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História Can we always be this close? - Eruri - Lullaby


Escrita por: iamlosingtouch

Notas do Autor


Olá, como estão?

Um aviso inicial: Eu decidi não me aprofundar muito no sistema de adoção do EUA e todas as particularidades de lá, mas achei legal trazer a informação que tanto no Brasil quanto nos EUA não existem mais orfanatos. Atualmente o que existe é um sistema de acolhimento formado, em resumo, por abrigos e lares adotivos (compostos por famílias de acolhimento ou lares que abrigam uma quantidade específica de crianças e adolescentes).

Sem querer esse capítulo saiu um especial de dia dos pais. Espero que gostem!

Capítulo 22 - Lullaby


Fanfic / Fanfiction Can we always be this close? - Eruri - Lullaby

Apesar de toda a burocracia por trás do processo de adoção, uma vez aceitos no programa, Levi e Erwin obtiveram o direito de visitar os gêmeos no abrigo. Eram visitas semanais em momentos variados do dia: durante a lição de casa, no café da manhã até a hora deles irem para a escola, em atividades abertas para os familiares e pais adotivos. A ideia era que eles se integrassem à rotina dos de Emma e Luke, de forma que a transição fosse mais fácil quando eles finalmente pudessem ir para casa com o casal.

Naquela semana eles iam numa visita noturna, participar do horário de banho e de dormir. Todo processo era acompanhado por uma assistente social e através daquela observação ela era capaz de dizer se o casal estava apto ou não para adotar as crianças em questão, além de adequar os horários de visitas conforme a demanda dos pequenos. Desde o começo Sasha, a assistente responsável pelo caso deles, deixou claro que as visitas poderiam se tornar mais frequentes ou mais espaçadas conforme a necessidade dos gêmeos.

Os dois chegam no abrigo, uma casa simples, mas muito organizada e com um grande quintal para as onze crianças e adolescentes que ali vivem, por volta das oito da noite, após o horário do jantar. Sasha, uma jovem e divertida mulher, já está na sala de brinquedos ocupada pelas crianças mais jovens - incluindo os gêmeos - quando eles chegam. 

“Olha só quem está aqui!”, Sasha diz para Emma e Luke, animada. Os três estão sentados no chão acarpetado, as crianças focadas em desenhar com os mais variados materiais espalhados pela mesa. Luke é o primeiro a se levantar, segurando uma folha de papel na pequena mão, a balançando empolgado.

“Ervy! Levi!”, ele vai na direção deles, dando um abraço desajeitado em cada um para não amassar a folha, “Emma, eles chegaram!”, o garoto olha na direção da irmã, que continua muito concentrada em seu desenho, a língua um pouco para fora. 

“Ainda não acabei”, Emma responde, procurando pelo lápis azul na mesa bagunçada, totalmente focada no que faz.

“O que estão aprontando?”, Levi pergunta para o menino de cabelos castanhos, não querendo atrapalhar a garota.

“Não. Não mostra, Luke! Pera”, Emma responde no lugar do irmão, ainda concentrada na sua criação, fazendo o menino suspirar e abraçar o papel contra o peito, como se tentasse esconder seu conteúdo.

“Vai logo”, Luke pede, olhando para garota com alguma impaciência.

“Bem, acho melhor nos sentarmos, então”, Erwin sorri, olhando para o marido. Os dois estão agachados para poder ficar na mesma altura de Luke, mas Erwin logo se senta, sendo imitado por Levi.

“Está muito bonito, Emma. Já acabou?”, Sasha olha para o desenho, recebendo um novo Pera como resposta.

“Eu vou mostrar”, Luke se vira na direção dos dois homens.

“NÃO!”, Emma grita em tom de ordem, fazendo o irmão parar no meio do caminho e encolher os ombros, “Pronto. Pronto!”, ela se levanta, largando o lápis na mesa e indo na direção deles com um sorriso orgulhoso. Ela troca um olhar com o irmão e os dois dão um aceno positivo.

“Surpresa!”, as crianças dizem em uníssono,  estendendo duas folhas de papel para o casal.

“Oh. Para nós?”, Erwin estica a mão para pegar a folha de Luke. Ele troca um rápido olhar com Levi, que tem as sobrancelhas arqueadas, parecendo tão curioso quanto ele.

Mesmo não encontrando grandes dificuldades de interagir com as crianças, ambos definitivamente não esperavam algo assim vindo deles por enquanto, mesmo que um fosse apenas um desenho de cada. Aquilo significava que ambos já possuem um espaço especial na vida dos pequenos e, nos momentos em que estão distantes, Emma e Luke sentem falta deles ou pensam neles de uma forma especial.

Levi pega a folha que Emma estende para ele, “Uau. Você teve bastante trabalho aqui, não? Eu adorei, Emma. Quer me contar o que é?”, ele olha do desenho um pouco bagunçado para os olhos castanhos da garota, que acena com a cabeça.

“Eu e Luke no balanço”, ela aponta os dois bonecos palitos de cabelos marrom e grandes sorrisos, “Você e Ervy”, a garota indica os dois adultos próximos ao balanço e Levi repara que ela usou o lápis azul para fazer os olhos de Erwin. Ele ri fraco, afinal a representação de Emma do loiro é de quase um gigante.

“Ah, é boa lembrança, nosso dia brincando lá fora, não? Eu gostei muito, obrigado”, os dois trocam um rápido abraço, a menina parecendo muito contente por saber que ele gostou de seu presente, “Posso mostrar pro Erwin?”.

Emma concorda com um aceno, olhando para o outro homem com os olhos castanhos cheios de curiosidade. Luke junta-se à irmã na tarefa de observar os dois, parecendo ter tanta expectativa quanto ela. Levi é o primeiro a mostrar o desenho, contando para Erwin o que é.

“Emma, é um desenho muito bonito e esse dia foi bem divertido”, Erwin sorri para a garota, “Muito obrigado”, ele também recebe um rápido abraço da menina, que volta a abrir seu sorriso orgulhoso. 

“Mostra do Luke”, ela indica o desenho que Erwin segura, como quem quer garantir que o trabalho do irmão não será esquecido.

“Ah, sim”, Erwin concorda, entregando o desenho para Levi, “É quando estávamos fazendo bolhas de sabão no jardim”, ele explica.

Ambos os desenhos são de fatos ocorridos no mesmo dia, duas semanas antes, quando eles fizeram um piquenique no jardim e brincaram de diversas coisas durante a tarde toda, terminando com Luke e Emma pegando no sono nos colo deles, sem nem mesmo tomar banho - uma exceção em um dia feliz e cheio de diversão.

“Nossa, você fez até as flores que estávamos regando. Muito legal, Luke. Gostamos muito da surpresa”, Levi olha para o desenho do garoto, tão colorido quanto o da irmã, “Nós vamos colocar na porta da geladeira, para todo mundo ver”. Luke sorri de maneira mais tímida, mas parece tão feliz quanto a irmã, voltando a dar uma abraço em cada um, dessa vez mais demorado.

“Isso vai ser bem legal, não é, crianças? Todo mundo vai saber os grandes artistas que vocês são”, Sasha sorri para eles, se erguendo, “Eles passaram todo o tempo depois do jantar trabalhando nisso. Tiveram a ideia porque uma outra criança fez um desenho para o pai que veio visitá-la e ele ficou bem feliz”.

“Foi um ótimo trabalho, de verdade. Vamos guardar as coisas e tomar banho, crianças?”, Erwin indica a mesa toda bagunçada.

“O que acha de nós dois contra o Luke e o Erwin?”, Levi pergunta para Emma ao vê-la fazer uma espécie de careta pela sugestão do outro adulto.

“Quem guarda mais rápido?”, Emma questiona, parecendo se empolgar com a ideia de uma competição.

“Isso”, o moreno concorda com ela, sorrindo.

“Parece que temos um desafio, Luke”, Erwin olha para o garoto que já está pronto para colocar os lápis de cor de volta nos potes coloridos onde o material de desenho é guardado, “Vamos mostrar aos dois que somos mais rápidos?”.

“Sim”, Luke diz com determinação, se ajoelhando em frente a mesa para conseguir trabalhar rapidamente. Emma rapidamente o imita, concentrada em tentar ser mais rápida do que o irmão.

Os quatro passam algum tempo ocupados naquela atividade, como se fosse uma espécie de brincadeira, com Luke e Emma muito focados em guardar as coisas com maior cuidado e velocidade possível, uma combinação um tanto confusa, mas que dá certo no final. Em seguida, eles vão para o andar superior, Erwin indo com os gêmeos até o pequeno quarto que eles dividem para pegar roupas e toalhas, enquanto Levi vai até o banheiro encher a banheira. 

Pouco minutos depois as crianças aparecem no banheiro, cada uma trazendo um brinquedo.

“Vocês trouxeram amiguinhos para tomar banho?”, Levi sorri de canto, vendo Erwin encolher os ombros, como quem admite que perdeu uma batalha ao deixar as crianças levarem os brinquedos até ali.

“Sim. Eles precisam de banho”, Emma diz de uma maneira um tanto materna, provavelmente imitando alguma das funcionárias do abrigo. Ela deixa sua tartaruga na banheira, assim como Luke, que trouxe um polvo. 

Os gêmeos conseguem tirar suas roupas com facilidade e logo estão dentro da banheira, sendo orientados pelos dois adultos quando necessário, mas no geral ambos já possuem grande noção de como se lavar de forma adequada. Da porta, Sasha observa os quatro sem intervir. Quando eles terminam de se banhar - e banhar os brinquedos - Erwin e Levi ajudam os dois a se secarem e se vestirem, supervisionando a escovação dos dentes em seguida.

“Deixem me ver”, Levi se agacha, olhando a boca de cada um para confirmar se eles concluíram a escovação de maneira satisfatória, da mesma maneira que ele lembra que sua mãe fazia, “Muito bem. Ótimo trabalho”, ele sorri para ambos, se erguendo, “Agora é hora de ir para cama, certo?”.

“Mas…”, Luke começa, parando próximo a porta do banheiro, olhando de um adulto para o outro, porém parece incerto se deve dizer o que tem em mente ou não.

“O que foi?”, Erwin ergue as sobrancelhas, olhando com atenção para o menino.

“Nós queremos história para dormir”, Emma completa pelo irmão, não parecendo incerta como ele em pedir o que deseja.

“Mesmo? Que tipo de história vocês querem?”.

“Podemos escolher um livro?”, Luke pede com uma cara de cachorro abandonado, o que quase faz Erwin rir fraco.

“Claro, podemos escolher enquanto Levi arruma o quarto. O que acham?”.

As crianças concordam de pronto, cada uma puxando Erwin por uma mão em direção a sala de leitura.

“Você também percebeu que ele está deixando o trabalho todo para mim?”, Levi brinca com Sasha, fazendo a mulher rir enquanto o acompanha até o quarto dos gêmeos no fim do corredor.

Erwin se deixa guiar até a sala de leitura. Emma solta da sua mão e se estica um pouco para acender a luz da sala - a maior parte da casa é adaptada para que mesmo crianças pequenas tenham alguma autonomia, como acender a luz sem precisar de ajuda de alguém maior - e Luke o leva até a pequena estante cheia de livros infantis.

“Certo, qual livro vocês vão querer?”, Erwin se agacha entre as duas crianças que olham demoradamente para as várias opções de leitura.

Luke não hesita em se aproximar e pegar um livro de capa vermelha, com o desenho de uma espécie de monstro nele, porém ele olha primeiro para Emma, em busca de aprovação, para depois entregá-lo a Erwin.

"'Grúfalo", o garotinho anuncia.

Erwin olha para o livro com curiosidade. Ele não conhece nada de livros infantis e percebe, naquele instante, que já deveria ter pesquisado um pouco sobre o assunto. O que as crianças pequenas gostam hoje em dia? Quais desenhos assistem? Existem novas musiquinhas infantis favoritas? Ele não faz a menor ideia e realiza uma nota mental de procurar mais sobre o assunto com Levi. 

“Certeza?”, Erwin pergunta, recebendo respostas afirmativas animadas. Seja lá quem for esse tal Grúfalo, as crianças parecem gostar dele, “Então vamos para a cama”.

Os três voltam para o quarto no outro extremo do corredor. Levi já arrumou as camas e ligou o abajur, criando um clima aconchegante. As crianças rapidamente sobem na cama de Emma, acomodando-se lado a lado.

“Ué, achei que você tinha sua própria cama, Luke”, Levi ri fraco ao ver o menino ao lado da irmã.

“Mas é hora da história”, Luke responde como se aquela explicação fosse suficiente.

Sasha ri fraco da porta do quarto, “Eles gostam de escutar a história deitados juntos para verem as ilustrações, mas depois ele vai para a cama dele”.

“Bem, faz sentido”, o moreno concorda, “Vamos ver essa história, então. O que vocês escolheram?”.

“Grúfalo!”, Emma e Luke dizem juntos, enquanto Erwin mostra o livro.

“Eu não faço ideia do que seja, mas eles parecem gostar bastante”, Erwin senta-se na cadeira mais próxima da cama de Emma e Levi ocupa o lugar ao seu lado após cobrir os gêmeos.

“Isso é história de dormir?”, o moreno franze a testa, recebendo um dar de ombros de Erwin como resposta. Pelo menos seu marido parece entender tanto do assunto quanto ele, “Bem, vamos lá, então?”.

As crianças se ajeitam em seus lugares, olhando com atenção para o livro assim que Erwin o abre. Sem que fosse necessário combinar, o maior fica responsável pela voz do narrador e a do personagem principal: um rato, enquanto Levi faz as vozes dos outros personagens: uma raposa, uma cobra e uma coruja.

É uma história simples de um ratinho que, durante um passeio no bosque, inventa a existência de um monstro terrível chamado Grúfalo, evitando, dessa forma, ser comido pelos os outros animais que encontra pelo caminho. A grande reviravolta acontece quando o rato dá de cara com o monstro inventado por ele e o Grúfalo se mostra disposto a comê-lo também.

Levi acha estranho que as crianças pareçam tão encantadas pelo tal monstro horrendo descrito pelo rato, mas ainda assim se esforça em se manter dentro do personagem e fazer uma voz tenebrosa para combinar com o tal Grúfalo, deixando as crianças ainda mais felizes. Por fim, o ratinho consegue convencer o monstro de que ele é um ser perigoso e todos os animais do bosque o temem, fazendo que o Grúfalo também desista de comê-lo e fuja dele. 

“Isso definitivamente não é uma história de dormir”, Levi fala baixo quando terminam o livro, mas nota que apesar da diversão ao ouvirem a história, ambas as crianças estão sonolentas e prestes a cair no sono, “Muito bem, vamos para cama, Luke”, ele se levanta, tirando o menino debaixo do lençol com facilidade, o ajeitando na outra cama, “Boa noite, pequeno”, sussurra, dando um beijo na cabeça do menino.

“Boa noite”, Luke responde já bastante sonolento, parecendo prestes a cair no sono.

Erwin faz o mesmo com Emma, a cobrindo novamente e beijando sua cabeça, ajeitando os seus cabelos castanhos sedosos. 

“Vocês vão demorar muito para voltar?”, a garotinha pergunta, a voz baixa e cansada. 

“Não, semana que vem estaremos de volta”, Erwin tenta tranquilizá-la, mas recebe uma expressão fechada como reação.

“É muito tempo”, ela resmunga, dando um bocejo.

“São apenas seis dias. E amanhã serão cinco. Você pode contar junto com o Luke, o que acha? Hoje são seis dias”, ele faz o gesto com a mão esquerda aberta e um dedo da mão direita levantado, “E amanhã são cinco”, ele mostra apenas mão esquerda aberta, “Depois quatro”, ele abaixa um dedo.

Emma o observa com grande atenção, apesar do sono, erguendo as mãozinhas para o imitar, repetindo a explicação de Erwin. Aquilo parece a convencer de alguma forma, pois sua expressão se suaviza. 

“Tá bom. Seis dias”, ela concorda, volta a se ajeitar na cama e olha para Levi, “Beijo de boa noite?”. 

“Claro, pequenina”, Levi ri fraco. Ele estava prestando atenção em toda a conversa e acha ao mesmo tempo fofo e triste a reação dela por ter que esperá-los voltar, “Boa noite e até daqui seis dias”, ele sussurra, dando um beijo em seu rosto. 

Erwin dá um beijo em Luke e em seguida desliga o abajur, acendendo a pequena luz noturna em formato de nuvem próxima à porta do quarto. Os dois adultos ficam parados na entrada do ambiente por um momento, observando as crianças se ajeitarem em suas camas, sussurrando boa noite preguiçosos uma para a outra. Não demora muito para que os gêmeos pareçam ter pego no sono e Erwin e Levi finalmente encostam a porta para que eles durmam em paz.


 

Ao chegar em casa, Levi coloca os desenhos na geladeira e os observa por alguns instantes, distraído com as diferenças de visão de Luke e Emma, e também pelo carinho deles naqueles presentes. 

“Nossos primeiros desenhos”, Erwin para atrás dele, envolvendo sua cintura. Levi encosta contra seu peito, erguendo o rosto para olhar o marido.

“Sim. Isso foi inesperado”, ele sorri pequeno.

“Foi, mas também foi uma ótima surpresa”, Erwin olha de volta para o moreno, se inclinando para o beijar.

“Queria que tudo fosse mais rápido…”, Levi confessa. Cada vez que precisam deixar os gêmeos no abrigo, ele sente seu peito apertar um pouco mais. 

“Eu sei. Eu também queria. Foi difícil ter que deixá-los hoje, mas talvez Sasha consiga aumentar a frequência das nossas visitas…”.

“Bem, espero que sim. Ela com certeza ficou tocada com Emma dizendo que era tempo demais até a próxima visita. Eu vi a cara dela”, ele se vira nos braços de Erwin, se esticando para o beijar direito.

“Isso vai precisar esperar um pouco”, Erwin sussurra quando eles partem o beijo, recebendo um olhar questionador do menor. 

“O que você está aprontando, senhor Ackerman-Smith?”.

Erwin ri, desfazendo o abraço para segurar a mão de Levi, o guiando até seu escritório. 

“Erwin, o que…?”.

“Espera. Você já vai saber”.

“Você está parecendo as crianças, me arrastando por aí pela mão e me pedindo para esperar”.

“Mil perdões, da próxima vez te carrego no colo”, Erwin olha para o menor e pisca com um olho, soltando sua mão para abrir uma das gavetas das escrivaninha, “Eu não sei se você reparou, mas uma data importante está se aproximando e, bem… Eu resolvi te fazer uma surpresa também”.

Levi o olha um pouco confuso por um instante, tentando puxar na memória que data importante pode ser aquela, se tocando, por fim, que se trata do aniversário de casamento deles. 11 anos. Ele se sente corar um pouco, afinal não tem planejado nada para data ainda e ali está Erwin dizendo que lhe preparou uma surpresa. Algo que ele nem faz ideia do que seja, mas que faz o maior sorrir de uma maneira auspiciosa.

Planejar a viagem sem Levi saber não tinha sido difícil. Erwin sabia que os chefes de ambos não se importariam que eles passassem 14 dias fora, afinal era por um motivo realmente bom. Ele escolheu a última semana de agosto e a primeira de setembro para a viagem, de maneira que Paris já não estaria mais atulhada de turistas em férias de verão. O único problema que encontrou foi o apartamento.

Em sua mente, a viagem perfeita incluía o apartamento no qual moraram por dois anos enquanto faziam suas especializações. Era um apartamento em um prédio antigo, numa rua bastante arborizada e tranquila, há uma curta distância a pé de tudo que eles poderiam precisar: metrô, mercado, pequenos cafés e restaurantes frequentados pelos locais - e consequentemente muito mais baratos e melhores do que aqueles cheios de turistas. Havia ainda a varanda onde eles costumavam comer quando o clima permitia, observando a noite iluminada de Paris.

Levi amava a cidade e aquele apartamento. E os dois primeiros anos de casados foram extremamente especiais e felizes ali. Erwin achava que seria um ótimo lugar para se visitar. O problema era: a dona do apartamento, uma senhora que vivia em Bordeaux, tinha o alugado e ele seria ocupado na semana anterior à viagem. Erwin teve algum trabalho em convencer a mulher, mas quando contou sobre o acidente, a memória de Levi e o fato que eles iam comemorar 11 anos de caso, a senhora cedeu, inventando para os futuros inquilinos que uma reforma de emergência seria necessária, mas que eles poderiam entrar no apartamento na segunda semana de setembro. 

Por fim, Erwin tinha conseguido manter as coisas como planejado e agora ele estende as passagens aéreas para o marido. Levi o encara, sua expressão é uma mistura de surpresa e curiosidade, e pega o envelope, o abrindo para ver as duas passagens para o próximo sábado à noite, logo após a visita prometida aos gêmeos.

“É por causa desse tipo de coisa que você precisa de emprego que pague bem”, o menor diz, fazendo Erwin rir alto, “Erwin… Isso é perfeito”, ele sussurra, se aproximando para beijar o marido demoradamente, sem nem mesmo saber que aquela viagem inclui o apartamento dos primeiros anos, “Vou ter que te recompensar… Muito”, ele fala de maneira sugestiva, passando a língua pelos lábios.

“Oh, eu realmente espero que você faça isso”, Erwin arqueia uma das sobrancelhas, rindo fraco antes de beijar o marido novamente.

 


Notas Finais


Gente, eu não conhecia a história do Grúfalo, mas achei bonitinha e imagino que crianças na faixa etária do gêmeos (entre 3 e 4 anos), adorem. Link da história contada no youtube para quem quiser ver: https://www.youtube.com/watch?v=MGIyA7FHx0c&ab_channel=Hist%C3%B3riaContada

Até breve e obrigada pelos comentários e favoritos!


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