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História Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Seventeen


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo, babes!
Aqui está mais um capítulo para vocês, e espero de coração que gostem. Boa leitura. MWAH!

➞ Capítulo sem revisão, perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 18 - Chapter Seventeen


Fanfic / Fanfiction Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Seventeen

O que eu desejei, eu consegui.

Pedi tanto para que Justin agisse de forma profissional, que tudo começou quando estávamos voltando para a nossa realidade. A noite em que nos beijamos, foi definitivamente nosso último beijo e quando eu entrei para casa e corri para o meu quarto, senti todo o meu corpo formigar e aquela noite não foi me forneceu um sono tranquilo, muito pelo contrário, eu fiquei a cada minuto olhando para a porta do meu quarto, no fundo, desejando que ela fosse aberta e ele passasse por ela. Mas isso não aconteceu. 

Acordamos cedo e nos despedimos da minha família, Kyle saiu de seu quarto, acompanhado por Bella que usava uma de suas jaquetas antigas do time, eu não disse nada, mas consegui sentir o que aquilo significava e eu consegui passar pela porta da frente com o coração mais leve que quando eu entrei pela mesma, dias antes. Meus pais levaram-nos até o aeroporto e só saíram quando o nosso voo foi anunciado, minha mãe chorou, me beijou e me abraçou bastante, em seguida abraçou Justin e o convidou para aparecer para o Natal em nossa casa, e eu me engasguei com minha própria saliva por ela estar considerando uma nova visita dele. Meu pai, por outro lado, apenas apertou a sua mão e o encarou, um pouco desconfiado, mas sorriu quando recebeu os cumprimentos e agradecimentos sinceros do homem elegante e educado que se instalou em nossa casa, conseguindo abalar minhas estruturas que não deviam estar tão frágeis perante ele. Nossa viagem foi calma, não conversamos e não nos tocamos, nem mesmo quando nossas mãos ficaram exatamente uma do lado da outra. Eu sentia as gotas de suor em minha testa e em minhas mãos, apenas pelo nervosismo de passar horas ao seu lado. 

Quando chegamos no aeroporto, Justin insistiu em me levar para casa, mas eu recusei e precisei mentir, dizendo que Vero estava me esperando em algum lugar, mas era mentira, a minha amiga nem sabia que eu havia voltado. Receoso, ele me deu as costas e saiu com a sua mala, passando por entre as pessoas, mas olhou para trás, por alguns segundos antes de continuar seguindo em frente. Aquilo doeu, e os dias seguintes doeram ainda mais. 

Retornar para a empresa foi estranho. Eu me sentia uma estranha, como se estivesse em meu primeiro dia novamente. Alguns colegas me cumprimentaram com sorriso sinceros e outros reviraram os olhos, pouco satisfeitos com a minha volta, mas eu continuei seguindo até a minha sala. Ela estava como eu havia deixado, agora um pouco vazia, pois eu não deixei minhas coisas para trás, apenas um porta retratos meu e de Kyle, quando éramos adolescentes e íamos para a casa do lago dos nossos avós, eu amava aquela foto e ela estava no lugar que a esqueci. Me instalei, e comecei a recuperar meu trabalho atrasado, colocando tudo em dias, inclusive a agenda de Justin. 

Os dias que se passaram foram tensos, mas ele me tratou como uma funcionaria, sem mordomias, sem beijos, sem toques, sem olhares sugestivos, nada. Não houve nada. Aquilo me incomodou, eu não o porquê, mas essa era a verdade. Era como se algo estivesse perfurando a minha alma, cada vez que eu ficava dentro do elevador com ele, prontos para deixarmos a empresa, eu sentia o seu cheiro e o calor que irradiava do seu corpo, mas eu não podia mais tocá-lo. Ele não me chamava mais de ''Kelsey'', era apenas ''senhorita Doyle''. E agora, eu não tinha mais do que reclamar, afinal, eu sempre quis isso. 

— Como assim você foi transferido definitivamente para a Inglaterra? - pergunto ao telefone quando ouço a voz de Trenton do outro lado da linha. 

Bom dia para você também, Kels. - ele murmura. — Eu não tive tempo para questionar, pois me disseram no departamento de RH que era isso ou o olho da rua. 

— Isso é estranho, Trent. Até ontem você trabalhava aqui, andares abaixo ao que eu estou agora mesmo. - digo e saio da pequena sala onde fiz uma pausa para o meu café da manhã nada reforçado. 

Estou empacotando minhas últimas merdas importantes. - ouço-o bufar e deixar algo bater contra o assoalho. — E eu não poderei vê-la, pois o chefe disse que me quer na cede em algumas horas. 

— Eu não entendo. - digo e suspiro, coço minha testa e sento-me em minha cadeira. — Nós apenas jantamos ontem a noite, não sabíamos que isso aconteceria assim. 

Espero que eu volte logo. Minha mãe está louca, ela disse que eu estou causando problemas ao chefe e que ele está tentando se livrar de mim. - ele debocha. 

Eu franzo o cenho. 

— Porque ela acha isso? 

Como eu disse, minha mãe é louca. - ele diz e faz um som estranho com a boca. — Eu tenho menos de uma hora para terminar tudo. Acho que é melhor eu ir. 

— Vou sentir a sua falta, Trent. - choramingo. 

Eu também, raio de sol. Cuide-se, uh? Nada de abandonar novamente esse emprego e eu prometo voltar logo, ao menos para ver a dona do meu coração. 

Solto uma risada e rolo os olhos. 

— Você logo irá se esquecer de mim. - dramatizo. — Não cause problemas, Trenton. 

Isso eu não posso prometer. - ele diz e eu imagino sua expressão com o seu sorriso único de canto quando sua mente perversa começava a fluir. 

Encerramos a ligação e eu sinto-me ainda mais entristecida por estar nessa empresa enorme, sem amigos como Trent. Na verdade, eu estava completamente sozinha. Até mesmo Justin não estava, e ele não me avisou com uma ligação ou um bilhete, ele simplesmente deixou-me uma pilha de planilhas e uma agenda lotada de telefones para que eu desmarcasse seus compromissos dos últimos cinco dias que ele se manteve ausente. Eu não sabia quando ele voltaria, mas meu trabalho estava cada vez mais difícil. 

Ouço um par de saltos bater contra o piso liso do lado de fora da minha sala, e sem convite, a pessoa que estava por cima deles empurra a minha porta e entra em minha sala. Sua pele naturalmente bronzeada parecia ser impecável, assim como seus cabelos, roupas e maquiagem. Eleanor Bieber era uma verdadeira modelo, e fazia da sua vida uma passarela, pois eu nunca a tinha visto, fosse em um site de fofocas por ser pega em uma situação inusitada ou em algum evento, ela sempre estava linda e elegante. 

Aterrorizante também. O seu olhar de reprovação ao olhar para a minha mesa cheia de papeis espalhados sobre ela foi claro e ela com certeza não me considerava uma funcionaria excelente.

— Pelo que vejo, sua volta não a fez ser mais eficiente. - ela ralha, me fazendo abrir a minha boca, mas nada saia. — Que seja. Eu tenho uma lista de coisas para que você faça, hoje, e seja rápida. 

— Mas o que...

— Você deve saber que hoje é aniversário de trinta e quatro anos da empresa. - ela anda até a minha mesa, apanha o porta retrato com a minha foto e de Kyle e analisa, mantendo sua expressão livre de reações claras. — E Justin volta quase na hora do jantar, então ficou por minha conta terminar de ajeitar os preparativos. 

O que eu tenho a ver com isso? Penso baixo, para a minha sorte.

— E você irá verificar se tudo está certo no salão, com a decoração, seguranças, fotógrafos e tudo o que está nessa lista. - ela coloca a fotografia no lugar e abre sua bolsa que estava pendurada em um de seus antebraços. — Siga tudo isso. Quero tudo verificado até as três da tarde. 

— Just... O senhor Bieber não disse que eu teria que fazer nada disso. - me arrisco ao dizer quando pego o papel pardo de suas mãos com unhas bem feitas e vermelhas. 

— Mas agora eu estou lhe dizendo, e quero que cumpra tudo isso. - ela diz e estreita os olhos. — Não sei se está ciente disso, mas quando o meu marido se ausenta, a empresa fica nas mãos de alguém com poder aqui dentro e mesmo que ele tenha um vice-presidente, eu também posso cuidar de tudo aqui. - ela sorri minimamente e joga seus cabelos para trás. — E isso significa que também posso demitir pessoas sem competência para levar essa empresa para frente. 

Meu queixo caiu. 

Eu não conseguia lhe responder a altura, e não poderia. 

O que ela tinha de bonita, tinha por ser uma megera, daquelas que sente-se vontade de esganar a primeira vista. Eu senti isso também, mas agora essa vontade parecia ainda mais intensa e fervilhando a parte coerente que existia em mim. 

— Estamos entendidas? 

— Sim. - abaixo a minha cabeça e respiro fundo, conseguindo sentir o cheiro doce de seu perfume, provavelmente, importado. 

— Ótimo. E como eu sei que por ser secretária de Justin terá que ir ao jantar, mesmo não sendo necessário ao meu ver, use o cartão da empresa e compre algo apropriado. - ela dita e olha para a minha blusa de cetim, era simples, mas eu gostava dela. — Temos um nome mantido por mais de três décadas, então, não estrague isso, bonitinha. 

Mais uma vez eu não consigo dizer nada. 

Ela me dá as costas e marcha, ou melhor, desfila até a porta. 

Faço uma pequena pausa em meus pensamentos assassinos e observo a extensa lista que ela me entregou. Havia todos os tipos de afazeres e números para que eu ligasse, algo completamente fora das normas sobre o que eu realmente devia fazer na empresa. Por sorte, eu poderia terminar tudo antes da noite cair, mas eu não tinha muita esperança nisso. 

Quando comecei a ir atrás de tudo, recebi várias respostas desagradáveis e soube de alguns contratempos, o que me deixou ainda mais alvoroçada para conseguir seguir tudo o que havia na lista. O meu telefone nunca tocou tantas vezes em poucos minutos, e eu estava conseguindo me virar, mas não achava que daria um jeito em tudo o que a senhora Bieber exigiu. 

Quando acabei com os telefonemas, segui para o salão onde aconteceria a festa. Eu fui pega de surpresa quando as garotas no almoxarifado disseram que era meio que obrigatório todos os funcionários da empresa participar, pois o dono estaria presente e gostaria que todos ouvissem seu discurso de agradecimento pelo trabalho. E eu não precisava de muito para saber que a festa seria um completo luxo, pois a decoração estava impecável entre os tons de ouro e branco. Havia várias mesas, um palco extremamente bem estruturado, e na entrada um tapete e algumas faixas que separariam os fotógrafos dos convidados me fazia imaginar tudo como uma premiação de Hollywood. 

Eu estava sem almoço e minhas pernas doíam quando eu deixei o salão, verificando até mesmo a cozinha, como havia em letras garrafais entre parênteses na lista de afazeres. As últimas tarefas da lista me deixaram confusa, mas eu fiz tudo, inclusive apanhar em uma loja de roupas, creio que a mais cara do país, o smoking de Justin e o vestido de sua mulher. Eu me senti curiosa para ver como ela se vestiria, mas no momento que eu ia espiar a atendente retornou e quase me pegou em flagrante. O motorista do carro reserva que estava esperando apenas as roupas as levou para as mãos de quem pertenciam e eu tinha apenas mais uma coisa para fazer. 

Buscar Luke no colégio. 

Eu precisei ler e reler aquele última linha, mas as palavras estavam mesmo indicando isso. Pensei que após tudo o que aconteceu tivesse ficado claro que a vida pessoal de Justin não podia, de forma alguma, se ligar com a minha, mas essas pessoas pareciam não entender isso. Eu tentei ligar para Eleanor, correndo o risco de perder o meu emprego, mas ela não atendeu e eu não tinha mesmo uma escolha. 

Assim que cheguei ao seu colégio o encontrei sentado no alto do escorregador, como sua professora havia me dito quando informei que estava indo pegá-lo. Ainda tinham algumas crianças por perto, mas ele estava longe de todas elas e parecia não querer que elas se aproximassem também. 

— Luke! - o chamo quando tiro meus sapatos e piso na areia, até chegar ao escorregador. — Se lembra de mim? 

— Sim. - ele diz ao erguer o seu pequeno e rechonchudo rosto. — Você é a moça que se parece com aquelas bonecas de meninas.

Solto uma risada. 

 — Uma boneca? 

— É. Aquela que tem aqueles grandes olhos claros e o cabelo da cor do seu. - ele diz e olha apara seus pés calçados em um par de tênis moderno. 

— Bom, obrigada, eu acho. - digo ao deduzir que ele tenha me comparado a Barbie ou alguma princesa. — Eu vou levá-lo para casa, tudo bem? 

— Mamãe disse que vou ter que me vestir como um homem hoje. - ele diz e faz uma careta. — Ela disse que nada dessas roupas ou cabelo bagunçado. 

— Eu gosto das suas roupas e do seu cabelo. - digo e ele sorri minimamente. — Mas temos mesmo que ir. 

Luke parecia estar triste, mesmo com aquele sorrisinho contido e isso estava partindo o meu coração. Ele escorrega até seus pés tocarem a areia e ajeita sua mochila que podia ser maior que ele mesmo. Deixamos o colégio e entramos no carro, mas antes, eu me inclino para frente e peço ao motorista para parar na sorveteria que encontrasse pelo caminho, pensando que isso animaria Luke e a mim também. 

— Eu não posso tomar sorvete. 

— O que? Porque não?

E então eu me lembro do que ele me disse em minha casa. Eu achava isso uma grande bobagem, pois ele amou tanto aquele sorvete que eu apreciei cada uma de suas colheradas cheias. 

— Lembra-se do nosso segredo? Ela não irá saber. 

— Você promete? - ele pergunta esperançoso. 

Ergo um de meus mindinhos no ar e ergo as sobrancelhas. 

— De mindinho. - ele envolve o seu mindinho no meu e abre um sorriso. 

Um grande e verdadeiro sorriso. 

Nós dois pedimos sorvetes de chocolate e comemos algumas guloseimas também. Eu deixei Luke em casa e ele não queria que eu fosse embora, sugeriu-me todos os tipos de jogos que ele tinha em sua sala especial que compartilhava com o seu pai. Foi um convite tentador, mas se Eleanor me pegasse em sua casa, brincando com seu filho, eu certamente seria mandada embora a base de gritos. 

Retornei a empresa apenas para lhe dizer que tudo estava pronto, mesmo que eu tenha passado do prazo que ela me deu, mas tudo tinha sido resolvido. Eu anunciei a minha entrada na sala que pertencia a Justin, mas que estava sendo ocupada pela bela morena que estava acompanhada de mais duas mulheres, tão bonitas e elegantes quanto ela. 

— Eu nunca vou entender o motivo dela ter sido contratada. - ouço-a dizer quando eu fecho a porta. 

Respira, Kelsey. Apenas, respire. 

Pego minhas coisas e saio pisando duro da minha sala, entro no elevador e aperto os botões tão depressa que não percebo que um homem se encontrava ao meu lado e seu rosto não me era estranho, ele me olhava com curiosidade, como se eu tivesse o deixado saber todos os meus pensamentos maus. 

— Dia ruim? - ele pergunta. 

— Oh, desculpe. Eu acabei pensando alto demais. - digo envergonhada. 

— Eu sou Nicholas, e você é Kelsey, certo? - franzo o cenho em confusão, mas aceito a sua mão, apertando-a em um cumprimento. — Já ouvi falar muito sobre você. 

— Eu... Você é o primo do senhor Bieber? 

Ele sorri e solta a minha mão.

— Gostaria de ser conhecido de outra maneira, mas sim, eu sou o primo dele. 

— Sinto muito se fui rude, é que... Eu só o vi uma vez pela empresa. 

— Estava a trabalho no Brasil, mas agora estou de volta. Segunda feira irei assumir a sala em frente da sua. - ele diz com um sorriso um tanto maldoso. 

As portas do elevador se abrem e ele me dá espaço para sair primeiro, vindo logo atrás de mim. Seguimos juntos para fora do prédio, descendo os degraus, um por um. 

— Você está indo se aprontar para a festa da empresa? 

— Eu acho que sim. - digo sem me importar por demonstrar completo desânimo. 

— Você tem uma companhia? - faço que não com a cabeça. — Então, gostaria de ir comigo?

— Uh, eu... Eu realmente não sei se essa é uma boa ideia. 

— Eu não sou um estranho, Kelsey. - ele para em minha frente e ergue suas sobrancelhas grossas. — Estou apenas querendo levá-la, ao menos para que a festa seja menos entediante para nós dois. O que me diz?

Pondero a ideia de dizer-lhe não, mas ele tinha razão. A festa não seria algo que eu planejasse ir, ainda mais que eu teria que lidar com Justin e sua esposa, como um magnífico casal. Não sei se estarei com estabilidade emocional para lidar com isso. 

— Sim. - digo. — Eu vou com você. 

Ele sorri e eu me intrigo com isso, me perguntando se todo Bieber conseguia ser charmoso dessa maneira. 

— Tentarei tornar a sua noite única. - ele diz galanteador. — Posso deixá-la em casa? 

— Eu estou de carro. - não era uma mentira, pois Vero havia deixado o seu carro comigo, já que ela andava apenas com o seu namorado agora. 

— Mas pode me passar o endereço para buscá-la?

— Eu moro longe. Acho melhor nos encontrarmos lá. - digo certa de que essa seria a melhor opção. 

— Tem certeza? Porque eu realmente não me importo de ter que atravessar metade da cidade para buscá-la.

Solto uma risada e sinto o rubor em meu rosto. 

— Sinto-me lisonjeada, mas nos encontraremos no salão. - digo e ele mexe seus ombros. 

— Tudo bem. Encontro-te as nove na porta, então?

— Claro. 

De forma ousada, ele se inclina para frente e beija o meu rosto, descendo os últimos degraus e destravando o alarme do seu luxuoso e moderno carro estacionado em frente ao prédio. Eu meneio a minha cabeça e ando até o estacionamento, destravando o carro de Vero e me acomodando no banco do motorista. Faço meu trajeto até em casa, chego em poucos minutos.

Entro em meu apartamento, tiro meus sapatos e entro em meu quarto. Há alguns dias eu venho planejando a minha roupa para ir, mas após imaginar o quão bonita Eleanor estaria, comecei a me questionar se aquele vestido tão simples poderia me deixar tão elegante quanto ela. A resposta era óbvia e eu sabia disso. 

Tomei um banho rápido e lavei os meus cabelos. Assim que terminei o meu banho, deixei o box e fui até a pia onde sequei o meu cabelo e fiz alguns cachos em suas pontas, aproveitei e fiz a minha maquiagem, algo simples e neutro, apenas o batom era de um tom um pouco mais forte o que combinaria com o tom vermelho do meu vestido. Saindo do banheiro, volto ao meu quarto e coloco uma lingerie escura. Puxo o meu vestido do cabide que o sustentava sobre o varal e com dificuldade consigo vesti-lo. Olho-me no espelho e suspiro ao ver o resultado. 

Meu corpo sempre foi magro, eu não tinha curvas ou atrativos que me fizessem achar-me atraente ou capaz de ser sexy por algum motivo. Então, meu decote era pouco, apenas o suficiente para sustentar meus pequenos seios dentro da parte firme do vestido que chegava até pouco abaixo da minha cintura. O resto do vestido era um pouco frouxo, liso e com meus movimentos tornava-se esvoaçante. Calço minhas sandálias pretas de saltos verdadeiramente altos e olho-me novamente no espelho. Eu me sentia bem. 

Para terminar, coloco um par de brincos e um colar que havia sido presente de Vero, que estava logo ao lado com o que Nathaniel havia me dado quando completamos oito meses de namoro, era uma linda e delicada joia, eu não conseguia me desfazer dela, mesmo eu já tendo tentado dar de volta para ele logo no dia que terminamos nosso relacionamento. Espirro um pouco de perfume em meu pescoço e pulsos, conferindo apenas para ver se não faltava nada. 

Quando saio de casa, aceno para um táxi na beira da calçada, entro e lhe passo as informações do salão. Eu estava um pouco adiantada, mas não queria correr o risco de deixar Nicholas esperando por mim ou ser vista chegando junto com as pessoas realmente importantes. O táxi para aos poucos em frete ao salão que já contava com alguns fotógrafos e até mesmo repórteres, afinal, Bartolomeu Bieber era um homem importante. 

Pago o taxista e saio do carro, vendo algumas pessoas olharem para mim. Seguro minha bolsa entre minhas mãos, na frente do meu corpo e ando, lentamente, até a entrada. Alguns flashs são disparados em minha direção e isso me assusta mesmo, tanto que eu não sei como consegui me mover até os seguranças que me ajudaram a chegar até a porta e entrar. Durante o percurso eu ouvi algumas perguntas, mas não saberia responder sobre o que se tratavam, pois todas foram feitas de uma única vez e altas demais. 

Olho ao redor e vejo que já havia algumas pessoas pelo salão, andando e conversando em meio a música ambiente que deixava tudo ainda mais harmonioso. Sobressalto quando sinto um par de mãos em meus quadris, me fazendo virar rapidamente para trás e encontrar o mesmo Nicholas sorridente de mais cedo, mas ainda mais bonito em um smoking de costura admirável. 

— Você está maravilhosa. Será a mais linda da noite, eu não tenho dúvidas. - ele diz e me olha de cima a baixo, erguendo suas sobrancelhas. 

— Obrigada. - sinto-me corar. — O fiz esperar?

— Não. Eu fiquei um pouco ansioso então vim mais cedo que o previsto. - ele acena para um dos garçons que se aproxima com uma bandeja repleta de taças com champanhe. 

Ele retira duas taças da bandeja e agradece ao homem. Nicholas estende uma das taças para mim.

— Eu não costumo beber em lugares onde está meu chefe e outros. 

— Isso é uma festa, Kelsey. - ele balbucia. — Divirta-se e deixe o trabalho para amanhã.

Eu penso um pouco e acabo cedendo. Ele estava certo. 

Eu precisava disso. Eu merecia isso. 

Beberico o liquido da taça e observo as pessoas começarem a chegar. Todas bem vestidas e acompanhadas, cada vez mais o salão ganhava novas vozes. Todos aplaudiram quando a família Bieber passou pela porta, parecendo famílias de filmes modernos. O senhor Bartolomeu estava acompanhado de sua jovem esposa, um casal lindo, como as fotos nos sites de fofocas e revistas mostram. Ao lado estavam Justin, Luke e Eleanor, ainda mais bonitos que nas fotografias, eu poderia dizer. 

Justin estava magnífico. O smoking havia caído tão bem em seu corpo que eu diria que foi construído mesmo sobre suas medidas se eu não tivesse ido buscá-lo. Seu cabelo estava penteado para trás, permitindo que seu rosto ficasse ainda mais visível e encantador refletido as luzes e flashs que o deixava em foco.

Por alguma razão, roubando completamente o meu fôlego, os olhos de Justin pousam sobre mim, no exato instante em que Nicholas divaga algo em meu ouvido e eu não consigo escutá-lo, mas sinto o frescor de menta escapar de seus lábios e sua mão firme em minha cintura. E o loiro que tinha pessoas se aproximando dele e de sua família também havia visto toda a cena. 

 — Vamos lá? - Nicholas pergunta, novamente, fazendo-me voltar para a realidade. Ele olha para a sua família e eu não sabia o que responder. 

Ele segura a minha mão e me leva com ele. Paramos em frente aos donos da festa. Eleanor me analisa por completo e depois olha para Nicholas, sorrindo de canto e cumprimentando uma senhora que falava com ela e Justin. 

— Boa noite, senhores. - digo com a voz um pouco trêmula, mas parecem não perceber. 

— Boa noite. Você deve ser Kelsey. - a senhora Bieber diz e me cumprimenta com dois beijos no rosto. — Justin fala muito de você. E por favor, me chame apenas de Cher. 

Meu rosto cora violentamente. 

— Oh, então você é a garota que anda colocando aquela empresa nos eixos. - o senhor Bieber diz e aperta a minha mão, gentilmente. — Você está fazendo um ótimo trabalho. — E está muito elegante, senhorita. Nicholas escolheu muito bem a sua companhia.

— Obrigada, senhor. - consigo lhe responder, mas não sabendo como eu ainda estava de pé com os elogios. 

— Senhor e senhora Bieber. - cumprimento Justin e Eleanor. — Olá, Luke. 

— Oi, Kelsey. Você está bonita. - o menino diz e olha para o seu pai que segurava a sua mão. — Não está, pai?

Justin termina de acenar para algumas pessoas em uma das mesas e olha para mim. Seus olhos estavam escuros, parecendo conter um misto de coisas escondidas.

— Está linda, senhorita Doyle. - ele diz com a voz firme. Mas seu olhar fixa em minha mão envolvida com a mão de Nicholas. 

— Olá, primo. Como foi sua viagem? 

Justin estava tenso, o seu maxilar apertado entregava isso, assim como as veias de seu pescoço. 

— Ótima. - é tudo o que ele diz. 

Depois daquele clima tenso, seguimos para lugares opostos. O senhor e senhora Bieber foram recepcionar algumas pessoas e Nicholas me levou até uma das mesas onde nos sentamos com alguns funcionários que pareciam se divertir com assuntos que eu não conseguia prestar atenção. 

Eu vi o pequeno Luke correndo pelo salão com algumas crianças, e ele parecia um pouco chateado quando a sua babá o levou de volta para a mesa, e sua mãe pareceu lhe dizer algo que acabou com toda a sua felicidade. 

— Eu vou ao banheiro. - aviso para Nicholas. Ele assente e beija o meu rosto, essa parecia ser uma mania sua. 

Atravesso o salão e pelo caminho cumprimento algumas pessoas. Ao entrar no corredor onde ficavam os banheiros, encontro feminino e entro. Retoco a minha maquiagem e lavo minhas mãos, tornando a sair e andando de volta para as mesas, mas eu não dou mais que três passos e sinto meu corpo sendo puxado para dentro de alguma sala, onde a porta é fechada e as luzes acesas. 

Meus olhos estavam arregalados e minha respiração havia parado, assim como as batidas do meu coração. Eu procuro pela pessoa que surge em minha frente e vejo Justin, ainda segurando minha cintura com força e antes que eu pergunte o que está havendo ele se afasta de mim, dando-me um pouco de espaço para voltar a funcionar como um ser humano precisa. 

— Porque está aqui com ele, Kelsey? 

— O que? 

— Porque veio a essa maldita festa com ele? - sua voz sai grave e assustadora.

— Eu não lhe devo satisfações da minha vida, Justin. Lembra-se do nosso combinado?

— Responda a minha pergunta! - ele branda e se aproxima de mim, apoiando suas mãos na porta, prensando-me contra ela e a parede. 

— Você não me deu satisfações quando foi viajar e eu segui todas as regras da sua esposa. Não entendo onde isso lhe da o direito de me cobrar algo. - digo com amargura. Seus olhos escuros tornam-se confusos. 

— Com é? O que Eleanor fez, dessa vez?

Solto uma risada sem humor e balanço minha cabeça.

— Nada que você não saiba. 

— Kelsey, eu não...

Eu empurro o seu peito, completamente farta e esgotada. 

— Olha, Justin, isso não dá certo assim. - eu altero a minha voz. — Deixe-me em paz!

— Eu não consigo! - ele grita de volta. — Estou assustado como o inferno como isso tudo está acontecendo, mas eu não consigo ver outra pessoa te tocar, Kelsey. Eu... Eu sou louco por você e não sei onde está toda a minha sanidade mental, mas essa é a única coisa que eu sei que consigo fazer, sentir a cada dia mais a sua falta!

Eu queria gritar.

Eu queria correr. 

Eu queria chorar. 

Mas tudo o que eu faço é dar um passo em sua direção e ele faz isso ao mesmo tempo. Nossos olhares estavam firmes um no outro, como se estivéssemos registrando todo o erro que íamos cometer se continuássemos nos olhando dessa maneira. 

Luxúria. Desejo. Paixão. 

Tudo isso era transmitido em nossa ligação, mesmo sem nos tocar. Ele sentia isso, eu também sentia. E antes que eu pudesse dizer ou fazer algo, a porta é aberta e uma presença imponente a ocupa, nos olhando como se fossemos criminosos pegos em flagrante. 


Notas Finais




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