto!

            - Calma mamãe.... Logo todo mundo esquece e eu vou reconquistar Amy. Pode escrever!

            - Reconquistar?! Está louco?!

            - Ninguém nunca me recusou! Ela não será a primeira! Ainda vou me casar com Amy! Pode escrever!

            - Me poupe de seu orgulho masculino, Tomas! Só me importa a imagem de nossa família! Se essa vigarista acha que vai nos humilhar está muito enganada. Eu vou descobrir o mistério por trás desse término ou não me chamo Sônia Velasquez. E quando eu descobrir sou eu quem vai expor essa vigarista para toda mídia!

            A mulher discou para a secretária e seu olhar era repleto de ódio. Tomas fitou a mãe sem reconhece-la. Por um momento, temeu por Amy. O rapaz estava com raiva e com o orgulho ferido, mas profundamente arrependido de ter sido violento. Seu orgulho impediu que ele fosse pedir desculpas, mas estava disposto a reconquistar Amy do jeito certo. Suspirou sabendo que talvez fosse impossível. Sabendo que não poderia ir contra a mãe e sua única alternativa seria tentar convence-la.

            - O que vai fazer mamãe?

            A mulher fez um sinal com a mão para que ele se calasse e prontamente falou com a secretária pelo telefone.

            - Quero que chame Oscar imediatamente!

            Oscar era seu segurança e braço direito. Cúmplice de todas as maldades da mulher. Tomas nunca gostou do homem.

            - O que Oscar tem a ver com isso mamãe? Eu não permito que você machuque Amy!

            - Cala a boca! Não diga asneiras! Não vou machucar ninguém! Apenas vou usá-lo para cavar.

            - Cavar?! O rapaz levantou em solavanco soando frio, temendo que a mãe fosse matar a noiva e enterrá-la numa cova funda – Cavar para quê? Mamãe você não vai mat...

            - SERÁ POSSÍVEL QUE VOCÊ É TÃO IDIOTA ASSIM? A mulher gritou raivosa fazendo Tomas sentar na cadeira desconcertado.

            - Não vou matar ninguém! Oscar vai apenas descobrir o que está por trás disso tudo! E tenho uma ligeira intuição de por onde começar. Se é guerra que ela quer, é guerra que ela vai ter!


Notas Finais


E aí como estamos?

Essa guerra promete! E me contem uma coisa, se tivessem um crush seria Amy ou Isabel?
É eu sei que é difícil escolher, mas sou má e curiosa de vez em quando hehehe

Beijos e até o próximo!


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