Ao saírem…a faxineira indiscreta entrou atras, parecia que já esperava e com a cara bem puta olhou para a cena de tudo esparramado e gritou para os ares: tá interditaaado!
Bem, agora só restavam 2 quartos vermelhos e 1 bege.
Maria do Carmo corre no banheiro , dá de cara com Helena Soares lá dentro e pede emprestado o batom vermelho. Então as duas passam, saem juntas do banheiro limpando os borrados do canto da boca .
Para o azar do destino e alegria do nosso Carnaval Xe-xé-Nhe-Nhém, Edu começou a caminhar sem rumo pensando em Maria do Carmo onde estaria e …derrepente, dá de cara com Maria do Carmo e Helena Soares lado a lado limpando a boca de batom! Ele gelou! E agora? Quem seria que dormiu com Atilio naquele quarto? Quem jogou aquela corda?
Edu se esforça pra acreditar que foi Helena Soares, olha para a fantasia intacta, os cabelos bem arrumados e tenta sentir perfume do Atilio mas…o que vê é um chupão vermelho no pescoço da Maria do Carmo. Ele gela, isso foi-lhe uma faca entrando no estômago . Fecha os olhos…estica as mãos para a Sucateria e diz:
- Vem aqui do Carmo, vem aqui e me diz só uma coisinha..
-O que Edu? ( Maria do Carmo gelada com os joelhos tremendo percebendo que Edu viu a chupada, deixa de ser sincera para ser safada): - Ahh já sei, voce viu o chupão e não gostou? Hahaha Ah que isso Edu, seja moderno, eu também tô vendo a gola da sua camisa manchada de batom e cor-de-rosa não sou eu..não sou eu!!
-Edu sem graça tenta limpar.
- É-éé..isso aqui foi aquela correria quando acabou a luz e …alguém deve ter feito isso.
- Não precisa se explicar Edu, não precisa. Não vasmo ser hipocritas de acreditar nisso. Mas eu posso te garantir que isso não é um chupão, é um apertão que me deram pra não escorregar quando as luzes acabaram! ( Mentirosa e cínica! Kkk)
- Ahh Maria do Carmo! Hááá´..quer que eu acredite nisso, agora?
- Não vai? Não vou também. Eduuuu, não vamos brigar, não vamos pensar, vamos só imaginar que foi isso mesmo, se voce prefere se enganar.
E entreolharam um ao outro…parceiros como eram ,seguros do amor que sentiam, se abraçaram , Maria do Carmo teve que engolir o ciúmes do batom na gola da fantasia dele, ele teve que engolir a dúvida cruel de com quem e qual quarto ela estaria e cumpriram a regra áurea dos relacionamentos: “ É um eterno doar-se e ceder-se”. E ficaram ali alguns minutos….E Helena Vianna olhou de longe, abaixou a cabeça, ficou confusa mas sem tempo para chorumelas…o relogio bateu 3hs e Atilio puxou-a pela mão como um cavalheiro puxa uma dama para um tango e …a levou-a para dançar: “ Ai que Saudade do Cê” na voz de agora, Elba Ramalho que inauguraria com estilo e graça aquele palco dividindo com Netinho.
“… Não se admire se um dia um beija-flor invadir
A porta da tua casa, te der um beijo e partir
Fui que mandei o beijo,
Que é pra matar meu desejo, ai que saudade do cê..”
E a dona Helena Vianna sorriu lindamente, charmosa, com cabelos pretos brilhantes…sorriu para Atilio e aceitou a dança. O perfume de Atilio não era mais o mesmo, estava misturado ao cheiro da Rainha da Sucata e Helena sentiu..sentiu a mistura mas naquele momento lindo , mágico, ela só preferiu lembrar o tango “ Por Una Cabeza” que dançaram na casa de Branca, onde rolou o primeiro beijo..roubado mas amado.
E Helena sentia o peito quente que já lhe era tão intimo, as mãos gordinhas e grandes que eram tão suas, o perfume misto é que estava lhe penetrando a mente, por mais que gostaria que fosse “outra”coisa, mas era o perfume de Maria do Carmo, forte, que ela não sabia ainda. E Helenase dividiu em pensamentos, ora pensava no Edu , ora pensava em quem Atiliuo teria dormido mas resolveu pensar somente naquele momento…no olho no olho, em ter devolta a emoção da dança, do toque caprichoso e firme de Atilio que por sua vez… estava feliz ao lado da mulher, conhecia aquelas pisadas no dedo, o vai-e-vem errado dos passinhos, conhecia aquele perfume também misto….sim, Atilio também sentiu o cheiro misto de perfume com notas patchouli mistirados ao almíscar masculino mas também não sabia de onde vinha…ahh se ele soubesse, talvés ele falaria: “-Acabei de pegar sua mulher, trouxa peludo!”, e Edu diria: “- Mas eu peguei a sua mulher antes, boi gordo”. Mas não, Atilio sentiu um ciúmes batendo forte por alguns segundos mas preferiu ignorar, viver aquele momento, Atilio tinha a arrogância de sempre se achar mais certo do que Helena e então….ele guardaria a hora de jogar na cara dela essa desconfiança e ainda acusa-la de ter escondido mais um segredo! Homens!! Sempre iguais!
Mas a dança seguiu, a cabeça de Helena dividida, mas também começou a desejar sair dali com Atilio, ir para um dos quartos, ser mais ousada como aprendera com Edu, falar o que quer, fazer como quer, a posição que desejar, pedir para ser beijada, lambida, U-S-A-D-A ! E porque não? As vezes se deixar usar não faz tão mal, ativa o lado perverso do pecado… e assim ela faria, puxaria o marido de lado mas será que Atilio, depois de uma maratona de Malu, beijo a tres com Elis, de Maria do Carmo, de chão, mesa, pia e….caída da jenela abaixo, escalada tipo Rapunzel, teria fôlego para a propria mulher?
Veremos….
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