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História Caminhos traçados - 18



Notas do Autor


Boa Leitura!

Capítulo 18 - 18


Fanfic / Fanfiction Caminhos traçados - 18

— Você parece aqueles mulheres "perfeitas" que vemos na TV.

— Por que?

— Você teve um filho, e normalmente as mulheres ficam com cicatrizes para o restante das vidas. Mas você, está ótima!

— Acorda, o filho dela tem três anos! O corpo teve tempo suficiente para se recuperar, imbecil! – cutucou a irmã.

— Assim que o Miguel largou meu peito, eu coloquei silicone.

— Por que?

— Bom, eles perderam a sustentação, e para mim, não era nada satisfatório. Antes da gravidez, eu não era do tipo obcecada por meu corpo, mas controlava toda a minha alimentação, não por padrão estético, mas por questão de saúde. – assentiu. — Entretanto, depois que ele chegou, meu pensamento mudou.

— Você teve depressão pós parto?

— Não faço ideia. – bebi água. — Eu fiz dietas por muito tempo e isso me fez perder massa muscular. Até minha bunda eu perdi. – riram. — Aí, eu tirei uma gordurinha ou outra que sobrou e coloquei no bumbum. Era isso ou também pôr silicone lá, o que não acho legal.

— Acho que vou fazer uma.

— Se você quer fazer, pense sobre o motivo pelo qual "precisa" disso. Não faça por um simples capricho.

— Eu não sei se entendi...

— Não sou adepta à cirurgia plástica. Eu acho que você deve se sentir bem, e se pensa que vai melhorar fazendo um procedimento, então ok, a vida é sua, o corpo é seu. Só peço que pense a respeito. Há riscos e você precisa conhecê-los.

— Por que diz isso?

— Quando eu fiz a cirurgia, eu já era mãe, e apesar disso, não era "mulher", ainda era uma menina. Meus pensamentos e atitudes eram de uma moça. 

— Quando você se tornou uma mulher?

— Quando adquiri maturidade para enfrentar as dificuldades e necessidades que o destino colocou na minha vida. – sorri sem mostrar os dentes. 

— Eu amo a forma como você pensa! – fizemos um cumprimento de mãos. — A educação que você dá para o bebê é ótima! Vou me casar com ele!

— ... – sorri negando. — Não vou dizer que não, isso aí você discute com ele quando tiver idade.

— Eu tenho uma pergunta. – mirei Jimin. — JungKook custeou isso? Tipo, você disse que sua relação não era boa, então estou em dúvida sobre.

— Em parte, foi ele quem pagou. Somos casados, tenho parte de tudo o que ele tem. Nós dialogando ou não, o dinheiro cai na minha conta até nos separarmos.

— Qual foi a reação dele quando soube?

— Como sempre, não disse nada.

— Quem ajudou com o pós operatório? Não adianta me dizer que fez tudo sozinha, porque tenho certeza que não foi! – ri.

— Fui eu quem ajudou. – Got respondeu simplista.

— A Margot me vestia e dava banho. Além de cuidar de mim, também cuidava do bebê.

— E o (...) não se incomodou?

— Sobre a cirurgia ou a presença da minha amiga?

— Ambos.

— Acredito que não. – dei de ombros. — É difícil entender o que uma pessoa sente quando ela não te diz. Ele é difícil de desvendar, é um mistério. – sorri.

— Você também fez cirurgia, Margot?

— É óbvio! Por que a pergunta?

— Não quero ser descortês, mas ao que me lembro, você não tinha... bom, seu corpo mudou. – coçou a nuca.

— A única coisa verdadeira em mim são meus olhos, braços e pernas.

— Por quantos procedimentos você passou?

— Por muitos.

— Se as duas me permitem dizer, têm os corpos lindos! A Margot sempre foi bonita, não entendo o motivo das cirurgias, mas é uma escolha que cabe somente à ela. – concordei com a "Nana". — Já você, ____________, eu entendo que teve seus motivos, e eu realmente gostei dos resultados. Acho que o importante é se sentir bem consigo mesma, desde que não sofram consequências avassaladoras.

— Obrigada.


(...)

— Surpresa! – eu sabia que nessa hora ele não faria nada além de se esconder atrás de mim e foi exatamente o que ele fez.

— Poxa, Miguel. – rodeou meu corpo para tocá-lo e ele se escondeu dela vindo para frente de mim. — Eu estava com saudade de você! – estendeu uma caixa embrulhada em papel presente.

— O que é, Nana?

— ... – sorriu largo. — Vem, vamos abrir.

— Ei! Primeiro ele precisa abraçar os parentes! – se eu não estivesse calma, teria entendido aquilo como uma alfinetada. — Oi, lindo da tia. Feliz aniversário, meu anjo. – entregou sua parte.

— Quem é o bebê mais lindo da vovó? – o pegou no colo. — Você vai amar o seu presente.

— São dois?! – seus olhos brilharam.

— São dois.

— Por que?

— Porquê você merece. – beijou seu rosto.

— Você não vem dar um abraço no vovô, Miguel? – se abaixou para ficar a altura.

— O que você esconde aí?

— O que eu tenho aqui vai depender da sua reação. Se eu ganhar um beijo e um abraço bem gostoso, eu te dou. Mas se não... – antes de encerrar sua frase, a criança pulou em seus braços e o beijou e abraçou o mais forte que pôde. — Feliz aniversário.

— ... – sorriu e foi para o próximo. — Oi, vovó. – a carinha dele olhando para a minha mãe enquanto ansiava pelo seu presente com certeza fez todos rirem.

— Oi. – beijou sua bochecha. — O meu presente para você é um que você estava ansioso para ter. (...) – sussurrou algo em seu ouvido.

— É sério?!

— Uhum. – eu acho que o momento em que ele mais ficou feliz foi este, ele foi com tanta euforia para cima dela que os dois caíram no tapete da sala.

— E você, Taeyang?

— ... – suspirou. — Eu trouxe a minha presença.

— ... – cruzou os braços.

— Toma. – estendeu a caixinha.

— Obrigado.

— Eu não vou receber abraço?

— Ontem você não me deixou te abraçar.

— Mas hoje é seu aniversário.

— ... – bufou antes de realizar o pedido do tio. — Oi, titia.

— Oi, Guel. – beijou seu nariz. — Aqui. – entregou. — Feliz aniversário, amor. Que seu anjo da guarda esteja sempre protegendo você contra a maldade e o perigo. – se abraçaram por longos segundos.

A Margot não tem filhos, mas a relação que ela possui com o meu menino é similar ao amor maternal.

— Pelo visto eu sou o último, não? – concordou.

— O que você tem para mim, Jimin?

— Algo que eu acho que você vai gostar muito. – se levantou para pegar a caixa atrás do sofá.

— ... – a emoção dele se deve somente pelo tamanho da caixa, nem tanto pela fala do novo amigo.

— Feliz aniversário.

— Obrigado.

Nos sentamos na sala e passamos a conversar sobre qualquer assunto que nos livrasse do tédio.

A Naeun e a criança estavam brincando em seu quarto, e ele não deu a mínima para os convidados e muito menos para a comida. 

Eu estava em um sofá entre a Margot e o Jimin. O restante dos familiares estavam distribuídos entre os outros dois sofás e as grandes poltronas de pelúcia do menino.

— Por que é que a Hane está encarando o Jimin? – cochichou.

— Para dizer ao irmão com quem eu estava.

— Ela é dessas?

— Ela não quis que eu tivesse terminado nosso casamento.

— Ela é maluca.

— Eu acho que a minha mãe está te encarando. – riu. — Não arrume uma discussão logo hoje.

— Eu não vou.

— O que as moças estão conversando? 

— Sobre os olhares intrometidos do pessoal aqui. – Got.

— Qual deles? Porque eu acho que a sua ex sogra e a filha dela não gostaram muito de mim. E ainda há os olhares dos seus pais. Eu acho que eles ainda estão chateados com o episódio do vídeo. – sussurrou.

— É provável. Mas você não deve se chatear com isso, muito menos com a família do JungKook. É ciúmes.

— De você?

— Sim, por você estar aqui. A Hane te conhece, a mãe dela não. Você se importa com a situação?

— Não.

— ...

— Mamãe! – desceu a escada correndo. — Mamãe olha o que eu ganhei!

— Que lindo! – um colar de ouro com o pingente de anjo. — Quem foi que te deu?

— A vovó. – apontou a avó paterna.

— É muito lindo. Você quer pôr? – concordou.


(...)

No início da noite, todos começaram ir para suas casas.
A Margot saiu para um bar e o casal de irmãos retornariam logo após de fazerem algo.
O Miguel estava dormindo no quarto e eu estava na sala, vendo TV.

A campainha tocou e eu pensei que fosse o Jimin, mas se fosse ele, teria vindo em alta velocidade, já que falamos minutos atrás e ele ainda iria sair de sua residência.

— ... – abri a porta com um sorriso que se desmanchou ao notar quem era. — O que você está fazendo aqui?

— Você não me convidou para o aniversário do nosso filho.

— ... Este é o quarto aniversário dele. Você nunca esteve presente nos outros três, por que estaria agora?

— A questão não é essa. Responda o que perguntei.

— Você tem a resposta contigo.

— Você está bem?

— Estou.

— Ele também?

— Ele quem? O seu filho?

— É, ele está?

— Está ótimo.

— Gostou do presente que eu mandei?

— ... – suspirei.

— O colar com o anjinho.

— Foi você quem comprou?

— Fui eu. – assentiu. — Queria entregar pessoalmente, mas não viria sem ser convidado. Ele gostou do meu presente?

— Gostou, mostrou para a casa toda. – sorriu fraco.

— Ele se divertiu?

— Muito. Arranjou amigos novos.

— É, eu soube desses novos amigos. – ri soprado.

— Está tendo uma crise de ciúmes logo agora?

— Soube também que o amigo pelo qual ele esteve o tempo todo é o seu ex-namorado. – cruzou os braços.

— A Hane correu para te contar, não é?!

— Sim. Ela viu vocês juntos no bar e me contou. Mas você trazê-lo até aqui, é demais, ____________.

— Demais? Por que? É a minha casa.

— Uma mulher sozinha levando um homem para dentro da casa onde ela vive com o filho. O que você entende por isso?

— Acho bobagem. Como você disse, eu sou sozinha, e o que rola ou não dentro da minha casa não lhe diz respeito.

— Me diz respeito a partir do momento em que você traz outro na casa em que mora com o meu filho. – falou simplista. 

— Já que você quer tanto saber, eu te digo. Ele e eu não temos nada, é só um amigo do passado que retornou, não passa disso. 

— É aquele com quem você esteve antes de casar comigo?

— E qual é o problema?

— Está tentando encontrar um pai para o Miguel?

— Não, mas se eu estivesse, nada estaria errado, não é?

— ... – desviou o olhar por alguns milésimos. — Você convidou toda a família, inclusive seu ex, menos a mim.

— Você teve tempo suficiente para se reunir a nós, lembra? Eu chamei quem realmente se importa com ele. Chamei sua mãe e irmã porque amam ele, porque se agissem da mesma maneira que você, eu não as chamaria, pode ter certeza.

— Eu senti sua falta.

— Hm.

— Você sentiu a minha?

— Não.

— Por que?

— Porquê não.

— Me dá mais uma chance de fazer as coisas direito. – se aproximou. — Só mais uma. – tocou em minha bochecha, fazendo um carinho ali. 

— Você teve quatro anos para fazer as coisas direito. Apenas quer tentar porque sente a MINHA falta.

— Eu amo você...

— JungKook, me esquece, vai curtir sua vida de solteiro, encontrar outra mulher, casar... sei lá. Só me deixa viver a minha!

— Eu não posso procurar outra pessoa.

— Meu bem, você procurou outras pessoas quando esteve comigo. Eu falo sério quando digo que não te amo. Não tenho sentimento amoroso por você.

— ___________...

— Não! – apontei o dedo em seu rosto. — Saia daqui.

— Por favor...

— Se você persistir, eu vou chamar a polícia. 

— Você não faria...

— A menos que você continue, sim, eu faria. E ainda iria publicar o nome das mulheres com quem você saiu nesse tempo todo. O que? Ou você pensou que eu não soubesse que VOCÊ esteve me traindo dormindo em meio aos lençóis de qualquer uma?! Não era de se esperar, já que não eram todas as noites que você voltava para a casa, não é?

— Nem sempre estive com alguém, eu passava a noite na nossa sala, na empresa. – se aproximou mais. — Foram pouquíssimas vezes as que te traí.

— E você diz como se fosse algo bom?! Pouco ou muito não muda o fato de você ter feito o que fez.

— Mas eu precisava, __________, precisava me satisfazer. Não foi porque eu quis, eu juro.

— Que se foda você e sua necessidade! Eu não dou a mínima!

— Só aconteceu neste último ano. – nos olhamos. — Antes disso eu não traía.

— Eu não quero mais ouvir.

— Me deixe cuidar de vocês. – colou sua testa à minha. 

— Sempre estivemos melhores sem a sua presença. Não notou que ele jamais precisou de você? Não tente me causar problemas agora que deixamos a casa, por favor. Você pediu por isso quando tomou a iniciativa que sabe muito bem qual é! Eu não quero ter discussões contigo. Os assuntos que deverão ser tratados entre nós de agora em diante são somente direcionados a empresa, que até então eu tenho parte da posse. Se por acaso houver algum assunto sobre negócio, me ligue ou até mesmo venha aqui, mas se não houver, não me atormente, já fez isso demais. Eu não possuo mais paciência para suportar as suas infantilidades.

— Mamãe?! – ouvi a voz trêmula chamar por mim. — Está tudo bem? – desceu dois degraus.

— Está sim. – sorri. — Eu vou num minuto.

— Me deixe falar com ele. – encarei seu rosto. — Ele é meu filho e você não vai me impedir! Me deixe falar com ele agora!

— Miguel?

— Sim?

— Seu pai está aqui. – saí da porta para que ele pudesse ver a figura que acenou sorrindo em sua direção.

— Oi Miguel, papai veio te ver, filho. – secou as lágrimas.

Não sei o que pensar diante deste episódio.
Alguém que jamais agiu de tal forma antes estaria fazendo agora com que intuito?

Jk estendeu os braços como uma forma de chamar a criança para perto.

— Desça e venha cumprimentá-lo. – estendi a mão e ele negou.

— Vem, filho. Papai quer te abraçar. Preciso te dizer algumas coisas.

— Eu não quero, mama. – negou com os olhos úmidos.

— Você pode subir, vá para seu quarto.

— Você sempre disse para esse moleque que cumprimento é sinal de respeito e educação! Por que não o disse para falar com o próprio pai?! É essa a boa educação que você diz dar para ele?!

— Você teve muito tempo para amar seu filho, e não amou, só rejeitou. Ele não te reconhece como pai, porque você não é e eu não posso fazer nada, é consequência da sua imaturidade.

— Como eu não sou o pai? Se estou certo, quem te engravidou fui eu, não?

— Foi você sim. Mas também foi só o que você fez, me doar seu esperma, não vai além disso. Pai é quem cuida, quem ama, quem dá carinho. Você nunca fez isso.

— ... Eu vou embora, você venceu. – mordeu o lábio. — Quero... quero que você me procure na empresa essa semana.

— Por que?

— Vou te dar o divórcio, se for o que você quer.

— Quero sim. Até. – fechei a porta.


(...)

— Por que você está cabisbaixa hoje?

— Eu? – assentiu. — Perdão. – sorri.

— Podemos retomar o assunto?

— Claro, Naeun.

— Como foi desistir de todos os seus sonhos por conta de um bebê que iria nascer?

— ... – sorri negando. — Eu nunca parei a minha vida.

— Nem quando o JungKook começou te maltratar?

— Nem isso. Eu não vou negar que estava abalada, mas tinha ânimo e coragem o suficiente para sair por aí e me divertir.

— Pode ser mais específica?

— Eu viajei, fiz compras, me vesti bem, mudei meu visual, continuei com meus exercícios...

— Mesmo no pós-parto?

— Bom, nesse caso, houve coisas que eu não pude fazer por algum tempo.

— Tipo o quê?

— Tipo os exercícios. O resto, fiz normalmente. A babá que eu contratei para me ajudar com o...

— Você contratou uma babá?!

— Sim.

— Por que? Você estava o tempo todo em casa. – ri.

— Porquê ele é o meu primeiro filho e eu não sabia como criar e entender as suas necessidades.

— Faz todo sentido! – concordei.

— Quando eu sentia vontade para viajar, eu a levava junto comigo e meu filho, se tornou algo super normal, era como um membro da família.

— Quando você percebeu que não precisava mais dela?

— Quando passei a entender tudo o que meu filho tentava me passar.

— Você somente a levava para outros países ou ela também passava os dias na sua casa?

— Também passava os dias em casa.

— Como o JungKook não se incomodou sendo tão chato quanto você diz?

— Eu não disse que ele não se incomodou.

— O que ele fez?

— Me disse que não queria dali em diante, aquela mulher desfilando dentro de casa.

— E o que você fez?

— Eu a despedi e contratei outra. – os dois riram. — Eu a despedi porque não precisava mais de seus serviços e ela, percebendo isso, precisava servir uma outra família que necessitava de seus cuidados.

— E também contratou outra logo em seguida para provocar o Jeon.

— Exatamente. Mas foram apenas uma semana ou duas. Ele precisava entender que eu só tinha o Miguel e o Miguel só tinha a mim, então não fazia sentido algum ele querer dar ordens na casa que não era somente dele, sendo que quem pagava as funcionárias, era eu.

— Para quais países você já o levou?

— Na maioria das vezes, a França. Ele sempre gostou da energia daquele lugar, desde bebê.

— Somente ele e a babá te acompanhavam?

— Quando era fim de ano, eu levava meus pais e irmão. Vez ou outra, quando pôde, a Margot nos encontrava no hotel para passar ao nosso lado uma temporada.

— Ugh! – fez uma careta. — E o seu ex nunca se incomodou de passar as festas longe da mulher e o filho?

— Quando ele percebeu que sua ausência estava refletindo em um espelho, ele começou a passar mais tempo no trabalho e menos tempo em casa. Ele não se importava e eu muito menos.

— Nunca teve um affair nesse meio tempo?

— Nunca. – sorri ladino.

— Não é o que o seu rosto diz.

— Nunca tive ninguém, eu juro. Eu apenas... flertava, por carência.

— Através do celular?

— Não, nas baladas. – ela gargalhou tão alto que me ocasionou um incômodo no ouvido.

— VOCÊ FREQUENTAVA BALADAS?!

— Sim, e por que não?

— Meu Deus! Você é a mãe mais legal que eu já conheci!

— Como eu disse, não parei a minha vida. Marido ausente e filho não planejado só param sua vida se você permitir. – passei a mão sobre a cabeça do menino e depositei um beijo sobre ele.

— Só não entendo como você passou tanto tempo na mesma casa que ele.

— Aquela casa é tão minha quanto dele, fui eu quem planejou. Se alguém tivesse que sair, então, que fosse ele.

— Mas seu pensamento mudou.

— Mudou.

— Por que?

— ... – mirei meu filho.

— ... – ela pigarreou. — Ou melhor, por quem.

— Digamos apenas que meu pensamento mudou sim.

— Mas agora que você quer o divórcio, ele não quer te dar.

— Ele nunca nem quis se separar. – neguei. — Agora que não vai querer mesmo. Ele vai relutar, não vai aceitar. 

— Ele é insuportável!

— Eu também não me incomodo nenhum pouco. O pior é para ele.

— Por que?

— Estamos juntos, o dinheiro continua caindo também na minha conta, já que eu tenho parte da empresa. Também tenho metade do que está em seu nome, então, estou tranquila.

— Você não tem medo que ele faça algo?

— Por que eu teria medo? A única coisa que ele pode fazer é me dar a separação, e isso ele não vai fazer. Juntos ou não, eu continuarei recebendo, afinal, tenho parte em tudo aquilo.

— Amiga, você também poderia me levar para algum país diferente, não é?

— Naeun! – a repreensão veio do irmão que até então eu não percebi que prestava atenção em nosso diálogo. Ele se manteve em silêncio, com o olhar preso no copo de vidro.

— Onde você quer visitar?

— Eu admiro muito a Finlândia. Sempre que viajamos, Jimin me leva ao mesmo lugar chato de sempre.

— E onde é esse lugar chato?

—  O Japão. 


— É chato? Eu não acho.

— É se o seu irmão te deixar trancada no quarto enquanto ele sai para se divertir com os amigos.

— Então você a deixava "escondida" para se divertir... – cerrei os olhos.

— Ela era menor de idade, não dava para levá-la comigo para os lugares onde eu frequentava.

— Que lugares são esses?

— Por que não fala para ela, irmãozinho?

— Boates? Bares? – questionei.

— Clubes de estripe! – abri a boca surpresa, fingindo espanto.

— Ah, é?! Ele visitava isso?!

— Sim!

— Eu também. – agora ele me olhou. — Era até interessante ver os homens dançando.

— E você não fazia nada com esses homens, não é? – arqueou a sobrancelha com um risinho sapeca na boca.

— Somente flertava. Mas eu quem deveria lhe fazer essa pergunta.

— Não rolou nada.

— Bom, se você não fez nada com as mulheres do clube, fez com seus amigos. – não me aguentei e ri. — Porque aquelas marcas no seu pescoço, indicavam outra coisa!

— Hmmm... – provoquei.

— Foram só uns amassos, e nem foi com uma das strippers.

— Foi com quem?

— Eu não a conhecia, apenas sabia que ela frequentava o local.

— Sei...

— Eu juro.

— A Grécia é um país interessante. – mudei o assunto.

— Você já visitou?

— Já. – foi lá a minha noite de núpcias.

— E você gostou?

— Eu adorei. – fui sincera.

Na época eu estava vivendo um conto de fadas com o príncipe encantado no paraíso, então não havia porque dizer que não gostei.

— Foi com quem?

— Com o meu marido.

— Hm.

— Qual foi a vantagem de se relacionar com um homem mais velho? – Jimin questionou-me.

— Conhecer os prazeres da vida. Não só as boas coisas que vivi, os bons sentimentos que senti, mas no geral, me relacionar com um homem maduro, compartilhou para o meu enriquecimento mental.

— Ele foi um bom esposo?

— Ele era maravilhoso em tudo! Um bom marido, bom amigo, bom advogado... tudo. Só mudou quando descobriu que teria que assumir a paternidade. Aí, bom, já sabem.

— Se pudesse voltar no tempo e dar um conselho a si mesma, qual seria?

— Para tomar cuidado com escolhas e relacionamentos.

— Você acha que... entre vocês dois, houve amor verdadeiro, ___________?

— Sim, de ambas as partes. E eu sei que ele ainda me ama.

— E você, o ama?

— ...Não.

— Desde quando?

— Desde muito tempo, Jimin. 


Notas Finais


O que vocês acham sobre o JungKook ir até ela pedir para retomar o casamento e desejar a atenção do menino? 🤨
E sobre os sentimentos dela por ele?🤔
Agora vocês sabem mais um pouquinho sobre o passado dela. 🤭
Até amanhã.💋


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