História Casa das Fúrias - Negócios são negócios

Seokjin estava em sua cozinha, cozinhando duas porções de Naengmyeon, uma sopa fria tradicional. O espaguete para esta sopa é longo e fino, feito com base em farinha de trigo-mourisco ou araruta, que dá uma massa mais escura, e batata. Afinal, esperava visita e seu acompanhante gostava de uma boa refeição feita por si, não existe nenhuma forma melhor de ganhar alguém do que pelo estômago.

A campainha soou pelo apartamento quadricular, despertando a atenção do loiro que limpou suas mãos no avental e correu em direção à porta. Ajeitou com as mãos o cabelo não penteado e checou mais uma vez no espelho da entrada se estava apresentável para recebê-lo. “Lindo como sempre” pensou e até mesmo riu do seu narcisismo.

Ele abriu a porta e lá estava ele. Um brutamonte de cabelos esverdeados e olhos azuis tão selvagens quanto o oceano, trajado de sua clássica jaqueta preta e calça militar lhe oferecendo um buquê de Dálias-singelas, ele ainda sabia que as plantas cor-de-rosa eram suas prediletas. Namjoon é um cara atraente com um porte físico incrível, o esperado do líder da alcateia de Incheon e mesmo depois de tantos anos, Seokjin ainda o encara como se fosse a primeira vez que o vira – aquele homem não foi desenhado por Deus.

- Flores para a vossa majestade. – Ele curvou-se de um jeito gracejador, mas suas bochechas estavam coradas pela vergonha.

- Oh, muito obrigado! – Jin as pegou e cheirou o seu doce aroma. – Estava te esperando, gatinho. – Piscou para o mesmo que coçou a nuca em um movimento de timidez. Namjoon era um fofo, somente tinha tamanho e nada mais.

- Não acha irônico me chamar de gatinho sabendo que eu sou um tremendo de um cachorro?

Namjoon entrou rindo da própria piada e beijou os lábios rosados que tanto ansiava. Depois de uma reunião de urgência com o Diabo a única coisa que você quer é conforto e paz. E lá se encontrava sua paz, nos lábios e braços do seu loirinho. Não que fossem namorados ou algo parecido, mas o que tinham era o suficiente, comiam juntos, dormiam juntos, saíam juntos e transavam muito.

Então, seu olfato apurado canino denunciou a refeição surpresa que Jin fazia para si, ele sentiu de longe o cheiro tentador da sopa tradicional que só Seokjin sabia fazer. Ele dava um toque especial, já o havia perguntado sobre, mas um chefe nunca revela os seus segredos.

- Naengmyeon? Você é o melhor, loirinho! – Namjoon seguiu até a cozinha com sua barriga grunhindo ruidosamente. Jin teve de rir da cena, o lobo sempre fora muito guloso, ah como sabia o quão guloso ele sabia ser.

Seokjin colocou as flores em um vaso com água na mesa de jantar, onde ficariam mais belas e chamariam mais atenção. Logo voltando correndo para a cozinha pra terminar o almoço antes que sua companhia perdesse a paciência e o devorasse antes de tudo.

- Já estou terminando, sente-se no balcão e espere como um bom garoto.

- E quando serve a sobremesa? – Jin virou-se com uma feição perplexa e Namjoon lambeu os lábios de forma tentadora, como se o convidasse. É, esquece a parte da timidez, ele era um tarado de primeira.

- A sobremesa só será servida depois de comer o prato principal, não seja antecipado, tenha paciência lobinho.  

Namjoon rosnou a contragosto e esperou pelo loiro na pequena mesa de jantar que havia no canto da sala. Jin arrumou a sopa em suas vasilhas e as serviu para os dois, ele pôde ver os brilhos nos olhos dele, parecia faminto de verdade, mas lobisomens sempre foram conhecidos por comerem demasiado – eles causam muito prejuízo, é sério.

Os dois se alimentavam e Jin se divertia com a velocidade que Namjoon conseguia engolir os alimentos, perguntava-se se ele sentia o gosto deles ou somente os engolia sem mastigar e saborear. Ele o repreendeu e prontamente ele diminuiu a rapidez, começando a mastigar de verdade e não somente engolir a comida por inteiro, parecia uma mãe dando uma bronca em seu filho.

- E então, me conte como foi à reunião. – Falou enquanto comia sua batata.

- Foi um porre, você sabe como o Hoseok é insuportável de lidar quando está estressado. Mas, por que você não foi? Ele te chamou também.

Jin ficou em silêncio por alguns segundos, como se procurasse uma desculpa e a demora deixou Namjoon desconfiado.

- Eu tive que resolver alguns problemas, somente. Mas e aí, o que ele mandou vocês fazerem?

Namjoon parou de comer e começou a analisar o aloirado, seus instintos lhe diziam que tinha algo de errado ali e ele descobriria do que se tratava.

- Ele mandou cada raça cuidar de uma região, eu fiquei com o meu território mesmo e depois os farejadores irão para Daejeon e Jeonju. Não sei sobre os telecinéticos, provavelmente eles não irão nos ajudar depois da treta que rolou naquele baile lá. – Namjoon encarou Jin bem fundo em seus olhos agitados. – Mas e você loirinho, de que lado você está? Ou devo perguntar, a quem você está ajudando?

Jin engasgou com a própria comida e o encarou perplexo, é óbvio que ele ia notar seu comportamento ou algum escorrego de sua parte. Era o Namjoon afinal de contas, o maldito era esperto o suficiente, o conhecia o suficiente.

- Do que você está falando?

- Não me trate como estúpido Jin. Todo esse tempo e você em nenhum momento perguntou sobre o Yoongi, então posso supor que saiba onde, com quem e como ele está. Estou certo?

Aqueles olhos rebeldes e determinados destruíam sua estrutura e ultrapassavam sua barreira. Ele sabia que não conseguiria esconder algo dele, jamais soube mentir ou omitir de forma profissional para aqueles que o conheciam na palma da mão. Como encarar o olhar do homem que você tanto ama e enganar-lhe sem ter um deslize? Isso não era possível, não para Seokjin.

Mas então ele pensou em algo, eles podiam jogar um jogo, algo que fosse gratificante para ambos. Jin não falaria de graça e até mesmo o próprio Namjoon sabia disso, independente de desmascarar todas suas facetas, ele resistirá até o fim e somente dirá algo quando a situação lhe for conveniente. Aquele loiro era um maldito oportunista.

- Vamos fazer o seguinte. – Jin parou de comer e apoiou o rosto nas mãos. – Você me dá algo que eu quero em troca te darei algo que você quer, simples. O que acha?

- Então você quer fazer negócios comigo, loirinho? – Namjoon sorriu com suas presas. – Não vá se arrepender do que pede.

- O que vai ser gatinho? O que tens para me oferecer de tão bom assim?

- Um pau para sua boca arrogante.

Os dois encaravam ferozmente um ao outro, ambos sabendo onde aquela brincadeira entre eles iria acabar. Namjoon rosnou quando empurrou a mesa para longe, que acabou despedaçando na parede e Jin encarou a cena, perplexo. Sabia exatamente o que aquele comportamento significava, aquele olhar beluíno e aqueles músculos dobrando de tamanho. É né, talvez ele ficasse sem caminhar por uns dias, só talvez mesmo.

Namjoon carregou o loiro com um braço, que fincou as pernas magricelas em torno de sua cintura, levando-o para o quarto enquanto capturava com os lábios famintos a língua habilidosa do amante. Jin gemia entre o ósculo, derretendo-se no braço avantajado que o agarrava com tremenda vontade, dando apertos bruscos em suas nádegas. Independente de ser efetuado por cima da calça de moletom acinzetada, ele sentia as garras cravarem e ultrapassarem o pano e perfurar sua carne.

Ele foi arremessado com descuido em cima da cama de casal. Ficou a observar a criatura em sua frente desafivelar o cinto enquanto o encarava com aquele olhar selvagem, animalesco e periculoso. Sim, Namjoon era um cara perigoso naquele estado. Conseguia ser totalmente primitivo nesses momentos, como uma verdadeira besta e Seokjin não poderia dizer que não gostava de ver o lobo perder o controle – algo que ele nunca teve na verdade – era divertido e tentador imaginar se ele acabasse transformando-se enquanto fodiam, aquele sentimento de adrenalina que o domava quando pensava que poderia ser estraçalhado pelo monstro que ocupava aquele corpo deixava-o excitado para caralho. Jin sabia que era um suicida, um desvairado, um pecador a procura de sua punição. E era exatamente isso que Namjoon proporcionaria a ele.

 Namjoon era a sua luz, enquanto ele era as suas trevas. E como ele bem sabia. A escuridão jamais vence a luz e ele não ligava para essa bobagem, ele queria todo aquele ser luminescente dentro de si, que sua fonte de luz acabasse com as trevas que o habitavam e o castigasse por ser um garoto mau, como sabia ser. Jin encarava seu dominador chamá-lo com o dedo, julgando-o com seu par de safiras, como Deus a julgar o próprio Diabo.

- Venha aqui, bebê. Tenho algo para você que irá gostar.

Seokjin se aproximou e ficou de quatro, de frente para o zíper recém-aberto, observando o membro desperto que o deixava sedento, como se estivesse no deserto e sua única fonte nutricional fosse aquele pau. Sua boca saliva quando se imaginava chupando e engasgando com toda aquela extensão, mas, ele ainda não podia saciar-se, ele queria muito finalmente chupá-lo, mas tinha que esperar a ordem ou seria punido severamente – não que não gostasse de punições. Mas, naquele exato momento, se Namjoon decidisse torturá-lo ele não aguentaria, ansiava fervorosamente preencher sua boca com todo o seu ser.

- Me deixe chupá-lo. – Pediu com uma voz manhosa que sabia afetar a guarda do lobo. Mas, ele somente gargalhou diante do seu desespero.

- Sabe loirinho, poderia deixar você o observando o dia todo, se eu não tivesse louco pra te foder. Mas, sei lá, será que eu devo satisfazer sua vontade?

- Se você não fizer o que eu quero, então não terá o que você quer. E então, vou deixar você parecendo um cãozinho idiota correndo em círculos por toda a Incheon.

Namjoon assumiu um semblante furioso e Jin adquiriu um sorriso vitorioso, sabia que naquela brincadeira de o mestre mandou seria o lobo o único a cumprir as ordens – só não sabia por quanto tempo. O alfa retirou toda a calça e deixou o membro vívido saltar para fora, afinal nunca utilizava roupas íntimas quando ia visitar o loiro para que facilitasse mais o trabalho. Os olhos do Jin brilharam com a visão do falo grosso e extenso, estava aproximando seus lábios da glande, porém não esperou um movimento vindo do lobo.

Ele fincou as garras nos cabelos aloirados e o puxou em direção ao próprio membro, fazendo o loiro engasgar com a invasão repentina em sua cavidade bucal. As bochechas dele ficaram vermelhas ao ter os cabelos puxados para trás novamente, antes de serem guiados para frente com mais força. Um filete de saliva se estendeu desde a glande até se partir no ar, Jin encarou os olhos azuis e seu corpo todo tremeu, sentiu seu pênis dar sinal de vida com aquela rebeldia e brutalidade estampada naquele mar. Diz-se que os olhos são o espelho da alma, o que podia se dizer sobre a alma do lobo era que existia um furacão por detrás do par de safiras, tão rebelde e determinado, um verdadeiro controlador que se transformava em um sádico quando posto a lidar com pessoas oportunistas, masoquistas e engenhosas. Ele sabia fazer a situação virar ao seu favor e Seokjin se viu perdendo a própria brincadeira.

- Não era isso que você tanto queria vadia? – Jin tentou responder, mas Namjoon começou a estocar sua cavidade. – Não, não, não, onde estão seus modos? Não fale de boca cheia.

O lobo, utilizando agora as duas mãos, forçava sua cintura contra a boca do loiro com estocadas violentas e profundas, com o objetivo de acertar o mais fundo possível. Jin salivava toda a extensão do pau, que chegava até mesmo a respingar no colchão. As lágrimas escorriam de seus olhos pela bruteza em que seus lábios eram fodidos pelo alfa, mas a sensação era gostosa e se não estivesse com a boca ocupada diria para ele ir mais rápido. Mas, como se lesse sua mente ou sentisse seus hormônios, o lobo aumentou a velocidade das estocadas. Seokjin não sabia como ainda não tinha regurgitado, talvez estivesse tão entorpecido na luxúria e no caos que não conseguia assimilar direito, seus instintos estavam confusos e ele só pensava em uma única coisa: Chupar aquele homem.

- Engula tudo. – Grunhiu.

Quando o gosto enjoativo do líquido viscoso e esbranquiçado escorreu por toda sua garganta, ele realmente achou que vomitaria, mas controlou a vontade quando Namjoon retirou o membro de sua boca e o segurou pelo pescoço, enquanto tampava o seu nariz para que não o fizesse. Ele não teve tempo de respirar quando finalmente engoliu o esperma do amante, pois o mesmo capturou seus lábios com volúpia, entrelaçando as línguas em um nó cego, fazendo uma dança envolvente onde os dois batalhavam pela dominância; mas Seokjin perdeu.

Namjoon retirou a sua calça, porém rasgou sua blusa. A única coisa que Jin pensou na mesma hora foi que ele tinha acabado de destruir uma roupa cara, que tinha sido presente de sua mãe para si. Mas não se importou com o fato quando o esverdeado começou a lamber seu pescoço e marcá-lo com as presas – o seu ponto mais sensível – traçando uma linha molhada e arroxeada de seu torço até sua pélvis. Encarou o olhar safado do alfa o encarando, passando a língua quente por toda a extensão de seu membro. Ele ameaçava cobri-lo, mas nunca colocava por inteiro, deixando o loiro irritadiço. Ele estava fazendo de propósito.

Mas só precisou um olhar de súplica e um gemido arrastado para que o lobo perdesse a linha – e a paciência – para abocanhar o pênis do menor e aconchegá-lo em sua cavidade aquecida. Namjoon era mais habilidoso com a língua que qualquer outro cara que Jin tenha levado para cama, não sabia o porquê de o lobo ser tão bom no que fazia. Aliás, bom não, seria muita modéstia de sua parte. Namjoon era excelente em tudo que fazia. Ele chupava lentamente, com a maestria de um ator pornô e engolia sem dificuldades, ás vezes encostando as presas como uma forma de pirraça, para que o loiro se contorcesse abaixo de si. Na verdade, outra coisa que Namjoon sabia fazer era a dominância pelo olhar, ele o encarava tranquila e ferozmente enquanto o chupava ou fodia, era como um lance hipnótico – talvez seja coisa de alfa – mas você não conseguia simplesmente desviar o olhar, você quer se afogar naquele oceano e passar por toda a tormenta, quer que ele te arraste até o fundo e o consuma. Seokjin queria ser consumido, queria ser seduzido até as profundezas e então preenchido por toda aquela selvageria.

No fundo, bem no fundo mesmo, o Kim sabia de que quando morresse seria por aquelas mãos que tanto amava, faleceria nos braços que tanto carecia e sua última visão seria o par de safiras. Ele sabia mais disso do que qualquer outra pessoa, pois Namjoon era sua fraqueza, sua ida direto para o inferno sem aviso prévio. Mas naquele momento, ele só queria somente uma coisa: ser fodido pelo alfa até que chegasse o fim de tudo.

Namjoon o tirou de seus devaneios quando começou a massagear seus testículos com a mão, e então Jin cortou o contato visual quando seu ápice ameaçava chegar. Seu corpo começou a tremer e Namjoon conseguiu ficar mais excitado com a imagem do telecinético se contorcendo embaixo de si, enquanto apertava as cobertas com os dedos longos e delicados tentando tardar miseravelmente o êxtase.

- Eu vou gozar. – Gritou.

- Sei disso loirinho. Goze para mim, goze para o seu alfa.

Seokjin não aguentou mais segurar e despejou-se nos lábios carnosos que o saborearam como se fosse a coisa mais apetitosa do mundo. Para Namjoon, tudo que o loiro produzia era saboroso e tentador, até mesmo seu esperma conseguia ser adocicado – provavelmente resultado de anos utilizando abacaxi em suas refeições.

Como da outra vez, o lobo não deu tempo para o outro descansar ou respirar, na mesma hora ele lambuzou os dedos e colocou o corpo molenga do recente orgasmo virado de barriga para baixo.

- Espera um... Ah! – Gritou pela invasão repentina de dois dedos em seu interior. – Seu desgraçado!

- O que houve? Não era isso que você queria? – Namjoon aproximou os lábios do ouvido dele. – Se está reagindo assim somente com os meus dedos, nem consigo imaginar quando for o meu pau.

Jin tentou acertar uma tapa no lobo, que foi bem mais ágil e pegou seu braço o prendendo em suas costas. Por causa da força descontrolada de quando o alfa perdia o controle, o seu braço doía e ele temia que até mesmo quebrasse com o aperto – mesmo que fosse sem querer. Para distraí-lo da dor do braço e do traseiro, Namjoon começou a lamber sua nuca e a dar mordidas leves que causavam arrepios no loiro. Aproveitou-se da situação para aprofundar mais os dedos e fazer movimentos circulares para alargar e fazer o outro se acostumar.

- Se lembre de que algo maior está por vir, me pergunto se os vizinhos ouvirão seus gritos. – Sussurrou.

- Eu te odeio Namjoon. Ande logo com isso!

- Você que pediu.

Namjoon colocou uma almofada embaixo da barriga dele para que a bunda ficasse mais empinada e ele admirou um pouco da visão, seu pau latejava com o buraco rosa do amante piscando de forma tentadora e convidativa. Ele passou a língua somente para saboreá-lo, Jin estremeceu e virou para reclamar consigo pensando que enrolaria mais, porém se arrependeu no mesmo instante. Ele viu no exato momento em que o pau dele o preencheu de uma vez, causando uma dor absurda e uma ardência, as pernas de Seokjin estavam trêmulas pela dor e ele tinha certeza que os vizinhos do apartamento ao lado tinham escutado seu grito.

O lobo não se moveu, sabia que estava doendo e que a culpa era do loiro por ter sido impaciente. Ele não se importava tanto, gostava de um sexo mais bruto e os gritos que ecoavam da garganta do menor eram músicas para seus ouvidos. Porém, não era um monstro – não por completo – então sabia quando tinha de recuar, ou de ser paciente. Não queria machucá-lo contra sua vontade e então esperou, mas não por tanto tempo.

- Pode se mexer.

Namjoon sorriu com a permissão e cravou as garras na cintura fina e modelada do loiro, a colisão entre a cintura e as nádegas avantajadas causava um som lascivo por todo o cômodo. Jin gemia descontroladamente, enquanto agarrava-se na cabeceira da cama. Eles tinham um ritmo, o encaixo perfeito entre os corpos e os palavrões que saíam dos lábios do esverdeado somente deixava o clima mais quente. A cama rangia com o movimento bruto e ritmado dos dois, o quarto estava cheirando a gozo, suor e sangue. Sim, o líquido avermelhado escorria da cintura do loiro, pingando no lençol manchando-o.

Namjoon liberou a cintura para agora castigar o couro cabeludo aloirado, prendendo os fios firmemente em seu punho e aproveitando que agora o cabelo do mesmo estava mais crescido e podia puxar mais a vontade. Enquanto, a outra mão acariciava o membro esquecido, que não demorou em acordar novamente. Namjoon puxou Jin até que ele colasse as costas em seu torço, desgrudando-se da cabeceira e se firmando com os próprios joelhos, enquanto as mãos esbranquiçadas se prendiam no pescoço do alfa. Aproveitou para roubar os lábios avermelhados – pelas mordidas e chupões – novamente para si, não cansava deles, mordia com suas presas afiadas fazendo com que o sangue escorresse pelos lábios carnudos.

Ele podia sentir todos os gostos que existiam na boca do loiro: doce, azedo, salgado, amargo e metálico. Namjoon sabia que ainda perderia o controle sobre todos os seus sensos se continuassem assim, Seokjin era sua perdição e nunca conseguia concentrar-se com o aloirado por perto, ele desestabilizava seu juízo e acordava a besta que estava a dormir com a menor das provocações. E naquela hora, aqueles olhos pidões e os arranhões com as unhas curtas que ele fazia em sua nuca era o suficiente para destruir seu psicológico. Ás vezes desconfiava de o Kim ser o verdadeiro Diabo, não era possível que somente um telecinético tivesse um controle tão grande da luxúria e volúpia que ocupava o ambiente – sendo que era para ele estar no comando, não o loiro.

- Se continuar me tocando assim, eu vou gozar de novo! – Gemeu arrastado em seu ouvido.

Essa foi a gota d’água.

Jin percebeu quando os olhos do seu amado ficaram vazios como o imenso vácuo e isso sempre acontecia quando sua consciência ia embora e no local habitava o seu lobo interior. Preocupou-se no mesmo instante com sua segurança. A besta o empurrou com as mãos fortificadas para baixo, fazendo colidir com o rosto no colchão, o impacto não doeu, mas a pressão em sua cabeça estava começando a doer de verdade.

Namjoon penetrou tão fundo em si que não parecia ser possível, o membro havia dobrado de tamanho e Seokjin pensou que teria seu interior estraçalhado violentamente dessa vez. Quando ouviu os rosnados e grunhidos da besta, teve de intervir antes que ele se machucasse gravemente e o lobo ficasse ressentido depois, como da última vez. Namjoon sempre perdia o controle nesses momentos, mas dependia somente do Jin para trazê-lo a realidade novamente. Quando a fera o mordeu no ombro, ele gritou pela dor das presas cravando em sua pele e quase dilacerando a carne.

Concentrou-se. Focou-se. E lá estava ele agora, por cima da besta feroz que tinha os lábios sujos com o seu sangue. Utilizou a cadeira para derrubá-lo e logo depois as correntes flutuaram até os braços fortes e os prenderam na cabeceira. Jin estava em cima dele, observando o mesmo se mover agressivamente embaixo de si. Sorriu. Encarou o rosto transformado do amante, enquanto as facas apontavam e ameaçava cortá-lo, elas apontavam diretamente para o alvo com movimentos violentos e com a visão ele foi parando e se acalmando.

- Ei, lobinho. Acho melhor você se comportar ou eu vou te esquartejar aqui mesmo, sabe disso né? Eu não me importo de machucá-lo até trazer o Namjoon de volta. – Sussurrou perto da face dele.

Em resposta só recebeu um rosnado.

Com as facas rodeando as cabeças do casal, Jin somente pegou o membro endurecido do lobo e o introduziu lentamente em si. A fera se contorceu mais, grunhindo palavras incompletas e sem sentido algum, mas o loiro sabia o que ele estava querendo – além de comê-lo literalmente. Ele começou a rebolar e a arranhar o torço com poucos pelos, enquanto revirava os olhos por ter a próstata atingida com facilidade pelo pau incrivelmente avantajado do parceiro. Essa era a parte boa do lobo assumir o controle, tudo dobrava de tamanho, até mesmo aquilo.

- Você ainda não gozou, não é? Eu vou te ajudar então se comporte. Seja um bom cachorrinho.

Jin começou a cavalgar nele, perdendo-se na sensação maravilhosa que sentia, mas sem se desconcentrar das facas nos ares. Não sabia o porquê, mas a presença delas o excitava mais. Puta que pariu. Era um maldito masoquista, ou talvez até sádico. A besta ainda em reprovação, de não poder tocá-lo ou mordê-lo, puxou com força as correntes até conseguir soltar uma das mãos, mas Seokjin foi mais veloz e fez com que duas facas de prata cortassem o mesmo superficialmente. O lobo grunhiu e uivou pela ardência e descansou a mão na cintura movimentada do aloirado, que descia e sobia com as sentadas.

Jin se atreveu a beijá-lo e o mesmo retribuiu, ficando mais calmo quando os lábios sedentos encontraram com os seus. Ele começou a estocar por conta própria e o loiro não negou gemidos quando o mesmo acertava sua próstata. Ás vezes ficava com falta de ar e precisava se afastar antes que ele lhe tirasse a vida, com aqueles malditos lábios, mas prontamente voltava para seu vício mais uma vez.

Namjoon sentiu o interior do aloirado ficando mais estreito, saiba que ele estava prestes a gozar, assim como ele. As estocadas ficaram mais brutas e barulhentas e Seokjin não tinha mais o controle, assim o lobo se soltou da outra corrente. As mãos imponentes se prenderam a cintura dele e ele tentou afundar-se mais no interior do aloirado.

- Ahh, assim, continua assim. Eu vou gozar! – Gritou Jin.

Quando se derramou mais uma vez, em seguida da sensação do líquido vívido e quente do lobo adentrando seu interior, Seokjin desabou em seu torço. As facas despencaram no chão e Namjoon já havia voltado ao seu estado normal, o que era um alívio. Sabia que era ele, pois sentiu o membro diminuindo em seu interior e as mãos dele faziam carinho em seu couro cabeludo. E então sorriu. Olhou para Namjoon e o mesmo também sorria, mesmo que seus olhos ainda carregassem toda a fúria.

Jin roubou-lhe os lábios e ele cedeu passagem de bom agrado. Mas então, como despertasse de um transe, Namjoon se lembrou de que aquilo se tratava de uma transação de negócios. E então, afastou o loiro e tirou seu membro de dentro dele. Jin ajeitou-se ao seu lado e ele o olhou sério; tácito.

- Não precisa me olhar assim, lobinho. Negócios são negócios. – Jin sentou-se estilo índio. – E então, o que você quer saber? Só responderei no máximo duas perguntas.

- É sério isso Jin?

- Claro, eu gozei duas vezes então serão duas informações para você. – Justo.

- Me diga onde o Yoongi está e como encontrá-lo.

- Bom... – Jin colocou a mão no queixo como se pensasse. – Procure por Busan, Pohang e Jeju. Poderá acabar o encontrando em um desses lugares, pois nem eu sei exatamente onde ele está, mas sei onde é provável. E sobre como encontrar o anjo, você é um ótimo farejador, já sentiu o cheiro de um ser angelical?

- Não.

- Mas saberá identificar porque é diferente de qualquer outra coisa que já sentiu. É inconsistente, adocicado e agradável. Acredite em mim. Ah e anjos costumam deixar algum tipo de pó dourado para trás, provavelmente criado pelas asas, mas são partículas tão minúsculas que não podem ser vistas a olho nu, provavelmente o Jimin ajude quando melhorar.

- Como você sabe tudo isso? Do anjo, do pó e até do Jimin? – Perguntou Namjoon surpreso.

- Eu sou informado, somente. Enfim, negócios são negócios, espero ter ajudado.

Namjoon pareceu pensativo. Começou a vestir suas roupas apressadamente, aparentando mau humor e Seokjin sabia que ele tinha motivos para isso, a culpa era sua afinal. Ele colocou sua calça e tentou se aproximar do lobo irritadiço, tocou em seu braço, mas ele se esquivou. Isso doeu, doeu de verdade.

- O que você tem?

- O que eu tenho Seokjin? É sério que você me perguntou uma porra dessas?! Olha aqui... – Namjoon suspirou e pensou bem antes de falar algo que se arrependesse mais tarde. – Você escondeu isso de todos, de mim! Ajudou esse tal anjo às escondidas, agiu pelas minhas costas e você achou o que? Que eu ficaria feliz com isso?

- Pensei que você não quisesse que Hoseok conseguisse terminar a profecia, assim como eu! – Aumentou o tom de voz.

- Mas não é assim que as coisas funcionam porra! Você não pode simplesmente tramar pelas costas de alguém, você acha que o Yoongi ia gostar se soubesse disso? Que você fez um estranho raptá-lo para comer a merda do cu virgem dele e terminar essa palhaçada de profecia?! – Namjoon parou de frente ao loiro, querendo uma resposta, mas ele somente abaixou a cabeça. – Você me decepcionou de verdade. Não é só porque eu te amo que você tem que me tratar como um idiota e tramar pelas minhas costas achando que irei deixar para lá. Eu realmente não queria que o Hoseok completasse a profecia, mas tem uma coisa que você não sabe sobre...

- O que? – Perguntou cabisbaixo. Somente a frase “eu te amo” já o tinha acertado em cheio. Seu peito doía muito.

- Não se deve confiar em anjos.

Foi a única coisa que Namjoon disse antes de apanhar a própria camisa e caminhar para fora do apartamento. Jin foi atrás dele, sentindo o peso de suas ações desmoronando em seus ombros.

- Me desculpe.

Namjoon olhou para trás e encarou ressentido, aqueles olhos castanhos entristecidos e a feição cabisbaixa do seu loiro. Mas a culpa era do mesmo. Agindo pela escuridão e se esgueirando onde não deveria. Namjoon estava machucado, chateado e furioso. Mas ele o perdoaria, ele só precisava de tempo para se acalmar e ele voltaria aqui, não conseguiria ficar muito longe do telecinético e se sentia um merda por causa disso.

- Não irei contar ao Hoseok, não sei o que ele faria contigo se descobrisse. Só... Fica fora dessa treta sacou? Já fez o suficiente. Agora preciso ir você deveria ir descansar. Se cuide loirinho.

Jin escutou a porta bater e então o som do silêncio. Sentiu-se abafado. Sua mente estava a mil, perguntava-se se tinha feito à coisa certa com o Yoongi, se devia mesmo ter ajudado o irmão do Hoseok ou se foi certo ter escondido tudo do Namjoon – sendo que sabia que poderia confiar nele – Ele sentou no sofá e ali ficou.

Mas que merda.