História Caminhos entrelaçados - NaruHina - Cap.31- Âncora

 Seus olhos focavam no teto, o via embasado, normal. Suspirou ao ouvir passos no corredor e sentir Hanabi de aproximar. Não demorou para a porta ser aberta e a caçula entrar animada, indo logo em direção as cortinas do quarto. A luz entrou a Karin fechou os olhos.

-Papai está te esperando lá em baixo!.-

Abriu apenas um olho e a viu saindo do quarto, estranhou ela não ter se jogado em cima de si. Resmungou se perguntou se tinha feito algo. Pegou seus óculos de cima da mesinha e calçou suas sandálias, olhou a hora no relógio do seu quarto e suspirou, já eram 7horas da manhã, a segunda prova começaria as 9h30min...

Desceu os lance de escadas e não os viu na sala, foi até a sala de jantar e lá estavam eles na mesa. Estranhou ver Hizoka ali, mas não disse nada.

-Bom dia, desculpe a demora!.- se sentou ao lado de Hanabi após o mais velho assentir.

-Hoje é o seu segundo teste, o mais importante, creio que não tenho que lhe lembrar disso não é?.- não chegou nem a prova o chá e Hiashi já lhe dava uma bronca.

-Eu perdi a hora...- murmurou sem jeito.

-Prefiro acreditar nisso! Pois seria decepcionante saber que está desistindo!.-

-NÃO ESTOU DESISTINDO!.- Falou em um tom alto e olhando nos olhos dele.

Pediu desculpas ao vê que tinha alterado a voz, abaixou a cabeça murmurando está nervosa.

-Tudo bem!.- Hanabi tocou em seu ombro, a olhou de canto e ela tinha um sorriso.

-Apenas tenha calma, Karin!.- o mais velho se levantou -Venha comigo, vamos até minha sala!.-

Ele saiu na frente e Hanabi logo a mandou seguir ele, assim fez. A porta do escritório qual aquele homem passa boa parte do dia estava pela primeira vez aberta para si. Entrou e ele estava a poucos passos a sua frente com uma caixa em mãos.

-Aqui, isso é para você!.-

Pegou incerta e logo abriu, era um bracelete daqueles que os Jounin usam para dizer de qual clã e patente são. Seus olhos logo se encheram de lágrimas ao ver que dois brasão estavam bordados ali.

-Merda!.- resmungou chorando -Meus olhos estão inflamados!.- Mentiu.

-Não é um bracelete que vai dizer que você faz parte do nosso clã, quero que saiba que é da família, dessa casa.- O tom de voz dele era o de sempre, calmo, sério -Assim que o resultado sair e você se torna Jounin, sua vigia terminar. Não vamos mais precisar ficar de olho em você!.-

-Droga, está me colocando para fora é?.- ele sabia, era um daqueles comentário “ engraçados” dela.

-A porta da minha casa sempre estará aberta!.-

-E... E se eu quiser ficar?.- levantou seu olhar para ele -Eu posso?.-

Ele não disse nada, apenas uma confirmação com a cabeça e um leve sorriso de lado. Isso bastou para Karin sorrir e sem nem pensar abraçar aquele homem sério a sua frente. Hiashi foi pego de surpresa, não sabia muito bem retribuir abraços e então não sabia bem o que fazer. Ficou parado feito estátua e com sua mão deu leves tapinhas nas costas da ruiva que riu entre as lágrimas.

-Você não sabe nem abraça, que coisa horrorosa!.- disse divertida e ele revirou os olhos.

-Não seja mal educada, Karin!.- brigou com ela, a fazendo ri, ainda sendo abraçado.

No corredor, olhando pela brecha estava Hizoka e Hanabi que riam do jeito do líder. E claro, muito feliz por Karin não querer ir embora do distrito, os dois sentiriam muito a falta dela.

∆∆

-Isso aqui tá uma grande merda gigante!.- Shikamaru comentou após junto com kakashi e Hinata adentrarem o distrito Uchiha, ou o que restou dele.

Estava realmente tudo horrível, as casas estavam quebradas, haviam entulhos pelas ruas e tudo fedia a mofo. Kakashi nunca gostou de entrar ali, então, de certa forma estava sendo difícil. Respirou fundo e continuou.

-É, ele realmente está na última casa!.- Desativou o Byakugan -Já está nós esperando!.-

Nada mais precisou ser dito, os dois atrás do Hokage trocaram olhares e gestos com os dedos. Códigos para saberem o que fazer. Hinata deu sinal para os ANBUs após confirmar tudo com o amigo, os ninjas entenderam e logo estavam nas posições mandadas. Se algo acontece, eles formariam uma barreira. Não podiam ter outro escândalo no meio da cidade, isso chamaria muita atenção e claro, colocaria Konoha em uma situação complicada. Tudo seria abafado, como tem que ser.

Há casa em que Sasuke estava era a pior de todas, não se podia nem chamar de casa aquilo. Era só madeira velha em cima de madeira velha. Kakashi foi o primeiro a entrar, sendo logo seguido pelos dois assessores. O cheiro lá dentro era horrível, e mesmo estando dia quase nada se podia vê ali.

Havia um único móvel “ conservado” no meio da sala, um sofá velho. Se aproximaram e deram a volta, ele estava ali, deitado.

Achou que teria escrúpulos para o vê abandonado, mas a verdade foi que teve que se conter. Não era o antigo sensei dele, estava ali como Hokage e agiria como tal. Levou alguns segundos para se recompor e finalmente poder falar.

-Bebida? Você não tem cara de quem se dá bem com o álcool!.- chutou algumas garrafas, ou resto delas.

Não obteve resposta, Sasuke continuou mudo, deitado, de olhos fechados.

-Deu para brigar na rua agora?.- comentou após vê os hematomas no rosto dele -Seus inimigos já foram de níveis mais alto, Sasuke!.-

Ele sabia, ela só tocar no ego. O Uchiha logo abriu um dos olhos para olhar feio para Kakashi que riu.

-Previsível!.- piscou

-Oque você quer, Hokage?.- voltou a fechar os olhos -Eu estou de férias, então, por favor se retire!.- disse sarcástico.

-Hum, que bom que está aproveitando as férias que lhe dei. Isso de fato é muito bom!.- kakashi sabia ser enjoado quando queria -Mas uma pena que férias tem prazo, não é? Eu sempre choro quando as minhas terminam!.- lamentou -Assim como as minhas tem fim, a sua também teve. Ela acaba hoje, Sasuke. Você está de volta!.-

Levou alguns segundos para a fixa do Uchiha cair e um lance de lucidez passar sobre sua cabeça. Missões, sair da vila, caçar bandidos. Isso seria ótimo, rapidamente estava sentado no sofá, olhando com atenção para o grisalho que já esperava essa reação.

-É disso que eu gosto, vontade de trabalhar!.- brincou e Shikamaru revirou os olhos, sabendo que agora era a hora problemática

-Qual é a missão?.- perguntou já estendendo a mão, esperando receber o pergaminho.

-Hinata, dê a ele!.-

A Hyuuga se aproximou e entregou ao Uchiha o pergaminho, ele abriu com pressa.

-Já falamos dessa missão, mas como você saiu com pressa naquela dia nem tive tempo de explicar nada!.- pós as mãos no bolso -São uns dos melhores alunos desse ano!.- comentou orgulhoso.

O Uchiha se levantou e sem nem se importa deixou o pergaminho escorrer por seus dedos e ir ao chão. Não disse nada, apenas caminhou na direção do outro cômodo, a cozinha.

-Vou não fazer isso!.- disse enquanto andava.

-Não existe o “não” aqui.- kakashi estava sério -O time é seu e pronto!.-

-Eu não vou gastar meu tempo com crianças que não sabem nem segurar um Kunai!.- voltou da cozinha com a garrafa de bebida -Me de um time da ANBU!.-

Uma risada foi ouvido e não foi a do Hokage, Shikamaru foi quem riu.

-Claro, vamos sim dá uma patente de elite para um doido, com certeza!.- negava com a cabeça rindo do quanto ridículo aquilo era.

Sasuke o ignorou, focando apenas em Kakashi.

-É algo impossível, pelo menos por hora, você sabe!.-

Se sentou no sofá e abriu a garrafa de bebida, ingerindo o líquido quente pela boca. Sua feição de ardência e dor fez o grisalho suspirar, não conseguia. Bastou um olhar e a dupla entendeu, saíram da casa os deixando a sós para conversar. Ele agora não era mais o Hokage.

Foi até a cozinha onde achou o resto de uma cadeira a levou para sala onde se sentou, ficando de frente para seu aluno.

-O que houve?.-

Foi como se aquela pergunta fosse o gatilho para os sentimentos de Sasuke. Ele arremessou a garrafa na parede e gritou, dando socos no sofá que estalou pela força. Kakashi o olhava, calmo, sabendo que ele falaria.

-Eu estraguei tudo!.- confessou olhando para o chão -Ela... Dessa vez ela não me perdoou!.-

-Você sabia, não sabia?.- Kakashi começou -Essa hora chegaria, Sakura cansaria dos seus pecados um dia!.-

De cabeça baixa suas lágrimas foram ao chão mesmo estando de olhos fechados, se jogou no chão de joelhos e chorando apoiou sua cabaça nas pernas de Kakashi onde chorou mais inda.

-Eu a perdi!.- disse entre os soluços.

O grisalho apenas o deixou chorar, suas mãos involuntariamente foram até os fios negros onde os afogou. Era um pai consolando o filho, era simplesmente isso.

Quando o choro cessou e os soluços pararam, Sasuke continuou ali, apoiado nas pernas do Hokage, olhando para o nada enquanto ele ainda fazia carinho em seus cabelos.

-Eu ouvir ela rezando para algum deus a fazer me esquecer!.- sua voz era carregada de pesar -Eu ouvir, esse deus fez com que eu ouvisse, então eu vou a deixar em paz. Não posso mais a fazer sofre!.-

-Uma decisão madura da sua parte!.- Kakashi continuou -Foi algo grave?.-

-Sim!.-

-Envolvendo a Karin, não foi?.-

-Sim!.- havia demorado um pouco, mas respondeu.

-Vai por na mesa?.-

Há resposta não veio, Sasuke continuou calado apoiado em sua perna. Suspirou, ele era sempre tão difícil.

-Eu sei que você ama ela, sei também que não desistiria assim, não depois de todo o tempo que tiveram juntos, sei também que está fazendo a coisa certa. Vocês se amam, eu sei, mas falta muito coisa entre vocês dois, certa coisas que nem o tempo pode construir!.- Sasuke o ouvia com toda a atenção -Sei também que pra você ela era a âncora e agora que ela se foi você está perdido sem saber o que fazer, para onde ir. Ficou a deriva. Esse é o lado ruim da história, ninguém conta o quanto é ruim termos uma âncora ou um porto seguro. Há verdade é que ninguém gosta de pensar que eles podem sumir, ir embora. Mas eles vão, eles sempre vão. E quer saber, não devemos ter porto seguro ou âncora. Ninguém deve ter essa carga emocional tão grande, ninguém deve ter esse fardo!.-

-Eu não queria que ela tivesse um fardo!.- murmurou.

-É claro que não queria, mas é involuntariamente. Mas isso só acontece quando você não é sua própria âncora!.- Sasuke riu e levantou a cabaça

-Hum, se eu tivesse a âncora, com certeza estarei no meu pescoço e eu me atiraria no primeiro lago!.- Kakashi riu, negando com a cabeça.

-Cala a boca!.- o fez se deitar em sua perna outra vez -Oque eu quero dizer sobre sermos nossa própria âncora é que assim, quem estiver conosco não terá nenhum fardo. Entende? Nós, pessoas quebradas pela vida, temos que está inteiro e principalmente bem conosco, para assim podermos ter alguém em nossas vidas!.-

-Para não dá a elas nenhum fardo...- completou

-Isso!.-

-Kakashi...- Sasuke se levantou e olhou nos olhos do professor -Você conseguiu ser sua âncora?.-

-Sim, eu conseguir. Mas não para ter alguém na minha vida ou para alguém poder ficar comigo, me tornei âncora para não ser mais sozinho!.-

-Está confundindo minha cabeça...- resmungou

-Sasuke, quando você estiver bem consigo mesmo você nunca mais ficará sozinho. Você vai se olhar no espelho e gostar da pessoa ali, quando você gostar de si mesmo nunca mais vai está sozinho!.- kakashi deu um meio sorriso -Quando gostamos de nós mesmo podemos gostar de outra pessoa!.-

Sasuke ficou olhando para Kakashi e tudo oque ele disse se organizava na sua cabeça.

Mas uma tosse forçada chamou atenção deles, era Shikamaru o chamando.

-Está na hora, Hokage!.-

-Já? Caramba!.- o mais velho se levantou sem jeito e Sasuke fez o mesmo -Eu preciso ir, a coisas que ainda tenho que fazer. Sabe, outras cabeças para por juízo!.- foi irônico e o Uchiha revirou os olhos.

Sasuke o viu caminhar para ir embora, ficaria ali com tudo que ele disse. Mas antes de passar pela porta, Kakashi o olhou e soltou algo que realmente o faria pensar diferente.

-Procure o melhor para si mesmo, seja o melhor para você e pronto!.- Kakashi tinha um jeito estranho de sorrir pelo olhar, Sasuke assentiu e isso bastou para o homem mais ocupado do país ir embora.

-Onde está Hinata?.- perguntou após andarem metade do distrito e a Hyuuga ainda não ter aparecido.

-Chojuro acabou de chegar, ela foi receber ele no portão!.- Disse sem nenhuma animação

-Porque eu estou com um mal pressentimento? Hum, isso não é bom!.-

∆∆∆

Há água que caía sobre seu corpo o despertava do sono pesado que teve. Tão pesado que nem a viu sair de manhã, droga, não pode nem se despedir. Resmungou se chamando de estúpido, como pode dormir tanto?.

-Vamos, venha logo tomar café garoto!.-

A voz de Tsunade o despertou e saiu do banho. A Senju foi quem o acordou a pouco tempo atrás. Vestiu a roupa qual ela já tinha separado, um típico uniforme Jounin sem o colete, é claro. Vestiu a calça preta e a camisa de manga comprida. Nela, o símbolo dos Uzumaki estava bordado e isso o fez sorrir, saiu indo em direção a cozinha.

Há mesa já estava pronto, havia coisas suficiente para duas pessoas. Se sentou e agradeceu pela comida. Olhava vez ou outra para a loira enquanto comia, esperando que ela disse-se algo como: Ah, Hinata me pediu para lhe dizer...

-Oque foi Garoto?.- ela questionou

-Não tem nada para me dizer?.- estava esperançoso.

-Há, verdade. Vi que arrumou seu quarto, fez um favor pra mim!.- foi como se tivesse jogado um balde de água fria em Naruto que murchou rapidamente.

-Não arrumei nada!.- resmungou enquanto mexia o arroz com Hashi.

Tsunade logo entendeu o ele tinha, estava triste e até desapontado com Hinata. Afinal ela havia saído bem cedo e sem nem falar com ele.

-Sabe, ela não quis te acordar!.- chamou atenção dele que revirou os olhos.

-Hum!.- deu de ombros

-Eu até iria te chamar quando ela acordou, mas ela não deixou. Disse que você dormia muito bonitinho!.- riu maliciosa -Não sei de onde ela tirou isso, já que tu parece mais urso dormindo.... Só ronca!.-

Naruto logo estava sorrindo com as bochechas vermelhas, a Senju riu.

-Ela disse isso mesmo?.- perguntou envergonhado e a loira quis muito ri, gargalhar na verdade.

-Sim, sim. Ela disse!.-

Pronto, bastou isso é ele já comia tudo muito animado, sabendo que ela não havia o acordado por o achar bonito dormindo.

Há loira riu o vendo todo animado, Hinata realmente não quis acordar ele de manhã, mas não por o achar bonito e sim por querer que ele dormisse mais, pra assim está descansado para a prova técnica. Mas seria ela a tirar o brilho dos olhos daquele menino apaixonado? Jamais. E também, uma mentirinha não mata ninguém!.

O despertador em cima da mesa da sala tocou e os dois se entre olharam, estava na hora.

Continua....