História Carry You - Sterek - Você está com medo?

Você precisa de alguém?

Você está com medo do que está por vir?

(Broken – Isak Danielson)

Derek está dentro de um avião pela segunda vez no mesmo dia, mas agora não está sozinho. Cora tenta dar-lhe algum consolo no assento ao seu lado, mas ele sabe que nada vai melhorar o que está sentindo no momento. A casa do xerife foi incendiada e ninguém sabe se Stiles ainda estava lá dentro. 

Sem nem pensar direito ele apenas se concentrou em manter o controle, e por pouco não conseguiu. Sem a ajuda da irmã, que o arrastou para o banheiro, ele teria destruído metade daquele aeroporto sem nem cansar até ser contido, se fossem capazes de contê-lo. Por isso ele lança um olhar agradecido na direção dela.

Assim que estava estável novamente, porque ninguém poderia chamá-lo de calmo no momento, Cora comprou passagens de volta para os dois. Ela o ajudaria. Não precisaria lidar com isso sozinho. Ele não estava morto. Podia sentir em seu coração que Stiles não estava morto.

São apenas três horas de voo, mas sente que aquilo durou uma eternidade. Assim que se vê livre, Derek vai para a delegacia, onde encontra Scott. Aparentemente ele passou a tarde inteira lá, mas o departamento de polícia de Beacon Hills não estava no caso.  Não quando o Xerife era o pai da possível vítima, o que fazia as coisas ainda mais complicadas. Não teriam ajuda para conseguir pistas.

Scott o contou que tinha ido buscar o amigo no horário combinado, mas quando se aproximou pôde ver a fumaça negra rodopiando em direção ao céu e o cheiro de madeira queimada e fuligem impregnou suas narinas. Tinha gente demais em volta e nenhum socorro. Já estava vindo, era o que diziam. Ele até tentou entrar, mas o fogo já tinha se espalhado pelos dois andares e parecia que tudo ia desabar. Quando o corpo de bombeiros chegou, ele gritou que seu amigo estava lá dentro, mas o fogo custou a ser contido e eles não puderam entrar até que já tivesse se passado tempo demais.

- Só consegui ouvir que parece ter sido um incêndio criminoso. A sala era o lugar mais afetado, o que indica que começou lá, mas não tem nada que possa ter começado isso. Me tiraram de lá. Tiraram todo mundo, na verdade. O FBI foi acionado. Eles entraram pra procurar Stiles mas nunca vi eles saindo de lá. Ninguém me fala se o encontraram, se está ferido ou...  - 

-Não! Stiles não está morto. Ele é esperto, deve ter dado um jeito de sair.

Ao contrário de Scott, que tem seus olhos úmidos de lágrimas, Derek tem raiva. Raiva de quem pode ter tentado machucar seu companheiro. E ele só sabe que não vai medir esforços para encontrar e matar, da forma mais dolorosa possível, quem ousou fazer isso. E ele já tem uma ideia de quem pode ter sido,

                        …

Scott vê quando seu pai se aproxima, sério, mas não faz nenhum esforço para conseguir informações, já que aparentemente ele é “jovem demais para estar metido naquele tipo de coisa”. O crachá no pescoço indicando que ele é um dos agentes que está trabalhando no caso.

-Onde está o Stilinski? – Raf pergunta quando está perto o suficiente para ser ouvido.

-Parrish levou ele para algum lugar. Estava abalado demais para ficar aqui. – a expressão de Scott, assim como sua voz, é fria. 

-Scott, você sabe que não posso falar nada pra você? Sei que ele é seu amigo, mas não posso deixar nossa relação interferir no meu trabalho. – Raf tenta se justificar, mas ele já ouviu aquela mesma desculpa antes. Não faz mais diferença para ele.

-Que relação? Sinto muito, agente McCall, mas não tenho nenhuma relação pessoal com você. Já que eu não sou próximo o suficiente, será que aquele cara lá não pode saber de nada?

Seu pai olha para o lado, vendo que Derek intimida um dos policiais, e por incrível que pareça, não dá certo, já que o pobre coitado também não sabe de nada.

-Ele? Quem é aquele? 

-É Derek Hale – E antes que seu pai possa questionar, ele continua. – Namorado do Stiles. Será que isso é o suficiente?

No fim, Scott acaba mais atrapalhando que ajudando. Derek foi levado para ser interrogado e tudo que ele não precisava era ser considerado suspeito, tendo seu relacionamento com Stiles invadido pelas perguntas extremamente pessoais que foram feitas ali. Tempo de namoro? Brigas? Onde estava na hora do crime? E para a surpresa de Scott, Derek respondeu todas. Com um olhar assassino... mas respondeu a todas.

Ele só esperava que pudessem sair dali antes que o xerife conseguisse ludibriar Parrish para que voltassem.

Para seu alívio, ou nem tanto, nenhum corpo foi encontrado. Mas também nenhum sinal do seu amigo. As buscas foram iniciadas por toda a cidade. Já é quase de madrugada e ele só quer ir para casa. Estão todos cansados. Para decepção geral, o fogo não deixou para trás nenhuma pista que pudesse ser utilizada, nem pelos humanos, nem pelos lobisomens.  

Ele ouve Cora tentando convencer Derek a ir para casa e descansar, e por mais que ele queira negar, nenhum deles sabe por onde começar a agir. Nem um deles consegue pensar. É Stiles quem faz isso todas as vezes que se metem em confusão.

Ele pode sentir na pele o esforço que Derek faz para manter seus sentimentos guardados, mas ele ainda pode sentir. São vários, e acima de todos está o medo. 

- O Xerife já voltou. Está conversando com o pai do Scott – Scott ouve Cora sussurrar para Derek do outro lado da sala.

-O Xerife voltou? Vou esperar só mais um pouco. Eu já volto. 

Derek levanta, deixando a irmã para trás, provavelmente tentando identificar as vozes que deseja ouvir. Se estão falando alguma coisa sobre Stiles ele vai descobrir.

Mas poucos segundos depois Derek sai quase correndo, a raiva irradiando dos seus poros era quase palpável. Não troca nenhuma palavra com a irmã, quase esbarra em seu ombro e vai embora sozinho.

-Droga, Derek – Cora resmunga e o segue,

Curioso e preocupado, Scott sente que precisa saber o que Derek ouviu naquela sala para sair naquele estado.

Como quem não quer nada, ele vai caminhando devagar, olhando para as paredes, até chegar em frente à sala do Xerife, perto o suficiente para ouvir.

-Eu entendo que você está perturbado, – é a voz do seu pai – mas é muita semelhança. E ninguém nunca soube quem foi o responsável. 

-Já faz muito tempo, McCall. Poderíamos estar concentrados em…

-Pense bem, Noah. Eu não pensaria nisso se não soubesse do envolvimento do seu filho com esse Hale. Ele foi um dos poucos sobreviventes, e agora sua casa é incendiada exatamente da mesma forma que aconteceu com a família dele, e ninguém nunca descobriu quem foi o responsável. Ele ainda pode estar por aí. Você pode até tentar se enganar, mas alguma coisa me diz que tudo isso foi feito para atingir o Derek. 

                                                                                                   …

Quando Derek finalmente chega no seu loft tudo está escuro e silencioso, exceto por sua respiração ofegante e as unhas já se transformando em garras. Ele sabe que não pode se dar ao luxo de perder o controle agora. Não pode se desesperar a ponto de não ser capaz de ser útil para ajudar Stiles. Ele tem que pensar.

“Pensa, Derek. Pensa... se é ela quem está por trás de tudo isso, ela não teria matado Stiles. Não ainda. Não sem a oportunidade de esfregar isso na cara de Derek como ela fez com todos os outros da sua família. E tudo aponta para ela. A falta de pistas é um trabalho profissional, ela sabe exatamente o que está fazendo. O incêndio é um aviso. Só pode ser. Ela quer mandar uma mensagem, mas o que poderia...”

-Derek! – A voz de Cora o tira de seus pensamentos conturbados. Só então percebe que estava falando sozinho enquanto caminhava em círculos na própria sala. O que está fazendo? O que quer que tenha acontecido, você não vai conseguir nada produtivo. Dá pra perceber que está exausto. Você deveria dormir um pouco. Nós podemos cuidar disso 

-Não, eu não posso. Não enquanto não sei o que ela está fazendo com o Stiles.

-Ela? Do que você está falando?

-Da Kate. Foi ela quem levou o Stiles.

-Certo. Tudo bem. Faz sentido. – Scott concorda com a suposição de Derek. Aquele realmente era o estilo de Kate. Atraí-los até ela através de Stiles. – E se realmente foi ela, é você quem tem alguma chance de encontrá-los. Você a conhece melhor que todos nós.

-É. Tirando o fato de que ela está morta. – Cora se pronuncia pela primeira vez desde que Derek começou a explicar sua teoria maluca pra Scott, que chegou poucos minutos após a ligação mais confusa da história, com um Derek extremamente monossilábico. – Derek você está agindo como um louco. Precisamos pensar, ou podemos estar colocando Stiles em um risco ainda maior. Não sabemos com quem estamos lidando.

-Eu sei, Cora. Só que é a Kate, ela pode muito bem ter nos enganado. Não seria a primeira vez. E eu... eu não... – Ele estremece, apoiando as mãos na mesa à sua frente enquanto começa a respirar rapidamente, ofegante em busca de ar. – Não consigo. Não consigo pensar…

Cora se aproxima, sentando-se ao lado do irmão colocando as mãos em seu ombro.

-Derek, controle. – Ela fala com uma voz autoritária. – Respire. Não podemos perder você agora e se você não conseguir se conter nós vamos atrás dele sem você. Não podemos correr o risco de piorar a situação para ele e é exatamente isso que vai acontecer se agirmos por impulso. - Enquanto Cora fala, o coração de Derek vai voltando lentamente ao normal. Ele sabe de tudo isso. – Eu sei que você está sofrendo. – Ela completa, agora com uma voz mais compreensiva. Doce, até onde Cora consegue ser doce. – Sei que não está sendo fácil, consigo sentir. Mas nós precisamos de você. Stiles precisa de você concentrado e sob controle. Tudo bem?

Ela respira aliviada quando ele afirma com um gesto de cabeça, aparentemente mais calmo. Ela já sabia que Derek era intenso em todos os aspectos da sua vida, mas nunca antes o tinha visto tão instável como quando recebeu a notícia do desaparecimento de Stiles.

-Precisamos de ajuda. Scott, você liga para o xerife. Eu sei que ele está fora do caso, mas talvez seja possível colocar bloqueios nas estradas que saem de Beacon Hills. A essa altura eles podem estar fora da cidade, mas ainda dá tempo de impedir que saiam do estado. Kate não se arriscaria a fugir de avião. Eu vou até a casa de Stiles procurar por algum rasto, algum cheiro, qualquer coisa. Cora vem comigo. Você pode chamar a matilha? Vamos precisar de ajuda mais tarde.

Poucas vezes Cora tinha visto o irmão tão autoritário. Agindo como um verdadeiro alfa, embora não fosse mais um. E ao contrário do que esperaria, ela está orgulhosa dele. Apesar de todo o seu discurso, ela não acha que conseguiria lidar com a situação caso estivesse no lugar dele.

Ele já está indo em direção à porta quando para de repente. Uma figura ruiva descabelada bloqueia a porta, surpreendendo a todos quando deixa escapar apenas uma frase, com uma voz extremamente fria, como se estivesse em um transe.

-É melhor correrem. Ele não vai durar muito tempo.

                                                                                                           …

-Lydia, precisamos saber o que você viu. - Scott assume a liderança quando percebe o choque no rosto de Derek e de Cora. – Você viu o Stiles? Sabe onde ele está?

Há quase meia hora eles tentam conseguir alguma informação de Lydia. Derek saiu friamente controlado, o que conseguiu assustá-lo mais que a explosão de fúria de mais cedo. Agora só restam ele, a banshee, que parece se recuperar aos poucos da visão que teve, e Isaac.

Eu não sei – Ela diz com a voz trêmula e confusa. – Era escuro e silencioso. Eu vi ele lá, estava sozinho, mas estava machucado... preso, mas estava escuro, não tinha nada que eu pudesse ver para tentar identificar o lugar.

-Eu não acredito que isso está acontecendo. Não posso acreditar. - Pensa Scott, você tem que pensar. Não é possível que tenham conseguido ir embora sem deixar nenhum rastro.

-Pelo menos sabemos que ele ainda está aqui, - Isaac sussurra no canto. Apesar de tentar parecer relaxado, ele exala uma tensão constante.

-Como?

-O Stiles continua na cidade. Kate não teria tempo de tirar ele da cidade e se ele está preso pelo menos sabemos que ela não está tentando fugir. Não ainda. Aparentemente o plano é ficar escondida - Isaac continua e Scott acha que talvez ele tenha razão. Se Stiles está preso e sozinho é porque o plano de Kate não é tirá-lo da cidade.

- Isaac tem razão. Pelo menos por enquanto - Lydia concorda - Mas não sabemos até quando. Vocês precisam ligar para o Derek. Para onde ela levaria o Stiles? Um lugar onde acha que não iriamos procurar?

-Para o mesmo lugar onde ela levou o Derek quando sequestrou ele. Abaixo da mansão Hale.

                                                                                             …

-Nada. E você? – 

Cora nega com a cabeça enquanto Derek se aproxima. Nenhum sinal, nem um cheiro a ser seguido na casa do Xerife.

Derek sente o telefone vibrar no bolso, atendendo rapidamente. Antes que possa perguntar qualquer coisa, ouve a voz urgente de Scott.

-Derek, estamos indo para a mansão. Achamos que Kate pode estar se escondendo lá. Te esperamos lá.

Sem esperar por respostas ele encerra a chamada, já se encaminhando para sua antiga casa enquanto é acompanhado pela irmã, torcendo mentalmente para que Stiles aguente só mais um pouco. Ele está indo encontrá-lo.

                        …

Derek permanece na cozinha, fazendo o café e tentando evitar as emoções turbulentas que escapam desde seu quarto até os outros cômodos do loft. Qualquer sobrenatural que entrasse ali poderia sentir o cheiro de angústia e tristeza que emanavam do corpo de Stiles. E até o momento ninguém sabia exatamente o porquê, já que o garoto evitava o assunto todas as vezes que era questionado, e por mais que Derek quisesse ajudar o namorado, era simplesmente impossível quando não sabia o motivo de seu sofrimento.

Ele fecha os olhos, se apoiando na pia tentando lidar com a dor de cabeça. Mesmo que não adoecesse, ele continuava sendo muito afetado pelos sentimentos do seu companheiro. Enquanto espera que Stiles pare de fingir que continua dormindo e resolva levantar para comer, o lobo tenta imaginar o que pode ter acontecido. Seu pai também não sabia de nada que poderia estar incomodando, assim como Scott ou qualquer outro membro da alcateia.

Seu pescoço é rodeado pelos braços de Stiles quando o mesmo se deita sobre seu corpo, encaixando o corpo ao seu com um gemido baixo, escondendo o rosto no seu ombro logo em seguida. Por um momento Derek se desconecta de tudo, sem ao menos lembrar de como foi parar na própria cama com Stiles. Enquanto isso, aproveita os beijos e movimentos do namorado, que continua com o corpo grudado ao seu como se sua vida dependesse disso. 

De repente, quase como um tapa na cara, Derek sente a aflição de Stiles. Uma onda de dor e culpa tão grandes que fazem ele perder o ar. Ele para imediatamente e segura o quadril de Stiles fazendo-o ficar quieto.

-Stiles, olha pra mim, me diz o que está acontecendo – pede, tentando se afastar o suficiente para olhá-lo nos olhos, mas sente somente quando o outro nega com a cabeça, se recusando a aquietar-se.

O corpo de Derek fica ainda mais tenso ao sentir logo em seguida as lágrimas quentes que caem em seus ombros. 

Stiles não costuma chorar. Não por qualquer motivo.

-Stiles! Estou machucando você? Me fale alguma coisa!

-Por favor, Derek, não pare, não agora, por favor... Só quero fazer amor com você. Por favor... – Ele ouve a voz trêmula do namorado enquanto tenta se afastar, mas Stiles não permite, se agarrando ainda mais forte ao seu corpo, sem permitir que se afastem um centímetro sequer. –Não está me machucando. 

Então Stiles o beija novamente, ainda mais intensamente. E apesar da confusão de sentimentos rodopiando em sua mente, ele volta a se concentrar em Stiles, decidido a fazê-lo esquecer o que está o deixando tão abalado.

Derek rola sobre a cama, dessa vez ficando em cima de Stiles enquanto o abraça mais e mais forte, beijando seu pescoço enquanto volta a se mexer. 

Ele é lento e intenso, e extremamente carinhoso enquanto acaricia o corpo sob o seu e permanece assim até sentir Stiles se retesando, sua respiração ainda mais ofegante enquanto tenta abafar, sem sucesso, um gemido de êxtase em seu ombro, fazendo-o chegar a seu próprio ápice em seguida.

Eles passam o que poderia ter horas abraçados, tendo como único som as batidas descompassadas dos corações, e as respirações ainda ofegantes tentando se acalmar.

-Eu te amo... – Stiles sussurra sem olhá-lo nos olhos. Parecendo mais interessado do que deveria em algum ponto invisível do teto.

-Eu também te amo. –Derek responde.

-Eu sei. Scott já tinha me falado alguma coisa a respeito do amor incondicional dos lobos. Que mesmo que consigam se apaixonar várias vezes, só amam assim uma vez pra vida toda. Eu sei que você me ama desse jeito, e é por isso que preciso que me deixe. – Stiles fala, sua voz estranhamente séria e estável, apesar de ter lágrimas nos olhos.

-O que? – Ele sobe o tom de voz, já se apoiando em um cotovelo enquanto tenta observar Stiles melhor. - E por que isso seria motivo para te deixar? Stiles, você não está fazendo sentido. Eu sei que tem algo de incomodando. Conta pra mim, eu posso ajudar. Se não quiser falar pra mim eu chamo o Scott, a Cora, Lydia, qualquer um de nós. Eu não posso ver você assim.

-Você tem que parar. 

-O que? Do que está falando? – A cada minuto que passa Derek fica mais confuso. Só então Stiles vira para olhá-lo.

-Você tem que parar de procurar por mim, ou vai se machucar, e eu não consigo lidar com isso. Você tem que me deixar.

-Você só pode estar brincando. Stiles, por favor, fala pra mim o que está acontecendo. – Derek pede, mas Stiles já está de pé, saindo do quarto.

-Stiles...Stiles!

-DEREK!

Derek desperta com um pulo e a primeira pessoa que vê é Lydia. Ela tem os olhos arregalados, mas se mantém distante. Só então ele percebe que já é manhã, e está de volta ao seu apartamento. Mais especificamente, em seu quarto. Aparentemente, além dele, Lydia é a única presente.

-Onde estão os outros? Cadê a Cora? O que aconteceu?

-Bom... Nós fomos para a mansão, mas você e sua irmã chegaram antes de nós. E não tinha nada lá. Nenhuma pista. Você perdeu o controle, se transformou, então tivemos que te apagar e trazer para casa. 

Derek não sabe bem como agir estando sozinho com Lydia novamente. Não quer ser grosseiro, mas também não está com paciência o suficiente para ser educado sobre o assunto.

-E porque está aqui? Onde estão os outros?

Ela fica em silêncio por um tempo, parecendo receosa, até com medo de contar qualquer coisa que o faça sair de si novamente, mas dessa vez sem ninguém para ajudá-la.

-Quando estávamos voltando, para te trazer pra cá... Eu estava dirigindo. Na verdade, comecei a dirigir em círculos sem perceber. Até o Scott suspeitar que talvez naquela região... houvesse alguma coisa.

-E porque diabos ninguém me acordou, me deu um tapa, ou sei lá... – Agora sim ele está irritado. Poderia estar sendo útil nesse momento ao invés de ficar batendo papo. 

-Nós tentamos, Derek. Mas você não acordava. Então eu te trouxe. E também... – Ela hesita, parecendo envergonhada. 

-Também o que? 

-Você estava sonhando com o Stiles. Eu ouvi. – Ela diz, agora evitando o olhar do moreno.

-O que? Você estava ouvindo? O sonho... tudo? – Derek consegue lembrar de algumas coisas daquele sonho, e apesar de não ser exatamente tímido, saber que ela pode ter tido acesso a alguma coisa o deixa constrangido.

-Quase tudo. Na verdade, acho que não era exatamente um sonho. Acho que era o Stiles tentando se comunicar com você. Se fosse um sonho comum eu não teria conseguido, e principalmente que... você começou a sonhar com Stiles enquanto nós estávamos andando em círculos. Achamos que talvez isso tenha sido usado para Stiles entrar na sua cabeça;

-E porque andar em círculos faria Stiles conseguir entrar em minha cabeça?

-Por que nós estávamos girando ao redor do Nemeton. Na verdade, próximo de onde deve estar o Nemeton. E que alguém usou a energia dele para que o Stiles falasse com você. Só ainda não descobrimos o porquê. – Lydia explica, agora atraindo toda a atenção do homem à sua frente.

-Mas isso não faz o menor sentido. Kate nunca soube sobre o Nemeton, porque ela teria levado ele pra lá? Ou melhor, como ela poderia usar a energia dele?

-Esse é a questão. Achamos que não é a Kate.