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História Casada com um selvagem - Arco IV: O futuro do clã parte 7


Escrita por: BlackCat69

Capítulo 29 - Arco IV: O futuro do clã parte 7


 

~NH~

Primeiro dia de abril

~NH~

 

O inverno sobrevivia aos resquícios.

A nova estação assumia, maiormente, o feudo Hyuuga-Uzumaki.

Tsunade usava vestido marrom claro, de mangas acampanadas e saia longa a cobrir os calçados de couro macio.

Inexistia espartilho no mundo que apertasse seus seios gigantescos, recorrera às faixas, com elas dera inúmeras voltas em torno de seu busto.

Vestia-se com as peças entregues pelas servas, elas passaram a lhe emprestar há algumas semanas, após comunicar à Senhora de que estava pronta para expor sua verdadeira identidade.

Longe de sua vontade passear pelo castelo ou fora dele com as vestes de Godaime.

Os servos a avistavam visitar o quarto do Senhor, em vestimenta feminina, e desacompanhada.

Então era bom que soubessem que as visitas eram apenas profissionais.

Evitava-se mal entendido, os habitantes já falariam muito pelo fato de ser uma mulher a exercer tal profissão e cuidar da saúde do Senhor; não entregaria mais assunto para cair na boca do povo.

Naquela manhã amena, do primeiro dia, do quarto mês do ano, a Senju adentrou o quarto do Senhor.

Naruto sentava na beira da cama, observando em como era capaz de dobrar a perna direita.

A tala havia sido removida há duas semanas.

Ele usava calça de algodão e roupão azul pastel.

Nas costas, o símbolo Uzumaki em tamanho grande, na cor laranja, bem bordado pela esposa.

O tecido da calça jazia enrolado acima do joelho direito, expondo as faixas limpas. Elas já não amanheciam sujas de sangue. Antes, sangrava quando movia muito a perna durante o sono. Agora, isso já não era um problema. Naruto observou sua médica:

— Você está bonita.

— Obrigada. — Tsunade agradeceu, caminhando à cadeira.

O decote pequeno e arredondado, não ocultava a curva imensa do busto.

Seus cabelos loiros se apresentavam com mais brilho e bem escovados.

Shizune estava adorando cuidar da aparência de sua mestra, era-lhe uma novidade vê-la em vestes de uma dama.

Tsunade se tornou uma boneca nas mãos da Nemoto.

A Nemoto realizava imensa festa com os produtos de beleza que recebia no quarto onde se hospedava.

Na última semana, começou um tratamento de pele na Senju que desistira de protestar contra sua assistente.

Tsunade afastou o assento amadeirado da mesa, e arrastou-o ao pé da cama, sentando frontalmente ao leito.

Naruto retornou a fitar suas pernas, levantava sua perna direita a cada três segundos, e cada mão segurava uma lateral do joelho direito.

O Uzumaki jazia mais receptível à médica, conforme o decorrer dos dias, nos quais percebia a melhora de seu estado aumentar.

Abriu-se em sinceridade:

— Não sei o que você está passando na minha perna, confesso que quando abriu meu ferimento, tive um temor imenso, avistei minha despedida da vida de cavaleiro.

A sensação gelada, frígida, cravara-se em sua memória.

Referiu-se ao momento no qual Tsunade com instrumentos cortantes abriu a região mais dolorida de sua perna direita.

Antes do procedimento, necessitou ser amarrado na cama. 

Foi uma dor descomunal a fazê-lo se sacudir ininterruptamente. 

No interior do ferimento, Tsunade espalhara uma pastosa substância a qual casou ardência, piorando a dor do Uzumaki. 

Hinata chorara muito, a Senju a proibiu de adentrar o quarto, mas a ex Hyuuga estivera no corredor se agarrando ao corpo de Hanabi, enquanto se derramava em lágrimas, sofrendo pelos gritos do marido.

Ele mais parecia estar em uma sessão de tortura do que em tratamento médico. 

O Selvagem escutara o choro da mulher ao fundo, todavia mal sofreu por ela, impedido de raciocinar pela própria dor.

Após uma hora com aquela substância no ferimento da perna, Tsunade resolveu fechá-lo, e a parte da costura foi outra sessão de dolência necessária ao Selvagem. 

Retornando ao presente, Naruto comentou:

— Eu seria uma vergonha para meu filho.

— Não diga bobagem, Senhor. — Tsunade cruzou as pernas, a perna direita, por cima da esquerda. — Estava em batalha.

— Uma batalha que eu deveria facilmente ganhar. 

— Ao menos aprendeu a não subestimar o inimigo. — Tsunade deu um meio sorriso, pondo uma mão sobre a outra, as duas encimadas no joelho direito. — Senhor, evite se aborrecer com coisas irrelevantes, ou se estressará desnecessariamente. 

Os lábios fechados do loiro escondiam os dentes rangidos.

Antes de dormir, ele não largava de imaginar que correu o risco de viver uma realidade na qual seu filho, ou filha, jamais o veria na ativa como cavaleiro.

Se fosse para viver de cama, que fosse depois de se apresentar, pelo menos uma vez, ao seu rebento como o bom cavaleiro que era.

Em caso de filho homem, não ligaria em viver de cama o resto da vida, se pudesse primeiro repassar seus ensinamentos de cavalgue e batalha.

Precisava cumprir ao menos uma parte do seu papel de pai! 

Escondera seu temor da esposa, ela não precisava saber que foi corroído em vários momentos, pelo medo de nunca mais andar. 

— Senhor?

Naruto virou o rosto, fitando os orbes ambares que notadamente estranharam seu silêncio delongado.

Concentrando-se nela, o Uzumaki assentiu, concordando:    

— Você tem razão, não pensarei mais nisso. Estou me sentindo renascer, é revigorante, me focarei na minha recuperação.

— Que bom, Senhor. Recomendo mais um mês de descanso, e estará bem para andar por aí.

Ele assentiu, já se sentia capaz de sair do leito, todavia não disse nada à médica.

Uma imensa nuvem escura abandonava o coração do Uzumaki, desfrutava ele do alívio, um mar de nuvens abraçava seu peito. 

Seus azuis repararam na ausência dos instrumentos medicinais, e comentou:

— Não veio para mais um exame.

— Não. Apenas uma conversa.

O Selvagem reprovou a seriedade se formando no semblante da profissional.

Ela revelou:

— Por meio de seus homens, soube mais sobre o Senhor.

— Em relação a quê?

— Sobre o Senhor receber ferimentos graves e ainda sim se recuperar quase sem ajuda médica.

Nasceram alguns vincos na testa do Uzumaki, reflexivo durante uns instantes, confirmou:

— Em algumas missões, lembro.

— Nunca estranhou que isso ocorresse, Senhor? Pelo que me relataram, existiram ferimentos, os quais os Selvagens puseram fé que impediriam o Senhor de andar tão facilmente, no entanto, em dois dias se movia com naturalidade.

— Sou muito forte, por isso tenho uma recuperação maior.

— Não é assim que funciona, Senhor. Uma pessoa forte pode ser mais resistente à dor, contudo, uma recuperação rápida, de um ferimento grave, mesmo para um homem de seu porte não é um caso natural.

— Eu não considero ferimento grave ao menos que um pedaço do meu corpo seja arrancado. Se me recuperei de todos os ferimentos graves em batalha, com ou sem ajuda médica, é porque é possível, não há nada antinatural.

— Por que acha que dessa vez demorou para se recuperar, Senhor?

— Fui atingido em outras batalhas no mesmo lugar, acredito que essa região do meu corpo se tornou menos resistente. — Amargado, completou: — Estou ficando mais fraco.

Assim que se recuperasse totalmente, treinaria com afinco. 

 As mãos de Tsunade se abraçaram, arrastou-as pela coxa direita e deixou-as próximas de seu ventre, ainda postadas na coxa.

— O Senhor se recuperava rápido na infância?

Naruto elevou o olhar ao teto, pensativo. Lembrou-se das surras as quais Kisame lhe dera com frequência. 

— Não. Eu ainda não era tão forte, então não me recuperava rápido.

Sua resposta revelava que seguia crendo que alguém forte pudesse ter uma recuperação rápida.

Alguém muito forte se recuperando de um grave ferimento, sim, ele não via nada de surpreendente. Os outros se surpreendiam porque não conviveram com outros homens fortes como ele. Assim Naruto acreditava. 

Tsunade não insistiu em desfazê-lo daquela ideia, ela seguiu investigando:

— Senhor, consegue me dizer quando notou sua imensa capacidade de recuperação?

Os azuis vagaram um momento pela parede, cessaram em direção da mesa.

Em cima do móvel havia alguns pergaminhos, os quais foram lidos na noite anterior pela Senhora, eram mensagens de Kami no kuni, escritas por Haku.

Servo e Senhora se comunicavam frequentemente à distância.

Recordando-se, Naruto descreveu:

— Creio que na época que eu vivia na cidade de Roran. Quando me recuperava de algum ferimento, grave, a surpresa dos outros cavaleiros era notória, eles não falavam nada, mas a cara deles entregava tudo.

Eles sentiam inveja quando o viam retornar de uma missão perigosa, de pele cicatrizada e em perfeitas condições para cavalgar.

— Não consideravam algo bom. — Tsunade palpitou. 

— Acertou.

— Desculpe, sei mais de sua vida do que devia, mas é algo necessário. — A Senju não afastava a seriedade. — Sei que é o bastardo do rei Minato Namikaze.

Ele não se incomodava, achara previsível:

— Eu esperava que logo obtivesse essa informação.

— Sendo sincera, Senhor, fiquei sabendo antes mesmo de chegar ao feudo Hyuuga-Uzumaki.

Ele sacudiu os ombros, falando: 

— Não tem problema, era algo que saberia de qualquer forma.

— Achei compreensiva a sua história, Senhor, sei o quanto as pessoas do continente dos reinos podem ser cruéis com um bastardo. Sinto usar essa palavra, gostaria que eu substituísse por outra?

Ele negou, balançando a cabeça. Não tinha importância.

— Seu lugar de origem foi de extrema importância para seu exame, Senhor.

— Como assim?

Tsunade descruzou as pernas, pousou as mãos nos joelhos, seu olhar foi ao piso de pedra cinzenta. Respondeu-o, moderada:

— No continente dos reinos, vários Senhores e reis, têm interesse em produzir alguma substância especial para alimentação de seus homens, objetivando aumentar a força de seus respectivos exércitos.

Realizou uma pausa silenciosa, preparando-se para segredá-lo. 

Naruto vencido pela impaciência, questionou:

— E daí?

— Somente dois lugares chegaram perto de um resultado surpreendente. — Os rotundos de cor âmbar focaram na face do Selvagem. Revelou: — As terras Chikyu e o reino Namikaze.

— Chikyu... — Ao Senhor não soou familiar.

— Começou nas terras Chikyu. O Senhor deve saber que quando um cavalo fratura uma pata ele é sacrificado, pois a recuperação dele nunca é bem sucedida, ele não volta a ter o mesmo uso, pois as patas precisam aguentar o peso imenso do próprio corpo durante uma galopada. A fratura mesmo depois de curada, deixa na pata do cavalo uma fragilidade que o torna lento.

“Um cavalo com uma pata quebrada é um cavalo morto.”

Em Naruto passou uma famosa frase.  

— Em uma região de Chikyu, os cavalos se alimentavam de uma planta especial nascida em campo pequeno e quando eles eram usados pelos seus respectivos cavaleiros, durante meses era notável a diferença de força e velocidade comparadas as de cavalos que não se alimentavam naquele campo. Um dos cavalos que se alimentava da planta quebrou uma pata, dois dias depois ele seria sacrificado, mas antes do momento chegar... ele mostrou-se recuperado com a mesma energia de antes, sem lentidão alguma ao correr.

Naruto facilmente concluiu:

— E teve um ser que quis alimentar guerreiros com essa planta.

Além de realizar o sinal de assentimento, Tsunade complementou:

— É chamada de bariki. Primeiro deram-na na forma pura a uma porção de cavaleiros de Chikyu, mas todos os escolhidos morreram em dois a quatro dias, uma substância tóxica para humanos a habitava. Ainda com a perda, o Senhor das terras não desistiu, seu novo objetivo era contratar especialistas que tornassem a bariki digerível aos homens. E no decorrer de experimentos, mais vidas de cavaleiros foram perdidas.

Um raio de memória atravessou a mente do Uzumaki, suas pupilas dilataram. Seus lábios se espaçaram alguns milímetros.

Tsunade ergueu uma sobrancelha, questionando-o:

— Se lembrou de algo?

Encarando as próprias mãos cerradas sobre os joelhos, o Uzumaki respondeu:

— Em Roran aconteceram algumas perdas de cavaleiros. Mas como eu era isolado dos outros, não me interessei em saber o porquê. Mas... à cavalaria era entregue um alimento especial, diziam que nos daria energia. Era comum nos alimentarmos dela durante as missões. A quantidade que nos entregavam era variada. Tinha mês que durava uma semana, no outro, duas. Mas não parecia uma planta, tinha forma de areia negra.

Ainda podia sentir o sabor amargo lhe descer a garganta. Era horrível, todavia, como muito ouviu: o melhor tempero é a fome.

— Entendo, era o que eu queria ouvir. A conclusão mais precisa é a de que o Senhor consumiu uma versão modificada da bariki, e creio que mais leve. Quantos dos cavaleiros morreram?

— Eu não contei, como disse, não me preocupei em saber o motivo, quem dirá a contagem. Se fosse eu morrendo, estariam felizes.

— Entendo...

Murmurou Tsunade, ela respirou fundo, ergueu-se da cadeira e caminhou à janela.

Observando o lindo céu azul primaveril, cruzou os braços abaixo dos seios, permitindo a brisa balançar as madeixas loiras.

— Se tornou compatível, Senhor Uzumaki, é o resultado que os especialistas esperavam. Parabéns.

— Compatível... humpf... ser uma cobaia... significa que os especialistas não se importariam se eu morresse, cobaia é isso, não passar de um experimento.

— Desejei parabéns porque conseguiu suportar a bariki, o Senhor a adequou em seu corpo, é alguém admirável, sem dúvida.

— Não vejo assim... — O Uzumaki levou as mãos, aos lados do rosto. — ...minha força natural não é a que tenho agora, foi alterada por causa desse experimento de merda. — Cerrou os dentes, não queria ser forte, não por causa de uma maldita planta. — Todo meu esforço foi pro inferno com isso!

— Oras, não diga isso, Senhor. — Tsunade volveu as costas à janela, recostou sua coluna na travessa. — A bariki é tão poderosa que até em sua versão leve continua sendo perigosa para o consumo humano, e o Senhor, além de conseguir ingeri-la, aproveitou os nutrientes dela. Os que morreram ao consumi-la, não resistiram porque possuíam organismo fraco. Somente um organismo forte pode suportá-la, ou seja, o Senhor é forte. Com ou sem bariki.

— Ainda assim, eu gostaria de conhecer minha força sem essa... planta....

Naruto se deitou, mantendo suas pernas fora do leito. Jogou um antebraço sobre seus olhos, o outro jazeu estendido pelo colchão.

Ele perguntou, sem descobrir os olhos:

— Como soube desses experimentos?

Tsunade desceu o olhar, chegando na parte que detestava: 

— Fui uma das contratadas pelo Senhor das terras Chikyu, disfarçada como Godaime. Para cada compatível com a bariki, vinte e dois cavaleiros morriam. Evitando perder mais homens do exército, ele estabeleceu que os alvos dos experimentos fossem mendigos, prisioneiros de guerra, órfãos... — Sacudiu a cabeça, em negação, de pálpebras cerradas. — Eu não pude continuar, mas o Senhor de Chikyu enlouquecia, tive certeza que não me deixaria ir tão fácil, então pretendi fugir, pagamento nenhum compensava trabalhar naquele experimento.

O Selvagem retirou o antebraço dos olhos, observando o teto, perguntou-a:

— Como descobriu que em Namikaze também aconteciam experimentos com a bariki?

— Porque antes da minha fuga, dias antes, um infiltrado foi pego, e durante a tortura, ele revelou que trabalhava para o reino Namikaze, onde se realizava experimentos com a bariki, era a quinta vez que ele entrava em Chikyu para roubar sementes da planta. O Senhor das terras estava embravecido com a descoberta e vivia reclamando sobre isso, até em minha presença, escutei tudo. Após minha fuga, quis ir para Namikaze oferecer meus conhecimentos sobre a bariki, mas minha intenção verdadeira era sabotar os experimentos.

— E conseguiu?

Naruto retornou a elevar o tronco, sentado, observava o perfil da imagem feminina.

— Não, o Senhor das terras Chikyu mandou muitos cavaleiros atrás de mim, arrisco dizer até que era metade de um exército, eles eram persistentes e acabei mudando de caminho. Eu destruí a plantação de bariki antes de minha partida do feudo, por isso eu sabia que o Senhor não desistiria tão cedo de me capturar, por pouco não retornei àquele inferno.

— Sinta-se à vontade no feudo Hyuuga-Uzumaki. Se esse homem persistir até hoje atrás de você, pode ter certeza que meus homens estarão a sua disposição.  

— Não será necessário. As terras Chikyu reduziram a mais da metade do que eram antes, por causa da obsessão do Senhor, em investir tudo o que podia em uma procura para encontrar uma nova fonte de bariki. Deixou as necessidades do povo em último lugar até a população se revoltar e tirá-lo à força do poder. Quando o Conselho Continental descobriu o motivo de o Senhor querer tanto a bariki, e mais, ter submetido homens do exército ao experimento, o Conselho o sentenciou à morte pública. Foi enforcado. Ele tinha dois filhos, mas nenhum deles quis assumir o trono. Atualmente, eu soube que o Conselho Continental assume a região, na tentativa de reerguê-la.

— Ainda sim, meus homens estarão a sua disposição, Sra. Senju.

Tsunade sorriu, agradecida.

Uma dúvida brotou em Naruto e ele quis exterminá-la:

— Se a recuperação da minha perna foi por causa da bariki, por que só comecei a ter bons resultados depois que você examinou?

— Ah bom, eu sei um remédio que faz efeito somente em quem é compatível com a bariki, pois ele reativa as propriedades curativas da planta, com grande intensidade. A intensidade é tanta que nas vezes seguintes nem precisei abrir o ferimento. Eu passava na marca da pele mesmo. 

— Mas quando abriu meu ferimento, para pôr o remédio, ainda não sabia que eu era um compatível, sequer sabia que eu passei por um experimento.

— Eu não sabia, mas desconfiava. Seu machucado exibia cor negra em volta do arroxeado, e apresentava sensibilidade na pele, em áreas não lesionadas, mas próximas dos locais atingidos em sua última batalha. São características que achei familiar, não demorou para eu associá-las à bariki.  

Claro, ela chegou a examinar os poucos compatíveis com a bariki das terras Chikyu, pensou o Selvagem.

— Se eu não fosse.... um compatível, o que você fez teria piorado o meu estado?

— Sim. — Tsunade afirmou, séria.

 — Por que não me avisou?

— Porque analisando seu estado, concluí que o Senhor futuramente teria que amputar a perna. — Ela notou o estremecimento das pupilas dele. — Se esse era o destino final, aposto que o Senhor concordaria em arriscar abrir o ferimento, ou estou enganada?

O Selvagem aguardou os batimentos cardíacos perderem o aumento na aceleração, causado pela revelação da médica. Respondeu-a:

— Não... não se enganou.

Não esperaria chegar o momento de ter uma parte do corpo removida sem tentar algo que pudesse impedir tal resultado. 

— Que bom. Caso algo grave aconteça ao Senhor, e esperamos que não, pode ter certeza que o darei uma escolha quando for necessária. — Ela se curvou, e se retirou do quarto.

 

 

~NH~

Uma semana depois

8 de abril

Quinta feira

~NH~

 

   

No terceiro dia seguinte, depois da conversa com Tsunade, nos momentos, nos quais se encontrava sozinho, o Selvagem andava livremente pelo cômodo.

No presente, pela manhã, empós sua higiene e refeição matinal, foi visitar a esposa no quarto da cunhada.

Vestia sua calça de couro marrom café, prendida pelo seu cinturão.

Na parte superior do corpo, seu roupão alaranjado, com o símbolo Uzumaki nas costas, na cor vermelha.

As botas marrom escuras, terminadas acima dos tornozelos.

Seu rosto trazia os traços sérios de sempre, com a diferença de que o brilho ansioso dominava seus rotundos azuis.

Esfregava a mão direita no queixo, a barba recém raspada.

Hanabi abriu a porta.

Seus cabelos negros e lisos, soltos como o habitual.

Usava um dos seus diversos vestidos amarelos, no momento, o de tom pastel, de decote circular, e mangas ajustadas aos punhos.

Seus pequenos lábios jazeram semi-abertos, e seus orbes estremeceram durante três segundos.

Impressionada, ela testemunhava o cunhado de pé.

Por meio da pouca abertura que a lady permitia, Naruto observou um pedaço de sua esposa que permanecia adormecida, embrulhada no cobertor.

O brilho nos rotundos azulados desapareceu.

— Eu volto depois.

Ele avisou, girando nos tornozelos, indo embora.

A Hyuuga realizou uma sequencia de piscadas durante dois segundos.

Pisando fora do quarto, ela encostou a porta e seguiu o cunhado.

O som de seus passos indicava que sob a saia longa calçava couro macio.

A audição do Selvagem se atentava à proximidade da menor.

Enquanto desciam a escada, ela perguntou:

— O que achou do nome, Naruto-gikei?

— “Gikei”.

O Selvagem pensou imediatamente.

A palavra significava “cunhado mais velho”.

Ela estava agindo... cordialmente?

Respondeu-a:

— Não é necessário, me chame apenas pelo meu nome.

— Hum... tudo bem, mas não me referi a isso. É sobre o nome que dei para seu bebê, caso seja menino.

Surpreso, o Uzumaki terminou os degraus e após dois passos avançados, cessou.

Virou-se para fitar a cunhada que parou no último degrau.

Ainda surpreso com a iniciativa dela em puxar diálogo, especialmente, buscando sua opinião, emudecia-se.

— Detestou. — Hanabi concluiu, após o estendido silêncio do cunhado.

Naruto desfez o mal entendido:

— Não, achei um ótimo nome. Há um tempo sua irmã me contou qual o que você escolheu.

A Hyuuga colocou as mãos atrás das costas, observando a rigidez do rosto do Selvagem, a qual contradizia com a sinceridade impregnada na voz séria.

Naruto desceu a vista ao piso de pedra lisa, e reforçou:

— Boruto é um ótimo nome.

Ele recebia forte sensação quando pensava que seu filho teria um nome parecido com o seu.

Sem sair do degrau, a Hyuuga seguiu o olhar do cunhado, revelando-o:

— Eu tive a ideia por causa do seu símbolo. Como é uma espiral, pensei em algum significado que lembrasse algo relacionado a voltas.

O Selvagem considerou uma ótima forma de se escolher um nome.

Ele recordou o momento no qual tivera a ideia de usar a espiral como símbolo.

 

--***--

 

Naruto sentava na borda da cama, durante um momento na madrugada, observando a chama da vela à direita do móvel, meio curvado, apoiava um antebraço em cada fêmur.

Seriamente, reflexivo.

Um instante, seus azuis pousaram em um cesto no qual sua esposa deixara as vestes sujas de ambos, a luminosidade alcançava parte do vestido laranja.

Levantou-se e devagar caminhou ao cesto ao lado do pé da cama; abaixou-se e alcançou o tecido, observando de perto as espirais desenhadas.

Rascunhou um sorriso.

 

--***--

 

Ele tivera vontade de compartilhar essa informação com a lady.

Hesitou novamente, mas quando teve certeza de que a diria, a própria elevou voz:

— Vamos para o campo, Naruto-gikei.

O cenho dele travou.

Algo o instigou a perguntá-la:

— Aconteceu alguma coisa?

Ela compreendeu a desconfiança desenhada na rígida face, e respondeu-o:

— Nee-san quer que eu passe um tempo com Naruto-gi... você.

Logo fizera sentido para o Selvagem, que virou as costas à cunhada, encaminhando-se à saída do castelo, falou-a:

— Podemos mentir, e dizer que nos demos bem. Até mais.

Hanabi franziu o cenho, apressando-se, saiu da escada e alcançou o cunhado, puxando-o pela manga do braço direito.

Ele virou somente um pouco, fitando-a.

A raiva transparecia na Hyuuga, que o dissera:

— Não quero mentir para nee-san, ela me pediu chorando.

A imagem do rosto suave de sua esposa, mergulhado em lágrimas, criara-se na cabeça do Selvagem.

Uma sensação amarga tomou conta do Selvagem.

Hanabi avigorou:

— A cada mês ela está mais sensível, por causa da gravidez. Se estivesse dividindo o quarto com ela, saberia.

O Selvagem engoliu seco, estava sendo avaliado pela cunhada.

As visitas de sua esposa se tornaram escassas, sob ordem dele mesmo que a queria sempre descansada no quarto.

Hinata já entrara chorando no quarto dele, carente.

Almejava ela ter mais tempo com ele.

O quanto era difícil desgrudá-la e convencê-la a se retirar do cômodo.

Murmurou:

— Eu faço ideia.... você tem razão. Não devemos enganá-la. Só não gostaria que você se sentisse obrigada a estar perto de mim.

Hanabi o soltou, pondo as mãos na cintura, falando-o:

— Não é obrigação quando tenho vontade de realizar um pedido de minha irmã. Mas para você, talvez seja, é esforço demais ficar perto de mim?

O par rotundo azul encarou os desafiantes prateados esféricos da menor.

Sua cunhada se encontrava faladeira, adquirira confiança nos meses transcorridos.

— Não. Pretendo ir ao celeiro, ver Spirit. Verificarei se está bem tratado. — Ele convidou: — Venha comigo.

Ela esboçou curtinho sorriso, mencionando:

— Nomeou seu cavalo.

Nos livros, os cavaleiros faziam aquilo.

Na vida real, a Hyuuga desconhecia algum homem a expor esse nível de proximidade com uma montaria.

Bem, agora conheceu alguém, e era seu próprio cunhado.

— Se gostasse de um.... você não daria o nome? — o Selvagem perguntou.

— Claro. — Hanabi segurou as mãos. — Eu adoraria ter um, conseguiria um para mim?

— Sabe cavalgar?

— Não. — Entregou-o um sorriso maior. — Me ensinaria?

— Vou aguardar mais uma semana, para montar.

— Tudo bem, não estava me referindo hoje. — Hanabi piscou rápido. — Significa que foi um sim?

O Selvagem hesitou.

— Não precisa ser você, poderia me arranjar um bom instrutor. — Ela sugeriu.

Ele achou a ideia mais atrativa, respondeu-a:

— Certo, pode ser. — Continuou seu caminho, falando-a: — Não demorarei no celeiro, vamos indo.

— Eu irei ao jardim labiríntico, Moegi e Udon me esperam lá, combinamos de plantar mais flores hoje. Te esperarei lá. — Hanabi tomou à frente do Uzumaki, cumprimentando os guardas, saiu do castelo primeiro.

O Selvagem não fez objeção, ainda não reassumiu suas funções de Senhor, poderia se ausentar por mais um dia, depois de tantos ausentes.

Também saiu do castelo, recebendo as reverências dos guardas e se dirigiu ao celeiro.

No tempo que ficou perto de Spirit, lembrara-se de Konohamaru, de vez em quando, estendia-se pensando no menino.

Os cuidados que o senhor Kosuke, responsável pelo celeiro, concedeu ao cavalo foram ótimos, todavia o Selvagem podia apostar que se Spirit falasse, diria estar com saudades da companhia de Konohamaru.

 

~NH~

 

A lady trajava seu vestido de cor amanteigada, usou-o em um dos piores momentos de sua vida, quando revelou para Naruto sobre o resgate de Hanabi, e agora o usava nos melhores momentos de grávida.

O tecido era tão confortável, e marcava melhor sua barriga de quase quinto mês de gestação.

Mesmo que não fosse grande, a curva de seu ventre era perceptível.

Natsu subia a escada, e ao avistar a imagem da Uzumaki, desesperara-se:

— Hinata-sama, por favor, fique no quarto que eu trago o que a Senhora quiser.

— Está tudo bem Natsu, não é nada que eu queira pedir. — Mostrava-se preocupada. — Retornei do quarto do meu marido, não tem ninguém lá. Esperei bastante tempo, mas ele não apareceu. Ele foi na latrina? O urinol não está mais sob a cama dele. Ele precisou de quantos ajudantes? — nervosa, imaginava como estaria sendo estressante pro marido se mover pra fora do castelo, para usar a latrina. — Por que não providenciaram uma latrina como a de Neji-niisan?

Seu primo tinha a própria no quarto, um assento cujo buraco se interligava ao interior de uma caixa amadeirada preenchida por palha.

Natsu pressionou as costas contra a parede pedregosa, vendo sua Senhora passar em sua frente.

— Hinata-sama, está especulando errado. O urinol do Senhor foi retirado do quarto para ser lavado, como todas as manhãs. E... — A serva sorriu e antes de noticiar: — Naruto-sama está andando perfeitamente.

Hinata terminou de descer a escada, sem se virar para a aia, pusera uma mão no busto, seu coração se disparava em ritmo diferenciado.

Escutara bem?

Seu marido retornara a andar?

Volveu-se à Hyuuga, deparou-se com o sorriso aquecedor e a sinceridade nos meigos orbes da aia.

— Naruto-sama foi visto na companhia de Hanabi-sama, no jardim labiríntico.

A surpresa na Senhora aumentara.

As sobrancelhas azuladas ergueram-se.

— Oh Kami, generoso Kami! Preciso vê-los agora!

A Uzumaki avançou para a saída do castelo.

Escutando os passos da serva a lhe seguir, Hinata enfatizou:

— Daqui vou sozinha, Natsu.

O seu timbre avisava que não perderia tempo discutindo.

A aia deteve sua andança, assistindo da entrada do castelo, entre a dupla de guardas, sua Senhora se distanciar pelo esverdeado da grama.

Hinata esfregou os olhos, afastando as lágrimas de emoção, achava que levaria mais tempo para seu esposo andar.

E sua felicidade se engrandecia por Hanabi estar com o cunhado, não achava que ela atenderia seu pedido tão cedo.

Ao avistar o jardim, deu-se conta que se esqueceu de perguntar para Natsu, em que lugar exatamente eles estavam.

Por sorte, não foi difícil encontrá-los, haja vista que as paredes de folhas não jaziam tão altas.

Elas estariam imensas no final da primavera, e aí o jardim recuperaria a forma de como ele era...

....em sua infância.

Respirou fundo, antes de adentrá-lo.

Avistava uma manchinha amarela através de vários espaços pequenos de uma parede de folhas.

Eram os cabelos de seu esposo.

De um segundo a outro, tornou-se imóvel.

Visualizava a imagem de sua mãe lhe ultrapassar.

Nana sorriu e acenou para si, sumindo no ar.

Durou apenas dois segundos.

O coração da Uzumaki se contristou.

Há quanto tempo não pisava naquele lugar.

Seus lábios tremularam durante alguns instantes.

O trauma causado pelo seu rapto afastou-a de um lugar que foi precioso para ela e a mãe.

Maldito Danzou.

Que a inexistência dele fosse celebrada todo o ano.

Dando continuidade ao seu avanço, conforme se aproximava da localidade de seu marido, ouvia mais a voz de Hanabi.

 Cessando diante a parede do labiríntico jardim, a qual a separava deles, resolveu abrir maior espaço entre as folhas, intencionando observar a cena.

— Isso aqui é uma gardênia, tem cheiro doce muito forte, quando elas florescem ganham cor amarela... e essa aqui  é a camélia, ela tem um brilho de folhagem muito grande, as flores dela passam para um rosa claro.

Explicava Hanabi, sentada de coxa direita, de pernas para o lado.

Naruto cruzava as pernas, tendo um pé sob cada coxa enorme, e enterrava as mãos no solo, abrindo mais um espaço para jogar as próximas sementes.

Moegi e Udon faziam o mesmo que o Senhor, mais afastados.

A laranjinha em um momento parou de enterrar sementes, e observou mais uma vez a proximidade que Hanabi exibia com o cunhado.

Ainda estava sendo difícil Moegi digerir que Hanabi trouxera o Senhor para ajudá-los no jardim.

— “Ashuraaa-sama, lady Hanabi não teme a cara do Senhor”.

Tudo o que os orbes escuros e imensos da laranjinha distinguiam era a frieza na face do homem.

— Mais rápido, Moegi. — Udon falou, terminando de cavar mais um buraco. 

A pretensão deles consistia construir uma trilha de flores que conduziria à saída do labirinto, assim quando um convidado de honra chegasse, e não quisesse um guia, poderia passear pelo jardim sem se perder.

Ideia de Hanabi.

— Tá, tá, não me apresse. — Moegi se concentrou em sua atividade. — Mexer com terra não é o meu forte, eu gostaria de estar costurando.

Hanabi alheia às falas dos dois, abordava seu conhecimento sobre mais uma espécie de flor, seu cunhado era um bom ouvinte. 

Recordava-se ela, dos momentos que assistiu sua irmã abraçando o marido e falando várias coisas triviais sem se importar com a face inexpressiva do mesmo. 

Aprendia a Hyuuga que era a naturalidade do cunhado, ele não conservava incomodo, raiva ou qualquer outra forma de antipatia em escutar a esposa.

Ele não era acostumado a entregar na face o "estar à vontade" com a conversa. 

No presente, Naruto se comportava, e escutava cada palavra da lady. 

 De um momento a outro, ele interrompeu:

— Quem é?

Ele percebeu alguém espiando imóvel atrás da parede de folhas à sua esquerda.

Notara a cor típica de orbes da linhagem Hyuuga.

Descoberta, a Uzumaki contornou a parede de folhas, sorriu envergonhada ao se pôr na direção frontal dos orbes azulados.

O Selvagem rangeu os dentes, desagradado em descobrir que era Hinata, antes pensou que fosse algum servo Hyuuga temente em interromper seu momento com os baixinhos.

O Senhor imediatamente se pôs de pé, batendo as mãos, livrando-se da terra.

Hinata andou na direção do esposo, sabendo da bronca que ele lhe lançaria, foi logo se defendendo:

— Querido, eu estou bem, não sinto incomodo em descer e subir a escada. A médica Tsunade me permitiu. 

Naruto segurou a língua, temendo fazer sua esposa chorar, seus dedos tremularam.

— A levarei de volta para o quarto.

Ele disse em tom baixo, já preparando para carregá-la.

Mas no mesmo instante, Hinata recuou dois passos, implorando:

— Eu quero pegar um pouco de sol, e ficar aqui no jardim. — Colocou as mãos na barriga. — O perfume das flores faz bem para nosso bebê.

Um leve rubor surgiu na face séria do Uzumaki, o que a ex Hyuuga achou extremamente fofo. Adorava quando via o rosto rígido do marido ficar vermelhinho.

O Selvagem era louco pelo filho.

Moegi fingia que se concentrava em enterrar suas sementes, todavia, sua audição se focava na conversa dos adultos.

Como uma mulher tão pequena conseguia conter um homem grandão daquele jeito? Impressionava-se Moegi, sempre.

Udon já não estava no campo de vista dos outros, dobrara no próximo caminho à direita.

Naruto segurou a mão da esposa, e retornou a sentar perto da cunhada, suas pernas cruzadas se tornaram um berço para o bumbum de sua mulher.

Hanabi sorriu, achando uma graça, mas não teceu comentário algum, suspeitando que incomodaria o cunhado.

Hinata agitada de positividade perguntou:

— Vocês semearam juntos?

Hanabi respondeu:

— Sim, e ele plantou mais sementes que eu, Moegi e Udon.

Alegrada e cheia de carinho, a Senhora verbalizou:

— Que maravilha, quando nosso bebê estiver engatinhando, o colocarei para engatinhar ao lado das flores que a titia e o papai dele semearam juntos. 

Naruto desceu a visão, encarando qualquer ponto da grama, desconfiando que suas feições esquentavam ainda mais. 

A lady Hyuuga sorriu, e se levantou, e foi bem específica ao dizê-los:

 — Por que não ficam um momento a sós no jardim? Moegi e Udon já estão em outro caminho do labirinto, vou fazê-los procurarem sementes de jasmins comigo, longe do jardim. Mais tarde retornaremos.

Hinata queria ficar mais um pouco com a irmã, e apreciá-la interagir com Naruto.

No entanto, a jovem lady se afastou em uma correria energizada.

Não achando ruim, Hinata aproveitaria aquele momento com seu maridão. 

Descansou o rosto no ombro do esposo, acarinhando o peito dele, circulando o indicador contra o tecido alaranjado.

Amava vê-lo usar o roupão que ela bordou no dia que descobriu estar grávida.

De rosto aquecido, pensando em algo particular, avisou-o:

— Naruto, eu estou pronta.

O Selvagem silencioso, recuou sua face, empós meio minuto.

As feições femininas se ergueram, fitando-o diretamente nos azulados rotundos.

A circunspeção transmitida pela esposa desencadeou pânico no Uzumaki.

Pondo-se de pé, com a pequena mulher nos braços, ele exclamou:

— Tão cedo?! Lhe levarei ao quarto, no caminho encarregarei alguém de chamar Tsunade!

— Calma amor! — Hinata o abraçou pelo pescoço. — Não darei à luz, desculpe, me refiro a outro assunto.

Ofegante, ele a observou, e vendo que ela não aparentava sentir dor, bradou-a:

— Mulher, não me assuste dessa forma!

— Eu não faço mais, desculpe-me.

A pequena mulher pediu, tristinha.

Assistindo a demora da respiração do marido se normalizar, aprendeu que precisava ser mais clara possível em suas palavras.

Coitadinho, pensou ela, notando o tom pálido sumir gradualmente da pele de seu homão.

Naruto não ousou soltá-la.

Ignorou o pedido de desculpa, haja vista que sua esposa sabia que ele a perdoava.

Intrigado, ele a questionou:

— Sobre o que se referia?

Rosinha, ela respondeu:

— Relação íntima. — Sacudiu seus pés no ar, complementando: — Estou com tanto desejo de me saciar intimamente. Tsunade disse que não há problema, e a Sra. Kurenai falou que o sexo durante a gravidez fez bem para ela e o marido, é uma experiência nova, eu quero experimentar.

— Con-conversou com elas sobre isso... — Ele murmurou surpreso, em seguida, foi envolvido pela insegurança: — É melhor não Hinata... vamos esperar nosso filho nascer....

— Amor... — Ela fez beicinho, enquanto os orbes da cor das pérolas brilhavam em tristeza. — ...eu estou ansiando há tanto tempo... me-me deixará na vontade?

Detestando vê-la sofrida, tentou ele argumentar:

— Mas... seu corpo está mais sensível.  

— Está sim, é por isso que devemos fazer com jeitinho. — Abaixou o rosto, cobrindo-o com ambas as mãos. — Eu suspeito qual seja o problema, você não me deseja assim... minha barriga está me deixando feia...

— Não! — Naruto negou de imediato. — Não pense assim, eu quero demais. Apenas não me sentirei confortável em fazer, sabendo que posso lhe causar dor.

Ela retornou a descansar o rosto no ombro dele, limpando uma lágrima.  

— Com jeitinho, eu sei que dá. — Hinata confiava.

— Se está segura, faremos.

Naruto aceitou, descendo a cabeça, pressionando o nariz contra os fios azulados, aspirando o perfume de lírio.

A Uzumaki retornou a se encher de ânimo, o anseio engrandecido.

O Senhor saiu do jardim labiríntico, a caminho do castelo.

Avistaram três pontinhos distantes, nas proximidades da murada, do outro lado do campo.

Hanabi, Moegi e Udon não pretendiam voltar no momento.

A Uzumaki sorriu, maliciosa, e pediu em tom carinhoso:

— Para o castelo não, amor. Vamos ali no arvoredo, está mais perto.

Ele parou de andar, estranhando-a:

— Tem certeza?

Ela interrogou divertida:

— Você acha estranho? Devo lembrá-lo que me agarrou no mato? 

— Sim e lembro-me do escândalo que você fez, eu pensei que não considerasse apropriado.

— Estou segura de que não seremos pegos.

— Os membros do Conselho dos anciões permanecem hospedados no castelo. — Naruto mencionou. — É prudente não arriscarmos, não quero dá reforço para eles se oporem à minha pessoa, assumirei meu papel de Senhor amanhã mesmo.

A Uzumaki provocou:

— Meu marido não é tão selvagem quanto pensei. — Deu uma mordicada na região entre o pescoço e o ombro largo do cônjuge. Fingindo ar decepcionado, atiçava-o: — Uma pena, depois de tanto tempo sem tê-lo intimamente, eu queria aquele homem fogoso em mim... em um lugar que combinasse com aquele espírito aventureiro....

Os tornozelos grandes, giraram a cento e oitenta graus, e refizeram o percurso, indo em direção ao arvoredo.

Hinata sorriu, vitoriosa.

A virilidade do Selvagem estava atingida.

O Selvagem escolheu o lugar mais escondido do arvoredo, que fosse possível os dois se deitarem.

Deixou Hinata no solo, e retirou seu roupão, esticou-o bem e o estendeu sobre o mato.

Pela cintura, puxou Hinata, beijando-a, sentindo as mãos pequenas apertarem seus bíceps.

Em breve, os dedos femininos escalaram ao pescoço do Selvagem.

Ele pressionou os lábios com muita força contra os dela, Hinata mal os abriu e ele empurrou a língua.

Impressionada, a lady não distinguiu o ritmo do beijo, pois normalmente, quando se beijavam aprendiam o compasso rapidamente, lento ou rápido se sintonizavam, contudo, o atual beijo famélico a fazia se perder, quando achava que o beijo acabaria, o marido iniciava outro ritmo.

De qualquer modo, toda a afobação dele a excitava.

Naruto dava uma amostra do quanto de tesão guardava por ela.

Quando recuaram seus corpos, sem se recompor do ofegar, a perolada pediu:

— Tira, me ajuda...

Puxava suas vestes, desesperada.

O Selvagem concedeu uma mãozinha e a pequena mulher ficou nua em menos tempo do que ela gastaria com as mãos nervosas se atrapalhando.

Naruto amontoou todas as peças de vestimenta da esposa, ao lado do roupão estendido no mato.

Cauteloso, o Uzumaki deitou-a de costas sobre o tecido laranja, a seguir, colocou as mãos no cinturão, puxou-o fazendo a calça escorregar.

Os azuis percorreram as próprias pernas, e decidiu que na semana seguinte, retornaria a exercitá-las, notava a perda de massa muscular que sofreu durante seu tempo de cama.

Também analisou seus braços, preocupado.

Diferentemente, Hinata não notou diferença, admirando a forma muscular dos membros inferiores, e de um membro especifico situado entre os dois.

— Vem, querido. — Ela quase gemeu ao chama-lo, de sua intimidade pulsava fogo.

O loiro hesitou, avaliando-a:

— Pensando melhor...

— Não me diga que vai desistir agora que estamos tão perto. — Ela o interrompeu, nervosa.

Sua intimidade se contraía, almejando aquele volume ereto dentro de seu corpo.

Ele riu, de modo curto, esclarecendo:

— Não desistirei, quero sugerir que fique por cima de mim, não será melhor?

Ela se aliviou, e respondeu carinhosamente:

— Ai amor não se preocupe com isso, fique em cima de mim, por favor. Eu quero o seu peso, aviso se me machucar.

O Selvagem não relutaria, evitaria magoá-la, o desejo dela era perceptível.

Realizaria todos os desejos de grávida.

Retirou os calçados, e tratou de se encimar no pequeno corpo.

Naruto imobilizou o meigo queixo e espalhou beijos pelos maxilares, primeiro no lado direito, depois no esquerdo. 

Mesmo que o corpão dele cobrisse o pequeno dela, o Selvagem controlava seu peso, evitando esmagá-la.

Hinata sentia o enrijecimento dele. 

Quando as línguas entravam em contato, ele soqueou os dedos entre as coxas da esposa.

Como previsto, ela estava úmida.

Após mais um longo beijo, Hinata esfregou o nariz na barba recém raspada.

Ele desceu o rosto, e quando acarinhou os seios com sua boca, desferiu uma forte chupada, causando um grito que a esposa abafou com as mãos.

No segundo futuro, ele sentava distante do corpo feminino, de olhar atônito.

Hinata encimou uma mão na marca da chupada, próxima do mamilo esquerdo, na parte inferior do seio.

Envergonhada, ela avisou tardiamente:

— Desculpe... estão mais sensíveis do que imaginei.

— Tudo bem, droga. — Naruto se amaldiçoou, por se desenfrear. — Manterei minha boca longe deles, use sua faixa de novo. — Meteu sua mão no monte de vestes dela, e pegou o tecido branco.

— Não, querido. — Gentilmente, negou. — Apenas faça devagarinho, por favor. Continue se deliciando. — Cada mão sua pressionou um lado dos seios, amassando-os.

Ele a avaliou durante um momento, os mamilos dela retornaram a enrijecerem.

Convencido de que ela não atuava, devolveu a faixa ao amontoado de vestes femininas, e se deitou outra vez, sobre sua parceira.

Como ela queria, Naruto roçou devagar a boca contra as mamas.

Passou sua língua, demoradamente, sobre a marca deixada na pele leitosa, seu mudo pedido de desculpas, por ter sido grosso e marcado aquela região.

Hinata achou fofo, pois em sua percepção, parecia que o marido lambia carinhosamente a marca, objetivando que sarasse.

A Senhora acariciou os cabelos loiros, apreciando os fios arrepiados em contato com sua palma.

Naruto se ocupou com os mamilos, chupando-os de forma alternada, pacientemente, enquanto uma mão brincava entre as coxas da esposa, mergulhando os dedos no suco já produzido em imensa quantidade por ela.

Escorregou a boca para baixo movendo todo seu corpo para trás e assim passeando seu paladar pela brancura epidérmica.  

A língua selvagem chegou na maior fonte de prazer de Hinata.

Mesmo a vagina se apresentando encharcada, Naruto se demorou em lambê-la e afundá-la na fenda sensível da esposa.

O corpo menor a todo instante demonstrava sua sensibilidade, estando inquieto a cada movimento do marido.

Quando a cabeleira loira subiu novamente, Hinata fechou as pálpebras, preparando-se para recebê-lo entre suas pernas.

A ex-Hyuuga acreditava que sua excitação triplicou na primeira investida.

 Conhecia de cor o tamanho de toda a rigidez ereta do marido, por isso a surpresa em senti-la maior.

Como era possível?

No pouco de raciocínio sobrado em meio ao prazer, a Uzumaki concluiu que fosse a sensibilidade da gestação, que tornava tudo mais prazeroso.

A sensação era de que aquele membro a largueava mais, afundava-lhe mais.

Kami! Não conseguiria se levantar tão cedo depois que terminassem.

Seus gemidos se entrecortaram por gritos agudos.

O final de cada grito se emendava com um gemido.

Naruto reparou que os encaixes constantes entre o pênis e a vagina produziam a sequencia de barulho, de quando o gozo encharcava tudo.

Hinata imergida no delírio carnal, desejava mover-se mais, rebolar os quadris para descobrir se podia alcançar prazer maior.

Infelizmente, notou que as mãos grandes do seu marido a imobilizavam, ele não esqueceu mais do cuidado que se obrigava a ter com ela.

A Senhora implorou, chorosa:

— Deixe-me virar amor... por favor, me ponha de quatro... pre... preciso de uma nova posição...

— Essa será desconfortável para você, mulher. — Ele falou em voz grave, as gotas de suor pingavam de seu rosto.

— Não será, estou com vontade... — Ela reforçou, mais chorosa.

— Você inventa arte...

Ele murmurou atordoado, era difícil conversar ao tempo que investia naquele aperto em torno de seu pênis.

Atendeu ao pedido da esposa, no pouco instante que o pênis ficou fora da vagina, o Selvagem tratou de masturbá-lo com força.

O gozo da perolada escorria pela lateral das coxas.

Assim que ela ficou de quatro, nem precisou avisá-lo para continuar penetrando-a.

O membro retornara a invadi-la, com avidez.

Em cinco segundos, o Selvagem recebeu uma sequencia de contrações em torno de seu pau.

Por pouco não fez uma loucura, quase esmagou os seios dela com suas mãos, ao se curvar sobre o corpo menor.

Jogou seu tronco para trás, e agarrou os quadris de sua mulher.

Era incrível, apesar da ferocidade com a qual se uniam, ele não cometeu mais nenhum equívoco.

Subconscientemente, controlava sua força quando a glande chegava até o final do caminho vaginal.

Os dois se assemelhavam ao ápice de animais no cio, e não se envergonhavam nenhum pouco.

 

~NH~

 

Hanabi, Moegi e Udon retornavam do campo, no interior do jardim labiríntico, chegando no espaço que compartilharam com o Senhor, não o encontraram, nem a Senhora.

A laranjinha perguntou:

— Eles foram embora?

— É o que parece.

A lady respondeu, sorrindo um pouco.

Vários minutos atrás, avistara a irmã e o cunhado irem ao castelo, mas depois eles mudaram de caminho.

— O Senhor retornou a andar, foram passear por aí, estão comemorando. — Moegi acreditou.

— “Comemorando aos beijos, na beira do lago.”

Pensou a Hyuuga, reprimindo seu sorriso. Disse-os:

— Vamos plantar as sementes de jas...   

— Lady Hanabi, lady Hanabi! — interrompeu-a o chamado de Natsu.

Curiosa, a Hyuuga mais jovem se apressou, sendo seguida por Moegi e Udon, cessou três passos após a saída do labirinto.

— Aí está a Sra. — Natsu ofegante, mostrava ter vindo em correria. — Neji-sama solicita sua presença no quarto dele, minha lady.

Hanabi assentiu, volveu-se aos dois atrás de si, dizendo-os:

— Vocês podem cessar a atividade por hoje, mas guardem as sementes.

— Entendido, lady Hanabi. — Udon sério atendeu a ordem. Em um saco de juta, enfiou as sementes.

A lady em pressa, avançou ao castelo, seguida pela aia.

Udon iria atrás delas, no entanto, Moegi o segurou pelo meio do braço direito.

Ela o bradou:

— Ah nem pensar! Não escutou que Neji Hyuuga quer conversar com lady Hanabi, não com você?!

— Ficarei do lado de fora do quarto, na espera da próxima ordem de minha lady.

Moegi revirou os olhos, e de ar cansado, soltou-o, desabafando:

— Chega Udon, seu comportamento me irrita, essa sua posição de guarda particular nem é tão séria assim.

Udon puxou o braço, fortemente, contradizendo-a:

— É claro que é! Lady Hanabi me escolheu. E nossa Senhora me apoderou de confiança, ninguém pode duvidar de minha palavra!

O coração de Moegi ainda sofria um aperto quando recordava que ninguém acreditou em Udon quando ele desmentia o príncipe Toneri.

Em timbre manso, ela verbalizou:

— Tudo bem, tudo bem. Apenas me incomodo em vê-lo agir como um cão. Nossa lady não precisa de você vinte quatro horas. Ultimamente, ela tem passado mais tempo com a hóspede de honra, do que com a gente. — Moegi segurou o cotovelo enquanto a outra mão esfregou o queixo. De olhar duvidoso ao céu, mencionava: — Se bem que nos últimos três dias as duas pararam de se encontrar, e nossa lady costuma passar algumas horas sozinha no quarto, proibindo a interferência de qualquer um.

— E daí, ela precisa de um momento de descanso. Não vejo nada de errado em ela querer tempo com a heroína do líder do clã Hyuuga. Deve admirá-la bastante. Se aconteceu algo entre as duas, para não se encontrarem mais, não devemos nos meter. — Udon disse, andando ao castelo. — E não ligo de ser comparado a um cão, é o símbolo dos sekyus e representa coragem, lealdade e determinação. Eu serei um grande sekyu. 

Moegi o alcançou descarregando uma mão no ombro dele, virando-o para si.

— O que é agora, Moegi?

— Esqueça o que falei. Vem, vamos lavar nossas mãos. — Ela o puxou em direção oposta ao castelo, contornando o jardim. — É melhor lavarmos no lago, pois dentro do castelo pode ter uma fila de servos usando a água. 

No lago seria mais rápido, Udon concordou. E os dois prosseguiram em direção ao arvoredo. 



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