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História Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Twelve


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Espero que gostem. Boa leitura. MWAH!

Capítulo 13 - Chapter Twelve


Fanfic / Fanfiction Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Twelve

 O único som que ouvia pelos corredores silenciosos eram meus sapatos arrastando sobre o assoalho bem polido. Estava a pouco de fazer um enorme buraco no chão, mas não conseguia manter-me quieta. Minha cabeça girava, as vistas vacilavam entre a claridade e a escuridão. As palmas das minhas mãos não permaneciam secas, ainda que as secasse a cada minuto em minha roupa. Havia perdido a conta de quantas vezes meu estômago revirou, também.

Trenton surgiu, dobrando um dos corredores, sustentando em suas mãos dois copos com café. Ele havia sido meu único ponto de sorte na noite. Estava na metade do caminho quando recebeu minha mensagem, e por seu celular estar jogado no banco ao lado, não notou a notificação, então, rumou até minha casa. Enquanto eu estava aos prantos, não sabendo o que fazer para conter o choro de Luke, meu amigo bateu em minha porta e foi a minha salvação, ajudando-me da melhor maneira que conseguiu lidar com a situação.

Liguei para Justin no caminho, agarrada ao seu filho como se pertencesse a mim, e com a voz trêmula, contei-lhe o que tinha acontecido. Ele atendeu-me amistoso, como se nada tivesse acontecido durante as semanas em que me tratou como uma desconhecida, e ao ouvir-me, tudo mudou, mais uma vez. Não obtive resposta, ou a chance para me explicar, a ligação deu por encerrada, e quando insisti em tentar mais uma vez, fui encaminhada para a caixa de mensagens.

Eu não podia estar mais encrencada.

Havia mordiscado todas as minhas unhas desde que coloquei a pequena e assustada criança na maca, deixando-a ser levada pelo médico que me proibiu de passar pelas portas. Os minutos pareciam não passar, e encostei-me no balcão várias vezes, e a resposta era sempre a mesa; em breve eu teria notícias.

— Acalme-se, Kelsey. Ele não fraturou nada, e nem bateu a cabeça. - Trenton me estende o copo de café, recebo-o entre meus dedos frios e nada estáveis.

— Ele é o filho do meu chefe, Trenton. Eu devia ter ficado com ele a todo instante. - lamento.

— Besteira. - ele indaga tranquilo. — Ele é apenas uma criança, e fez coisas de criança. O nosso querido chefe terá que entender isso. Afinal, ele lida com a criança todos os dias e deve saber de toda a sua energia que precisa ser gasta. - me conforta. Beberica o seu café antes de prosseguir, franzindo o cenho. — Porque diabos ele deixou o seu filho sob seus cuidados em uma sexta á noite?

— Eu não sei. - indago e volto a me movimentar, tendo a certeza de que me sentiria ainda pior se encostasse o meu traseiro em algum acento desconfortável. — Sua esposa apareceu e ditou que eu cuidaria dele. Foi tudo.

— Não lhe disse nem um obrigado? - nego com a cabeça. — Aquela mulher não muda nunca.

Encolho os ombros, suspirando em meu copo. Olhando ao redor, observava alguns pacientes sendo encaminhados as pressas para algumas alas do hospital movimentado. Eu não me sentia a vontade nesse ambiente. A última vez que estive em um, foi quando fiz uma doação sanguínea para o meu pai que estava lidando com complicações em sua saúde, logo após os problemas com o meu irmão. Lembrar-me do desespero da minha família no momento em que tivemos a noticia que Kyle estava vivo, mas sem os movimentos de suas pernas, me causa dor física e me deixa de certo modo, doente. Todos nós sofremos por vê-lo sofrer. Ele gritou, se alterou e quebrou tudo o que estava a seu alcance.

Nunca me senti tão assustada como na noite em que vi o seu semblante feliz desaparecer, como se para sempre. Ele nunca mais foi o mesmo. Nunca mais sorriu. Nunca mais foi o meu irmão; meu melhor amigo.

Trenton não sabia disso. Ninguém sabia. Verônica, por sua vez, soube após ver-me desesperada quando recebi uma ligação da minha mãe chorando, alegando não estar conseguindo viver com a infelicidade de Kyle. Eu desabei, e ela me acolheu, apoiou-me e emprestou-me algum dinheiro para ajudar meus pais com medicamentos e quaisquer gastos que fosse necessário. Nada disso supriria as dores enfrentadas, mas devia ajudar um pouco. Eu nunca gostei de receber em minha direção olhares penosos por ter um irmão cadeirante. O silêncio era mais agradável, pois assim, poderia carregar minha bagagem sozinha, sem ousar dividi-la com pessoas que poderão não aguentar toda a viagem e me abandonar pelo caminho com novas bagagens, a margem da exaustão.

Sinto lágrimas picarem meus olhos, mas meneio minha cabeça no intuito de afastá-las.

— O que quer dizer com isso? – questiono.

— Ela sempre foi uma megera. - estala a língua no céu de sua boca. Olho para ele, me sentindo realmente curiosa sobre a mulher nada educada que encontrei mais cedo, em minha porta. — Houve um dia em que ela fez um limpa na Empire. Demitiu mulheres jovens e, segundo ela, inexperientes. Foi em um período em que Bieber ficou afastado por motivos pessoais, mas quando voltou, parecia pronto para a matança. Discutiu, gritou e quase a enxotou para fora do prédio. Pela primeira vez ele perdeu sua compostura, parecia realmente nervoso. Pensei que seu casamento ia para o ralo.

— Porque ela fez isso?

Dá de ombros.

— Não se sabe. Mas, ouvi dizer que foi um surto de ciúmes, ou algo assim. O senhor Bieber tinha sido visto com Donatella Pivott em um restaurante da Itália, e a mulher ficou desequilibrada.

— A diretora de uma das maiores grife de moda? - pergunto, visivelmente surpresa.

— A própria. Parece que as duas tem uma rivalidade de longa data. - murmura em tom de divertimento.

— Uau! - é tudo o que consigo dizer. Essa noite tem sido um baú de descobertas e acontecimentos para mim.

Descolo os lábios para balbuciar algo mais em resposta, mas, como se um magnetismo sempre me atraísse para ele, meus olhos fixam em um corpo viril e muito apressado se debruçando sobre o balcão da recepção. Ele se assemelhava a um animal raivoso, pronto para um ataque traiçoeiro. Minhas pernas que, antes estavam bambas pelo nervosismo, iriam me levar ao chão se tentasse me mover.

— Eu estou muito encrencada. - digo baixinho.

Ainda que a distância, era possível ter um vislumbre de seu rosto pálido e cansado. Seu cabelo sempre bem penteado, estava em completa desordem, com fios grossos caindo por sua testa. O seu terno sempre impecável, estava amarrotado, sua gravata vermelha frouxa e os primeiros botões de sua camisa abertos, revelando suas tatuagens escuras.

Engulo em seco no exato instante em que seu andar direciona-se para o ponto em que meus pés firmaram ao solo. Seu olhar é intenso, mas não de um jeito bom. Era como se pudesse me fulminar, aniquilar-me em um piscar de olhos.

— Eu posso... - começo a dizer, mas ele desvia o olhar do meu e varre ao meu lado, encarando Trenton que enfrenta-o, erguendo o seu queixo.

Continuando sua caminhada sanguinária, Justin esbarra um de seus ombros em meu braço esquerdo, e preciso pressionar um pouco mais forte os dedos em meu copo ainda com café. Por cima dos ombros, avisto suas costas rumando pelas portas, e uma enfermeira o segue, apurando seus passos para alcançá-lo, sendo ignorada junto aos seus alertas de que a entrada era proibida. Estremeço como nunca, e um par de braços fortes envolvem minha cintura. Trenton puxa-me para ele.

— Ele não irá demiti-la. Seria louco ou idiota se cometesse essa loucura, Kels. - murmura no alto da minha cabeça. Encosto minha testa em seu peito, e arfo, tentando recuperar todo o fôlego que perdi.

— Não é apenas com isso que me preocupo.

Era a verdade. Eu não queria que Justin me odiasse. O emprego era importante, mas, se o perdesse, saberia que havia sido por uma falha minha. Sou sua assistente, preciso estar apta para lidar com quaisquer situações, pois cuido de sua vida pessoal, também. Devia ser uma boa profissional, a todo o tempo. No entanto, enfrentar o seu desprezo me devastaria de maneira que não seria capaz de explicar.

Permito-me aceitar os afagos ternos de Trenton, murmurando palavras de incentivo e até mesmo algumas piadas que me arrancam sorrisos que morrem logo quando a culpa grita mais alto em minha mente. Meu amigo se afasta apenas para atender uma ligação direta da casa de seus pais, e quando retorna, sua expressão não é das melhores. Alegou que sua mãe estava desesperada, pois sua irmã mais nova havia voltado alcoolizada para casa e com sérios problemas.

Não poderia fazê-lo ficar com um problema familiar para enfrentar. Ele insistiu para não me deixar sozinha e me levar para casa antes de ir resolver suas coisas, mas eu não cedi, por mais tentadora que fosse a ideia de voltar para meu lar e enterrar minha cabeça entre travesseiros e cobertores macios, enquanto me preparava psicologicamente para o que viria da família Bieber. Entretanto, não poderia esperar, acabaria enlouquecendo se me arriscasse em fugir.

— Irei vê-la amanhã. - Trenton anuncia antes de ir embora.

— Tudo bem. Obrigada por hoje e me desculpe por ter arruinado a nossa noite. - sorrio sem vida.

— Ao menos não tive que me preocupar com você fantasiando com aqueles irmãos endemoniados. - replica e beija a minha testa. Solto uma risada fraca, e ele se afasta. — Não fique muito tempo aqui. Mande-me uma mensagem quando estiver em casa.

— Se eu sobreviver. - meus lábios tremem.

Receoso, vira-se de costas e caminha até os elevadores. Entrando em um, acena-me e eu faço o mesmo, respirando fundo ao sentir meus ombros caírem. Alguns minutos se passam, e meu coração acelera quando as portas tornam a abrir. Uma enfermeira atravessa-as, olhando para uma prancheta em suas mãos. Afundo meus passos para alcançá-la antes que desapareça pelos corredores.

— Olá. Gostaria de saber como está Luke Bieber. O seu pai acabou de entrar para verificá-lo. – digo, rapidamente. — Estou há horas aqui, sem noticias.

— A senhorita é o que do paciente? - suas íris azuis brilham em desdém.

Não poderia dizer que sou esposa ou irmã de Justin, pois havia deixado meu verdadeiro parentesco na recepção. Também não adiantaria dizer que era apenas a responsável pela caótica noite. Estava envergonhada demais para compartilhar isso com quaisquer pessoas.

— Namorada. Eu sou namorada do pai da criança. - disparo o que derrapa em minha mente, e escapa por meus lábios antes que possa pensar um pouco mais.

A mulher ergue suas sobrancelhas grossas e escuras.

— Bom, seu namorado se desesperou um pouco, e quase agrediu um de nossos guardas. - limpa sua garganta. — Quanto a criança, está tudo bem. Não foi nada além de alguns arranhões que não deixarão cicatrizes.

Suspiro em alivio.

— Ella, precisamos de você na ala D. - um enfermeiro grita para ela, enquanto se dirige a um elevador.

— O dever me chama. – ajeita o seu jaleco. — Se quiser vê-los, basta seguir em frente.

Ela não espera minha resposta, apressasse para apanhar o elevador com as portas abertas. Lançando meu copo em uma das lixeiras, marcho até a mesma porta em que Justin entrou e a enfermeira saiu. Uma vez dentro, olho ao redor, encontrando mais alguns corredores e curvas. Aventuro-me pelo corredor, seguindo em frente, como a tal Ella havia dito para mim.

Passando em frente algumas portas fechadas, encontro uma que estava entreaberta, avistando de imediato uma pequena cabeça loira, e um corpo miúdo sentado em uma cama grande demais para ele. Do outro lado, logo na beirada, um homem alto e encorpado, rindo de algo que seu filho lhe dizia e gesticulava com as mãos.

Luke desvia a atenção de seu pai e seus olhos arredondados pairam em mim.

— Oi, tia Kelsey. - o garotinho saúda-me com sua voz doce e estridente no quarto extremamente branco e sem vida.

Como se minha presença fosse repugnante, o sorriso de Justin desaparece de seu rosto.

— Como você está? – pergunto, ignorando o olhar agressivo do meu chefe.

— Estou bem. – responde, animadamente. — Olha, esse é o meu curativo do Homem de Ferro. - aponta para a sua testa e sorri.

Seus lábios que estavam vermelhos quando chegamos, mas, como em um passe de mágica, toda a tristeza tinha desaparecido, cedendo lugar para a sua paz e inocência infantil.

— Ficou muito bonito em você. - isso o faz pensar e em seguida sorrir ainda mais.

Os sapatos de Justin giram no piso liso, ao mesmo tempo em que ele salta fora da cama.

— O papai irá ter uma conversa com Kelsey, filho. Fique aqui, e continue assistindo seus desenhos.

Aproxima-se da criança que encarava-o com atenção, e deposita um beijo demorado em sua testa, acariciando seu rosto redondo e corado. Com os braços curtos, Luke envolve o pescoço e ombros de seu pai, dando-lhe um abraço tão apertado que infla meu coração. Quando se afastam, sorriem um para o outro, como se não existisse nada mais ao redor.

Era nítido o amor que sentiam, e isso era a coisa mais bonita de se admirar.

Notando o caminhar imponente em direção a porta, distancio-me, cambaleando alguns passos para trás. Olhando-me de soslaio, segue na frente, como se soubesse exatamente para onde estava indo. Incapaz de pronunciar qualquer palavra, acompanho-o como se fosse sua sombra. Dobramos dois corredores, e paramos na entrada de algo que se assemelhava a um jardim muito verde e florido, mas bem limitado.

— Não sei que está pensando, Justin, mas eu realmente sinto muito por isso. - digo ao vê-lo apoiando seus cotovelos nas barras dos corrimões das escadas.

— Como ele caiu? - sua voz áspera ecoa, causando-me calafrios.

— Eu não sei, mas... - vira-se bruscamente para mim e me observa da cabeça aos pés antes de me interromper.

— Se não estivesse entretida com o seu encontro noturno, isso não teria acontecido. Sabe disso, não é?

— Desculpe? – encontrava-me boquiaberta.

As veias de seu pescoço faltam saltar, rasgando sua pele vermelha.

— Se não estivesse tão envolvida com aquele moleque, isso não teria acontecido. O meu filho é uma criança, Kelsey. Como pode aceitar cuidar dele se não estava realmente disposta a isso?

— Você está me ofendendo, Justin. - indago séria, podendo ouvir o meu coração se partindo ao meio.

Os cacos seriam difíceis de serem recolhidos.

— Tem certeza que o deixou sem querer? - meus olhos lacrimejam.

Ele solta uma risada sem humor.

— Porque inferno Trenton estava aqui? Diga-me que ele não tocou em meu filho. - não lhe respondo. Ele está impossível de conversar. — Não quero mais que um de seus encontros ouse tocar no que me pertence.

Dessa vez, sou eu quem solto uma risada.

— Um de meus encontros? Como sabe que eu estava em um... - estreito os olhos. — Você planejou acabar com a minha noite?

Vejo o seu maxilar se contrair.

— Sabia que havia algo, mas não quis aceitar. - minha voz sai mais alta. — Porque, Justin? Não teve noção de como eu me sentiria ao ver sua linda mulher bater em minha porta com o filho de vocês?

E pela primeira vez na noite, vejo sua armadura de ''sou impassível'' cair.

— Eu não... Não sei por que fiz isso.

Novamente, sem um pedido de desculpas.

Nos últimos dias eu realmente me controlei e criei um mantra para seguir, um que me estabelecesse paciência e tranquilidade para não voar em seu pescoço ou esbofetear o seu rosto bonito, mas agora ele passou dos limites e me fez atingir o ápice da minha fera interior.

— Olha só, Justin. Eu aguentei muita coisa dita para mim. Aceitei todas as suas mudanças de humor, suas reclamações sobre cada passo que eu dava, por mais corretos e confiantes que fossem. Mas, isso... - aponto um de meus indicadores para ele, minha voz está aparentemente serena, mas estou fervendo por dentro. — Não irei aceitar. Não fui eu que pedi para cuidar de seu filho. Você mandou sua esposa bater em minha porta com o garoto do lado e eu não negaria algo assim. Primeiro, porque você me deu um ótimo emprego. E segundo, porque gosto de crianças e não imaginei que alguma tragédia fosse acontecer.

Ele está quieto e me olha atentamente, o que me irrita ainda mais. Eu o odeio.

— Eu sei que devia me sentir culpada por ter vacilado, em algum momento, e o deixado a passos de distância de mim, mas não sou culpada. Aquilo poderia ter acontecido se ele estivesse em meus braços, ou quando estivesse indo embora com você. - sinto meu peito inflar. — Então, não me culpe. Não ouse mais descontar em mim problemas que você está passando em casa ou em qualquer outro lugar. Vim sendo profissional, engolindo tudo o que me era forçado a engolir, mas, estou cansada. Estou farta de ser o seu saco de pancadas sem motivos. - olho bem em seus olhos escurecidos. — Posso não ter experiência em muitas coisas, inclusive em secretariar uma empresa, no entanto, tenho plena certeza e segurança de que o meu trabalho é bom. Eu faço de tudo para agradar a você a mim mesma. Dou o meu melhor e não irei mais aceitar que me humilhe por diversão e sequer peça desculpas.

Nossos olhares travam uma batalha interminável. Ele está com um novo olhar, algo como culpa.

— Acha que eu deixaria o seu filho se machucar apenas por ser seu e de outra mulher? Acredita mesmo que seria tão cruel e sem coração a esse ponto? - exaspero-me. — Isso realmente está se passando por sua cabeça?

— Eu não disse isso.

— Mas pensou! - grito.

Sinto minha asma brigando em meus pulmões para me pegar em cheio, assim como a vontade de vomitar pela pressão do momento.

— Não irei ficar aqui e continuar sendo humilhada. Eu... - fecho os olhos com força, sentindo que irei me arrepender do que vou dizer a seguir. — Eu me demito.

O seu queixo cai e vejo desespero evaporar pose de Macho Alfa.

— Kelsey, isso não... - ele dá um passo para frente. 

— Eu não irei me submeter a nada disso, Justin. Essa noite foi a prova de que muita coisa está errada. – sorrio, nervosamente. — Tudo está errado. Eu errei no instante em que desejei trabalhar em sua empresa. E você errou quando... Quando me encontrou naquela festa.

Sinto uma lágrima solitária molhar um lado do meu rosto. Com os dedos trêmulos, afasto a lágrima, e dou-lhe as costas. Meus passos são apressados, e não faço questão de olhar para trás.

— Kelsey!

Não sei ao certo quando dou início a minha corrida, mas tropeço em meus saltos, não me importando com os olhares curiosos em mim. Empurro os dois lados da maldita porta, e desvio de algumas pessoas. Chegando aos elevadores, entro no que estava vazio, e pressiono os botões para descer.

Dou-me conta da presença de Justin apenas quando avisto sua silhueta larga. Para minha sorte, as portas se fecham antes que ele consiga me alcançar, mas ouço-o esmurrar as portas de metal.

Soluços escapam de meus lábios. Eu não sabia por que estava fazendo isso, jogando para o alto uma oportunidade que nunca mais terei em minha vida. Mas, momentaneamente, sinto que nem tudo se trata daquele emprego ou do dinheiro que me ajudava. Quero dizer, gira em torno de toda a Empire Bieber, mais especificamente, sobre aquele arrogante homem que me quebrou em pequenos pedaços.

As portas do elevador se abrem, e forço-me a sair. Em um fracasso absoluto, seco minhas lágrimas com as costas dos meus dedos. Suspirando, esbarro-me com um corpo muito rígido, e erguendo o olhar, deparo-me com feições conhecidas.

— Kelsey?

— Nathaniel. - limpo minha garganta e forço um sorriso. — Oi.

Ele sorri e se afasta um pouco, mas segura o meu braço direito, de maneira gentil.

— O que faz aqui? Aconteceu algo?

— Não. Eu... Só preciso... - olho para trás, em seguida, para os meus pés. — Estou indo embora.

— Quer uma carona? Estava entregando uma papelada a um amigo do meu pai e estou voltando para casa. Posso deixá-la em sua casa. - sugere com sua voz mansa de sempre.

— Eu não quero incomodar. - digo séria.

Ele rola os olhos, sorrindo docemente.

— Você nunca irá me incomodar. - ele estende o seu braço para mim. — Vamos?

— Vamos. - passo meu braço pelo seu e saímos do hospital.

Do lado de fora, sentindo o frescor da brisa da noite, observo-o destravar o alarme de seu carro luxuoso, mas não tanto quanto os carros de Justin. Como um cavalheiro, abre a porta do carro para mim. Sorrindo amarelo, entro e acomodo-me no assento macio. A porta se fecha ao meu lado, e ele dá a volta.

Estreitando os olhos ainda úmidos, olho pela janela, e meus olhos flagram, pela última vez, a figura de um homem loiro, correndo até as escadas da entrada do hospital, olhando para todos os lados. Como se fossemos verdadeiramente conectados, pairam no carro que entra em movimento. De alguma maneira, ele sabia que eu estava indo embora.

E não tinha intenção de voltar. 


Notas Finais




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