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História Carta à suicida - A carta


Escrita por: Mittyh

Notas do Autor


Eu escrevi essa carta para um trabalho da escola, contudo ela me trouxe diversas ideias, então resolvi criar essa fanfic, espero que gostem!

Boa leitura.

Capítulo 1 - A carta


A cortina do quarto estava aberta, o sol quente das 9 horas de um sábado de Janeiro, queimava a lateral direita do meu rosto, por culpa da ardência e da claridade, despertei. Enquanto decidia se levantava ou fechava a cortina, procurei o celular sobre o criado-mudo, o peguei e nada, nenhum bom dia no grupo da família, uma mensagem de amigo, um match no Tinder, nem twitte novo de famoso, literalmente, porra nenhuma; olhei o wifi, estava conectado, então decidi levantar, mas só porque alguém bateu na porta, sem vontade alguma e especialmente sem escovar os dentes, pentear o cabelo e tirar o pijama, abri a porta, era o carteiro:

“Contas? Passo.”

Brinquei, sem rir, sem achar graça. Na verdade, eu realmente passava. Eu não queria nada, nem assinar nada. E pra minha surpresa ele riu, enquanto eu não mudava a expressão e me aproximava, ele fez o primeiro contato:

“É uma carta. E, oh, anônima.”

Isso era estranho, contudo resolvi pegar o envelope, assinei o papel e acenei de costas indo até a porta, adentrei a casa e girei a chave novamente para trancá-la. Indaguei-me sobre a origem da carta ao olhá-la, tentei descobrir de onde vinha e falhei miseravelmente, droga, nenhum sinal, pela primeira vez em meses eu me interessei por algo, ao passo que o “entusiasmo” percorria o meu corpo, senti-me tonta e resolvi sentar no chão mesmo, era mais próximo e eu não precisaria tirar todas as tralhas que estavam sobre o sofá. Rasguei o envelope, puxei a carta e comecei a ler:

Querida Mariana, todas as noites de insônia eu penso em te escrever.                       

Entre as noites que não dormes ou as que choras antes de dormir, não sabes me dizer qual odeias mais.

Sente-se perdida, num abismo de más escolhas, e entre elas o suicídio te rodeia há algum tempo, não foi por falta de tentativa, aliás, já pensou tantas vezes sobre isso que o seu problema é decidir como vai ser, não quer ver a morte de seus pais, ou de qualquer um.                           

Você sempre sofreu muito com os acontecimentos mundanos, no geral.

És tão delicada que um espinho te atravessaria como a asa de um inseto.

As pessoas não admiram você, nem o seu esforço ou a sua compaixão.                        

Em uma sociedade onde ser bom e sinônimo de ser forte, sentimentos são desprezíveis. Vivemos em um mundo tecnológico, com tantas descobertas ao dia, com tanta informação, sinto muito, Mariana, contudo não há tempo para o seu "mimimi", para a sua reclamação.                   

Não se doa pelo mundo, pois ele não se dói por você.                        

Aquelas crianças morrendo de fome, morrendo na guerra ou por moléstia, elas não ligam pra você, então por que teimas tanto em se importar com elas? Faça como elas e tente sobreviver.                       

Não seja fácil, querida. Não seja simples. Porque agora, não é mais “e agora, José? A luz apagou, o povo sumiu". É "e agora, Mariana? A luz não pagou; o marido fugiu".                        

Enquanto você se sente derrotada, tem alguém lutando, não faço da sua dor menor que a de ninguém, pelo contrário, tome as dores de todos como sempre fez. Pare de lutar por você, comece a lutar por todos os outros.                        

Lute pelos teus ideais, reprima os opressores. Repense quem és e o que realmente quer ser.                        

A luta só acaba quando você se der por vencida, e isso é tão tolo que não deveria se aplicar a você.                        

Não se sinta vitoriosa por morrer. Um suicida é um corajoso diante da morte, mas um covarde diante da vida. Não perca a esperança por esperar demais.                      

Desvie das memórias se necessário, não faça do passado uma assombração. Ignore o atual se preciso, não transforme o presente em tempestade. Não tente prever o futuro, expectativas podem decepcionar.

Enquanto lia a carta lágrimas escorreram geladas pela minha pele quente. E agora, eu, Mariana, queria saber quem enviou a carta. Minhas mãos tremiam, repousei a carta no piso ao lado e levantei, andei até a cozinha, com certa dificuldade servi um copo de água em temperatura ambiente e bebi devagar, sentindo o gosto vazio da água, o mesmo gosto que eu tinha pela vida, o mesmo gosto meu.


Notas Finais


Eu tô muitooo ansiosinha para escrever essa fanfic.
Até o próximo.

Beijinhos.


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