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História Carpe Noctem - House Of The Rising Sun


Escrita por: pnsyparkinson

Notas do Autor


Mais um capítulo saindo, dessa vez apresentando melhor a nossa Lily.

Pra não parecer confuso, Saturno e Emmeline são a mesma "pessoa". Prestem atenção nos horários e locais indicados <3
Boa leitura!

Capítulo 2 - House Of The Rising Sun


Casa dos Sibley, 12:45h

"O céu estava vermelho assim como seus cabelos que voavam soltos com o vento, os olhos verdes vidrados na casa que agora não passava de fumaça. Lily ouvia os gritos de socorro vindos do amontoado de chamas e poeira, mas seus pés não se moviam, assim como o resto de seu corpo que parecia estar preso ao chão de terra.  A antiga casa dos Evans sucumbia ao fogo a cada respiração pesada da menina que observava tudo atentamente, sentindo seu interior arder como se estivesse lá dentro, morrendo." 

lily, lily, lily, lily...

lily.. acorde.. lily... lily

— Merda! - exclama assustada ao acordar, sentindo sua cabeça girar, os olhos pesados e a garganta seca ao que levanta o tronco rapidamente. 

— Pesadelo, novamente. - diz Saturno, calmamente, enrolando-se ao lado de Lily, que agora se encontrava coberta por um fino lençol. — Achei que você fosse acordar gritando, como sempre, mas dessa vez demorou então resolvi chama-la eu mesma. - boceja, soltando um fino miado em seguida. — Isso está ficando mais frequente, Lily, talvez devesse falar com a Agnes e.. - seu diálogo foi interrompido por uma mão em sua cabeça, deixando-a irritada. 

—  Ela não precisa saber, Emmeline. - responde Evans, levantando os braços em claro sinal de preguiça após acariciar os pelos macios de Saturno, ouvindo-a ronronar. —  Sabe o que ela faria se soubesse? Provavelmente tentaria entrar na minha cabeça e eu realmente não quero a mamãe fuçando minha mente. - sente os pelos de seu pescoço arrepiarem apenas ao imaginar a cena, fazendo uma careta engraçada. 

— Se eu pudesse rir sem sair um maldito miado no meio, estaria gargalhando agora. - diz Emmeline, baixando as orelhas em sinal de desconforto ao que ouve barulhos na escada. — Marlene está chegando, sinto o cheiro daqui. 

— Percebi só pela sua reação. - comenta, levantando-se da cama e indo até o pequeno roupeiro de madeira escura. — Não entendo o porque você a odeia, bem... na verdade entendo sim. - sorri fraco.

— Mirrrr. - Saturno vira-se de costas para a porta quando escuta leves batidas na mesma, fazendo um som de total desagrado quando Lily sinaliza que quem estivesse do outro lado poderia entrar. 

— Lils, bom dia. - diz a loira sorridente, parando no batente da porta e escorando seu corpo ali. — Você perdeu o café, Bela Adormecida mas o almoço está pronto e Agnes está te chamando, quer falar sobre a feira. - diz calmamente, colocando as mãos no bolso do jeans surrado. — Vamos ficar juntas na banca esse ano, sua mãe disse que tem assuntos mais importantes para tratar. Sabe quem ela vai matar? - pergunta curiosa, mordendo o lábio.

— Ela não vai matar ninguém Marlene, provavelmente vai ir conversar com as outras famílias sobre o ritual. Você sabe que está chegando o dia e até agora não achei ninguém digno o suficiente de atenção. - suspira derrotada, passando os braços pela camiseta branca de algodão, sentindo o tecido tocar sua pele.  — Bom, quem sabe na feira não encontramos alguém, não é? 

— Uh uh, falando nisso eu li que... - McKinnon abre sua boca para contar o que suas cartas de tarot lhe mostraram quando é interrompida por um barulho alto de vidro se partindo, provavelmente vindo da cozinha. — Esqueça, acho que alguém está impaciente, vamos antes que ela resolva nos torturar só por diversão. - bufa a loira, momentaneamente deixando de lado suas leituras de cartas. Ela contaria para Lily, claro, mas não agora.

 

                                                    ☽☽☽☽

— Então é isso, vocês duas vão cuidar dos nossos negócios esse ano, precisamos manter as aparências. - explicou a matriarca dos Sibley, uma antiga linhagem de bruxas que mantinha residência fixa em New Orleans desde 1686. — Além de que esses mundanos imbecis adoram gastar o precioso dinheiro deles com nossos artesanatos, podemos unir o útil ao agradável. E você pode encontrar o que tanto procura Lily, sabe que nos deve sua lealdade. - sorriu Agnes, pousando a mão sobre a de sua filha. 

— Eu sei, mama. - respondeu, sentindo o frio irradiar de seu corpo ao toque daquela mão gélida. — Vou encontrar alguém que fará nosso esforço valer a pena, não seremos mortos, eu prometo. 

— Muito bom minha criança, sempre confiei em você. - sorri fraco, os olhos opacos com olheiras profundas causadas pelas noites em claro fixos em Evans. — Comam, se arrumem e vão até os fundos carregar os pacotes até o porta-malas do carro, a banca já está montada no centro da cidade. E Marlene, seja discreta. - diz de forma rude, se pondo ao lado da mesa em um movimento quase imperceptível. — Não queremos dizimar um vilarejo como da última vez em que você fez uma besteira, precisamos manter nossa casa aqui até o momento certo, não estrague tudo dessa vez. - o olhar ferino dirigido para McKinnon faria até a pessoa mais corajosa do mundo pensar duas vezes.

Ninguém desafia uma bruxa milenar e sai vivo para contar a história. 

 

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Centro da cidade, 13:50h

— Não seria muito mais fácil se nós apenas ficássemos aqui vendendo isso? - indaga McKinnon de forma entediada, encarando as pessoas com desdém. — Podemos lançar um feitiço e pronto, eles compram tudo de uma vez só. Tipo, qual o propósito de fingirmos simpatia? Eu só quero uma alma, Lily e não uma amizade, pra isso já tenho você.

— Qual a parte do "não estrague tudo" que você não entendeu? - pergunta a ruiva de forma irritada, arrumando alguns colares e anéis sobre a pequena mesa de plástico onde a gata estava sentada, encarando-a como se ela fosse uma imbecil. — Não podemos sair por aí enfeitiçando as pessoas, não estamos seguras esqueceu? - encara a loira de forma quase mortal. — Além de que preciso ser educada com todos e escolher no cardápio quem mais me chamar a atenção, a segurança das nossas famílias depende disso. 

Saturno, que até então apenas observava a cena calada, revirou os olhos e se manteve alerta. Nunca se sabe quando o destino resolve mudar. 

 

                       ☽☽☽☽

Pousada Le Pavillon, 14:03h

— Esse lugar é ainda mais incrível do que eu imaginei! - exclama uma animada Dorcas, entrando pela porta ampla como se aquele lugar fosse sua casa, ouvindo o tintilar de um sino sinalizando que James havia entrado também. — Acha que vamos conseguir um quarto? Eu espero que sim, consegue ver os detalhes da arquitetura? O ar é todo místico, preciso fotografar. - tagarelava sem parar, mal vendo seu amigo bufar e ir para o balcão. 

— Não vejo nada de grandioso nesse lugar velho e empoeirado, mas se te faz feliz ficamos aqui mesmo. - responde impaciente, batucando os dedos na madeira corroída do balcão de informações enquanto esperava alguma pessoa aparecer e atende-los. — É sério que não tem ninguém aqui? 

O barulho de coisas caindo fez ambos darem um pulo assustados, Meadowes mirando sua lente atenta até a portinhola que dava acesso a alguma peça até agora não descoberta, esperando que dali saísse qualquer coisa, menos uma senhora risonha vestida em trajes cor verde esmeralda. 

— Perdão, não queria deixa-los nesse estado. - ri baixinho, repousando seus braços enrugados sobre o balcão. — Me chamo Genevieve e é um prazer receber vocês em nossa humilde pousada, apesar de estar meio abandonada nesses últimos tempos, sempre recebemos muitos hóspedes na época de Halloween. Fizeram bem em vir mais cedo para garantir um quarto. - explica a senhora, o olhar atento nos movimentos de James, assim como uma águia fica atenta em sua presa. 

— Não nos assustou, só nos pegou de surpresa. - responde áspero, assim que recompõe sua postura. — Um quarto com duas camas, por favor. - suspira quando sente o flash iluminar seu rosto. — Mas que merda! 

— Desculpe, precisei registrar esse momento, sabe como é. - ri Dorcas, olhando curiosa para Genevieve enquanto a mesma pegava uma pequena chave da gaveta, entregando para Potter. — A sua pousada parece bem antiga, sua família mora aqui há muito tempo? 

A doce senhora sorri radiante, como se lembrasse de toda sua história apenas por aquela inocente pergunta. 

— Sim, criamos raízes por aqui. Posso contar-lhe tudo se quiser, criança, mas acho que seu namorado está um pouco irritado agora. - discretamente aponta para o rapaz, que revira os olhos respondendo que são apenas amigos. — Oh, olhe como minha cabeça já não é mais a mesma, havia esquecido mas está acontecendo uma feira sobre objetos místicos no centro da cidade e ao que parece você ficaria interessada. - diz sorrindo enquanto aponta para o colar que a garota usava em seu pescoço. — Porque não dão uma passada por lá, querida? - explica a doce mulher, sorrindo fraco. 

— Vamos logo descarregar essas bolsas no quarto, assim você pode sair por ai e eu fico lá, morrendo em silêncio e pensando o porque estou aqui. - diz James, impaciente. 

— Obrigada senhora, vou adorar ouvir sobre você e sua família qualquer hora enquanto bebemos chá. - grita Dorcas, já subindo as escadas até o andar em que encontrava-se o quarto 147. 

Genevieve observou os jovens subirem e sorriu consigo mesma, sentindo que dessa vez tudo daria certo, com certeza aquele feriado seria memorável.

— Pobre criança, você não sabe o que lhe espera. - cantarolou, passando a língua sobre os lábios secos. 



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