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História Candy Crush - Doce de Limão


Escrita por: venusjkm

Notas do Autor


Preciso deixar um aviso aqui, antes da leitura. Faz muitos anos que eu não atualizo Candy Crush de forma constante, e é impossível seguir a mesma linha de raciocínio depois de tanto tempo. Eu estou reescrevendo os capítulos anteriores aos poucos, de modo que ta me ajudando a mexer em alguns pontos da obra.

A questão é: talvez haja alguns erros de concordância. Pequenos detalhes que eu já tenho em mente que serão alterados nos capítulos anteriores. Um exemplo é o personagem Kim Namjoon e o envolvimento com Taehyung. Irei modificar de forma considerável o relacionamento dos dois por hoje ver ser algo sem noção e eu não sei onde tava com a cabeça quando escrevi aqui (SOS)

Outro ponto é na questão do tempo decorrido. Certamente, irei modificar o tempo em que a história está passando então eu creio que nesse ponto, já se passou dois meses desde o capítulo Sweet Fears, então levem isso em consideração.

Obrigada por chegar até aqui, e me desculpe pela nota enorme. Boa leitura!

Capítulo 36 - Doce de Limão


| POV • PARK JIMIN

De alguma forma, as coisas pareciam ter ido ladeira abaixo em poucos segundos. Ao ver a mulher parada ali em sua frente dizendo aquelas coisas, fora como se uma chave virasse em sua cabeça, de modo que algumas coisas começassem a fazer sentido. De fato, não havia razão alguma para Jeon HyunA ir até sua porta inventar mentiras, sabendo que logo iria buscar a verdade com Jungkook. Era um acúmulo de incoerências, que faziam o coração do ômega acelerar e doer a cada segundo. Não queria acreditar, mas dada a situação, estava se sentindo contra a parede.

Sem pedir permissão, a alfa caminhou em direção a sala de estar, sentando em uma das poltronas. Tirou o óculos de sol que estava usando e o prendeu na camisa, agindo como se estivesse em casa. HaYi encarou o filho que apenas suspirou, se sentando em outro sofá ao ritmo que sentava em outro sofá, disposto a ouvir tudo o que a mulher tinha para dizer.

— Pois bem, diga o que deseja. — O Park fora direto ao iniciar o assunto. — Não acho que você viria até minha casa para mentir para mim.

— Tem razão, não tenho motivos para mentir. Então serei direta. — Seu olhar gélido causou um frio na espinha. — Faz algumas semanas que Jungkook concordou em casar com YuNa. Naquele infame dia que eu tive o desprazer de conhecer você pessoalmente. — Jimin segurou o impulso de revirar os olhos. — Sabe querido, ômegas que se envolvem com alfas comprometidos, são crucificados e você deveria saber bem. Já estava ficando falado na região, então Jungkook optou por encerrar esse assunto de forma que todos os lados saíssem bem.

— Todos os lados? — Sentia os nervos a flor da pele. Sabia muito bem que se seu nome estava ficando manchado na cidade, a culpa era da alfa na sua frente. — E qual seria o lado positivo para mim?

— Ora pois, Jungkook e YuNa ficarão juntos e assim meu filho deve cair na real a respeito da burrada que estava fazendo. — Ela nem olhava o ômega nos olhos, preferia ficar encarando as próprias unhas e as admirando. — Você manterá sua reputação intacta e poderá encontrar algum alfa que realmente te queira. E nós ficamos tremendamente felizes em ver a família linda que os dois terão sem interferência sua.

— Você.... Como consegue ser assim? — O ômega indagou sentindo os olhos arderem. — Sabe muito bem que ele não ama ela, e que será infeliz ao lado dela. Porquê insiste em o forçar a esse relacionamento que só o machucará?

— Porque, Park Jimin — Agora ela olhou o ruivo no fundo dos olhos, com aquela expressão impassível. — eu digo com propriedade que o maior erro da vida do meu filho, fora conhecer você. YuNa certamente o fará muito mais feliz, eles possuem uma grande história. Não é um ômega qualquer que vai destruir.

— Saia da minha casa agora! — O grito de HaYi ecoou alto pelos ouvidos de ambos ali. Ela ameaça acertar a mulher com um pano de prato. O rosto estava vermelho de raiva, e Jimin tampouco se lembrava da última vez que havia visto sua mãe daquele jeito. — Já disse seu recado não é? Não vou admitir que trate meu filho desse jeito, ainda mais em sua própria casa!

O Park estava mal. Limpou rapidamente uma lágrima que insistiu em escorrer por sua bochecha. Não era de ferro, se sentiu um lixo com as palavras daquela mulher. Sabia que não devia se deixar abalar, mas seu coração estava partido. Em sua cabeça, estava um conflito onde um lado dizia para não acreditar tão facilmente no que ela estava dizendo, contudo o outro, ressaltava que ela de fato não tinha nenhuma razão para mentir. A alfa se levantou do recinto, encarando para a mãe do Park com um olhar esnobe. Colocou o óculos no rosto mais uma vez, antes de dar suas últimas palavras no local.

— Bem, de fato o recado está dado. — Disse enquanto caminhava em direção a porta. Deu uma última olhada para trás. — E espero que também tenha servido de aviso.

Jimin acompanhou a silhueta da mulher até a porta e esperou o exato momento em que a mulher fechou a porta com força, para esconder o rosto nas mãos e desabar. HaYi correu para consolar o filho, o abraçando e tentando fazer com que o mesmo se acalmasse. Não conseguia imaginar a dor e o misto de sentimentos que o mesmo estava passando, mesmo assim, sabia que decepção era o que estava em destaque. Não conseguia acreditar que alfa estava mentindo, e ao ritmo que sabia que Jungkook certamente estava fazendo aquilo para proteger seu filho, no fundo, queria eles de fato jamais tivessem se conhecido. Desde o início do relacionamento, o ômega mais novo havia apenas sofrido, e para uma mãe, não havia nada pior que o choro e a tristeza de um filho.

— Eu simplesmente não queria estar assim! — O ruivo resmungou. — Não queria chorar por ele. Não queria que me doesse tanto essas coisas, mas nessa altura do campeonato mãe, eu já estou tão aprofundado em tudo isso que eu não consigo! Não consigo ser forte e não chorar.

— Mas chorar não é sinônimo de fraqueza. Eu imagino tudo que está sentindo, Chim. — A mulher se afastou daquele abraço, segurando o rosto do filho com as duas mãos e limpando as lágrimas do mesmo com os polegares. — Mas precisa ser forte, e colocar as cartas na mesa com o Jungkook.

Na mente de Jimin, só passava as cenas do incrível fim de semana que tiveram juntos e do quão mentiroso Jeon parecia para si naquele instante. Mesmo assim, agora analisando, conseguia notar algumas falas do moreno que ressaltavam que algo estava errado. Mas o ômega estava tão cego nas coisas boas e em como o relacionamento de ambos parecia estar caminhando para a direção certa, que preferiu ignorar. Ignorou totalmente todas as falas estranhas, olhares e reações, e agora de arrependia amargamente de o ter o feito. De não ter lhe posto contra a parede e perguntado o que estava errado de uma vez. Era utópico demais imaginar que as coisas estava realmente boas para os dois, pois já havia acostumado a pisar em ovos quando o assunto era Jeon Jungkook.

— Se eu falar com ele agora, acho que o mato. — Respondeu controlando a respiração ao ritmo que limpava o rosto. — Preciso ficar sozinho. E por favor, não chame o Taehyung. Sei que está preocupada, e quando está preocupada comigo, a primeira coisa que faz é chamar o Tae, mas dessa vez, eu realmente quero ficar sozinho.

HaYi estava só esperando o filho dar as costas para enviar mensagem para o Kim, mas após o alerta preferiu não o fazer. Apenas respirou fundo, depositando um beijo casto na testa do ruivo, que apenas sorriu em resposta indo em direção ao seu próprio quarto. Agora, fora a vez da ômega bufar irritada. A única certeza que tinha, era que odiava a mãe de Jungkook, e que adoraria a fazer pagar com a língua por tudo que falou de seu filho.

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| POV • JUNG HOSEOK

O garoto ficou parado por longos segundos encarando a porta da própria casa. Tinha profundo medo do que encontraria atrás a mesma, visto que sempre era uma caixinha de surpresa. As aulas da manhã haviam acabado, então optou por ir para casa. Respirou fundo, juntando toda a coragem que poderia ter para enfrentar seus demônios de uma só vez. O cenário era o mesmo, aquele homem que custava chamar de pai, jogado no sofá, rodeado de garrafas alcoólicas e quase morto de tão bêbado enquanto assistia a televisão. Da cozinha, era possível ouvir o som de sua mãe fazendo algo no fogão, e na mesa, sua irmã estava sentada fazendo atividades. Quando a pequena lhe olhou, abriu um enorme sorriso. O som da porta também alertou a Mickey, seu cachorro que veio correndo em sua direção.

— Hoseok? Já chegou filho? Venha até aqui. — Ouviu sua mãe chamar da cozinha.

Precisou desviar de algumas garrafas no caminho. O chão estava repleto delas além do cheiro incansável de cigarro. Já estava tão impregnado no local, que não importava o quão cheirosa a comida de sua mãe estivesse, mal consegui a sentir. A mulher de fios longos e pretos, estava concentrada fazendo o almoço, quando parou para analisar mais uma vez os machucados no rosto do filho. Uma expressão triste tomou sei rosto enquanto desligava o fogo, e ia em direção ao mesmo para analisar melhor.

— Está doendo muito? — O Jung nada respondeu, fazendo com que a mulher respirasse fundo acariciando a bochecha do filho. — Eu sinto muito, meu doce. Queria que não tivesse que passar por isso.

— Ei, fique tranquila. O importante é que a senhora e Jiwoo estão seguras. Não me importo de apanhar mil vezes se isso for deixar vocês intactas. — Sorriu abertamente para tentar a acalmar antes de a puxar para um abraço. — Vou resolver as coisas, fique tranquila. Logo esse inferno vai passar, e darei uma vida digna para vocês.

A mulher não respondeu. Detestava que seu filho tivesse aquele peso em si mesmo, mas não conseguia negar que ele era sua única chama de esperança. Não tinha mais idade nem tempo para tentar coisas novas. Fazia a comida pela manhã, para que tivessem o que comer durante o dia, já que trabalhava até tarde da noite, para trazer o pouco sustento que conseguia para o lar. Olhou para o marido que mais parecia um inválido jogado no sofá, sentindo uma amarga tristeza. Hoje, tinha certeza que o odiava. Mas não conseguia se arrepender de o ter conhecido, pois fora graças a ele que ganhou os dois presentes mais preciosos de sua vida que foram seus filhos. Depositou mais um beijo na testa de Hoseok antes de voltar as panelas.

— Obrigada por tudo, meu filho. — Ela sorriu. — Mas independente de qualquer coisa, você é meu primogênito precioso. Jamais deixaria de lhe amar ou de orgulhar por seus passos.

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Mesmo que não houvesse necessidade, optou por levar Jiwoo até o colégio. Não fazia a menor ideia do que passava pela cabeça dos marginais que costumavam o agredir, e com o que havia acontecido na madrugada anterior, não quis arriscar envolver sua pequena naquilo. Havia aproveitado para levar Mickey para um passeio. Teria aulas apenas a noite, então teoricamente, o dia estava livre. Estava caminhando por uma região conhecida, quando de repente, a coleira do cachorro quebrou mais uma vez, e o mesmo não perdeu tempo ao correr em disparada pela rua, forçando o Jung a correr atrás do mesmo. Era quase impossível acompanhar a velocidade de um cachorro, então quando o mesmo virou a esquina, Hoseok entrou em desespero e apressou o passo.

O alfa nunca fora alguém exatamente religioso, mas quando virou a esquina, e deu de cara com Taehyung que segurava o pastor alemão Mickey, que fazia questão de encher o rosto do Kim de lambidas, teve a certeza de que fora as mãos de Deus que guardaram aquele momento.

— Taehyung, você definitivamente, é alguém angelical. — Disse totalmente agradecido pela presença do Kim ali que apenas riu com o elogio.

— Francamente Hoseok, é vergonhoso perder o cachorro tão facilmente. — Retrucou enquanto acariciava o animal. — Se eu estivesse no seu lugar, estaria com muito vergonha.

— E eu tenho culpa? Ele simplesmente quebrou a coleira! É a terceira vez que ele faz isso. — O cachorro se sentou encarando o dono e latiu. — Está reclamando é? Eu que preciso reclamar aqui.

— Certo, Hoseok. Não quero trabalhar sua discussão com seu cachorro. — Respondeu o ômega se levantando. — Então vou indo, foi bom te encontrar.

— Ei, espera Tae! — Chamou o impedindo de seguir o caminho. — Vamos tomar café juntos!

O Kim ficou encarando o moreno por vários segundos, pensando na questão. Havia incrivelmente se aproximado bastante de Hoseok nas últimas semanas, visto que agora, estava conhecendo um lado do alfa que ainda não havia sido descoberto. Talvez o fato de ter deixado o caminha aberto para Jungkook durante aquele mês tenha aumentado as grandes brechas na agenda do Kim que foram facilmente ocupadas por Hoseok. Sem seus cotidianos encontros com Jimin, havia ficado com mais tempo livre. Sabia que o amigo não estava lhe trocando, visto que aquele afastamento fora proposital da parte de Taehyung. No fim, ficou ponderando até enfim suspirar e sorrir para o alfa.

— A Sweet Boutique é por aqui, não? Vamos para lá.

Hoseok ainda ficava surpreso com o fato de que a Sweet Boutique havia se tornado quase que um ponto de encontro de seus amigos. Jungkook estava trabalhando no caixa quando chegaram. O alfa apenas sorriu para a dupla, acenando de longe enquanto ambos se sentavam em uma das mesas do local. Escolheram suas refeições e o Jeon não tardou para levar logo voltando a se concentrar em suas outras obrigações na loja. Como já era de praxe irem até o estabelecimento, sabia que o Jeon não se importava de Mickey ficar no recinto desde que ficasse em silêncio.

— O Jungkook não parece levemente radiante hoje? — Indagou o Jung enquanto o observava de longe. Estava mais sorridente que o comum.

— Bem, ele o Jimin tiveram um lindo encontro romântico ontem. — Resmungou com uma voz debochada e Hoseok riu do amigo. — Você realmente não liga de falar a respeito do relacionamento dos dois?

— Acho que estou superando a febre que foi Park Jimin aos poucos, felizmente. — Concluiu o alfa dando de ombros. De fato, estava desapegando aos poucos. — Além do mais, acho que eles fazem um belo casal juntos. Se combinam.

— Eu concordo. Acho que Jimin encontrou a metade da laranja dele. — Concluiu o Kim antes de suspirar ao lembrar de uma questão ruim. — Queria que as coisas fossem fáceis para eles.... Mas enfim! O que estava fazendo caminhando solitário pelas ruas de Busan? Isso não incluindo a presença ilustre do seu cãozinho fugitivo.

— Hm — O alfa levou a lata de refrigerante aos lábios antes de responder. Havia notado a tentativa do Kim de omitir alguma informação, contudo apenas ignorou. — Fui levar minha irmã para a escola. Aproveitei e levei o Mickey para trabalhar.

— Eu não fazia a menor ideia que você tinha uma irmã! — Respondeu totalmente surpreso. — Você não costuma falar muito sobre a sua família, na verdade.

— Acho que ela tem problemas demais, para que eu fale facilmente.

Taehyung ficou o encarando por alguns segundos sem nada falar. Entendia aquele sentimento, sua vida familiar também era abarrotada de problemas e dor de cabeça, pelo menos quando pensava no passado. Hoje poderia considerar as coisas estáveis, por estar vivendo tranquilamente com sua mãe. Contudo, de alguma forma, parecia que os demônios do seu passado — vulgo duas pessoas em específico — haviam resolvido dar as caras de repente. Chega era surpreendente tamanha coincidência, mesmo assim, era verdade. O Kim sorriu, erguendo sua latinha de refrigerante, sugerindo um brinde.

— Bem, acho que temos isso em comum. Vamos marcar tomar um porre juntos e ver quem fala primeiro os podres após estar caindo de bêbados. — Sugeriu o ômega arrancando um enorme sorriso do amigo.

— Eu topo, mas saiba que não cairei facilmente. — Concluiu com uma piscadela.

A porta da loja, fora aberta com brutalidade, chamando a atenção da maioria no recinto. Uma mulher com roupas formais e um óculos de sol adentrou o local, dando uma boa olhada em tudo ali antes de focar seu campo de visão em Taehyung e Hoseok. O ômega em questão, franziu o cenho, tinha a leve impressão de a conhecer, mas não conseguia dar certeza. Pelo aroma marcante, sabia de tratar de uma alfa, mesmo que não pudesse olhar em seus olhos por conta dos óculos, sustentou a visão de queixo erguido, não era do tipo que abaixava facilmente a cabeça para os alfas. Poderia ser até considerado como uma falta de respeito, mas estava pouco se lixando, toda sua história havia lhe ensinado a não os considerar superiores e sim a si próprio.

A mulher foi em direção ao balcão, e de longe, a dupla percebeu o pesar nos olhos de Jungkook. Fora ai que Taehyung finalmente notou quem era. A mulher se sentou no balcão, e parecia ter feito questão de falar em alto em bom som, e o ômega considerou que aquilo, fora para que ouvissem o que ela estava prestes a dizer.

— Boa tarde, Jungkook. Adivinha onde eu estava? — Disse enquanto deixava sua bolsa no balcão de forma relaxada. Era possível notar de longe o desinteresse do Jeon mais novo em continuar o assunto, coisa que a mulher logo notou, então sorriu de forma ácida. — Não se afobe, é de seu interesse. Fui visitar Park Jimin.

Taehyung praticamente cuspiu o refrigerante enquanto Hoseok franziu o cenho, sem fazer a menor ideia do que estava acontecendo ali. Os olhos de Jungkook se arregalaram, e o alfa começou a ficar nervoso. Indagou para sua mãe se aquilo era realmente sério, e ela não negou.

— Bem, como você estava enrolando para contar a verdade ele, eu mesma o fiz. — Respondeu simplista. — A pobre YuNa precisa de mais cuidado. Vão casar daqui a um mês, e você só tem tempo para esse ômega fútil. Não está ajudando em nada no casamento, então, tomei providências.

— Casamento? — Sussurrou para Taehyung, que apenas engoliu em seco, sem tirar os olhos do Jeon que estava estupefado.

— Não isso não pode ser sério.... Você me prometeu! Me deu dois meses com ele! — Esbravejou o alfa, sem se importar com o resto das pessoas ali. O grito fez com que os ômegas no recinto, inclusive Taehyung, encolhessem levemente. — Eu ainda tinha duas semanas!

— Mudanças de planos. Os pais de Yuna querem que as coisas aconteçam o mais rápido possível. As pessoas estavam começando a falar sobre o fato do alfa dela estar de um lado para o outro com outro ômega. Estava ficando ruim para os dois lados.

Jungkook estava sem palavras. Ficou encarando a mulher em sua frente por vários segundos, até enfim acordar se seu transe, e olhar para Taehyung que estava tão chocado quanto o moreno. Jeon largou o avental, jogando em cima do balcão antes de correr em direção a mesa do amigo.

— Taehyung, o que eu vou fazer agora!? Não estava nos planos! — Disse afoito, passando a mão pelos fios de cabelo de forma desesperada.

— Eu não faço a menor ideia! Acho que essa era a pior forma possível para o Jimin saber a verdade. — Murmurou. A cabeça do ômega chega doía, não conseguia imaginar como seu amigo estava destruído.

O Kim sabia a respeito do casamento. Jungkook havia lhe contado no mesmo dia em que fora colocado contra a parede para resolver aquele situação, aquela era a melhor opção que pensara para proteger a Jimin, pois sabia que se negasse, sua mãe e irmã fariam da vida do ômega um profundo inferno. Já havia o magoado demais, e não queria acabar com a vida do ruivo que tanto amava. Sim, amava. Amava Park Jimin de uma forma que nunca havia amado ninguém. Estava totalmente apaixonado pelo ômega e isso era inegável, mesmo assim, se fosse pelo bem do mesmo, estava disposto a viver uma vida preso a Park Yuna. Jeon já havia se acostumado a viver de acordo com as opiniões alheias e conforme os desejos de sua mãe, não seria grande novidade para si, aceitar até mesmo um casamento claramente de fachada.

— Eu vou atrás dele. — Falou Jungkook. Sua mãe rapidamente tentou levantar, para o impedir, mas o ômega tampouco ligou apenas gritando mais uma vez. — Não chegue perto de mim! E nem tente me impedir, não estou com a mínima paciência para brigar com você agora, mãe. — O alfa olhou para os amigos e entregou a pequena chave do caixa que estava em seu bolso. — Cuidem da loja, por favor!

Dito isso, o Jeon correu em disparada pelas ruas de forma que logo ambos o perderam de vista. Hoseok se sentia perdido, mesmo que estivesse entendido em partes o que estava acontecendo ali. Engoliu em seco, não esperava que fosse entender tão rápido a mensagem entrelinhas que Taehyung havia soltado a instantes atrás. Encarou o ômega a seu lado, que tinha os nervos a flor da pele.

— Não queria que as coisas acabassem assim. — Respirou fundo, sentindo uma profunda tristeza. — Se houvesse um jeito melhor, eu teria dado a opção mas não é o caso. Não consegui pensar em nada melhor.

— Tae, se eu estiver na linha de raciocínio correta, a vida do Jungkook vai se tornar um inferno, não é?

— De fato. — Disse encarando a mãe do mesmo, que observava e escutava o diálogo de longe. — Ele sem a menor dúvida, vai ser alguém infeliz em um casamento triste e armado. Eu sou fiel ao meu melhor amigo, mas Jeon pediu segredo por querer dar ele pelo menos últimos dias felizes. Mas nem isso vocês são capazes de deixar, não é? — Agora, estava falando diretamente com a mulher que apenas sorriu ladino.

— Não se meta onde não foi chamado, meu doce. Eu sei muito bem o que estou fazendo. — Retrucou a mulher, se levantando e saindo do estabelecimento.

Hoseok bufou irritado. Não conseguia imaginar o quão mal ambos estariam, principalmente Jimin. A imagem do ômega ruivo chorando e entristecido lhe cortava o coração de uma forma inexplicável. Encarou a chave do caixa que Jeon havia largado ali, além de ficar surpreso com o fato de que a alfa havia de fato, largado em suas mãos o seu próprio empreendimento.

— Enfim. — Pegou a chave se levantou. — Se quiser ir ajudar, pode ir. Vou segurar as pontas aqui, ou tentar.

O Kim estava extremamente dividido, entre a ideia de ir até a casa de Jimin e ficar ali, contudo, a segunda opção venceu. Imaginou que não era o momento de se meter naquilo, pois ambos precisavam conversar sozinhos. Havia muito a se falar, e sentia que se fosse, apenas atrapalharia o andar das coisas. Suspirou, chamando o cachorrinho Mickey que dormia quieto no chão do local, e seguiu em direção ao balcão, deixando o cachorro ali e sorriu para Hoseok.

— Vou te ajudar, claro. — Pegou o aventou que anteriormente estava com Jungkook e colocou em si próprio. — Por hoje, seremos oficialmente funcionários da Sweet Boutique.

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|POV • JEON JUNGKOOK

Ele corria. Corria como jamais havia corrido antes. Poderia facilmente ganhar tempo indo de ônibus ou chamando um uber, mas optou por aquele método, pois assim, tinha mais tempo para pensar e durante aquela corrida desesperada, tentava extravasar todo o ódio que estava sentindo naquele momento. Estava cansado. Não queria mais viver daquele jeito, preso a uma ômega que certamente não lhe amava, mas queria apenas o ter como troféu. Park Yuna não aceitava o fato de ter sido deixada para trás, e por pura birra e orgulho, estava disposta a transformar a vida do Jeon no inferno. Ela sabia muito bem, que o alfa jamais a desampararia em relação ao bebê de ambos, mesmo assim, não era suficiente. Ela não queria um pai para seu filhote, ela queria um alfa.

E esse alfa tinha que ser Jungkook.

O moreno correu incessantemente em direção a casa do Park. Havia feito planos, para os dois daquele último mês que teriam. Sabia que no fim, talvez o ômega fosse lhe odiar pela mentira, mas queria que tivessem momentos felizes para que ele não lembrasse só das coisas ruins que o envolvimento dos dois trouxera. Pois nada era fácil para os dois, mas mesmo assim ambos insistiam incansavelmente naquele relacionamento.

Quando chegou em frente a casa do ruivo, estava suado. Sentia a linha tênue descer por sua face, enquanto sabia que o Park já tinha consciência da sua presença ali apenas por conta do cheiro, mesmo assim, ficou parado por vários segundos na porta imóvel, apenas por não saber como começar aquele diálogo. Estava profundamente triste e irritado. Ao fim, não havia conseguido dar a Jimin um final suave para os dois. Seria atribulado como tudo em suas vidas, respirou fundo tocando a campainha ao ritmo que sentia o coração bater cada vez mais rápido. O aroma doce de cerejas invadiu seu olfato, alertando que ele estava cada vez mais perto, e quando a porta se abriu, sentiu uma facada em seu peito. Infelizmente, já havia visto o Park abatido algumas vezes, mas aquela imagem era nova. Os olhos vermelhos e aquela expressão cansada era como levar milhares de socos no mesmo local por horas, ainda mais ao saber, que o motivo era si.

— Jimin eu-

— Sinto muito? — O ômega completou tirando as palavras da boca do Jeon. — Já estou acostumado a ouvir você falando isso. Vamos, estou disposto a ouvir sua explicação por uma última vez. — Disse simplesmente dando as costas e voltando para dentro da casa.

Jungkook entrou na residência, fechando a porta atrás de si. A sala estava do mesmo jeito de sempre, e notou que a dona HaYi não estava presente, só não sabia que a mulher não estava em casa ou apenas no andar de cima. De todo modo, aquele era o menor dos seus problemas. Se permitiu observar o Park por mais alguns segundos, o garoto seguiu em direção ao centro da sala, onde se encostou em uma pilastra ao ritmo que cruzava os braços esperando que o alfa começasse a falar.

— Acho que não sei muito bem, o que falar para você, visto que já sabe a verdade.

— No fim, eu ainda tinha esperanças de que me dissesse que era tudo mentira. E que sua mãe fez apenas uma tentativa inútil de nos separar. — Respondeu o ômega soltando um suspiro. — Eu realmente não entendo, o que te fez pensar, que omitir isso de mim, fosse ajudar em alguma coisa.

— Eu queria te dar esses dois últimos meses felizes, Jimin. Nós apenas tivemos problemas em grande parte do tempo. — Andou em direção ao ruivo. — Talvez eu tenha me precipitado, mas não queria que ficasse pensando no final. Queria te dar memórias realmente agradáveis Jimin, pelo menos uma vez.

— O que elas disseram que iriam fazer para que você de fato, obedecesse essa ideia estúpida de casar com a Yuna?

— Naquele dia, que eu tive que ir com elas, fui em um jantar na casa da família de Yuna. — O cenho do Park franziu. Aquilo era uma informação nova para si. — Acho que nunca te contei, mas o pai de Yuna é um promotor de justiça bem relevante. Mas você deve imaginar, que o alto escalão não é flor que se cheire e tremendamente baixo. Sei que no fim, ele tampouco se importava com o que sua filha estava fazendo, mas não estava contente com ideia de ter uma filha mãe solteira. Sua esposa, auxiliada por minha mãe e por minha irmã, o influenciou a participar disso tudo. — Só de lembrar, Jungkook sentia raiva de tudo aquilo. Cerrou o punho irritado. — Eles simplesmente me ameaçaram, dizendo que se eu continuasse com você, iriam te difamar na cidade. E Jimin, nós dois sabemos o quão isso é sério. Eu fiquei desesperado!

— Céus, Jungkook! Eu não ligo para isso! Posso muito bem conviver sendo infernizado, já estou me acostumando a isso.

— Mas isso não é certo, Jimin! Viver desse jeito apenas por mim não é certo! — Ele retrucou passando as mãos entre os fios negros. — Eu conversei com o Taehyung no mesmo dia, e ele me contou sua história mesmo que de forma resumida. Não posso deixar você viver da mesma forma que ele viveu apenas por um boato idiota, Jimin. Não vou aguentar isso. Você sabe o quanto ele sofreu com tudo isso, como pode dizer que não liga?

— O Taehyung sabia? — Outra informação chocante para o Park. O ômega engoliu em seco analisando a situação, sentia sua cabeça doer. — E no fim, estavam os dois escondendo isso de mim. Meus parabéns, querem um oscar de atuação?

— Jimin por favor, você sabe que se eu tivesse outra escolha, eu teria feito. Mas não tenho o que fazer. Não posso transformar sua vida num inferno por bel prazer.

O Park estava extremamente dividido. Eram dois pontos muito importantes. Estava chateado com o fato de terem omitido aquela informação de si, contudo, já havia notado que se estivesse no lugar de Jungkook, certamente tomaria a mesma decisão. Por outro lado, se sentia péssimo, pois sabia que era o pivô para a pior decisão que o alfa já tomara em vida. Levou a mão aos fios de cabelo, sentindo os olhos marejarem mais uma vez. Estava tão cansado de tudo aquilo, de se agarrar a promessas que posteriormente seriam quebradas. Encarou o garoto a sua frente com pesar sentindo o coração apertar.

— Eu te implorei, Jungkook. Eu pedi para que fosse embora, antes que eu o passasse a o amar. Pois te ver partindo te amando, seria pior. — Dessa vez, não conseguiu segurar as lágrimas. — Você ficou comigo, por dois meses! Me fez amar você de verdade, e agora, vai tirar isso de mim! Você prometeu. Você me prometeu!

— Jimin eu não queria que as coisas fossem assim eu— Tentou se aproximar do ômega, que se desvencilhou de seus braços se afastando. As lágrimas caindo de seu rosto e expressão abatida acabavam com Jeon.

— Vá embora. Já está feito não é? Você escolheu lutar contra isso sozinho. Resolveu as coisas do seu jeito, e esse é o resultado. Eu disse para você, que se não pudesse ficar comigo, era para ir embora sem olhar para trás. — Passou a mão no rosto, tentando limpar inutilmente as lágrimas que caiam. — Se não pode fazer isso antes, que faça agora. Não é isso que combinou? Pois faça de uma vez.

Analisando de longe, conseguia ver o corpo do Park tremendo. No fundo, sabia o tamanho esforço que o ruivo estava tendo para lhe direcionar aquelas palavras. O ver daquele jeito, o despedaçava aos poucos, como um lindo lustre de cristal de quebrando ao chão. Queria o abraçar, sentir seu cheiro e beijar seus lábios uma última vez, mas sabia que não tinha mais esse direito e estava longe de ter. Uma lágrima se forçou a escorrer por sua bochecha e o Jeon rapidamente a secou respirando fundo.

— Eu amo você. — Confessou o alfa deixando o Park sem palavras. — Amo de verdade. Queria te ter do meu lado todos os momentos do meu dia. Você me deu um propósito Jimin. Me deu um motivo para sorrir. Me inspirou para seguir meus sonhos enquanto ninguém o fazia. Sou grato, Jimin. Por tudo. Me desculpe por todo sofrimento que eu causei a você, mas por favor, da forma que eu queria, tente lembrar das coisas boas que eu te proporcionei. E não me taxe apenas como um erro que eu sei que fui de certo modo, pois para mim, você foi meu maior acerto.

Jimin estava sem forças para o responder. Queria gritar o quanto também o amava, mas reprimiu com toda força que tinha. Tentou segurar as lágrimas e se mostrar impassível, enquanto o alfa dava as costas para si. Observou atentamente quando ele ajeitou a roupa, limpou mais uma lágrima que insistiu a descer, olhou para cima respirando fundo e sorriu para si. Um sorriso de pesar. Não aquele sorriso que Jimin amava tanto ver. Não um sorriso de felicidade. O Jeon deu as costas, indo em direção a porta, e enfim saiu da residência, tendo a certeza de que jamais voltaria.

Já Jimin, sentiu suas forças esvairem quando o som da porta de fechando chegou a seus ouvidos. Um misto de sentimentos, sendo tristeza o principal deles.


Notas Finais


PARA QUE ELA ATUALIZOU DUAS VEZES NO MESMO ANO?

Eu tive várias ideias para Candy Crush, e acho que agora vai em! Será que até o final do ano vem o esperado final? De todo modo, fico muito feliz de ver que ainda tem gente acompanhando!

O que estão achando da obra até o momento atual?

Como eu disse nas notas oficiais muita coisa vai mudar. Vou ir atualizando vocês quando os capítulos forem atualizados, de todo modo, se não for pedir muito, vocês poderiam ir relendo aos pouquinhos os capítulos reescritos para não se perderem nas mudanças?

Agora vem um notícia bomba para vocês que eu to em choque até agora

CANDY CRUSH VAI VIRAR LIVRO FÍSICO!!!!

Eu definitivamente, to em choque até agora com isso sério kkkkkkk
Obrigada editoraecho pela oportunidade incrível, sou muito grata!

E espero que vocês tenham gostado dessa novidade que é uma loucura!

Obrigada por chegar até aqui, por me apoiar mesmo no meu período de hiatus e por continuar esperando incansavelmente o desfecho dessa obra!

Convido vocês a conhecerem minhas outras fanfics como Beating Again, The Spirits Of Love e The Stars (que voltará a ser atualizada em breve).

Muito obrigada! Se cuidem, fiquem saudáveis e se protejam durante esse período de pandemia. Um beijo!


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