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História Carnalmente Indesejado - 09: Contrariamente Feliz


Escrita por: palomamyo

Notas do Autor


eu disse que atualizava dia 12
e to atualizando dia 12
palavra eu ainda tenho

Capítulo 9 - 09: Contrariamente Feliz


Carnalmente Indesejado

Cap. 09: Contrariamente Feliz

A M A R O

 

 

Minho precisava saber como Taemin estava, e independente de qualquer opinião que um tivesse pelo outro, se Taemin corria o risco de estar machucado, ele precisava esquecer qualquer outro compromisso que fosse, e correr para o ver com seus próprios olhos. Sim, ele tinha outras coisas muito importantes para serem feitas naquela tarde, mas optou por não se importar com as reclamações que o cliente marcado para as 14h faria.

O apartamento do Lee não ficava tão longe, mas certamente levaria bem mais tempo em dias normais. Estava preocupado, muito preocupado, e tudo ao ponto de não ligar de levar mais alguns pontos na carteira. E agora, na portaria do prédio, o Choi respirava com dificuldade, não pela forma que correu para entrar ali, mas sim pela dor intensa que sentia em seu peito, e uma grande vontade de chorar que precisava ser contida.

— Eu... — percebeu que não sabia explicar para o porteiro o que estava havendo — Apartamento de Lee Taemin, por favor.

— Vou interfonar, só um instante.

Mas chamou por muito tempo, tentou novamente, mas Taemin não atendeu.

— Desculpe, senhor, ele não está atendendo. — o porteiro, que se tratava de um ômega com pouco mais de 40 anos, pareceu pensar um pouco — Mas tenho certeza que ele está lá dentro, não saiu desde que vocês voltaram de viagem ontem.

Minho não tinha entrado no prédio junto com ele, e se perguntava como o porteiro sabia daquela história. Todavia, não precisava pensar muito, era mais do que óbvio que Taemin havia contado para ele, para alguém ele precisava contar. Ômega tagarela demais.

— Alguém subiu?

— Só o ex... Desculpe, senhor, não posso dar informações sobre os moradores.

Ex? Poderia significar muitas coisas. Minho precisava entrar naquele apartamento e ver Taemin com seus próprios olhos, talvez se o visse o desespero diminuiria, ou aumentaria, dependendo de como ele estivesse. Tinha a história certa, só precisava dizer a verdade, dizer que ele era sua Alma Gêmea e que o porteiro deveria deixá-lo subir para que pudesse ver se algo de ruim havia acontecido.

— Eu preciso que me deixe subir, eu sou-

— Alma Gêmea do senhor Taemin? — ele aparentemente já sabia de tudo — Nós costumamos conversar, ele é um dos moradores mais simpáticos desse prédio, sempre trás refrigerantes e falamos sobre a vida quando o tempo nos permite fazer isso.

Taemin era mesmo uma pessoa incrível, e era fácil de ver isso quando parava de olhar apenas para seu próprio egoísmo. O Lee sempre foi uma boa pessoa, mas Minho nunca se atentara a esse detalhe.

Errou tanto com ele.

— Vou abrir a porta pra você.

Nunca havia entrado no apartamento do ômega e não sabia direito se deveria esperar alguma coisa. Mas de todas as formas, não estava ali pra isso. Era um prédio aconchegante, deveria ter seguro, Minho não entendia como em um lugar como aquele Taemin pudesse ter sido ferido por algo ou alguém. Começou a acreditar que ele houvesse caído, escorregado no banheiro ou se cortado enquanto tentava fazer algo com uma faca ou tesoura.

Mas não, algo lhe dizia que havia sido alguém.

— Pronto, Senhor, qualquer problema pode me chamar. — o porteiro saiu, não porque não queria ajudar, mas sim por acreditar que aquilo era um problema que só poderia ser resolvido entre eles dois.

O apartamento de Taemin estava um caos, e sua experiência como advogado — estando muitas vezes em cenas de crimes — conseguiu notar que não era uma bagunça comum feita por alguém desleixado, as coisas haviam sido atiradas no chão de propósito, arremessadas contras as paredes, além de muitos papeis estarem completamente picotados e espalhados por toda parte.

Procurou Taemin como um louco, sentindo seu fraco cheiro vindo da cozinha.

E ele estava lá, sentado e encolhido ao lado da pia, o rosto completamente afundado entre os joelhos, chorando baixo. Minho ficou louco ao ver aquilo, tinha algo de muito errado acontecendo ali. Ajoelhou-se ao seu lado e pôs a mão sobre seus cabelos, e foi só então que Taemin ergueu o rosto. Era triste.

Seu olho esquerdo estava roxo, seu rosto estava completamente inchado, e seus olhos tão vermelhos que entregavam o quanto ele havia chorado.

— O que aconteceu?

Mas Taemin não respondeu nada.

O abraçou, era tudo o que podia fazer agora. E Taemin chorou tudo o que ainda precisava chorar, chorou por longos minutos, soluçando alto e respirando com dificuldade. Estava pálido e seu corpo tremia levemente, ele havia estado assim por bem mais tempo, até mesmo antes de Minho começar a sentir.

— Minho, eu achei que não fosse vir... — sua voz estava fraca, falava muito baixo.

— Me perdoe, acho que demorei demais. — e realmente sentia isso — Deveria ter vindo assim que percebi que tinha algo errado, mas eu não entendia.

Taemin estava mole e pequeno em seus braços.

— Tudo bem, o importante é que está aqui.

— Mas o que aconteceu aqui?

Muita coisa. O Lee não queria contar no começo, tinha medo de envolver Minho em seus problemas, mas já estavam no mesmo barco há muito tempo. E então disse, contou a ele parte por parte, desde o momento em que seu ex-namorado entrou mesmo sem ter permissão, lhe disse um monte de coisas horríveis e começou a quebrar tudo, começando pelos quadros nas paredes e seguindo para o interior das gavetas, o apartamento estava um caos completo.

— Eu só não esperava que ele fosse... fosse me bater. — era difícil lembrar daquilo, vira alguns casos assim na televisão, mas não esperava que um dia fosse acontecer com ele — Foi só um soco, mas eu fiquei tão assustado, tão chocado com isso, eu nunca achei que... que isso fosse acontecer, ele era tão doce, me tratava tão bem, mas depois que nós terminamos as coisas mudaram muito.

— E por que nunca me contou nada?

— Porque eu já sou um problema grande demais para você.

Era tudo culpa dele, culpa de seu egocentrismo e de ser tão turrão. Deveria ter dado mais atenção, deveria ter evitado que algo assim acontecesse. Taemin escondia seus problemas muito bem, talvez já muito acostumado a viver fingindo que coisas ruins não aconteciam, o Lee era sempre puro sorrisos, e sorrisos eram bons em disfarçar problemas graves.

— Eu vou resolver isso, não vai ficar por isso mesmo. — era o que havia decidido — Nós vamos denunciá-lo por agressão, bater em ômegas é crime, um crime grave.

— Eu não quero piorar as coisas, Minho, ele é uma figura pública, vai acabar dando em um problema enorme, o nome dele e o meu em toda parte, e isso pode acabar sobrando pra você também. — Taemin parecia estar implorando, era nítido o quanto estava com medo — E eu não quero que as pessoas vejam isso, não quero que olhem para mim com pena, por favor, Minho, não quero.

Era com razão o seu medo. As pessoas conheciam seu rosto, falavam dele, e muitos de seus seguidores ainda eram adolescentes, que provavelmente não entenderiam direito o que estava acontecendo. Seu ex-namorado era um cantor que recentemente estava ganhando cada vez mais visibilidade, e com isso, muitos fãs. Jibeom tinha muitos fãs em idades para não processar direito as coisas, e consequentemente culpar Taemin, e até mesmo o acusar de estar mentindo.

Tornar isso público era o mesmo que pedir para ser odiado por muitos.

— Então me deixe resolver isso do meu jeito, tudo bem?

Apenas balançou a cabeça, confiava em Minho.

— Agora vamos arrumar as suas coisas.

— Meu apartamento está um caos, vai demorar horas e você tem que voltar para o seu trabalho, não quero que perca a tarde inteira aqui comigo. — tratou logo de dispensar a presença do Choi, aquele lugar demoraria horas, talvez mais de um dia, para ficar arrumado — E eu sei que você tem um monte de coisas pra resolver.

Taemin estava entrando em um estado defensivo, dava para notar isso de longe, tentando de alguma forma diminuir o enorme problema que acreditava estar sendo para o alfa. Mas Minho não pensava assim, pelo menos, não mais.

— Não estou falando dessas coisas exatamente. — sorriu de uma maneira acolhedora, o ômega ainda não conhecia aquele sorriso dele — Eu quero que arrume as malas e venha morar comigo.

O Lee pareceu chocado, até mesmo piscou algumas poucas vezes e tocou seu rosto imaginando que o soco que recebera fora tão forte que estava começando a delirar. Quando estava na casa do alfa, ele parecia estar sempre a ponto de empurrá-lo para fora, e agora, recebendo um convite para ficar definitivamente, era algo que parecia surreal demais.

— Você está... está falando a verdade? Quer que eu vá morar com você? — perguntou, pois em parte achava que tinha ouvido errado — Minho, tem certeza disso?

— É o melhor para nós, no fim, sempre seremos Almas Gêmeas. — ele sorriu, nunca havia sorrido assim quando se referia ao fato de ter uma Alma Gêmea — E eu me preocupo com você, tenho medo que ele volte e que faça isso de novo, não quero vê-lo machucado nunca mais.

Taemin sentia que aquilo era o mais perto que ele já havia chegado do coração de Minho, e era bom. Era bom saber que as coisas poderiam ser diferentes, e que o alfa carrancudo tinha sim sentimentos por ele, mesmo que, por enquanto, esse sentimento fosse carinho. Seu omma sempre lhe dizia que bons relacionamentos começam em pequenos afetos, que aos poucos se tornam grandes.

Se sentia confortável.

— Obrigado, Minho.

E Taemin arrumou tudo como se nunca mais fosse voltar, usou todas as malas e caixas que conseguiu encontrar em sua casa, levando até mesmo coisas que não eram tão necessárias assim e que poderia vir buscar em outro dia.

Minho tentava ajudar, mas na maior parte do tempo ficava tentando entender como alguém mudava da água para o vinho tão rápido, pois de alguém que estava aos prantos, o ômega agora parecia muito animado. Era difícil entender Taemin, ao mesmo tempo que ele era muito simples, lidar com ele era como lidar com uma criança, que chora e depois ri com a maior facilidade do mundo. O que havia acontecido era muito sério, mas algo doloroso demais para ficar sendo remoído, era bem melhor que eles apenas tentassem esquecer por aquele resto de dia.

— Eu acho que isso tudo não vai caber no porta-malas do carro. — comentou — Podemos vir buscar depois.

O ômega ponderou por dois ou três segundos.

— Não! — era sua resposta — A melhor parte está em me instalar na sua casa, quero todas as minhas coisas lá, assim vou me sentir completamente em casa e à vontade. — era perigoso ter Taemin à vontade demais — Faça isso por mim, Minho, por favor.

Era golpe baixo.

— Tudo bem.

Praticamente socava tudo dentro das malas, que estavam ficando tão pesadas que praticamente gritavam para que não colocassem mais nada ali dentro. Porém tudo ficou pronto, deu um pouco de trabalho colocar tudo dentro do carro, mas valeria a pena todo aquele esforço, e Taemin estava feliz.

Seu apartamento ficaria fechado até tirarem o restante das coisas, algo que faria antes do vencimento do aluguel. Mas não eram muitas coisas. Taemin era como uma criança em seu primeiro dia de aula, sorria feliz, e a mancha roxa agora estava coberta por maquiagem, era como se ele tivesse voltado ao seu estado normal agora, e era bom ver isso.

O restante da tarde envolveu uma enorme arrumação, e ao olhar de longe Minho só conseguia pensar que o Lee estava na verdade marcando território, deixando suas coisas muito espalhadas, tomando não só um lado do guarda-roupa, mas também deixando seus chinelinhos na porta e seus mil e um cremes no banheiro, que agora competiriam espaço com os mil e um cremes de Minho, que também era muito vaidoso quando se tratava de seu cabelo e pele.

No fim do dia, estavam exaustos.

— É agora que você me convida para tomar banho com você? — o ômega perguntou mesmo sabendo a resposta, não se segurava sem fazer alguma provocação por mais de 15 minutos — Acho que seria muito bom para o nosso primeiro dia morando juntos.

— Não é como se fosse o seu primeiro dia aqui, já passou tanto tempo nesse apartamento que conhece todos os lugares dele, tem até um monte de comida congelada que você deixou na geladeira.

— Mas hoje é diferente! — insistiu nessa ideia — Eu agora moro aqui, sem data para ir embora.

Depois de alguns poucos segundos, Taemin pareceu ter se dado conta de alguns detalhes que havia deixado passar, sua cabeça estava um caos hoje mais cedo e só agora as pecinhas se encaixavam de um modo melhor. Ele iria morar com Minho, os dois ficariam sob o mesmo teto, mas nada além disso mudaria? Não fazia muito sentido, era como se tudo estivesse acontecendo pela metade.

— Minho. — chamou.

— Hum?

— Eu posso esfregar suas costas.

— Você realmente não existe.

 


Notas Finais


TAEMIN NÃO EXISTE
é alucinação da cabeça do Minho, certeza


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