Escrita por: EliTassi
- Ninguém chamou você! – estalara na direção do irmão maluco, quem tinha confortavelmente se espremido no espaço atrás da estante, com um joelho pressionando Vanya e o outro pressionando Cinco.
- Eu só quero ajudar você, meu irmãozinho!
- Vai se foder, Klaus!
- Ok... Tudo bem, tudo bem – Quatro murmurara em decepção teatral. – Acho que vou ter que ir falar com Diego...
Klaus fizera menção de se levantar, embalando o corpo para cima. Cinco puxara-o de volta pelo braço com tanta força que Klaus quase caíra por cima de si.
- Como você sabe?! – sibilara entre os dentes, contendo a raiva e a vontade crescente de morder o irmão até arrancar um pedaço.
No fundo, torcia para que não fosse Ben o irmão quem contara sobre para Klaus.
- Um passarinho me contou... – ele começara a cantarolar e balançar a cabeça, parando ao ver o olhar assassino de Cinco. – Um passarinho morto. Melhor?
- Ótimo! Você e seus mortos fofoqueiros. Era tudo o que eu mais precisava na minha vida – retrucara coma amargor.
- Você também precisa de uma boa foda de você-sabe-quem.
Seu sangue entrara em ebulição tão rápido quanto um estalar de dedos.
- Vai você se foder!
Klaus sorrira ainda mais.
- Eu adoraria. Quem sabe eu não convido o meu irmão mais gostoso de todos para fazer o serviço?
Sem sequer pensar uma única vez, Cinco se lançara para cima de Klaus em um impulso assassino. Vanya pusera-se entre os dois, quase levando um tapa na cara.
- Por favor, não briguem! – ela pedira, exaltada. – E não gritem.
- Eu odeio você – sibilara cheio de ódio, controlando-se para voltar a sentar e não descontar sua frustração em quem parecia implorar para levar um soco.
- Obrigado pelos seus sentimentos. – Klaus pusera uma mão no peito, sem deixar de sorrir por um único instante, como se tudo aquilo fosse uma brincadeira de criança e ele tivesse seis anos. – Mas agora vamos falar sobre o meu brilhante plano para resolver o seu problema.
- E se eu não quiser ouvir?
- Vai se arrepender amargamente. Você acha que tem alguém melhor em resolver as tensões sexuais da família do que eu?
- Acho. Qualquer um – respondera, sem ter certeza de que achava aquilo. O fato era que Klaus não era o tipo que “resolvia” algo, ele era o tipo “botar lenha na fogueira até que as chamas se descontrolem e queimem tudo ao redor enquanto ele ri de forma maníaca”.
- Seu mentirosinho safado. Papai não te ensinou que isso é feio?
Esticara-se, chutando a perna de Klaus.
- Fala logo antes que eu me arrependa – pedira entredentes, detestando cada segundo daquilo.
- Então... Você pode posar de uma santa virgem tímida e casta para vendar ele.
Respirara fundo, tentando reunir uma calma de espírito que não vinha, e esfregara o rosto com a mão.
- Eu não sei o porquê de ainda perder meu tempo com você.
- A questão é: - Klaus insistira, ignorando seu argumento – ele não precisa ver você para beijar você. Ou tocar.
- Você é um doente sem tamanho – reclamara, impaciente e exausto. Além, claro, do sangue cobrindo sua face. – Além do mais, eu não tenho o corpo da Vanya.
- Você é só um pouco mais alto e vocês tem quase o mesmo peso. Se acrescentar alguns truques de volume por aqui e ali... – Quatro pusera as mãos na frente do busto, sinalizando um volume redondo ali, muito mais exagerado do que o pequeno volume de Vanya – e um uniforme emprestado da nossa querida irmã, o nosso irmão lerdinho não vai notar diferença alguma.
- E o cabelo? – Vanya indagara, parecendo interessada demais naquela loucura.
- Eu tenho certeza de que consigo uma excelente peruca – Klaus retrucara com certo orgulho.
- Eu não vou me vestir assim. Sem chances. Nunca.
- Awn, o que é isso, masculinidade frágil, logo de você? Eu esperava isso de Um e Dois, não de você – Quatro provocara, lhe fazendo ranger os dentes em resposta.
- É humilhante.
- Por quê? Vanny, você se sente humilhada por usar uma saia? – ele fingira inocência conforme virava-se para a garota, quem negara com um movimento de cabeça.
- Eu não preciso provar nada para um maluco como você – insistira.
- Tudo bem. É você quem vai ficar sem os beijos do nosso irmão gostoso que com certeza deve saber usar aqueles lábios e língua muito bem.
- Pare de falar assim!
- E eu sou culpado por dizer o que você pensa?!
- Shh! – Vanya os censurara, inclinando o corpo para pôr-se entre ambos como se evitando o confronto físico. – E se você só pedir para ele não encostar? Seria mais fácil.
- E se ele encostar mesmo assim? – Klaus problematizara.
- Ele não faria isso – Vanya defendera, no entanto, o maníaco apenas rira como sempre.
- Ah, minha doce, doce e inocente Vanny... Você não conhece os instintos dos rapazes...
- Isso não vai acontecer – Cinco retorquira, já exasperado para finalizar aquela argumentação que lhe roía por dentro.
- Bem... – Klaus se levantara. – Já ofereci meus serviços. Inclusive ajudo na execução. Se você precisa de um tempo para pensar e fantasiar com...
Puxara o braço dele em um único movimento brusco, quase o deslocando no processo.
- Se você disser a alguém eu juro que prendo você dentro de um mausoléu por mais tempo do que o velho jamais teve coragem de deixar.
- Que malvado! – Quatro reclamara, fazendo um bico com os lábios. – Eu só quero ajudar alguém a conseguir uma boa foda ou, pelo menos, uns beijos nessa casa. Seu segredo está a salvo comigo, meu gatinho selvagem. Vou levar para o túmulo.
Pusera as duas mãos na face, tão exausto quanto se Klaus tivesse sugado sua energia vital. Odiava, com todas as suas forças, aquela sensação crescente de estar perdendo o controle. Sobre tudo que dizia respeito aos seus sentimentos pelo irmão.
Com cautela e receio, Vanya pusera uma mão no seu ombro. O toque era para ser leve ou reconfortante, mas lhe parecia um peso extra a se carregar em seus ombros.
- Vai ficar tudo bem. Você não é obrigado a nada, Cinco.
- Eu sei – retrucara, abafado pelas próprias palmas.
O terceiro susto do dia viera quando o alarme de missão soara por toda a casa. Desta vez não pulara no espaço por acidente, mas a vontade de o fazê-lo e se esconder, digamos, no armário até aquilo acabar era tremenda.
- Droga... – resmungara baixinho e não tivera tempo de se despedir da irmã. Naqueles momentos, cada segundo contava.
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