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História Cartas Para Thomas - Pacto entre amigos



Notas do Autor


Boa Leitura ♥

Capítulo 18 - Pacto entre amigos


Fanfic / Fanfiction Cartas Para Thomas - Pacto entre amigos

“Eu me importo com o que você sente, e se eu puder fazer algo para compensar tudo o que estamos passando me avise.

Eu te amo, Isabelle, não existe NINGUÉM mais importante do que você no meu mundo.”

- Mensagem de Thomas para Isabelle num desses dias em que o mesmo sentiu falta de como a sua amizade era antes de começarem a ficar com Daniel e Beatrice.

Thomas lambeu os lábios e parecia travar a língua antes de continuar. Como um estalo em minha mente imaginei de um segundo para o outro que ele diria que Elisa e Freddie eram perfeitos um para o outro como... ele e eu. Se fosse mesmo isso, precisava me dizer com todas as letras e sem rodeios!

- Que a gente...? – Indaguei praticamente intimando-o a completar a frase.

- Deveríamos ajudar os dois nisso. – Thomas diz, vestindo uma máscara clara em sua face. Me senti estúpida por isso. – A gente deveria ajudar.

Pisquei incansavelmente para ele sabendo que essa não era a resposta que passara em sua mente. Nem fazia sentido com base em toda a conversa. Posso ser leiga em diversos assuntos, mas não era burra.

Contudo, Thomas tivera a oportunidade de dizer se era de fato apaixonado por mim. Na verdade ele sempre teve, e se nunca o fizera é por não ser real.

- Está tudo pronto. – Elisa comunicou, despertando a minha atenção.

- Vamos. – Praticamente obriguei Thomas a me acompanhar pegando em seu braço e puxando-o.

Eu não estava muito satisfeita naquela altura. Parecia que tinha algo de errado, algo que não se encaixava nunca. Thomas e eu sempre fomos fiéis um ao outro, claros, objetivos e concisos. Por qual motivo nossa amizade nessa altura estava tão abalada a ponto de parecer que ele escondia coisas de mim?

- O que vamos ver hoje? – Elisa perguntou encarando Freddie e aguardando o mesmo entregar o blu-ray.

- Trouxe um DVD hoje, era o que tinha nas coisas da minha irmã. – Ele responde travesso e entrega.

- O casamento do meu melhor amigo? – A loira se assusta e fita Freddie sem entender se aquilo era um recado.

Thomas e eu nos encaramos por um segundo. Eu queria rir dos dois à nossa frente e dizer coisas com o olhar, mas ele estava com o rosto um pouco vermelho.

- Vocês disseram que queriam ver um filme de romance, não é? Então peguei o primeiro que vi. – Freddie se explicou e deu de ombros.

- Esse filme é legal. – Intervi, pegando o copo de refrigerante e bebendo um gole.

- Esse filme é triste. – Thomas falou com voz fria.

Todos olhamos para ele e esperamos que explicasse algo mais, porém o mesmo permaneceu em silêncio.

- As músicas são lindas. – Lembrei, me aconchegando um pouco mais perto de Thomas agora. Queria passar aquela tarde com ele e aproveitar nosso tempo juntos como antes e demonstrar que estava empolgada por isto.

- Tudo bem, tudo bem. – Elisa se deu por vencida e colocou o DVD no aparelho. – Mas precisava ser um filme tão velho? Porque não trouxe, sei lá, A Morte e Vida de Charlie?

- Eu não faço ideia de que filme é esse! – Freddie comunica fazendo careta.

- É com o Zac Efron. – Elucidei e vi ambos os garotos revirarem os olhos agora e balbuciarem alguma coisa irritados.

- Agora que eu não quero ver de fato! – Freddie diz e cruza os braços. – Vamos ver este daí mesmo!

Elisa se dá por vencida e deixa o filme rodar. Comemos as coisas que fizemos – a pipoca que já estava fria, os doces e os refrigerantes até nos fartarmos.

Do meio para o final do filme, coloco uma almofada nas pernas de Thomas e me deito. Às vezes faço isso.

Sinto sua mão tocando meus cabelos num afago. Ele passa todos os próximos minutos fazendo carinho, cafuné, e às vezes descendo seus dedos pela minha mandíbula e tocando suavemente enquanto a contorna. Nossos olhares se encontram em alguns momentos divertidos do filme, mas os embaraçosos e trágicos não me deixam a vontade para ver em seu rosto o que está transmitindo.

Elisa e Freddie estão com as pernas entrelaçadas jogados no sofá, relaxados o bastante. Ele alisa a perna dela enquanto a mesma lambe os restos de beijinho da panela.

Reparo que é assim: nós sempre nos dividimos dessa maneira. Nunca me sentei ao lado de Freddie, e ele nunca passou suas mãos em meu corpo com a mesma liberdade que tem com Elisa. Da mesma maneira Thomas não faz isso com ela. Estamos mais do que acostumados a lidar com a nossa amizade dessa maneira, mas dá para entender o porquê de muita gente achar que namoramos uns aos outros.

- Ótimo, eu odiei cada segundo. – Freddie comenta no final do último minuto do filme.

- Por que você odeia romances? – Perguntei a ele rindo da sua cara frustrada.

- Não, porque foi o pior romance que eu já vi! – Conclui.

- Eu disse que era ruim. – Thomas relembra.

- E por qual motivo é ruim, Thomas? – Elisa questiona com visível deboche. Encaro ele também um pouco curiosa.

- Por que eu acho... – Ele diz e para por ali. Novamente fazendo mistério e parecendo querer esconder algo. – Que não faz o meu tipo de filme. – Inventa, mas eu sei que é mentira. Thomas sempre gostou de assistir romances.

- Não foi um final feliz para Julia Roberts. – Freddie analisa. – Por isso achei ruim. Gosto de história com finais felizes.

- Nem todos conseguem ter um final feliz, é um filme realista. – Elisa fala impaciente. – Mas eu também não gostei.

Todos me encaram agora como se a reputação do filme dependesse da minha opinião.

- Quando eu me casar vou entrar na cerimônia com The Way You Look Tonight. – Quebro as expectativas de todos com essa afirmação.

Thomas sorri. Ele sabe que eu queria aquilo desde os quatorze anos de idade e imagino que essa ideia não mudará.

- Vamos fazer um pacto. – Ele propõe, entrelaçando nossos dedos sem me tirar do seu colo. – Quando nos casarmos, vamos ser padrinhos uns dos outros.

Elisa e Freddie o encaram analisando sua frase.

- Mas isso não é óbvio? Quer dizer, convidamos os amigos para serem os padrinhos. – Elisa interveio.

- Não, não, quero dizer que seremos os únicos padrinhos. – Thomas esclarece um pouco mais. – Só entre nós e mais ninguém.

- Isso seria interessante. – Freddie concordou. – E estranho, nossos parentes ficariam furiosos. – Pensa um pouco antes de completar: - Gostei.

- Pois eu acho que deveríamos fazer um pacto como esse do filme. – Minha amiga propõe e encara os três um a um. – Se estivermos solteiros até os vinte e oito anos casamos entre nós mesmos. E os outros que sobrarem evidentemente serão os padrinhos. Os únicos padrinhos, como Thomas sugeriu.

- Só tenho uma ressalva. – Thomas levanta o dedo e toma a atenção toda para si. – Acho melhor mudar essa idade de vinte e oito para vinte e sete. Porque é óbvio que os vinte e oito não deram sorte para a tal Jullianne.

- Mas o ponto do filme é que o cara conseguiu arrumar alguém que o fizesse feliz, não é?

Todos os três me encaram como se eu fosse a única louca que tivesse entendido isso.

- Não estou dizendo que não gosto dos protagonistas juntos, apenas que se ambos tivessem se casado mais cedo, ele não teria encontrado a outra moça que o faz feliz. – Justifiquei.

- Isabelle, desse jeito eu começo a achar que você não quer se comprometer a se casar comigo. – Thomas cruzou os braços fingindo irritação.

- E você quer se casar comigo? – Questionei olhando-o de baixo.

- Eu não quero, eu vou. – Afirmou com firmeza em sua voz de uma maneira que fez o meu corpo se arrepiar. Os outros dois ficaram, inclusive, mudos enquanto nós dois discutíamos, encarando-nos um tanto perplexos. – Quem melhor do que você para cuidar das minhas meias depois do futebol? E das minhas cuecas?

- Ah, pelo amor, Thomas! – Resmunguei, mas não pude deixar de rir. – Eu tenho cara de máquina de lavar por acaso?

- Às vezes sim. – Ele completa e eu jogo uma almofada em sua cara sem vergonha.

- Tudo bem, mas voltando ao assunto, estamos combinados? – Elisa questiona.

- Por mim tudo bem. – Mais do que rápido Freddie assente. – Espera, eu me caso com você, não é?

- Hmmm. – Thomas provoca num som nasal e me encara. – Nos descartou sem pensar duas vezes, está vendo isso? – Ele incentiva a quase treta que criou.

- Do que você está falando, foi você mesmo que disse que se casaria com a Isabelle. O que quer? Que eu entre na disputa? – Freddie cruza os braços e eu franzo o cenho.

- Não é uma disputa, é um acordo. – Lembro. Ele crispa os lábios como se estivesse envergonhado por falar algo errado.

- Sim, Freddie, você se casa comigo. – Elisa intervém. – O meu melhor amigo é você, logo é o que faz sentido.

- Ótimo, então tudo bem. – Os dois apertam suas mãos como se selassem o pacto.

- Você quer? – Thomas me questiona e levanta a sua mão direita também.

- Tudo bem. – A aceito com um sorriso e aperto firmando uma promessa que parecia ter de ser cumprida a uma longa distância no tempo.

 

Flashback Off

 

- É por isso que eu sou a madrinha de Elisa e Thomas o padrinho de Freddie. Somos os únicos. – Esclareço para a psicóloga. – Eles se casam daqui a um mês e meio e o chá de panelas será nesta sexta-feira. Sim, Thomas estará presente nele, isso eu já sabia há tempos.

- Creio que muitas pessoas fizeram este pacto com um amigo na adolescência. – Janine observa. – Você tem vinte e seis anos, Isabelle, diz que não quer se casar mais, mas esqueceu dessa promessa de que se casaria com Thomas aos vinte e sete ou acha que uma parte sua ainda espera por ele? Porque seria uma autossabotagem feita a partir de uma jura que ambos fizeram.

Me assustei com essa pergunta.

- Não, eu não espero por ele! – Exclamo impaciente. – Nunca levei esse pacto a sério.

- Mas os seus amigos levaram, não é? Quer dizer, na parte de vocês serem os únicos padrinhos eles estão cumprindo, mesmo que estejam se casando por amor e não por obrigação, sei que o consideraram como real e levaram a ideia adiante.

Me senti um pouco atordoada perante essa perspectiva.

- Não acho que Thomas vá me cobrar isso, seria muita cara de pau. – Observei incrédula. – De qualquer forma não vou cumpri-lo, e sinto muito pelos demais por isto se ainda estiverem com a esperança de algo assim acontecer. Mas eu sei que ambos irão entender que não é mais a minha realidade.

- Senhorita Brites, algo dentro dessa história me faz pensar que, apesar do que me diz boca afora, sente o contrário. – Dra. Fletcher provoca com essa insinuação. – Você deve estar incomodada em ver que dois dos seus melhores amigos cumpriram com o que prometeram um ao outro enquanto você e Thomas nem se falam há anos. Um laço fora quebrado de maneira que interrompera tantos sonhos e vontades que carregava dentro de si, se foram junto com a sua partida como se fossem roubados por ele. E eu sinto muito por isto, mas preciso alertar à senhorita de que está em estado de negação. Está sentindo o impacto dessa promessa que está se cumprindo como se fosse o destino a levando de volta ao passado e relembrando a você que ainda existe um elo, mesmo que frágil, que a une a Thomas, e seus amigos possivelmente também sabem disso.  

- Eu estou feliz por Freddie e Elisa. – Confirmo um pouco abalada. – Eles estão cumprindo por amarem um ao outro e serem fiéis à nossa amizade. Mas eu e Thomas não temos mais nada em comum, e aceito este fato.

Dra. Janine me encara por um tempo em silêncio. Por algumas vezes juro que ela irá abrir a boca para continuar o seu sermão, porém a mesma não o faz.

- Continue a sua história, por gentileza. Creio que devo fazer uma análise mais profunda a partir do momento em que vocês dois começarão a namorar. – Pede e eu assinto. – Não precisa ter vergonha de falar absolutamente nada. 


Notas Finais


Até o próximo ♥


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