História Cant Go Back - Capítulo 3- Apenas Siga o Plano

Pov. Terceira Pessoa

     Kate Argent abriu um sorriso sínico para o lobisomem jogado aos seus pés e chutou a cabeça dele para que pudesse ver seu lindo rosto desfigurado pelas pancadas recentes. As roupas do lobo estavam em farrapos e a caçadora se deliciou com a visão do corpo definido repleto de feridas abertas e marcas onde havia recebido cargas de choque elétrico.

      A mulher se agachou para segurar o rosto do labo e se aproximou perigosamente do seu rosto, segurando seu queixo ao mesmo tempo em que suas garras cresciam , logo em seguida as cravando na carne do homem que a encarava com ódio.

     - Ah meu amor.. Não me olhe assim, afinal da última vez que nos vimos foi o seu tio que me matou- Kate sorriu abertamente quando Derek rosnou mostrando suas presas – ou pelo menos... Tentou me matar.

     Kate se levantou suspirando satisfeita e agarrou um braço de Derek o arrastando pelo chão irregular enquanto o lobo rosnava e tentava se soltar, mas já havia esgotado todas as suas forças, o processo de cura estava lento demais e sua cabeça batia violentamente contra o chão, o que tornava ainda mais difícil sua luta inútil para se defender do quer que fosse a nova raça da Argent.

     - Relaxa lobinho, até parece que não gostou de matar a saudade.

      - Por que você não me mata logo?- Derek falou rosnando quando a caçadora parou diante uma porta de metal.

    - Se eu quisesse te matar já teria feito isso querido, pensei que me conhecesse- Ela falou e abriu a porta de metal, o vento frio atingiu as feridas de Derek fazendo com que estremecesse silenciosamente- E você sabe que ninguém dessa alcateia ridícula vai conseguir me impedir, então seja um bom menino e apenas colabore comigo.

     Kate agarrou novamente o braço do lobisomem e o arrastou para fora da sala escura onde foi mantido durante três longos meses.  A lua cheia banhou os dois e a Argent exibiu sua pele azul, olhos verdes e presas brilhantes, sentindo a influencia da lua aumentar o poder dentro de si e por um breve instante quase se deixou levar pelar pelos instintos, mas ela ainda não podia se guiar pelo desejo sangue, pois Derek ainda era um empecilho. Ela bufou impaciente encarando o homem como um enorme incomodo e voltou a sua forma humana, lutando internamente para se conter.

    - Sinceramente, continuo achando que mata-lo seria um grande desperdício, mas se tentar defende-los não vou matar somente a você, mas o que o resta da sua  patética família e qualquer pessoa que seja próxima a você.

    “Apenas siga o plano” Foi a última fala da mulher antes de uma forte pancada levar o lobo a inconsciência e essa frase ainda rodava a cabeça de Derek quando abriu os olhos e se encontrou sozinho no meio de uma floresta desconhecida.

     Um uivo surgiu longe entre as árvores e foi o suficiente para que o homem gravemente ferido começasse a correr, o corpo repleto de dor e sangue se movia pela mata o mais rápido que seu cansaço permitia, se afastando da floresta com desespero, pois era uma ideia horrível estar perdido em uma floresta na noite de lua cheia, onde todos os monstros se perdiam em seus instintos animalescos.

#Abertura#

Pov. Stiles

     A lua cheia me fez estremecer internamente, a noite estava escura e sem nuvens fazendo com que a lua se destacasse em meio a escuridão. Péssimo dia para uma festa, mas afinal, quem seria capaz de convencer Lydia Martin a adiar a festa que seria um consolo para todos nós?

      Respirei fundo tentando me convencer de que nada de ruim iria acontecer aquela noite, afinal Scott já era capaz de se controlar perfeitamente na lua cheia e Malia, apesar de estar a pouco tempo treinando para se controlar, não teve grandes dificuldades em encontrar sua âncora, sua raiva pelo que havia feito com sua família e as lembranças conturbadas dos anos que passou vivendo como animal foi o suficiente para que descobrisse o auto controle para seus instintos.

      Meu celular vibrou me tirando dos devaneios e li a mensagem de Lydia “Já era para estar aqui Stilinski” , não pude evitar de sorrir com seu jeito mandão e me apressei para ir para o Jeep, afinal tinha que chegar três horas mais cedo para a festa, já que Lydia entrou em crise de última hora e decidiu que a roupa que escolheu estava péssima para ocasião e disse  que precisava da minha ajuda para escolher o que ia usar e para terminar os  últimos detalhes da decoração.

       Enquanto ia para casa de Lydia deixei que as lembranças tenebrosas do inicio da semana invadissem a minha cabeça, a aluna nova morta com uma flecha, o som do choro e o desespero na expressão dos pais ao descobrirem a morte da filha, os interrogatórios infinitos e depois os milhares de arquivos que tive que revirar com meu pai para descobrir mais sobre a garota e finalmente conseguir descobrir pelo seu histórico e pela ida de Scott ao necrotério analisando o corpo, que ela era definitivamente uma lobisomem, o que significava a possível chegada de novos caçadores a cidade. Com a sorte que eu tinha, era bem capaz desses caçadores resolverem caçar não somente seres sobrenaturais, mas também humanos semi – virgens e imperativos.

        Bufei com o pensamento e parei na frente da casa da Lydia que estava enfeitada com luzes como uma espécie de árvore de natal e com grandes letras néon dando boas vindas. Apertei a campainha e esperei que ela atendesse enquanto pulava no calcanhar com o súbito nervosismo que me atingiu, repentinamente a pequena embalagem no bolso do meu jeans parecia pesar muitos quilos.

        Ela atendeu após poucos segundos, com uma expressão irresistível de impaciência, o cabelo preso com várias mechas soltas e somente metade do rosto maquiado, usando apenas um baby doll lilás e pantufas cor de rosa. Para mim, ela parecia absurdamente linda.

     - Você está dois minutos atrasado!- Ela reclamou já entrando na casa e subindo as escadas- Tive que terminar a decoração toda sozinha e tenho pouco tempo para me arrumar. Eu não devia ter escutado meu pai com aquela conversa de que tinha roupa o suficiente, eu não tenho nada para vestir!

     Me reprendi mentalmente ao ficar paralisado por um instante encarando descaradamente as pernas expostas da garota, analisando a saia mínima de seu baby doll ameaçar a levantar a cada passo que dava na escada. A segui rapidamente até seu quarto tentando ao máximo evitar de olhar para o tecido levemente transparente, sem ter muito sucesso e Lydia pareceu perceber isso pois parou de falar no meio de uma frase me olhando de cara feia.

      - Stiles! Fecha essa boca e para de me comer com os olhos! Você tem que me ajudar- Somente quando ela me repreendeu percebi que minha boca estava escancarada e a fechei rapidamente concordando com a cabeça.

     Lydia começou a se mover como um furacão pelo quarto tirando roupas e mais roupas do seu armário e falando sem parar, ela me mostrava todas as peças que pretendia usar esperando a minha opinião, mas para mim, todas a deixariam linda da mesma forma e eu não conseguia entender o que ela dizia sobre a maquiagem enquanto pintava seus olhos de preto e ajeitava o cabelo impecável. Apenas sentei na sua cama e tentei ser o mais útil possível, feliz em poder ajuda-la e me divertindo vendo seu estresse e preocupação.

    Eu sabia que o normal seria Allison estar com ela naquele momento, por isso me esforcei ao máximo para dar opinião e lhe dar segurança a respeito do quanto estava linda e ficava satisfeito em vê-la se preocupar com coisas simples como roupa e sem estar com o rosto entristecido.

     -Como você pode ter tanta certeza que vou ficar bem nessa roupa se eu nem experimentei? - Ela perguntou isso segurando um vestido na frente do corpo.

       - Porque tudo o que você veste fica bem - Respondi dando de ombros e ela revirou os olhos, mas um sorriso discreto se formou em seus lábios.

       Lydia foi em direção ao banheiro no seu quarto e não se deu ao trabalho de fechar a porta, simplesmente tirou o baby doll com cuidado para não desfazer o penteado. Meu coração disparou ridiculamente e senti meu rosto queimar, ruborizando do modo constrangedor, não soube para onde desviar os olhos e pelo canto do olho pude ver suas costas nuas e a calcinha preta.

       -Calma Stiles, calma Stiles pensa na sua avó de biquíni, pensa na avó de...Droga! Minha vó já morreu...- Sussurrei baixinho e automaticamente me veio a cabeça a imagem da minha avó no tumulo vestida com roupas de banho.

      Decidi tardiamente fechar os olhos, mas a imagem de Lydia parecia gritar na minha cabeça sem conseguir me prender ao pensamento de minha avó morta com roupas de banho. Me sentia completamente idiota por estar daquela forma, mas não conseguia controlar minha respiração e rapidamente minhas mãos estavam molhadas de suor, sendo incapaz de manter a calma sabendo que Lydia estava trocando de roupa bem no meu campo de visão, sem se importar que suas costas nuas ficassem expostas para mim.

       Abri apenas um olho na tentativa espia-la, mas a garota já estava vestida com um vestido azul marinho, o zíper aberto e indo a minha direção como se nada tivesse acontecido.

         - Pode fechar para mim?- Ela perguntou tranquilamente virando de costas para mim e eu concordei com a cabeça, incapaz de encontrar minha voz e fechei o zíper engolindo em seco e a garota deu uma pirueta segurando o vestido rodado como uma criança para que eu a analisasse.

    - Então o que acha...?- Ela perguntou com um sorriso discreto nos lábios e eu tive certeza que ela havia amado aquele vestido, apenas queria que eu confirmasse.

      - Tenho que confessar que estou muito tentado a falar que não ficou bom só para te ver trocar de roupa de novo- Falei por impulso e ela riu abertamente sem nenhuma timidez - Mas, está perfeita.- Falei observando atentamente o caimento perfeito do tecido delicado em suas curvas.

      - Não precisa ficar sem graça Stiles, até parece que nunca viu uma garota trocar de roupa- Ela falou e sorriu confiante se olhando no espelho.

       Senti meu rosto corar ainda mais e fiquei sem palavras, o que era realmente raro, mas não conseguia me concentrar em mais nada distraído com a forma de que ela se sentia a vontade comigo e sem saber como reagir a sua desinibição em exibir seu corpo.

      - Vamos?- Ela perguntou quando estava pronta, estendendo a mão para mim e eu a aceitei de bom grado.

        - Ah! Quase me esqueci- murmurei sentindo novamente o peso no bolso do jeans.

      Peguei uma pequena embalagem dourada da calça e tirei de lá um cordão delicado, dourado com um coração vermelho pequeno, mas extremamente brilhante e antes que Lydia pudesse ter uma reação prendi em seu pescoço e encarei o chão sem querer demonstrar o valor que aquele cordão tinha para mim.

     A garota escancarou os lábios e passou a mão no delicado pingente, logo em seguida sorrindo abertamente e simplesmente me abraçou, os braços envolvendo meu pescoço e afundando a cabeça no meu peito, abri um sorriso aliviado quando ela agradeceu com os olhos brilhando demonstrando sem palavras o quanto havia gostado.

     A mão de Lydia estava enroscada na minha quando a primeira pessoa chegou na festa, ela parecia extremamente confortável com os dedos finos envolta dos meus enquanto conversarmos sobre futilidades, mas no momento em que algum garoto que eu não conhecia entrou na sua casa nossos dedos se desenroscaram e ela ficou ao lado da porta recebendo as pessoas que chegavam.

    Parecia impossível que tanta gente coubesse naquela casa, vários alunos novos e veteranos se beijavam loucamente, dançavam ao som da música eletrônica e bebiam sem restrição, gritando mais alto que a música e bebendo descontroladamente. O ambiente escuro e as luzes coloridas espalhadas parecia incentivar as pessoas a enlouquecerem e eu já havia me perdido a muito tempo de Lydia e Scott, então não contive o sorriso aberto quando vi Malia parecendo tão deslocada quanto eu encostada em uma parede, os olhos desconfiados analisando a multidão de adolescentes.

      Fui em sua direção ainda sorrindo, mas a garota me encarou com receio quando me viu, estava prestes a perguntar o que havia de errado quando vi Lydia se agarrando com um garoto com o dobro da minha altura. Soltei um suspiro frustrado e desviei rapidamente o olhar, dei de ombros para Malia e fiquei ao seu lado.

    -Está tudo bem – murmurei sem me surpreender que ela tivesse percebido minha paixão por Lydia, sorri tranquilamente e mudei de assunto - Fiquei feliz em finalmente te encontrar, afinal é a sua primeira festa, eu não podia perder a chance de ter a honra da sua primeira dança – meu tom irônico e descontraído fez a garota sorrir e eu fiz uma reverencia totalmente fora de contexto da música agitada e ela segurou minha mão.