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História Can we always be this close? - Eruri - Life is not always as we want it to be


Escrita por: iamlosingtouch

Notas do Autor


Oi, como estão?
Sei que fiquei devendo capítulo semana passada, mas estava 100% sem ânimo para escrever. Cá estamos com a parte 2 do capítulo anterior.
Espero que gostem. Beijos.

Capítulo 21 - Life is not always as we want it to be


Fanfic / Fanfiction Can we always be this close? - Eruri - Life is not always as we want it to be

Após cumprimentar Grace e conversar brevemente com ela, Erwin acompanha Agnes até a cozinha, em seu habitual ritual. Ele gosta de conversar com a moça e escutar suas ideias criativas ou discutir sobre seus estudos, enquanto ambos dão espaço para que Grace e Levi conversem sobre o que quiserem.

Levi senta-se no sofá próximo a cadeira de rodas da senhora de cabelos completamente brancos e fofos. Pelo que Erwin lhe disse, ela parou de andar cerca de dois anos antes, num processo gradual de envelhecimento, porém continua com uma mente aguçada. Ele não consegue se lembrar sobre nada daquilo, mas não é como se a informação o surpreendesse. Grace já tinha dificuldades de andar quando ele estava no ensino médio. A senhora segura as mãos dele de maneira firme e ao mesmo tempo carinhosa, olhando-o com grande atenção, como se analisasse.

“O que você está fazendo?”, Levi ri fraco, erguendo as sobrancelhas.

“Checando se está tudo no lugar. Você me deu um baita susto”, Grace o repreende de leve, “Fiquei muito preocupada quando soube de tudo, mas sempre soube o quão forte você é e que logo estaria recuperado. Como estão as coisas?”.

“Eu estou bem, Grace”, ele a apazigua, “Minha perna está quase tão boa quanto sempre foi, finalmente posso dirigir e fazer tudo o que fazia antes. Pode ser que ela doa às vezes, principalmente quando estiver mais frio, mas nada demais. O médico disse que é bom que eu continue me exercitando e volte a rotina, isso vai ajudar a me manter saudável”.

A senhora o escuta com atenção, os olhos claros fixos no homem a sua frente. Ela acena de leve quando ele termina de falar, “Ah, ela nunca vai ser a mesma. Uma vez que algo na gente dá problema, nunca mais volta ao normal, mas é bom que você tenha se recuperado tão bem. E a memória?”.

“Talvez nunca volte por completo”, o moreno torce o nariz. Ainda não aceitou por completo aquele fato, mas entende aquela possibilidade como real, uma vez que existem uma série de lacunas que ele simplesmente não consegue preencher, não importa o quanto se esforce, “Eu acho que lembro de tudo até o início da faculdade e depois existe uma série de espaços em brancos, seguidos de várias lembranças nítidas. Elas vinham com maior facilidade e agora demoram um pouco mais, mas é isso, um dia eu acordo e uma série de coisas faz sentido ou um pequeno detalhe faz com que eu me lembre de algo que aconteceu 5 anos atrás”.

“Isso é um pouco estranho, não? Imagino que tenha sido uma pancada e tanto”, Grace acaricia as mãos dele, olha em direção a cozinha e então baixa a voz, “Você e Erwin estão bem agora, não? Fiquei preocupada na última vez que vi vocês dois. Vocês sempre se deram tão bem e você parecia realmente triste…”.

“Estamos bem, Grace”, ele sorri grande, “E estamos resolvendo esses assuntos aos poucos, mas estamos bem e estou muito feliz com ele”.

“Isso é bom, muito bom”, ela sorri de volta, “Casamento não é algo fácil, Levi. Eu já te disse isso uma vez. Amor não é tudo, por mais que a gente queira que seja. E eu sei o quanto você o ama e como ele te ama também. Erwin sempre me pareceu o tipo de homem que comete uma série de erros tentando acertar, baseado nas coisas que ele acha certo: um cargo alto que pague por uma boa casa, viagens e restaurantes caros, quando, na verdade, você é o tipo de pessoa que só quer o marido junto curtindo coisas simples. Um susto desses deve ter o feito pensar muito…”, ela olha em direção a cozinha de novo, “Porém ele é bom homem, não?”.

“Ele é. Eu nunca fui fácil também, você sabe”.

“Ah, com certeza. Tenho certeza que você já o fez sofrer uma porção de vezes”, ela ri fraco por causa da expressão do moreno, “Eu sei que sim, nem tente negar”.

Levi se vê obrigado a concordar com um aceno e decide mudar de assunto, “Me conte de você”.

“Querido, nessa idade eu não tenho muito o que contar”, Grace relaxa na cadeira, olhando a sala bem arrumada com vista para o jardim lateral, “Sou bem cuidada por Agnes e pela minha filha, as duas se esforçam muito para que eu tenha uma vida confortável enquanto não morro… Não faça essa cara, a vida é assim e em algum momento vou partir. Não tenho do que reclamar. Tive uma boa vida, com uma boa família e ainda ganhei você e Erwin como parte dela. Eu estou muito feliz com o que vivi, Levi”.

Aquilo faz com que Levi tenha uma espécie de estalo. Ele e Erwin fizeram um acordo antes de viajarem, mas, considerando o que Grace disse, talvez ele se arrependa se não falar naquele instante. Afinal ela está certa e talvez não haja outra chance.

“Quero te contar algo”, ele fala baixo, imitando a mulher ao olhar na direção na cozinha, ouvindo as vozes do marido e Agnes numa conversa animada, “É um segredo, okay? Não íamos contar para ninguém por enquanto porque é algo recente e não sabemos quando vai acontecer de fato…”.

“Você bateu a cabeça forte de verdade, né? Pare de enrolar e desembucha”, Grace pede no mesmo tom, fazendo Levi rir.

“Entramos com o processo de adoção. É um casal de gêmeos, Emma e Luke, e eles têm um pouco mais de 3 anos”.

“Sério? Como vocês os conheceram? Me conte tudo sobre eles”, a senhora fala com clara empolgação, ainda tentando manter o tom de voz baixo. Levi conta toda a história, recebendo vários olhares animados de Grace, “Me prometa que vocês vão trazê-los aqui assim que possível”, ela pede quando ele terminar de falar.

“Eu prometo”, Levi sorri grande, se sentindo muito feliz por compartilhar aquilo com alguém tão especial para si, mas não consegue evitar a leve pontada de culpa por ter quebrado o acordo que fez com Erwin.

 

É final de tarde quando os dois saem da casa de Grace em direção a Rohnert Park. Após contar para Grace sobre os gêmeos, os dois se reuniram com Erwin e Agnes na cozinha para um chá da tarde, conversando sobre amenidades. Entretanto, Levi continua com um peso na consciência por ter contado sobre a adoção sem consultar o marido antes.

“Erwin, fiz algo que talvez eu não devesse ter feito”, o menor morde o lábio de leve, olhando para ele.

“Você contou para Grace sobre Emma e Luke, não?”, Erwin mantém a expressão neutra, a atenção no tráfego.

“Como você sabe?”, ele arqueia as sobrancelhas, recebendo uma risada como resposta inicial.

“Eu sabia que isso ia acontecer. Está tudo bem”, o loiro sorri, colocando a mão sobre a coxa do marido, a apertando de leve, “Eu entendo os motivos para você não manter o nosso acordo nesse caso. Eu faria mesmo”.

“Porque não disse que seria tudo bem se eu falasse, então?”, Levi cruza os braços, fingindo estar bravo.

“Queria ver se você ia manter a promessa ou não. Por favor, não me bata, eu estou dirigindo aqui”, ele avisa antes mesmo que Levi tenha a chance de se mexer no lugar.

“Sorte sua”, ele resmunga e então desfaz a expressão de bravo, “O que eu queria dizer é que está tudo bem se você decidir contar pro seus pais”.

“Não vou negar que quero muito compartilhar isso com eles, mas você conhece a minha mãe… E não tem como contar para meu pai sem que ela considere uma traição do mais alto grau, então… Melhor não. Vamos deixar isso para outro momento e aproveitar nossa viagem, certo?”.

“Você tem um ótimo ponto”, Levi se inclina na direção dele, dando um beijo rápido em seu rosto. Eles já estão ansiosos o suficiente sem terem que lidar com Linda os enchendo de perguntas e planos.

Cerca de meia hora mais tarde eles param na frente da bela casa dos Smith. Tudo continua da exata forma que Levi se lembra, como se a cidade nunca mudasse, não importasse quanto tempo eles passassem longe. E é exatamente por esse tipo de coisa que ele odeia aquele lugar.

Assim que eles descem do carro, Linda aparece na entrada de casa, sorridente.

“Ainda bem que vocês chegaram, achamos que tinham desistido e vinham só amanhã cedo”, ela fala animada, descendo os três degraus até o jardim da frente, envolvendo Levi em um abraço ao mesmo tempo que chama Conrad para ajudá-los com as malas. Não é como se eles precisassem de ajuda de fato, uma vez que cada um trouxe uma mala pequena, mas não adianta discutir com Linda Smith, “Querido, você está ótimo!”, ela se afasta um pouco para olhar o genro e então o abraça de novo.

Levi não tem muito mais a fazer do que corresponder ao abraço, a cumprimentado.

“Linda, você vai sufocar nosso genro”, a voz de Conrad é tranquila como sempre enquanto ele se aproxima dos recém-chegados, “Ele não sobreviveu a um acidente para ser asfixiado por você”.

“Conrad!”, Linda reclama, mas solta Levi, apenas para poder fazer o mesmo com o filho.

“Sinto muito por isso. Ela nunca muda”, Conrad continua a brincar, dando um abraço mais contido no moreno, “Como foram de viagem?”.

“Muito bem. Foi bastante tranquila e passamos a tarde na casa de Grace. Ela está ótima, assim como Agnes”, Levi sorri para o sogro.

“É sempre bom ouvir notícias delas”, o homem mais velho sorri de volta, “Vamos entrar! Linda está terminando o jantar e vocês podem descansar um pouco enquanto isso”, ele aperta de leve o ombro de Levi ao soltá-lo, dando um abraço no filho em seguida.

Os quatro entram na casa com Linda tagarelando sobre as novidades locais.

“Mãe, calma. Nós acabamos de chegar e vamos passar o final de semana, certo? Não precisa falar sobre tudo em cinco minutos”, Erwin passa a mão pela nuca, um pouco sem jeito com a personalidade sempre efusiva da mãe.

Linda para no meio do caminho, parecendo prestes a retrucar, mas então ela olha os três homens e respira fundo, concordando com Erwin.

“Você está certo. Eu vou terminar de preparar o jantar e vocês podem se lavar enquanto isso”, a mulher diz de uma maneira maternal, “Não se preocupe, não preciso de ajuda, querido”, ela complementa antes que Levi tenha a chance de falar, indo para a cozinha.

“Ela estava impossível de tanta ansiedade. Não via a hora de vocês chegarem, parece que não nos vemos há uma década pelo jeito que ela age”, Conrad confidencia, deixando as malas próximo às escadas, indicando o caminho para sala de estar.

O jantar transcorre de maneira muito diferente da visita de Conrad e Linda aos dois após o acidente e faz com que Levi se lembre o quanto ama ambos e se sente realmente parte da família na presença deles. No final da noite, após tomar banho e se deitar na cama no antigo quarto de Erwin, ele só consegue pensar como se sente feliz por estar ali.

 

Levi nunca tinha pensado em voltar à escola na qual fez o ensino médio, mas ali está ele com Erwin ao seu lado, sentado na arquibancada do campo de futebol americano, no dia seguinte à chegada deles. Mike está lá, parado na borda do campo, observando seu time com atenção. Ele havia se tornado treinador, o que, sendo sincero, lhe cabia muito bem.

Nanaba se aproxima com Marie e Mark, ocupando os lugares vagos próximos aos amigos. O garoto cumprimenta rapidamente Erwin e Levi, pedindo para ficar ao lado do moreno, fazendo com que a mãe troque de lugar com ele para isso.

“Não acredito que o jogo de futebol americano do ensino médio ainda é o programa de final de semana dessa cidade”, Levi comenta, se segurando para não soltar um palavrão na frente do garoto. Ele tem se esforçado para diminuir a quantidade de xingamentos que usa, pensando em como será quando finalmente adotarem os gêmeos.

“Bem, não é como se a cidade tivesse mudado muito desde que vocês partiram”, Marie sorri, “As opções são o lago no verão, cinema, comer algo e assistir o jogo sempre que possível. O mesmo de sempre”.

“Mamãe, eu quero ver o jogo”, Mark resmunga, se apoiando na mãe para tentar subir no banco, “Por que o papai não veio?”.

“Ele ia ficar com Anna, lembra?”, Marie faz uma leve careta enquanto ajuda o menino a se manter de pé em seu lugar, “Anna não para quieta, é impossível ver qualquer coisa que não seja desenho com ela”, a mulher compartilha com os amigos.

Eles escutam o apito e o jogo começa, Mark tenta pular em seu lugar, empolgado pelo início da partida, sendo segurado também por Levi.

“Cuidado, rapazinho”, O moreno o adverte e ele encolhe os ombros, acenando com a cabeça, “Ainda bem que demos o fora daqui”, Levi resmunga, fazendo Erwin sorrir e segurar sua mão livre.

“Você não gosta de futebol, tio Levi?”, Mark olha para o moreno realmente curioso, parecendo se esquecer do jogo por um instante.

“Não muito”.

“Mas… O tio Erwin jogava com o tio Mike, né? Se você não gostava, como se casaram?”.

“Ah, essa é uma pergunta que sempre quis saber a resposta”, Erwin comenta, divertido, sem desviar a atenção do campo.

“Bem, eu acho o jogo chato e achava seu tio Erwin chato também, mas depois que o conheci percebi que só o jogo era o problema e ficou tudo bem”.

Mark faz uma cara de quem entende e volta a prestar atenção no campo já que as pessoas em volta começam a gritar e reagir, Erwin e Marie inclusos. Nanaba e Levi trocam um rápido olhar e ela faz uma careta para o amigo, o fazendo rir, afinal ela também acha o jogo sem sentido.

Eles encontram Mike após a partida e os seis vão tomar sorvete, aproveitando o final de tarde quente. Aquele foi o último jogo da temporada e, infelizmente, o time local não venceu, mas Mike não parece tão frustrado com a situação.

“Você não ficou triste com o final?”, Mark pergunta para Mike assim que eles sentam-se em uma mesa do lado de fora da sorveteria.

“Eles jogaram bem e deram seu melhor. É isso que importa no final do dia”, Mike bagunça o cabelo de Mark, recebendo um sorriso sincero do garoto.

“Você ainda vai me ensinar a jogar, né, tio? Papai só sabe jogar futebol normal”.

“Claro que sim! Talvez a gente até possa ensinar umas jogadas pro seu pai, o que acha?”.

“Só não se esqueça que logo o bebê do tio Mike e da tia Nanaba estará em casa e eles vão estar bem ocupados, certo?”, Marie intervém antes que o filho possa responder.

“Vocês já têm alguma previsão de quanto isso vai acontecer?”, Erwin pergunta em seguida, surpreso que tenha esquecido completamente sobre o assunto. Ele e Mike conversaram bastante durante todo o processo, porém ele havia esquecido daquele detalhe nos últimos dias, focado na visita deles a Hiram.

“A qualquer momento, na verdade”, Nanaba parece animada e seu rosto se ilumina por completo, “Estamos com as malas prontas e criamos uma reserva de emergência para as passagens de última hora. Assim que Lindsay entrar em trabalho de parto e nos ligar, iremos até Denver”.

“Talvez não dê tempo de assistirmos o parto, mas já aceitamos isso. O importante é conseguirmos ver nosso filho assim que possível”, Mike sorri, parecendo mal conseguir se conter de felicidade em falar no assunto.

“É um menino, então?”, Levi entra na conversa, recebendo um aceno positivo do casal.

“Estamos bastante ansiosos para ver o rostinho de nosso Ben”, Nanaba completa.

“E eu vou ter um novo amiguinho para brincar!”, Mark comenta com grande animação, fazendo os adultos rirem.

Levi consegue entender, por fim, a razão para Mike não ter se importado com a derrota, afinal a espera por Ben é muito maior do que aquilo.

 

Os adultos se reencontram horas mais tarde na casa de Marie. Os pais dela se mudaram para a casa do campo e ela ficou com a casa na qual cresceu. Nile foi com as crianças para a casa dos pais, de maneira que os cinco podem se reunir em volta da piscina e conversar livremente enquanto bebem. Erwin e Mike decidem se encarregar das bebidas, enquanto os outros três conversam animados.

“Eu esqueci quão quente essa cidade era”, Levi resmunga, colocando os pés na água fresca da piscina, os balançando de leve.

“Bem, posso dizer com segurança que você continua o mesmo após o acidente, hm?”, Marie brinca, imitando o amigo, “Odiando Rohnert e futebol americano”.

“Eu perdi a memória, não a personalidade”, ele responde de pronto, fazendo as duas mulheres rirem.

“Como tem sido tudo isso? Sinto que não nos vemos há milênios”, Nanaba está sentada com as pernas cruzadas, olhando os outros dois.

“Foi bastante confuso no começo, mas as coisas estão mais estáveis agora, mesmo que eu não me lembre de tudo. Sinto que a maioria das lembranças antigas estão aqui. Como quanto a Marie disse que tinha conhecido esse policial idiota e decidido voltar a morar nessa cidade estúpida. Eu realmente não esperava isso de você, Marie”, ele finge indignação, “Todo mundo sabia que Nanaba ficaria aqui por causa de Mike, mas você…”.

“Hey! A vida é assim mesmo, nem sempre temos como saber como as coisas vão acontecer. Nanaba poderia ter convencido Mike a viver numa comunidade pesqueira na Tailândia, por exemplo”, ela brinca, dando risada, “Eu sei. Todo mundo, incluindo eu mesma, imaginava que eu ficaria em uma cidade grande, produzindo eventos para pessoas cheias de grana, mas no final estou aqui e meus maiores eventos são os da escola de Mark”, ela sorri com carinho.

“Eu realmente tentei convencer Mike a viver numa comunidade em algum lugar remoto de um país distante, porém falhei miseravelmente”, Nanaba pisca para Levi, “O lado bom é que teremos nossos pais por perto para nos ajudar com Ben. Acho que, no final, nenhum de nós tem exatamente a vida que imaginou”, ela franze a testa de leve.

“E isso não é necessariamente ruim”, Levi comenta, olhando para o céu, “Com certeza minha vida e de Erwin também saiu bastante do planejamento, e, mesmo assim, estamos bem”.

“O que é ótimo. Ficamos muito preocupados com vocês”, Marie chuta um pouco de água na direção do amigo, “Vocês podem viver há mais de 3 mil quilômetros de distância, mas continuamos amando vocês e nos preocupando”.

“Eu sei. E sei que na última vez que nos vimos não foi tão bom…”.

“Sendo sincera, foi estranho para cacete ver vocês não se dando bem”, Nanaba faz uma careta, “E ver como vocês estão agora é um alívio. Você sabe, a gente meio que usa a relação de vocês como parâmetro”.

“O que?”, Levi pergunta, confuso.

“Ah, sério. Você não sabia disso?”, a mulher loira ri, “A gente meio que brinca que se vocês conseguiram coisa x, então todos nós vamos conseguir”.

“O contrário também é válido”, Marie complementa.

“Ah, calem a boca, isso é ridículo”, Levi rola os olhos, fazendo as duas rirem mais.

Mike olha pela janela da cozinha enquanto espreme os limões para margarita, dali ele tem uma boa visão da piscina e consegue ver os três interagindo animadamente.

“Levi parece bem de verdade”, ele comenta, atraindo a atenção de Erwin para si, “Vocês parecem também”.

“Nós estamos”, Erwin sorri de canto, voltando a passar a taça que tem nas mãos no sal. Ele já consegue imaginar Levi dizendo que aquele detalhe é desnecessário, pois logo eles estarão bêbados demais e não se importarão com aqueles detalhes, “E ele se recuperou muito bem, num geral”.

“Eu fico realmente feliz com isso, porque, bem, eu fiquei preocupado para cacete quando você me ligou daquela vez. Por um momento eu achei que vocês iam mesmo se separar”, ele começa a colocar os ingredientes no liquidificador, “Claro que eu não ia dizer isso para você. Você já estava mal o suficiente sem eu te dizer isso”.

Erwin acena com a cabeça de leve. Sua ligação para Mike em outubro passado foi, definitivamente, bastante emocional. Levi tinha acabado de sair de casa e Erwin não fazia ideia de como reagir ou o que fazer. Em sua mente, seu casamento tinha acabado, por mais que Levi tivesse dito que estava saindo de casa para evitar aquilo.

“Não gosto muito de imaginar qual seria o desfecho se as coisas fossem de outra forma”, Erwin admite, “Me sinto mal quando penso que o acidente me deu uma segunda chance, porém se esse for mesmo o caso, eu vou aproveitar essa chance o máximo possível”.

“Continue fazendo isso, pois posso dizer com certeza que está funcionando. Levi fica te olhando como se você fosse a melhor coisa do mundo”, igual antes, Mike pensa, mas não diz, ligando o liquidificador.

Eles rapidamente se juntam aos três próximo a piscina, conversando sobre uma variedade de lembranças ou coisas bobas que levam todos a rirem. Levi relaxa contra Erwin, feliz com a quantidade de memórias que aquele momento lhe traz. Ele sabe que era daquela exata forma que as reuniões deles foram por muito tempo, até Marie engravidar e eles passarem a fazer reuniões mais tranquilas, como jantares.

“Vocês podiam vir na Ação de Graças, não?”, Nanaba está deitada no chão, a cabeça no colo de Mike, olhando para o céu. Eles já beberam um pouco demais e todos estão numa espécie de torpor preguiçoso causado pelo álcool, “Assim vocês conhecem Ben”.

“Ia ser legal, podemos cozinhar aqui. Levi faz aquele Mac’n’cheese dele e a Linda a torta de s’mores, assim vocês não terão trabalho com a casa de vocês”, Marie diz se servindo do resto de margarita, apontando para Mike e Nanaba, “Eu sei como é difícil ter um bebê e uma casa para arrumar, eu nunca queria receber ninguém em casa no começo”.

“Marie, você sempre fala de uma forma que nos faz pensar se não cometemos um erro”, Mike ri fraco.

“Qual é! Eu amo ser mãe, mas é difícil às vezes, okay?”, ela finge indignação, “Não cometa esse erro, meninos”, ela sussurra para Erwin e Levi, como se o outro casal não fosse capaz de escutá-las, “No final do dia, vale a pena”, Marie conclui, “E é algo que vocês querem muito”.

Nanaba abre a boca para responder, mas seu celular começa a tocar e ela o pega, desajeitada, do bolso da bermuda, o atendendo. Os outros continuam a conversar sem se importar muito com aquilo ou se atentar ao fato de já ser mais de uma da manhã.

“Estamos indo”, Nanaba senta-se de repente, desligando o celular para olhar os amigos e o marido, “Era a Lindsay, ela começou a sentir as contrações e está indo para o hospital”.

Por um momento todos ficam em silêncio, observando a mulher com os olhos arregalados, até que ela se levanta e começa a puxar Mike pela mão.

“Temos que ir agora! O que está esperando!? Nosso bebê vai nascer!”.

Mike xinga, levantando-se, parecendo finalmente entender o que a esposa disse. Os amigos fazem o mesmo, indo com eles até a casa em que eles moram, há poucas ruas de distância. Levi e Marie ajudam Nanaba a pegar documentos e outros itens de última hora enquanto ela checa a mala e Erwin ajuda Mike a procurar passagens de última hora.

Em menos de um hora o casal está pronto para partir, entrando em um carro de aplicativo que os deixará no aeroporto de São Francisco para o voo que sai às 5 da manhã. Os amigos desejam aos dois boa sorte e então observam o carro ir embora.

“Bem… É isso”, Marie sorri grande, quebrando o silêncio quando o carro some de vista, “Acho que podemos ir para casa e dormir em paz enquanto os nossos amigos têm o dia mais agitado das vidas deles”.

Os três caminham em silêncio de volta para a casa de Marie, garantindo que a mulher está em segurança antes deles seguirem para a casa dos Smith, de mãos dadas e andando sem pressa pelas ruas tranquilas.

“Estava pensando”, Levi começa, atraindo a atenção de Erwin para si, “Com quem vamos deixar Emma e Luke quando precisarmos?”, Erwin ergue as sobrancelhas um pouco, como se nunca tivesse pensado no assunto, “Eu confio o suficiente em Petra, Armin e Mikasa, mas não em Eren, além disso, é com eles que costumamos sair, não?”.

“Sempre podemos contratar babás. É o que a maioria dos casais fazem”, Erwin observa Levi fazer uma careta, “Sabia que essa seria a sua reação”, ele sorri de canto, “Não quer deixar as crianças com desconhecidos, não é?”.

“Você quer? Eu posso fazer uma relação de coisas que deram erradas enquanto babás estavam a cargo dos cuidados, baseado em casos reais”.

“Não precisa. Eu entendo seu ponto”, ele ri um pouco, “Meus pais sempre falam sobre mudar para Illinois quando meu pai se aposentar. Talvez ele finalmente faça isso quando souber da adoção, eles definitivamente são o tipo de avós que vão querer participar de cada momento”.

“Vamos precisar de sorte com a sua mãe”, Levi sussurra, divertido, fazendo Erwin rir ainda mais.

“Sim, mas acho que meu pai vai manter a situação sob controle e tenho certeza que você sempre vai lembrá-la que eles são nossos filhos, não dela”.

“Pode contar com isso”, Levi sorri, se esticando para beijar o marido antes deles entrarem na casa dos sogros.

 



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