História Cartas ao professor - Lugar especial

Cartas ao professor
Lugar especial

– Então vocês estão juntos agora?- Pergunta Tentem.
– Eu não sei bem...

Era mais uma tarde naquele mês de setembro. Sakura como sempre atendia as mesas enquanto a morena se concentrava no caixa e nas câmeras de vigilância do local.

– Como assim ‘’Eu não sei bem... ’’?

– Não oficializamos nada, apenas estamos nos conhecendo melhor.

– Se conhecendo há quase dois meses?

A Haruno ficou sem resposta. Os momentos ao lado do Uchiha eram ótimos, os risos eram constantes e os dias se eram mais felizes. Queria tanto que ele a pedisse em namoro, assim como Madara fizera anos atrás, mas não poderia exigir isso do moreno, não em um período como aquele.

– Por que não oficializam isso logo? Todos vêem como ele te olha como tem ciúmes de você e até como você muda perto dele.

– Eu mudo?

– Sim, sorri mais, se arruma mais quando sabe que ele virá tomar café e até passa batom.

As bochechas se avermelharam se escondeu atrás da bandeja de prata que levava consigo.

– Eu só quero agradá-lo...

– Sei. Amiga desculpe a intromissão, mas... – A morena parou por alguns instantes antes de continuar. – Porque você não o pede em namoro?

~

– Um café, por favor. – Pediu como de costume um dos clientes sentados a mesa.

– Discafeinado, forte ou normal? – Pergunta ela a um deles.

Os homens mal olhavam para o rosto da rosada, atrás do cardápio eles se escondiam.

– Deixo a seu critério. –Responde um deles.

Ela saiu da presença dos homens sentados ali.

– Ela me parece dócil. - Diz um deles.

– Para mim será fácil tira-la do caminho dele.

– Acho que não será tão fácil, temos que ser cautelosos.

– Tudo bem, vamos esperar as ordens superiores.

~

A noite cairá na pequena cidade, trabalhadores voltavam para suas casas, crianças já haviam saído de suas respectivas escolas, restaurantes noturnos começavam a abrir assim como boates.

Sasuke, Sakura e Sarada caminhavam lentamente pela calçada daquela cidade, mesmo com dificuldade o moreno segurava sua bicicleta e uma das mãos da garotinha que, saltitante ia feliz pelo caminho de cimento acompanhada dos pais.

– Sasuke- Kun... – Ela parou por alguns instantes, suas pernas falharam por segundos. -... Eu gostaria de te fazer um convite.

– Pode falar.

– Gostaria de jantar amanhã comigo... Apenas nós dois.

Sakura estava nervosa, tomar a iniciativa para ela não era nada fácil, principalmente quando sua filha estava presente. Era tão vergonhoso.

– Tudo bem, eu gostaria de levá-la a um lugar especial para mim. Te pego amanhã as oito.

~

– Cara o que te deu para me ligar a essa hora?

– Você reclama quando não ligo, reclama quando eu ligo. Qual a sua Naruto?

– Você só me liga quando lhe interessa, vai desembucha.

Já se passava das vinte e três horas quando Sasuke finalmente resolveu ligar para o amigo.

– Eu vou levar a Sakura no nosso local...

– Ainda bem que me ligou. Está maluco Teme. No nosso lugar não.

– Ela merece conhecer...

– Então é sério o que vocês têm?

– Vou dar as presilhas da minha mãe a ela, acho que isso significa alguma coisa.

– Tudo bem, mas preste atenção no que vou lhe falar, se você realmente tem certeza que a ame a leve, se não esqueça. Não quero te ver como anos atrás por culpa da...

– Tudo bem, entendi. Tchau.

~

A noite toda Sasuke revirou em sua cama, as perturbações do passado vieram a toma em sua memória. Poucos sabiam, mas Sasuke havia ficado a um passa de se casar com uma mulher, mas foi deixado no altar no dia do casamento causando a ele trauma e desilusão a toda e qualquer mulher que cruzasse seu caminho. Sendo uma das únicas coisas que se negava a relembrar e a acitar em sua vida. A rejeição e a solidão.

Depois de passar um tempo jogado na solidão e amargura passou a sair na companhia de Naruto,na época solteiro, em festas e bares a procura de mulheres que lhe agradassem, porém sem sucesso até ver a chegada da rosada em sua vida.
Mesmo sem saber que Sakura era casada na época, ele mesmo de longe a adimirava e criava dentro de si um sentimento belo e raro, algo que não se encontrava em qualquer esquina ou em qualquer pessoa.

Estar com Sakura era fenomenal, seu dia era mais belo ao lado dela, as flores mais coloridas e o céu mais limpo e azul. Agora notava as coisas mais simples como o cantar dos pássaros, as plantas que cresciam em meio ao cimento das calçadas e principiante nas feições dela, feições de desagrado, alegria, felicidade, contentação... Feições que poucas pessoas além dele sabiam decifrar no rosto dela.Isso não era feito apenas por ele, mas ela também sabia decifrá-lo. Decifrar os meio sorrisos, os gestos, os olhares e até o modo como respirava. De um certo modo tinham uma ligação e isso ninguém podia negar.

A noite para Sakura também não foi uma das melhores. Estava bastante entusiasmada com o jantar e principalmente preocupada com o pedido que faria. E se ele não aceitasse? Ou se a achasse precipitada? Estava correndo um risco muito grande.

Não queria ser do tipo de mulher grudenta, que vive no pé do companheiro, correndo atrás dele como se fosse um cachorro adestrado, muito pelo contrário, queria liberdade. A liberdade que nunca tivera com o pai de sua filha, a liberdade em escolher qual roupa vestir, qual sapato colocar, qual penteado fazer...

... Mas com Sasuke possuía esse tipo de liberdade. Ele não reclamava das vestimentas dela, dos sapatos e principalmente do modo como prendia seus cabelos. Ele era assim, desligado e atencioso, forte e bondoso, um homem admirável e sério, mas quem disse que ela não gostava? Pelo contrário gostava sim e muito do jeito dele.

~

Não se viram durante o dia, Sasuke não foi à cafeteria e muito menos acompanhou a rosada até sua casa preferiu vê-la apenas no horario combinado.

Ela entrou no carro dirigido por ele, por rápidos segundos se surpreendeu. Não sabia que Sasuke sabia dirigir e muito menos que possuia um carro,pois sempre o via de bicicleta.

– Boa noite Sasuke-kun.

– Boa noite.

Os corpos se inclinaram para receber o contato dos lábios, beijaram-se ternamente e quando se afastaram ambos sorriram em agrado.

Sasuke logo deu a partida.

~

– Sasuke-kun... Aqui é o lugar mais lindo que já vi.

O moreno dirigiu por quase uma hora até chegar ao local desejado. O topo da montanha onde se via toda a cidade.

– Poucas pessoas conhecem esse lugar, mesmo tendo essa linda vista.

– É uma pena mesmo.

Ela se debruçou para ver melhor aquela vista proposta por ele. As casas pareciam tão pequenas, os postes e carros pareciam vagalumes. Era lindo olhar para eles.

–Pronto, sei que não é um dos melhores jantares, mas é o que temos pra hoje.

Sakura estava tão distraída que mal percebeu a saida de Sasuke.

Recebeu com carinho o pequeno cachorro quente e começou a comê-lo.

– Sasuke-kun onde você comprou esse cachorro quente?

– Eu o troxe de casa, se quiser tem mais no carro.

– Não, não é o suficiente...

A noite estava agradável para ambos, comiam, bebiam e conversavam em meio a carícias doces.

– Sakura, eu tenho algo para lhe dar.

Do bolso retirou a pequena caixinha em veludo, as mãos tremiam e suavam...

– Eu também tenho algo para lhe dar.

De sua bolsa também retirou uma pequena caixinha em veludo.

– É um presente muito importante pra mim, espero que goste.

Ele estendeu a caixa para ela que, sem nada a dizer também estendeu a sua. Abriram juntamente suas respectivas caixas pegando cada um o seu presente.

– Elas eram de minha mãe, quando dava aulas usava para prender seus cabelos.

– Eu não queria comprar uma aliança, preferi o colar, combina com seus olhos...

– Obrigado Sakura...

– Obrigada Sasuke...

– Sakura... Eu te amo...