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História Casada com um selvagem - Arco 0: revelações e decisões


Escrita por: BlackCat69

Notas do Autor


Atualização de 2023
Spoilers na imagem do cap.

Capítulo 54 - Arco 0: revelações e decisões


Fanfic / Fanfiction Casada com um selvagem - Arco 0: revelações e decisões

Os sem-reinos foram exterminados da vila do rio, não deram conta do reforço que surgira.

Mais homens enviados do feudo Hyuuga-Uzumaki chegaram à vila e após ajudar contra a força inimiga, avisaram sobre o término da guerra.

As servas comemoraram, entre lágrimas de alegria.

Kurenai elevou Mirai, segurando-a sob os braços, a pequenina abriu seu sorrisão, agitou seus bracinhos e pernas, acreditando ser alguma brincadeira.

Ayla girou com Boruto contra seu colo, enquanto as outras servas se abraçavam e pulavam de felicidade.

Assim, a viagem para Takigakure foi encerrada.

Menma Segundo chorava, não arranjou tempo para sorrir, queria que Minato fosse atendido por algum médico.

Na vila, se ausentava algum médico que pudesse atender o estado grave do rei.

No mínimo, curandeiros, algum deles poderia fornecer algo para reduzir a dor do monarca.

Os cavaleiros convenceram o príncipe de que Minato fosse levado ao feudo Hyuuga-Uzumaki, onde receberia um profissional especializado.

Assim, antes do grupo de fuga ser posto na carroça, um curandeiro passou algo no abdômen do rei.

Menma Segundo também recebeu algo para sua mão quebrada, ela ficou dormente, não conseguia mover os dedos.

Ele e Hanabi tiveram a mão direita enfaixada.

Ayla arranjou faixas para estancar o sangue da face da lady, e no final, a cabeça da Hyuuga foi envolta, horizontalmente, pelo tecido branco a cobrir o nariz.

Ayame desesperada alcançou a carroça antes da partida, perguntando sobre Hinata.

— A guerra no feudo acabou, ela já está por lá. — Hanabi sorriu ao respondê-la.

— Que maravilha! — os orbes de Ayame reluziram. — Diga que já estou com saudades, que ela tenha apenas felicidade daqui por diante.

— Eu direi sim. — Hanabi confirmou e acenou para a moradora da vila, enquanto a carroça se distanciava.

 

~NH~

 

O luar resplandecia e o vento frio outonal persistia.

Kimimaro abandonou o transporte antes que ele passasse pelos portões da cidade e se ocultou nas sombras da noite.

Agara e Suien se entreolharam, o Uchida conduzia a carroça e ao lado direito.

Agara cavalgava à direita do condutor.

Emudecidos, concluíram que Kimimaro não era mais problema deles.

Pela passagem do fundo da carroça, as passageiras observavam alguns corpos inimigos sendo retirados da rua principal, por homens de diferentes exércitos.

Reconheciam sons de risos, e gritos felizes.

Menma Segundo todo encolhido em um cantinho, fitava o piso amadeirado, abraçando suas pernas, e sustentando seu triste ar.

Minato jazia deitado em outra carroça, ela mudou de direção antes de alcançar o portão levadiço das muradas do castelo.

Os cavaleiros que escoltavam o monarca se direcionaram a um acampamento médico de bandeiramento vermelho.

O portão foi abaixado para a primeira carroça entrar, e dentro das muradas, após todos saírem do espaço de passageiro-carga, o príncipe se desesperou por não avistar a carroça do rei.

Hanabi o segurou pelos braços, acalmando-o, dizendo que Minato foi levado para receber tratamento.

A lady garantiu:

— Ele terá prioridade no atendimento.

Menma Segundo cansado de se debater, se aquietou, chorando baixinho.

Hanabi se curvou, abraçando-o por trás.

 

~NH~

 

Naruto feito uma fera enlouquecida, despertava sua aura demoníaca, bem pior daquela despertada no dia que torturou Toneri.

Passou a enfrentar seu circulo inimigo, valendo por uma dúzia de homens.

E quando conseguia atingir um ataque em um sem-reino, escutava o som de osso quebrando.

— Hinata!

Ele apenas gritava o nome dela, querendo se livrar daqueles sem-reinos para alcançá-la e protegê-la com seu corpo.

Todavia, o loiro estranhou quando os sem-reinos começaram a cair, sem precisar encostar neles. 

— “Reforço!” — o Selvagem pensou, aliviado. — “Bem a tempo, Kasenai!

O circulo inimigo havia sido desfeito, e o Senhor Selvagem enfim procurou por sua esposa.

— HINATA!

— Aqui querido!

Ela gritou de volta, antes sentada na borda da plataforma.

Levantou-se mirando com sua visão, a direção de onde viera a voz do marido.

Naruto correu e passou por alguns homens, e assim que sentiu um pequeno corpo suave, abraçou-o contra seu peito.

Hinata sabia que naquele abraço se sujava de sangue, mas não se importou. Almejava o calor do seu amado, não importava como.

Quando os sons de batalha se acabaram, as tochas do amplo ambiente retornaram a serem acesas, e com a claridade amarela-alaranjada abrangendo o espaço, o Selvagem franziu o cenho e cerrou os dentes, encarando todos aqueles homens com vestes de sem-reino.

Contudo, não fez nenhum ataque, reconhecendo também a presença de Hyuugas, os quais não se alarmavam com os homens trajados de inimigos.

Foi aí que aos poucos, o loiro reconheceu que eram aliados disfarçados de sem-reinos.

Os homens espalhados pelo ambiente descansavam e ajudavam alguns feridos.

Um grupo rodeava os cadáveres amontoados no piso.

Os aliados do Senhor livres das cordas, eram ajudados a serem conduzidos para fora do salão.

— Hinata-sama. — Lian e Ko se aproximaram, curvaram-se perante ela.

— Não precisam fazer isso, vocês sabem. — A pequena mulher os falou, carinhosamente.

— Independentemente do que aconteça aqui, sempre tratei Hinata-sama como minha Senhora. — Ko decidiu.

Naruto queria se atualizar dos acontecimentos, distinguindo a vontade dele, a esposa repousou uma mão no peito desnudo e marcado do esposo, informando-o:

— Eu fui até o mosteiro, os takis que me escoltavam não queriam permitir... então eu fugi. — Ela gelou vendo uma veia se engrossar na testa do Selvagem. — E-eu tive que ir, era um reforço necessário. Por causa do contrato, apesar de os Hyuugas não poderem se aliar a nenhum inimigo do feudo Hyuuga-Uzumaki, eles também não podem ser obrigados a fornecer homens, nesse caso, tentei fazer um acordo, entregar o trono de volta para um legitimo Hyuuga em troca da ajuda deles. Mas eles não acreditaram, ou melhor, acreditaram, mas desconfiavam que em questão de meses perdessem o trono novamente.

— O Conselho dos anciões acredita que o poder do castelo Hyuuga está muito instável. — Lian acrescentou.

— Então como convenceu os Hyuugas a virem?

— Eu... revelei sobre o nosso segundo casamento. Nesse momento, não sou mais Senhora e sim uma Selvagem. — Sorriu.

Naruto entreabriu a boca, sacudindo levemente a cabeça.

— Tem... tem certeza? Depois de tudo.... — A voz do Uzumaki saía baixa e rouca.

— Querido. — Ela retornou a abraçá-lo. — O título não faz diferença para mim, o que importa é eu estar com você e nossa família.

O loiro sentiu uma ardência na garganta, mas impediu que aquele estado evoluísse para um despejar de lágrimas.

Abraçando sua esposa de volta, observou os rostos Hyuugas os assistindo.

— Então os Hyuugas não vieram ajudar um aliado, apenas tomar o que é de vocês novamente.

— Vim ajudar Hinata-sama.

— Tomar o que é meu por direito.

Respectivamente, Ko e Lian responderam no mesmo instante.

O primeiro torceu o nariz para o amigo que não se envergonhada pelo que respondeu.

O loiro ignorou os dois Hyuugas, movendo sua visão a um homem com roupa de sem-reino.

Era o único homem o qual ainda não livrara o rosto da mascara.

E os olhos jaziam cobertos, por parte de um pano que revestia a cabeça.

Com o marido mudo, a pequena mulher acreditou que ele se irritara com o comentário de Lian, entretanto, ao elevar sua vista ao rosto dele, seguiu a direção na qual os azuis rotundos se prendiam.

O sujeito vestido de sem-reino respirou fundo e ao se aproximar da plataforma, o Uzumaki rangeu os dentes.

Era o sem-reino que antes estivera na cola da azulada.

A Uzumaki tratou de se afastar do esposo e se colocou ao lado do homem coberto.

Virando-se ao marido, ela revelou:

— Querido, quando eu ia ao mosteiro, quase fui alcançada por sem-reinos que se escondiam na floresta, próximos da vila do rio.

O corpo do loiro, inteiramente, travou.

Mesmo sabendo da péssima sensação a percorrer o imo do marido, a perolada prosseguiu:

— Havia um disfarçado entre eles, e me salvou. — Sorrindo, fitou o sujeito ao seu lado, pedindo-o por meio de seu sorriso, que ele descobrisse a face.

Encorajando-se, ele atendeu ao sereno pedido da delicada mulher.

Era Kakashi Hatake.

O Uzumaki comprimiu os lábios.

O ex Selvagem se justificou:

— Depois que eu fui exilado fui morar fora das limitações do Continente dos reinos. Os sem-reinos me acolheram, perceberam que eu poderia ser útil a eles. Mas me colocaram em um exército para ocupar a cidade principal do reino Namikaze. Quando eu soube qual era o nosso objetivo, tentei me aproximar da rainha desde então, mas só os mais dignos de confiança do exército poderiam atuar perto do contratante. Mesmo vivendo todos esses meses com eles eu era um membro novo comparado aos demais.

— Então os sem-reinos já foram contratados por outras pessoas?

Naruto perguntou, sem demonstrar se estava incomodado ou não com a presença do Hatake.

— Sim, pelo visto é uma prática comum, só não sei quem os contratou além de Mei. — Kakashi respondeu.

E no silêncio que se seguiu, os homens se aprofundaram em uma seriedade, pensativos na questão.

No decorrer dos segundos, Hinata ficou constrangida quando percebeu que eles já não pensavam a respeito do mistério e sim sobre o que fariam no presente.

— Como não somos mais Senhores, as leis determinadas por você não são mais oficiais. — Hinata argumentou ao marido, segurando o braço do Hatake. — Então... ele não é mais um exilado.

— Ele não é mais um exilado. — Naruto repetiu, confirmando e vendo o sorriso da esposa se alargar. — Mas se você não soltá-lo ele será um homem morto.

A ex Hyuuga rapidamente abriu seus dedos e correu ao marido, abraçando-o pela cintura.

E Kakashi esboçou um sereno sorriso.

 

~NH~

 

Do castelo, Hinata e Naruto saíram de mãos dadas.

Ela pousava a outra mão, delicadamente, acima do punho dele.

Antes de dois segundos, visualizaram a presença de Menma Segundo segurando a mão de Hanabi.

A lady puxava o menino que esfregava as pálpebras.

Kurenai era beijada pelo marido Sarutobi, depois ele roubou a filha e ergueu bem no alto, girando-a, fazendo a menina gargalhar.

A azulada soltou o marido, e ergueu a saia do vestido pelos lados, apressando-se até eles.

Chegando até Hanabi, apertou-a pelos ombros, sacudindo-a, preocupada com a face da Hyuuga.

— Estou bem, nee-san. Meu nariz não ficará bom depressa, mas ficará. É o que importa. Digo o mesmo para minha mão.

Segurou sua mão enfaixada, a qual a Uzumaki percebeu apenas naquele instante.

Cautelosa, a Senhora abraçou a caçula, e em seguida, afastou-se dela e se volveu ao príncipe.

— E a mão do Menma-chan? — preocupadamente, a Senhora reparou.

Naruto chegou, cessando três passos atrás da pequena mulher.

— Também ficará melhor com o tempo, esperemos. — Hanabi respondeu tranquila, endossando o fato de que não se deveria criar preocupação a respeito.

Hinata se curvou e abraçou o menino.

Por cima do ombro da Senhora, Menma Segundo observou a imagem do Selvagem.

Ayla e as duas servas que compuseram o grupo de fuga conversavam com os servos sobreviventes.

Ayla ao avistar seus Senhores, se afastou do grupo e foi entregar Boruto ao Uzumaki.

— Muito obrigado.

O Selvagem a agradeceu, estando sujo, não queria carregar seu filho, todavia não resistiu.

Aproximou Boruto de seu rosto, e as pontas dos narizes se encostaram, e as mãozinhas gorduchas agarraram na pele das bochechas do loiro.

A perolada soltou o príncipe e endireitou a coluna; volveu-se ao marido e o pediu o bebê.

O Senhor a repassou o filho e a abraçou pelo ombro. Sua outra mão limpou uma lágrima da esposa.

Sacudindo o bebê levemente pra cima e pra baixo, a Uzumaki perguntou à irmã:

— E o rei Minato?

Hanabi comprimiu os beiços.

E o príncipe retornou a esfregar os olhos.

 

~NH~

 

Afastada de Menma Segundo, a lady Hyuuga contou à irmã e ao cunhado o que aconteceu na vila do rio.

Certa de que o casal Uzumaki cuidaria de Menma Segundo, Hanabi se distanciou da família e foi procurar por Moegi e Udon.

Minato se encontrava no interior de uma tenda de bandeiramento vermelho.

Caso grave.

Menma Segundo esperava oito metros distantes, sem desviar seu olhar da entrada da tenda, aguardando o momento que o médico saísse para avisar que o rei logo se recuperaria.

Distanciava-se da família Uzumaki que esperava a seis metros da tenda, ao lado direito.

Em um momento, Haku apareceu, deu um rápido cumprimento à família Uzumaki e foi ajudar no tratamento do monarca.

O Hidetoshi que seguia o servo, também cumprimentou a família Uzumaki, porém com mais calma e em seguida, introduziu-se na tenda.

A entrada daqueles dois homens não incomodou Menma Segundo, quanto mais gente adentrava a tenda, assimilava que mais ajuda médica o rei receberia. 

O Menma mais velho apareceu, colocando-se na frente do menino que ergueu a cabeça no mesmo instante.

O pequeno Namikaze saltou ao corpo do príncipe maior e foi segurado pelas mãos grandes e fortes de Menma.

— Onii-chan!

A criança enterrou o rostinho contra o peito de Menma. Lagrimou incessantemente, lamentando pelo mais velho não poder falar.

— Eu sinto muito, onii-chan. — Recuou o rosto, fitando os azuis do adulto. — Eu... ainda posso chamá-lo de onii-chan?

Menma assentiu duas vezes.

E retornaram a se espremerem em um abraço confortante.

Com o menino no colo, Menma caminhou à família Uzumaki, sorrindo-os, feliz em vê-los todos bem.

Hinata o abraçaria, mas estava com Boruto nos braços.

Ela e Naruto assistiram o reencontro dos príncipes. E a ex Hyuuga imaginou que o marido adoraria ser recebido com aquele tipo de abraço. 

O bebê bocejava pela terceira vez naquela noite. 

— Leve-os para se aquecerem em alguma fogueira. — Naruto pediu ao irmão. — Eu avisarei quando o rei terminar de ser atendido.

Menma Segundo se agitou no colo de Menma que o desceu.

— Quer que meu otou-san morra... para você ser o meu novo otou-san?

Menma deu um pequeno murro na cabeça do menor que colocou as mãozinhas no local atingido e buscou olhar no rosto do mais velho.

O menino reconheceu uma reprimenda na expressividade do Namikaze.

Hinata lamentou pelo que o pequeno príncipe concebia na mente.

Sem se alterar, Naruto respondeu a Menma Segundo:

— Se o rei morrer será muito triste. Eu não quero ver ninguém sofrendo. Se ele lhe foi um bom pai, ninguém vai tirar isso de ti.

Os beiços do príncipe menor sacudiram um pouco, e segurou a mão de Menma.

Menma conduziu Menma Segundo para algum acampamento que não estivesse muito cheio. Aguardou um pouco mais na frente, aguardando ser seguido pela cunhada.

Hinata então, antes de partir com Boruto, sorriu para seu marido, orgulhosa. E se direcionou aos príncipes.

 

~NH~

 

— Meus filhos...

O monarca murmurou.

A voz saiu em pura rouquidão.

Haku escutou, e lamentou que o rei estivesse desperto, porque o procedimento era doloroso.

Costurava a pele do monarca.

Nem o excelente remédio Hyuuga curaria aquela região.

O Hidetoshi observando a agilidade das mãos do Asano, perguntou ao médico assentado em um cantinho da tenda:

— Por que demoraram em iniciar os pontos?

O médico era Kusushi, e ele se expunha exausto.

Concentrando-se na pergunta, respondeu-o:

— Pelo analisado, a região do abdômen acumulou muita sujeira no tempo em que os órgãos ficaram expostos.

Haku, apenas pela sonoridade do profissional, reconheceu alguém que atendeu várias dezenas de pacientes, sem pausa.

Sem desviar sua vista de seu procedimento médico, o Asano pediu:

— Descanse, o senhor Hidetoshi e eu continuaremos assumindo.

— É que... — Kusushi piscou forte algumas vezes.

Foi como se naquele segundo lhe batesse a noção de que permitiu dois homens não classificados como médicos o ajudarem.

— E-eu devo contin....

— O Senhor está aí fora. — Haku o interrompeu. — Informe-o que eu pedi, ele o permitirá descansar, você precisa de um bom descanso antes de cuidar de um novo paciente.

Mesmo impregnado de hesitação, Kusushi assentiu levemente e se encaminhou tenda afora.

No progredir do tempo, e com o não retorno do médico, entendia-se que ele tirava seu esperado descanso.

O rei prolongava seus gemidos e seguia chamando pelos seus filhos.

— Buscarei o fogo.

Yomi avisou assim que viu o Asano finalizar os pontos, e se retirou da tenda.

Um minuto após a saída do Hidetoshi, Haku foi avisar ao Senhor que ele e a família poderiam entrar na tenda.

Depressa, Naruto foi avisar aos outros.

Momentos depois, Yomi regressava com uma tocha, no mesmo instante que avistou a família do Senhor adentrando na tenda.

Haku permaneceu do lado de fora, e vendo o Hidetoshi se aproximar, colocou-se na frente dele, impedindo-o de entrar.

— Tenho que queimar os pontos para não infeccionar.

— Acha que isso ainda deva ser feito? — Haku perguntou, com pesar.

E o abatimento caiu sobre o olhar do Hidetoshi a se emudecer.

Uma sessão de queimadura faria Minato morrer mais depressa, ainda se precisaria virar o corpo e repetir todo o processo nas costas.

O rei não suportaria. 

Yomi abaixou um pouco a tocha, e fitou o chão. 

Que Minato tivesse seu momento com a família, e se permanecesse vivo, o procedimento se daria continuidade.

Yomi e Haku se distanciaram da tenda, dando mais privacidade àqueles no interior dela.

 

~NH~

 

Menma Segundo adentrando na tenda desgostou em ver o rei extremamente pálido e dolorido.

Um pano cobria sua região atingida. 

— Não! Por que otou-san está assim? Ele deveria está melhor!

Reclamou o menino.

Abaixou-se ao lado direito do monarca, segurando o antebraço dele.

Minato sorriu um pouco.

Ah, como gostaria de ter seus dedos e poder acariciar o rosto dele, os cabelos...

Hinata se abaixou ao lado de Menma Segundo, exibindo Boruto ao rei.

O bebê enfiava a mão fechada na boca, babando-a por inteirinha.

— Estou muito grata por você salvá-los.

Ela agradeceu ao sogro, não se referia apenas à segurança da irmã e a de Boruto, ela incluía as servas e Menma Segundo.

Minato sorriu às palavras da pequena mulher, mas sua vista se fincou no herdeiro do Selvagem.

Que bebê bonito.

— Boruto quer agradecer...

Hinata interpretou após o bebê sacudir a mão babada na direção do avô, o que fez o rei sorrir mais.

Naruto deveria ter sido daquele jeito quando pequenininho.

— Apelido ele de Bolt, otou-san.

Menma Segundo revelou, esfregando as pálpebras.

— “Boruto é lindo Kushina, e Menma Segundo o ama e continua me amando, sou muito sortudo.”

Minato refletiu, e ao seu outro lado, o Menma mais velho se abaixou, vendo-o de mais perto.

— Pa-í.

O príncipe maior pronunciou.

Não precisava da língua para soltar aquela palavra.

O coração do rei se agitou e seus lábios tremularam.

E duas lágrimas de felicidade desceram.

Menma abaixou o olhar, coçando a bochecha, ficando sem jeito, diante a alegria do rei em ouvi-lo chamá-lo daquela forma. 

Naruto entrara no campo de visão do rei ao se aproximar e se posicionar ao lado da esposa, diferente dela, ele se manteve de pé.

Minato abriu a boca, mas não saiu nada dela, seu olhar ficou apenas admirando a imagem do Uzumaki.

Tinha tanta coisa para dizer, mas seu coração se acelerava e sua garganta se obstruía.

Talvez porque no fundo sabia que nada do que dissesse repararia tanto mal feito ao Uzumaki.

— Obrigado.

Com uma genuína sinceridade, Naruto agradeceu ao monarca.

E aquela palavra foi capaz de entregar uma nova onda de felicidade ao corpo do rei.

—  “Kushina, nosso filho me agradeceu”.

Cerrando suas pálpebras, Minato pensou.

— Menma Segundo... não se esqueça do que eu o falei... eu te amo... amo todos vocês... 

Sussurrou, enquanto sua mente se distanciava do presente, sentia-a se apagar, mas nada temia.

Enxergava-se passeando em um bosque florido, segurando a mão de Kushina, acompanhados de Naruto com esposa e filho, mais Menma carregando Menma Segundo nos ombros.

 

Uma família grande e feliz.

 

~NH~

 

De onde Haku e Yomi jaziam, escutaram um forte choro vindo da tenda.

O Hidetoshi jogou a tocha no solo, apagando as chamas.

Entendeu que não precisaria continuar o procedimento.

Distanciando sua atenção da tenda, o Asano perguntou ao Hidetoshi:

— Onde esteve nos últimos três dias?

— Em uma das aldeias. Eu... sei que não sou digno de tê-lo comigo... mas senti saudades. Estava me preparando para me aproximar de você... — Coçou a cabeça. — E acabei não saindo da aldeia, fiquei ajudando algumas pessoas de lá.

Uma simplicidade se impregnou no sorriso que o Asano desenhou.

— Não precisa me aceitar de modo romântico. Estou satisfeito se me permitir visitá-lo. — Yomi seguiu falando. — Ou se você puder ir mais vezes à Kami no kuni.... eu só quero que faça parte da minha vida de algum modo, mas por favor, não me abandone.

Ajoelhou-se como um servo faria diante um Senhor, ou um cavaleiro honrado para um rei.

As mãos do servo descansaram pelos lados da face de Yomi, o perdoara desde que o viu usar a hipnose, a maior prova de que o sentimento do Hidetoshi era puro.

Reconhecendo o valor daquele sacrifício, Haku deu um beijo de leve nos beiços do homem e o pediu para se levantar.

— Eu sei que não pareço muito empolgado... — O Asano falou. — Mas nesse momento...

— Não se justifique. — Yomi de pé, abaixou a cabeça um momento, de pálpebras fechadas. — Compreendo perfeitamente. Também não pareço comemorativo, mas contenho um festejo dentro de mim.

E eles ficaram quietos, lado a lado. 

A informação de que Yomi Hidetoshi sabia usar a hipnose já deveria estar se espalhando.

Mesmo que não fosse um problema, um servo jamais poderia deixar o feudo. A relação deles sobreviveria na base de visitas? Até quando? O Hidetoshi não abandonaria as pessoas da cidadela. 

E como o povo encararia a relação deles?

Muitas questões, muitas problemáticas.

Todavia, naquele curto momento, não disseram nada, assistiram ao inicio da madrugada. 

 

~NH~

Duas semanas seguintes

Dia 2 de Dezembro

Quinta feira

~NH~

 

Foram dias de extenso trabalho para os exércitos que enquanto permaneciam no feudo Hyuuga-Uzumaki ajudavam na reconstrução das localidades mais atingidas pela guerra.

Várias regiões da cidade principal corriam o risco de desmoronamento, por conta dos imensos túneis cavados pelos sem-reinos.  

Os túneis fragilizaram o solo em pontos divergentes e muitos deles passavam sob habitações.

Marcações por meio do uso de bandeiras alertavam as regiões de perigo.

Muita reforma seria feita, mas não daria tempo de concluí-la antes do final daquele ano.

Por enquanto, a prioridade se concentrava na retirada dos cadáveres das vítimas dos sem-reinos.

Procurar no subterrâneo, cautelosamente, para não piorar a fragilidade do solo, exigia severa concentração.

O deslocamento das pessoas cujas habitações se encontravam em área de risco se finalizara nos três primeiros dias.

Numa manhã outono-invernal, o povoado de todo o feudo, contornado por diferentes exércitos, aglomerava-se na esplanada.

O casal Uzumaki se posicionava de frente à multidão, e de costas ao templo.

Embora ainda não nevasse o manto de inverno acobertava os ombros da pequena mulher, cobrindo também parte do vestido azul claro.

Naruto não usava seu manto de Senhor, nem sua coroa. Suportava o frio somente com o roupão e calça comprida.

Suas botas e luvas de couro eram suficientes.

Os dias se tornavam cada vez mais frios, conforme o fim de dezembro se aproximava.

Era ali, naquele lugar, onde anunciaram o casamento, que também anunciariam não comporem mais o senhorio do feudo.

Naquela manhã, todos ansiavam em assistir a punição de Mei Namikaze.

Os exércitos estavam preparados para retornarem aos seus lares, contudo, não partiriam das terras sem antes testemunharem a morte da perversa rainha. 

Em vista daquilo, o casal Uzumaki decidiu que os exércitos também não poderiam partir sem antes saberem da verdade.

Naruto e Hinata queriam que a notícia se espalhasse o quanto antes pelo continente dos reinos.

Fortemente, a ex Hyuuga apertou a mão do marido e revelou em alto e bom som:

— Atenção, todos! Me casei com Naruto Uzumaki em uma abadia situada na vila do rio. Um dia antes de retornar com ele ao feudo Hyuuga!

No princípio, o silêncio se perpetuou, antes que qualquer um considerasse ser uma brincadeira, a expressividade severa da ex Hyuuga espantou a cogitação.

O impacto sobre o povoado foi desagradável.

A noção contida na verdade foi assimilada quase ao mesmo tempo pelos ouvintes que explodiram em uma cacofonia de vozes.

Uma zoada nada entendível se estabeleceu.

Pela lateral das orbitas, o Selvagem observou o perfil de sua pequena mulher.

Ela rapidamente o esboçou um sorriso, mostrando-o estar tudo bem.

As mãos do casal permaneciam unidas.

E ele compreendeu que estando ao lado dela, era tudo o que ela necessitava.

Quase vinte minutos, a barulheira se reduziu.

Na primeira fileira do publico, Moegi ao lado de Udon aproveitou o momento, perguntando em um grito:

— Significa que a Senhora será punida?!

Em seguida, uma explosão maior de cacofonia de vozes aconteceu, assustando a menina que agarrou o corpo de Udon.

Os guardas da fileira a separarem o publico do casal Uzumaki chamaram reforços.

A perolada sinalizou com as mãos, pedindo silêncio e calma, preocupando-se com as crianças em meio à multidão.

Infelizmente, o povo não correspondeu ao pedido.

Rostos desesperados, enraivecidos e sofridos se amontoavam contra a fileira de guardas, a qual aos poucos recebia mais membros de armadura para reforçar a segurança.

Em algum lugar em meio à multidão, Aoba gritou:

— EU NÃO VOU DEIXAR, IMPEDIREI QUE A SENHORA SEJA PUNIDA!

— SE SAÍMOS DE UMA GUERRA, COMEÇAREMOS OUTRA! A SENHORA NÃO PODE SER PUNIDA! — gritou Tamaki, em meio às lágrimas. — NEM O SENHOR UZUMAKI, ELE É UM BOM HOMEM! — apertou as mãos, recordando-se do quanto Kiba lhe dissera coisas boas dos Selvagens. Em memória de Kiba, ela defenderia Naruto, e sua bondosa Senhora. 

A gritaria e a sacudida revoltosa do publico se delongaram por minutos.

No término de vinte minutos, a fileira de guardas recebeu um engrossamento de mais duas fileiras de cavaleiros.

Os habitantes almejavam contornar o casal Uzumaki para formar um imenso escudo humano.

Kongo e Mizore abriram o berreiro, tentando enfiar na cabeça das pessoas que o casal jazia seguro.

As laterais do espaço onde os Uzumakis jaziam também eram protegidas por fileiras de guardas, e prevalecia maior concentração de guardas naquelas duas regiões porque entre elas os convidados de honra se distribuíam.

Eles tinham assentos especiais, para terem uma melhor visão do lugar onde Mei Namikaze seria torturada.

Fuyunoyo, um dos membros do Conselho dos anciões, teve permissão para passar pela lateral direita e lentamente se dirigiu ao casal Uzumaki.

Ignorou a cara fechada do loiro ao fitá-lo e se colocou na frente dos dois, esperando que as pessoas se acalmassem.

A perolada se afastou do marido, aproximando-se da fileira de guardas à frente, implorou, sinalizando de modo mais acentuado, pedindo que todos se acalmassem.

Seus perolados que começaram a lacrimejar surtiram efeito nas pessoas situadas nas primeiras fileiras.

Em um efeito dominó, as pessoas atrás foram se silenciando.

Fuyunoyo avaliou o quanto o povo ligava para como a Senhora se sentia.

Aquelas pessoas que até então se encontravam ansiosas para assistirem a punição de Mei Namikaze, esqueceram o evento rapidamente, mais preocupadas em salvar o casal Uzumaki.

Concentrando-se, Fuyunoyo aproveitou o silêncio:

— Até alguns segundos atrás era o plano do Conselho do clã punir o casal Uzumaki por desonrar o trono.

As pessoas prontamente elevariam suas vozes, entretanto, Hinata novamente sinalizou de modo desesperada que mantivessem o silêncio, caso contrário, nunca sairiam dali.

O membro do Conselho prosseguiu:

— Diante a fúria da população, não criaremos uma guerra quando mal saímos de uma.

— “E mesmo que se passasse muito tempo, não deveriam criar guerra alguma.” — Hinata pensou.

— O Conselho concederá o ato de benevolência, contanto que o casal Uzumaki não viva mais no feudo.

— Eu não planejava viver aqui.

Naruto revelou em voz alta, mostrando que não cumpriria aquela punição por temor e sim porque fazia parte dos seus planos.

Fuyunoyo nada falou e assentiu ao publico, despedindo-se.

Refez seu caminho.

— Olha ele indo embora com o rabo entre as pernas. — Sakon falou agachado, agradava a cabeça de Akamaru.

O Sakuya se situava ao lado direito da entrada do templo.

A região entre o frontal da construção sagrada e o espaço onde o casal Uzumaki se localizava, desprovia-se de guardas.

A formação dos guardas desenhava metade de um circulo.

À direita do jovem Selvagem, Hanabi e Shibuki jaziam de mãos dadas.

Ele se tornou uma sombra dela bem maior que Kimimaro.

Desde o momento que viu o rosto enfaixado da Hyuuga, o senso de proteção do monarca aumentou imensamente.

Hanabi se sentia sufocada na maior parte do tempo, todavia, o Chiba aceitou como pagamento a ajuda de Kimimaro contra os sem-reinos, liberando-o da pena, não mais o considerando um prisioneiro de Takigakure.

Mesmo que significasse receber o ódio das famílias dos takis mortos pelo ex prisioneiro, Shibuki tentaria compensá-las de todos os modos possíveis, porém não voltaria atrás com sua palavra.

E Hanabi não via outro modo de agradecer ao monarca a não ser aceitar todo aquele carinho e proteção que ele lhe fornecia.

Shibuki pagou um preço muito caro por ela.

E ele era bonito.

— “Não será tão ruim casar com ele.”

Ela considerou.

O tempo a diria se ele seria uma pessoa com quem pudesse compartilhar seu segredo, seu gosto pelo uso da espada, ou se ele seria contra, por temer que ela se machucasse.

— Estaremos partindo hoje mesmo. — Hinata avisou ao seu povoado. — Antes que a neve caia com força.

Udon e Moegi conjuntamente se expressaram em sofrimento.

— Decidimos ficar até hoje para assistirmos a punição de Mei Namikaze.

A Uzumaki acrescentou, em meio aos sons descontentes de seu povo.

Entre aquelas pessoas, ela reconhecia várias faces de aldeões aos quais tanto visitara.

Naruto envolveu o ombro de sua esposa, sua mão acariciou-a levemente naquela região.

Desprender-se dos habitantes do feudo era se separar de uma família, o Selvagem compreendeu.

— Agradeço a todos. — Ele elevou voz. — Aguardemos a punição da rainha.

Dito aquilo, o Selvagem mantendo a mão no ombro da esposa, a conduziu à lateral direita da esplanada, após passarem entre guardas, sentaram-se um ao lado do outro.

Ashina e Dokku se acomodavam nos assentos vizinhos aos do casal Uzumaki, o primeiro em sua concentrada paciência, e o segundo, impaciente para ver a morte da ruiva.

O loiro reparou o outro lado da esplanada, na qual em assentos reservados sentavam o casal de Iwagakure e Mui.

Em Suzumebachi se percebia a impaciência para a chegada de Mei.

No marido da rainha iwa, apenas o desejo de que o dia passasse rápido, para retornar ao lar.

Mui se esforçava em não transparecer impaciência, mas falhava ao dar uma balançada, ora se inclinava à direita, ora à esquerda.

Hinata comentou ao marido:

— Pelo visto, para eles não fez diferença sermos ou não Senhores oficiais.

— Para eles, nesse momento o que mais importa é ver a morte de Mei, hoje nenhuma outra notícia ocupará a prioridade na mente deles. — Naruto verbalizou.

A azulada segurou a mão do esposo, concordando.

O espaço vazio da esplanada começou a ser ocupado por guardas que espalhavam alguns objetos de tortura, o que despertava agitação no povoado.

O ex Senhor receou que a esposa passasse mal assistindo a tortura da Namikaze.

A seleção dos instrumentos de tortura foi realizada por cinco carrascos.

Conheciam até que ponto torturar sem que o condenado morresse. Todavia nunca torturaram uma mulher e precisavam considerar a condição física entre o corpo feminino e um masculino. 

A primeira questão a ser debatida foi o local de punição.

Levaram-se uma semana até estabelecer o modo de punição da ruiva.

A prioridade seria entregar a prisioneira nas mãos de Menma que era o novo rei de Namikaze.

Menma não negou o trono, e mesmo sabendo que deveria levar Mei para ser morta diante o povo que restou da cidade principal de Namikaze, concedeu a honra ao seu irmão, permitindo que a ruiva fosse morta no feudo Hyuuga.

A punição final seria a morte, e a população almejava que ela fosse morta na fogueira, mas aquele tipo de morte se reservava às bruxas.

Por tamanha perversidade da ruiva, os habitantes acreditavam que ela jazia possuída por alguma entidade demoníaca.

Mas não.

O que existia em Mei era apenas um coração rancoroso, vencido pelo ódio e que criou uma mente doentia.

 

Era a personificação da crueldade humana.

 

A forca seria o destino final de Mei Namikaze.

— Gostaria de ir ver Boruto? — Naruto perguntou. 

— Não precisa. — Hinata negou, em voz calma.

— Tem certeza?

— Sim, querido. — Ela acariciou o braço de Naruto. — Eu não suportei ver Toneri sendo torturado por você, mas era porque mesmo que eu o detestasse naquele dia, eu lamentava pelo que ele se tornou. Eu sentia falta do Toneri que conheci na infância. Mas quanto a Mei Namikaze... nada sinto. Ela era perversa antes mesmo de você nascer.

Ele passou os dedos pelas madeixas laterais do rosto feminino.

— Tudo bem, apenas não se sinta obrigada a assistir a tortura. Se quiser ir ver nosso filho...

A pequena mulher meneou o rosto, negando-se a partir:

— Ele estará bem com as servas. Deixarei que elas o aproveitem por mais tempo, é o último dia dele com elas. — Suspirou, cruzando os braços sob o manto. — Como dei de mamar antes de sair do castelo, demorará até ele querer mais. — Um pouco triste, acrescentou: — Já deu pra perceber que ele não está mamando com frequencia.

— Sobra mais pra mim. — Naruto sussurrou, atando um pequeno sorriso.

— O que disse, amor? — ela virou o rosto, fitando-o curiosa.

— Nada não. — Desconversou: — Não chamará sua irmã?

Os azuis localizaram a cunhada perto da entrada do templo.

A esposa seguiu a direção dos orbes azulados e acenou à irmã, Hanabi ao observar a Uzumaki, sorriu-a correspondendo ao gesto. Informou ao marido:

— Ela me disse ontem que ficaria afastada dos lugares reservados. Anda evitando ficar perto dos convidados de honra ou em locais muito à vista de várias pessoas, por causa do rosto.

A faixa cobrindo o nariz chamava muita atenção.

— Por isso ela não saiu muito do quarto... nos últimos dias. — Hinata acrescentou, um pouco hesitante.  

— Os convidados de honra nem ligaram para nossa noticia e quando Mei estiver sendo torturada ninguém vai ligar pra cara dela. Ela poderia sentar com a gente.

— Poderia, mas parece que ela está bem melhor lá. — A perolada verbalizou, observando as mãos da irmã no braço do rei Chiba.

Naruto deu um meio sorriso, quase não acreditando que Shibuki estava conseguindo conquistar a Hyuuga.

Do outro lado da esplanada, a ex Senhora identificou a cabeleira loira do cunhado.

Menma sentou atrás do casal Iwa.

— Querido, Menma não estaria fazendo companhia para Menma Segundo?

Naruto se atentou ao irmão, e respondeu-a:

— Se ele deixou Menma Segundo sozinho foi a pedido do mesmo.

Hinata assentiu.

Guardaram-se em silêncio, pensando na noite anterior quando Menma Segundo pediu para visitar a rainha.

Ele pediu se ajoelhando em uma perna, diante o pai biológico.

Ele queria visitá-la sozinho.

E Naruto concedeu o desejo do pequeno príncipe, mesmo a esposa reprovando.

Menma Segundo não falou nada desde que saiu do calabouço.

Contornando uma parede do templo, Haku e Yomi chegaram perto de Akamaru, Sakon, Hanabi e Shibuki.

Os dois recém-chegados pararam ao lado do cão, e o servo perguntou:

— Eles já anunciaram?

— Acabaram de fazer isso. — Sakon respondeu, pondo-se de pé. — Um ancião do Conselho Hyuuga veio dizer que não irá puni-los, mas a gente sabe que se os Selvagens quisessem lutar pelo trono não seria difícil, afinal a população toda estaria a favor deles.

— E quanto a Yomi? — Haku perguntou, percebendo tardiamente o modo íntimo pelo qual se referiu a ele. Corando levemente, refez sua pergunta: — E quanto ao senhor Hidetoshi?

O jovem Selvagem evitou fazer uma provocação, e respondeu-o:

— Aquelas duas crianças não falaram nada até agora, e nem mesmo aquele senhorzinho que estava com a gente naquele dia. — Sacudiu os ombros. — Continuo na minha, falarei se me perguntarem. O taki que estava com a gente deve estar seguindo o mesmo que eu.

— Ele me avisou. — Shibuki revelou, mantendo seu olhar nas costas do casal Uzumaki. — O desobriguei a falar, assumo a responsabilidade daqui por diante.

Hidetoshi e Haku fixaram apreensivos suas vistas no perfil do Chiba.

Hanabi virou o rosto na direção dos dois, sorrindo-os:

— Ele não irá entregá-lo, Sr. Hidetoshi. Agradeço por salvar Moegi e Udon, eles são duas crianças leais, sei que não dirão nada. Se o senhor Ranka resolver abrir a boca, pode ter certeza que terá quem o defenda.

O Hidetoshi se curvou em direção à lady e ao rei, agradecido.

Shibuki se manteria em silêncio, por Hanabi.

O coração do Asano se acalmou.

Yomi esboçou um sorriso sereno, endireitando a coluna.

As pupilas de Haku se dilataram quando avistou Menma.

Pediu licença aos demais e contornou aquela região da esplanada, por trás da fileira de guardas até chegar aos lugares reservados, curvou-se na presença dos convidados de honra.

Menma ao perceber a presença do Asano, levantou-se rapidamente.

Haku procurou alguma coroa ou manto Real no novo rei de Namikaze, acreditou que ele usaria os itens da realeza pertencidos ao falecido pai.

Menma não quis usá-los.

Apesar de que decisões importantes já lhe fossem dirigidas, usaria os pertences de rei somente quando passasse pela cerimônia oficial.  

O loiro rapidamente sinalizou, significando um pedido para o servo segui-lo.

O Asano entendeu de modo rápido, e foi guiado para um lado do templo.

Menma desprendeu de seu cinturão um pergaminho e o estendeu ao servo.

Haku intencionou desenrolar o pergaminho, mas as mãos de Menma seguraram os pulsos dele, envergonhado, o loiro meneou o rosto, não querendo que o servo lesse em sua frente.

— Tem certeza? Eu gostaria muito de fazer isso, não sei o que é, mas eu... posso querer lhe perguntar algo.

As mãos do Namikaze se afastaram dos pulsos do Asano, lentamente.

Os azuis se mantiveram no piso, enquanto o dono deles aguardava o servo em ler o pergaminho:

 

 

Antes de ser punido pelo meu irmão eu estava apaixonado por minha cunhada. Mas ela nunca soube desse meu sentimento.

Quanto a você, nosso lance começou na noite da festa de casamento e terminou antes mesmo do amanhecer.

A culpa me pesou, eu queria seu perdão, no inicio eu queria ser somente seu amigo porque gostei de conversar contigo.

Quanto mais tempo eu passava sem o seu perdão, mais eu pensava em você. Quando olho para aqueles dias, acredito que eu já tinha vontade de ter algo íntimo contigo.

Deixei a paixão por minha cunhada acobertar essa parte do meu coração.

Ou talvez entreguei mais dos meus sentimentos a ela para tentar ocultar essa vontade de me deitar com um homem.

Entendo que aquele beijo, não o da noite que nos conhecemos, e sim o beijo que demos durante a guerra dos sem-reinos, foi um momento de impulso, estávamos em perigo, e a ideia de que um de nós poderia morrer nos assombrava.

Agora estamos calmos.

Em paz.

Não se preocupe. Não acendi uma esperança para nós dois, a partir do momento em que o vi com Yomi Hidetoshi.

 

 

As trêmulas mãos do Asano enrolaram o pergaminho, os ébanos brilhavam pela emoção e o lacrimejar.

— Obrigado por ser sincero comigo.  Fiquei com tanto medo de conversar com você.... depois de tudo, eu realmente me senti culpado, acreditando que alimentei uma falsa esperança.

Menma de pacato sorriso jazeu paciente pelas palavras do servo.

Haku venceu a vontade de chorar.

Espremendo o pergaminho enrolado, continuou:

— Você está certo, nossa história começou com uma noite, depois disso é inegável que sentimos falta um do outro. O que temos é uma paixão. Com Yomi convivi por meses e desenvolvi com ele um sentimento a mais que paixão. Se eu lhe desse uma chance, não me admiraria que começasse a amá-lo, mas já escolhi Yomi.

Menma assentiu. Não podia negar que doeu. Valeria a pena enfrentar o julgamento da sociedade para viver com Haku. Mas, respeitaria a escolha do servo.

Os dois se fitaram por um momento.

— Eu posso ficar? — Haku perguntou, elevando o pergaminho à altura do peito. — Quero guardar como uma doce lembrança.

Menma permitiu em um assentir de leve.

De sorrisos e meigo olhares, despediram-se formalmente, Haku retornou a se pôr ao lado do Hidetoshi, e Menma, ao seu lugar atrás do casal iwa.



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