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História Carnations for you - Gérberas e girassóis


Escrita por: Daydelion

Notas do Autor


Hey babys! Como estão? Tranquilos?
Parece que a semana se arrastou e eu não via a hora de trazer mais um capítulo, talvez uma semana seja muito tempo hehe
Enfim, aqui está o segundo capítulo, espero que gostem.
Nos vemos lá em baixo, boa leitura ♥

Capítulo 2 - Gérberas e girassóis


Ainda que Bucky estivesse torcendo internamente para que o mesmo homem ligasse fazendo outra encomenda para o Woodlawn, ele também pensou que era besteira esperar por algo assim já que ele mesmo poderia visitar a lápide, mas bem... De um modo ou de outro, Bucky não conhecia o falecido, a ideia soou péssima em sua cabeça mesmo que Steve tivesse dito que não havia mal nenhum nisso.

 Uma semana depois enquanto recolhia as anotações de entrega que Steve havia feito, James leu o nome estrangeiro na última linha da folha e tentou esconder o pequeno sorriso idiota que brincou em seu rosto, o jovem florista elaborou cada um dos buquês de modo que transmitissem sentimentos, para o cliente que havia pedido um buquê para sua namorada, Bucky escolheu as tulipas vermelhas e algumas miosótis espalhadas entre todo o vermelho; à cliente que queria desejar um feliz aniversário de casamento para sua esposa, Bucky elaborou um buquê de orquídeas com algumas rosas vermelhas, junto de uma caixa de finos bombons artesanais que Steve preparava para essas ocasiões; ao jovem cliente que queria dar um buquê como sinal de amizade eterna à sua melhor amiga, o jovem florista optou por frésias e violetas brancas das pétalas mais belas e delicadas.

 Steve ajudou com a grande remessa de flores para um casamento e Bucky elaborou um lindo buquê branco para a noiva após receber uma mensagem com a foto do vestido para que combinasse, por fim o jovem florista deixou o "pedido dos Antúrios" como último, ele colheu algumas flores de gérberas e após alguns segundos de indecisão adicionou dois girassóis em seu buquê que foi amarrado com uma fina fita de coloração roxa e embalado em um plástico claro.

 - Isso não é um buquê de Antúrios, Bucky. - repreendeu enquanto observava o amigo colocar as encomendas na van e espirrar água nas pétalas das flores para manter a vivacidade das cores, a cesta com os chocolates e mimos ficaria no banco da frente por segurança.

 - Seu cabelo tá fora do lugar e o Stark já tá chegando. - resmungou após olhar seu relógio de pulso e um sorrisinho adornou seus lábios ao notar as bochechas do loiro ficarem coradas imediatamente, Bucky aproveitou para entrar na van e fechar a porta antes que Steve pudesse falar qualquer coisa, mas quando estava saindo da garagem o moreno pôde escutar seu amigo xingando-o alto e isso o fez rir baixinho enquanto guiava o carro pelas ruas seguindo caminho para sua primeira entrega.

 Bucky definitivamente ama seu emprego e esse sentimento se confirma à cada nova entrega, ver o sorriso surpreso e emocionado que aparece no rosto das pessoas que recebem os buquês é algo muito gratificante, o modo como as mulheres tocam delicadamente as pétalas das flores, e como os homens levam o buquê ao nariz discretamente para inalar o aroma das plantas faz com que Bucky sinta-se muito feliz, mas essa felicidade aumentou consideravelmente quando o jovem florista estacionou a van em frente ao Cemitério Woodlawn.

 O guarda da entrada acenou para Bucky com um pequeno sorriso que foi totalmente retribuído e o moreno logo se deslocou pelos corredores de lápides até encontrar o túmulo com a peculiar lápide escura com pequenas lascas de cristais roxos incrustados, Bucky arruma o buquê de gérberas e girassóis apoiando-o entre a sepultura e a lápide com simples inscrições, seus dedos tocaram a superfície lisa e escura da pedra para logo depois deslizarem pelas pétalas delicadas das flores tão coloridas e vívidas.

 - Isso não é um buquê de Antúrios. - soou a mesma voz rouca e baixa da semana passada e que tem feito parte da consciência de Bucky nos últimos dias, o jovem florista sorriu amável enquanto levantava-se e virava em direção ao homem negro que mantinha suas íris ônix no rosto de James como se avaliasse seus atos meticulosamente ainda que seus lábios fartos estivessem divididos em um sorriso pequeno, o homem negro vestia o mesmo terno preto da semana passada, que caía-lhe tão bem no corpo alto.

 - Antúrios são rudes. - explicou simplesmente enquanto voltava seus olhos azuis para a lápide que havia ganhado outro ar com as flores coloridas, Bucky ficou satisfeito em ver significado ali, mostrar que o falecido havia transmitido sentimentos quando vivo e que agora em sua morte e descanso os entes queridos retribuem em forma de belas flores. - Você o conhecia?

- O suficiente. - murmurou diferente da semana anterior, os olhos indo para a lápide e percorrendo cada ponto das inscrições e as lascas de cristais roxos incrustados, os lábios torceram ligeiramente como se o homem estivesse lembrando de coisas importantes e Bucky apreciou cada traço forte no belo rosto dele, os cílios longos e escuros que davam um ar superior às iris ônix profundas.

 - Como ele era? - perguntou curioso como na outra semana e um sorriso se abriu em seu rosto quando os olhos ônix voltaram-se para si, os longos cílios escuros movendo-se sedutores quando o homem piscou, ele ainda parecia surpreso com o interesse de Bucky mas deu de ombros se aproximando do jovem florista para ficar ao seu lado.

 - Prezava pela família, principalmente a mãe e a irmã mais nova, mas... Ele não sentia estar fazendo o suficiente pelos outros, acho que... De certa forma, isso foi a ruína dele. - murmurou nostálgico dando um sorriso mínimo à James antes de voltar seus olhos para a lápide simples, um pedaço de pedra que não poderia expressar tudo que o jovem enterrado ali fora um dia. - O pai dele é um homem muito poderoso e rico, almejava que o filho herdasse tudo, principalmente a determinação para os negócios... Não foi bem assim, ele não suportou toda a pressão e cometeu suicídio. Mas, ainda assim, ele sempre foi muito amoroso com todos, determinado seja para pequenos ou grandes problemas, compreensivo e um pouquinho... - gesticulou com a mão enquanto ria baixinho, fascinado pelo sorriso de dentes branquinhos, Bucky se viu contagiado pelo homem e sorriu afirmando. - Só um pouquinho, vaidoso. Mas isso é culpa da irmã dele, juro.

 - Acha que ele sente falta delas? Digo, a mãe e a irmã... - murmurou observando como as pétalas delicadas balançavam com a leve brisa que arrastava folhas secas e balançava as árvores.

 - Ele sente, muita. - afirmou com um aceno, a voz tornando-se séria por uns instantes e Bucky pensou ter entrado em um assunto muito delicado, mas o sorriso bonito que veio em seguida o fez relaxar. - Elas são mulheres incríveis demais para não deixarem presença na vida dos outros.

 - Acha que ele se arrepende? - ambos os olhos se encontraram, azul safira em ônix profundas, se fosse demais ou não, Bucky sentiu as tais borboletas na barriga da qual Steve tanto falava quando o assunto era Tony Stark, o empresário bonitão e gênio que ia visitá-lo todos os dias na loja.

 - Não. Em nossa cultura, a morte não é o fim. - explicou com um pequeno sorriso e antes que o jovem florista pudesse fazer alguma outra pergunta seu celular vibrou no bolso da calça e ele xingou Steve mentalmente antes de verificar a mensagem que falava sobre novas entregas para fazer o mais rápido possível.

 - Eu preciso ir, mas espero te ver na próxima semana. - propôs com um sorriso gentil e acenou enquanto se afastava rapidamente até a entrada onde pegou seu pagamento com o guarda antes de voltar para a van e seguir até a floricultura.

 Por ser horário de pico ao final de tarde demorou uns bons minutos para que Bucky estacionasse em frente à floricultura, mas ele pôde ver quando Stark e Steve saíram pela porta, seu melhor amigo sorria como um bobo enquanto pegava um cartão que Tony estendia-lhe ao tempo que dava seu característico sorriso que evidenciava sua enorme auto-estima, Bucky viu Steve acenar com um sorriso enquanto o empresário seguia para seu carro de luxo com um belíssimo buquê de rosas vermelhas em mãos e esperou que Tony não estivesse mais à vista para chamar a atenção do loiro.

 - Você demorou. - reclamou sem realmente estar preocupado com isso e sim com o bem estar do moreno que sorriu bagunçando os curtos fios loiros de Steve que resmungou contrariado mas riu logo em seguida.

 - Eu estava conversando um pouco com o... - e então Bucky percebeu que novamente esquecera de perguntar ao belo homem negro seu nome, sua expressão deve ter se tornado desolada imediatamente já que Steve parou de rir para se aproximar curioso.

 - Com o...? - pressionou cutucando as costelas do moreno que resmungou baixinho com as cócegas e afastou o loiro enquanto fazia careta pronto para partir pra cima de Steve.

 - Você me atrapalhou antes que eu pudesse descobrir o nome dele, seu punk!! - reclamou estapeando o amigo que tornou a rir divertido e fazer o caminho de volta para dentro da loja na intenção de fugir do ataque de Bucky, Steve deu a volta no balcão e tomou a folha de anotações em mãos para dá-la ao sócio que apoiou os braços no mármore frio e suspirou. - Ele é lindo, Stevie... Tem um par de olhos escuros maravilhosos, eu teria perguntado o nome dele se você não tivesse se intrometido.

 - Ei! Não coloque a culpa em mim, eu só avisei que tínhamos entregas à fazer. - defendeu-se enquanto ria baixinho de toda a tristeza exagerada de Bucky que revirou os olhos mostrando-lhe a língua antes de colocar o papel no bolso para então ir até o depósito onde pegou a última remessa de flores e vasos de plantas que deveriam ser entregues, Steve ajudou a carregar os vasos mais pesados para dentro da van e se ocupou molhando as folhas e pétalas de forma que ficassem mais vistosas e bonitas. - É a última de hoje, pode me dar uma carona pra casa?

 - Claro, punk. - afirmou com um sorriso pequeno, antes de saírem os dois se ocuparam em guardar os vasos maiores dentro da loja e não demorou muito já que Steve havia guardado os menores e arrumado as persianas das janelas, poucos minutos depois e ambos já estavam na van que percorria as ruas movimentadas de Nova York. - Então... Eu vi Stark te dando um cartão quando cheguei.

 - Eu não te vi chegar. - murmurou franzindo o cenho ainda que suas bochechas estivessem rosadas de constrangimento e Bucky deu um sorrisinho enquanto cutucava Steve com o cotovelo em clara provocação.

 - Claro que não viu, você estava babando rios enquanto olhava pro Tony. - deu de ombros voltando os olhos para a rua quando o semáforo abriu mas acabou por rir com o tapa que recebeu no ombro de um Steve muito constrangido e corado.

 - Tony me chamou pra jantar, o cartão é pra eu ligar confirmando. - explicou com o olhar nas ruas que passavam rapidamente pelo vidro, as cores das lojas e estabelecimentos abertos faziam seus belos olhos azuis brilharem mais intensamente.

 - E é claro que você vai fazer isso antes de dormir, ou eu mato você! - ameaçou com um dar de ombros descontraído que fez Steve rir e negar com um aceno de cabeça ainda sem tirar o olhar da rua.

 - Não acha estou indo meio rápido ou sei lá... Desesperado? - murmurou com certa insegurança na voz que fez Bucky ficar sério, quando criança Steve era um garoto bem franzino muito ignorado pelas garotas e zoado pelos garotos, mas apesar de toda sua coragem e determinação foi sempre James quem o protegeu de voltar com uma nova coleção de hematomas pra casa, foi só no final da adolescência que o loiro conseguiu ganhar corpo, mas a massa muscular não veio acompanhada de auto-estima e ter alguém como Tony Stark chamando-o para jantar era deveras assustador, antes de "crescer e aparecer" Steve conseguiu uma extensa lista de foras e teve seu coração partido muitas vezes. - Talvez seja melhor eu dar um tempo, ele pode mudar de ideia...

 - Stevie, faz mais de um mês que Stark vem na loja no mesmo horário, porque ele sabe que você não está tão ocupado ao fim do dia, ele pede o mesmo buquê de tulipas vermelhas e te entrega uma, todo santo dia. - explicou gentilmente ao que o loiro corou, as mãos fechadas em punhos no colo evidenciaram sua timidez e Bucky estacionou o carro no meio fio dando um sorriso ao melhor amigo antes de sair do carro. - Há hora pra tudo e a sua de ser amado chegou, não perde a chance, punk.

 Steve ficou em silêncio, totalmente pensativo enquanto James fez as entregas que faltavam e quando o moreno estacionou em frente ao prédio do loiro, este se inclinou em direção ao banco do motorista para passar os braços fortes pelos ombros de Bucky em um abraço carinhoso e desajeitado que foi totalmente retribuído pelo moreno.

 - Obrigado, Bucky. - murmurou deixando um beijo na testa do amigo antes de afastar-se para então sair do carro, mas Steve esperou na calçada acenando em despedida até que a van não pudesse mais ser vista.

O caminho até seu próprio apartamento não foi tão demorado quanto Bucky pensou, o porteiro acenou quando abriu o portão de entrada para que o moreno pudesse entrar com a van e James estacionou em sua vaga destinada para logo depois tomar as escadarias que levariam ao seu apartamento no sexto andar, mesmo após um longo dia de trabalho o jovem florista sempre preferiu usar as escadas, vez ou outra ele topava com sua vizinha idosa do andar de cima e se oferecia para ajudar a senhora a levar suas compras para o apartamento.

Mas dessa vez o caminho foi solitário e ao abrir a porta de seu apê Bucky foi recebido por Kobik que enroscou-se em suas pernas ronronando como se dissesse "Bem-vindo humano, agora me alimente", a gatinha de pelos brancos e macios começou a mudar como se para enfatizar seus pedidos e o moreno riu baixo tomando o corpo gordinho e pequeno nos braços enquanto entrava e fechava a porta.

 Já na cozinha James recolheu as tigelinhas de Kobik e encheu com água e comida, a gatinha comeu animadamente assim que recebeu seus pratinhos e Bucky sentou-se ao lado da felina olhando-a se alimentar, como se lesse os pensamentos de seu dono, Kobik miou virando seus grandes olhos azuis claros para o moreno que moveu os lábios em um pequeno bico.

 - Não, eu esqueci. - resmungou ao que Kobik revirou os olhos e lambeu os lábios antes de voltar sua atenção para o pratinho de ração e Bucky fez uma careta descrente. - Ei! A culpa foi de Steve, ele me ligou bem na hora!

 A gatinha miou uma última vez sem realmente dar atenção ao moreno que levantou-se para seguir até seu quarto onde escolheu uma muda de roupas confortáveis para logo depois seguir para o banheiro e rapidamente se desfazer das roupas sujas do dia, assim que a água quente do chuveiro tocou sua pele, Bucky sentiu toda a tensão do trabalho deslizar até o ralo e sumir completamente.

 - Quem sabe na próxima semana. - murmurou mais para si mesmo enquanto passava as mãos em seus longos cabelos cor de chocolate afastando as mechas molhadas dos olhos.


Notas Finais


Dicionário das frôzinhas
tulipas vermelhas: declarações de um amor duradouro e dedicado;
miosótis: Amor sincero e fidelidade;
orquídeas: Beleza feminina, amor, desejo;
rosas vermelhas: Flor símbolo do amor;
frésias: Calma e essência da amizade;
violetas brancas: podem significar que uma promessa está sendo feita;
gérberas: Representa a alegria, pureza e simplicidade;
girassóis: Representam dignidade.

Pode parecer que as flores são só um detalhe bonitinho na fic, mas não, o significado delas tem importância, lembram quando na fic eu expliquei que elas transmitem os sentimentos e o que cada pessoa significou em vida? Na verdade eu acho que ressalto isso em todo capítulo, mas vale o aviso!
Então, peço que fiquem de olho nisso, principalmente para os buquês que Bucky leva ao cemitério, eles tem uma marca muito importante e estão ligados ás perguntas do Bucky!

E então? O que acharam? Eu estou muito agradecida pelos comentários do capítulo passado e logo estarei respondendo todos, fico muito feliz que essa fic tenha sido tão bem recebida, vocês são incríveis!
Me digam o que acharam, suposições, teorias, ou até mesmo um pedido! O importante é a gente bater um papo, que aliás é o melhor de vocês, a presença ♥
Obrigada por tudo, nos vemos no sábado (sim, capítulo mais cedo)!


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