História Casal Hollywood - GaaIno - Outra vez

Ino não foi embora para Europa, o filme ia seguir a história original e isso causou alivio nos produtores. Estava feliz por não deixar o filme, mas com isso ganhou um namoro falso com Gaara, o que não era nada agradável, afinal ele sempre brincava com ela, e ela não sabia o que era real.

Mas quem podia culpa-lo? Ele nasceu interpretando a vida de tantas pessoas. Na verdade nada em sua vida era muito real, suas namoradas sempre foram por causa de marketing, nada á mais. Por isso nunca se deixou levar pelo coração. Odiaria ter que deixar uma garota que realmente gostasse por uma que nem se quer conhecia apenas por propaganda.

Matsuri tinha razão em acordar Ino do mundo de fadas, afinal o mundo de Gaara era bem diferente do dela. Mas agora a Yamanaka esta de volta e ele sem motivos para odiá-la... Porque nunca a esqueceu? Porque ela mexia com ele? Se questionava toda vez que a via.

Gaara nunca deixou se levar pelas emoções, sempre foi centrado e agia unicamente pela razão. Tornou-se frio, sério, arrogante, ninguém sabia o que se passava ou o que pensava. Seu único foco era sua carreira, não tinha espaço para nada e ninguém até atingir seus objetivos.

Por isso se achava egoísta em relação à Ino, mas não conseguia mudar. Ele era tão neutro e ela cheia de cores. Pensou apenas uma vez que não era bom o suficiente para ela, mas isso foi substituído por títulos como “sonhadora demais”. “patricinha demais”, não servia para ser seu par, a não ser no filme.

Ino chorou várias vezes e Gaara sabia que foram mais vezes do que ele tinha visto. Suas vidas seriam melhores sem que os dois tivessem se conhecido, pensava.

– Vamos Gaara, vamos nos atrasar se continuarmos aqui. – Ino puxou-o pelo pulso em direção à garagem. Estavam atrasados para o encontro com Kurenai, era a noite de sábado.

Chegando à garagem, Ino foi direto para a lamborghini Gallardo verde limão. Sem saber, escolheu o carro predileto de Naruto. Um carro nem um pouco chamativo.

– Ai. – Naruto chamou a atenção dos dois. – Vocês vão com esse carro mesmo? – Ele já estava na garagem esperando os dois.

– Muito chamativo? – Brincou a loira, Naruto se surpreendeu, aliás, não sabia mais o que esperar da loira, desde á noite passada ela e Gaara não estavam mais os mesmos.

– Sabe muito bem que nada é muito chamativo pra mim. – Comentou.

Naruto era o tipo de "famoso" que sempre é o centro das atenções por onde quer que vá, e não eram os carros ou o estilo Uzumaki que chamavam atenção, o próprio loiro chamava atenção por si só, o resto era só complemento.

– Mas pra vocês dois... – Os encarou abraçados, Gaara com o braço nos ombros de Ino e nada fez sentido. – Tudo bem... Eu vou com a moto buscar Hinata de novo. – Aquilo estava estranho de mais. Quando ia ver a Yamanaka e o Sabaku juntos? NUNCA.

– Valeu maninho. – Sorriu e correu para o carro, logo depois o ruivo entrou no carro rindo.

– Que estranho. – Comentou sozinho dando a partida na moto.

– Você viu a cara do Naruto? – Ino riu dentro do carro.

– Uma noite brigam e outra eles aparecem abraçados. – Repetiu o que o loiro devia ter pensado.

– Temos que treinar, tudo é encenação. – Reforçou. – Acho que escolhi um carro muito chamativo. – Rui observando os olhares cobiçosos sobre o carro. – Está todo mundo olhando. – Comentou observando os homens babarem pelo carro luxuoso de Naruto.

– Mas é pra olharem. O carro, não você! – A encarou e a viu virar a cara. – Você ficou sem graça. – Comentou rindo.

– Não fiquei não. – Disfarçou rindo, tinha ficado sim sem graça.

– Sabe que você está linda hoje? – Perguntou de propósito para a garota ficar mais sem graça do que já estava. – Aliás, você sempre está linda. – Riu a vendo ficar mais vermelha. – Não sabia que ficava envergonhada tão rápido. – Olhou novamente.

– Para com isso Gaara. – Lhe bateu pela brincadeira. – Não estou envergonhada, só sem graça porque está brincando comigo, como sempre. – Revirou os olhos e encarou os repórteres que já apareciam.

– Me diz. – Ficou sério. – Você ia embora ontem por mim? – Perguntou.

– Não importa mais. – Suspirou ainda olhando a rua. – Sinto muito pelo Sasuke, eu odeio aquela garota – se referiu a Matsuri – e você a trouxe com você, queria que não fosse assim. – Revelou encarando suas mãos que estavam sobre suas pernas.

– É uma das coisas que mais admiro em você. – Comentou. – Não esperava sinceridade. – Ficou pensativo. Ela revelou que ele mexia com ela, o que isso queria dizer?

– Quando eu te conheci disse que não gostava de mentiras. – O lembrou. – Você não é sincero? – Perguntou avistando o estúdio e os repórteres que os aguardava.

– Vamos dizer que gostaria de ser o tanto quanto você é. – Explicou. Queria poder ser sincero com a loira, que entre todas as brincadeiras, sentia algo por ela. Não sabia ao certo o que sentia, mas não era para ser ignorado.

Entrou com o carro pelo estacionamento da entrada principal, pela primeira vez. Ambos queriam mostrar que estavam juntos. Seria mesmo o certo? Não tinham mais como esconder, todas as vias de comunicação falavam deles.

Enquanto deixou o carro para o manobrista estacionar, Gaara saiu do carro e abriu a porta do carro para Ino. Todos os olhares permaneciam atentos a cada passo do casal. O portão ainda se fechava lentamente. Todos os fotógrafos atentos, cada passo um flash.

– Pelo jeito estamos sendo monitorados. – Riu abrindo a porta para a loira. Aquilo não era novidade pra ele, mas quis descontrair.

– Acho que sim. – Riu também. – Nunca pensei ver essa cena. – Comentou dos dois estarem juntos, como um casal.

– Muito menos eu. Vem cá. – Disse puxando ela pra mais perto pela cintura. – Bônus para os repórteres. – Disse no ouvido da loira e a beijou.

O portão ia se fechando e os repórteres estavam loucos para conseguir uma foto dessas e quase perderam por causa do portão fechando.

– Você é louco de fazer isso aqui. – Riu o abraçando. Flashes desesperados passavam entre as frestas do portão que se fechava.

– Louco só se for por você. – Brincou enquanto entravam no estúdio, abraçados. Atraiam olhares surpresos por estarem juntos, afinal eles sabiam a rotina infernal que era os dois juntos.

– Até que enfim meu casal chegou. – Kurenai os recebeu com um sorriso amigável, mas impaciente. – Quero tratar de um assunto muito importante com vocês. – Disse indo até a sala de reunião em passos largos.

– O que tinha de tão urgente. – Ino perguntou preocupada.

– Vamos viajar para o Canada. – Comunicou.

– Ótimo. Da última vez que fui lá nem pude aproveitar. – Comentou feliz. Ela e o ruivo terão enfim um tempo para os dois, quem sabe para acertar as coisas. – O que você acha Gaara? – Perguntou a opinião do ruivo.

– Acho que é uma ótima ideia. As paisagens, a neve, vão dar boas cenas para a parte solo da Blair. – Comentou sobre as cenas separadas que a personagem da loira faria.

– Um detalhe eu não vou, Jiraya vai. – Informou sem sorrir.

– Ótimo cuidado redobrado na Ino. – Murmurou. A loira riu pelo comentário.

– Você não me deixou terminar Gaara. Você também não vai. – Disse para a surpresa de ambos.

– Como assim ele não vai? – Perguntou inconformada, isso estragaria todos os seus planos.

– Ino eu sinto muito, mas os produtores ficaram preocupados com a sua inconstância no filme e com medo eles encurtaram a data para a entrega do filme. – Explicou, mas não convenceu Ino.

– Não tem outro jeito Kurenai? – Perguntou sério. Kurenai negou. – Quanto tempo?

– Dois meses, talvez mais... Ela tem muito que fazer por lá, sessão de fotos, várias gravações. – Tentou explicar.

– Pra que tanto tempo? As cenas da Blair eram de uma semana. – Ainda discutia com a morena. Não queria se ver longe do ruivo novamente. Não agora.

– Sinto muito, eu não faço as regras, mas ainda temos que esperar uma semana até os equipamentos chegarem lá e uma semana para levá-los de volta pra cá.

– Pra que tudo isso afinal? – Na sua mente não fazia sentido e tinha certeza que para Kurenai também não fazia, mas ela seguia ordens. – Se é pelo filme, por que não manda por e-mail? – Sugeriu.

– Jiraya quer assim. – Disse apontando para o homem que adentrava a sala.

– Qual é Jiraya? Quer mandar a Ino para o Canada por todo esse tempo por quê? – Perguntou sério e aparentemente irritado.

– Assim é melhor para o filme. É bom pra todos. – Sentou-se à mesa com ambos e voltou a falar. – Hoje vocês estão bem, amanhã vai acontecer algo para brigarem novamente e temos que ser profissionais.

– A Ino não vai! – Impôs. Se levantou olhando o homem a sua frente.

– Está decidido, ela vai e ponto. – Bateu na mesa. – Tenho mais o que fazer. – Levantou e andou até a saída.

– Bom, posso fazer uma coisa. – Chamou a atenção de ambos que permaneciam em silêncio. – No estúdio vizinho temos um dos mais reais cenários de neve dos Estados Unidos. É inútil pra nós que vivemos em um país que neva, mas parece apropriado. – Comentou sabendo que era errado. Estava passando sobre as ordens de Jiraya, mas valia por eles.

– Seria ótimo. – Ino abraçou a morena.

– Obrigada Kurenai. – Agradeceu com as mãos no bolso.

Ino e Hinata conversavam no refeitório, viram Matsuri passar com a cara fechada, talvez pelas noticias que não paravam de passar da TV Entreteriment' do mais novo Casal Hollywood.

– Gaara preciso falar com você. É urgente. – Matsuri puxou o ruivo para o corredor. – Não posso deixar para depois. – Informou puxando-o para o estúdio de gravação.

– Fala Matsuri, o que quer? – Avistou se o áudio estava ligando, estava desligado ninguém lá fora podia os ouvir, só podia os ver, mesmo assim por uma janela escura.

– Eu vi que está com a Yamanaka, mas antes de ser algo mais sério, tenho que te dizer que nunca perdi as esperanças...

– Matsuri. – Ele tentou a interromper, mas sem sucesso.

– Eu sei que sou capaz de te conquistar, posso te garantir, jamais farei você sofrer. Sei que não sou melhor que a Ino. – Respirou fundo. – Mas basta você me dar uma chance para eu poder te provar o quanto eu te amo. Todos nossos encontros casuais e na frente das câmeras foram mais que encenação, eu me apaixonei.

Matsuri confessou o amor que sentia por Gaara, sentia que perdia desde que soube que Ino iria gravar um filme com ele. Sabia que a loira conseguia tudo o que queria, e mesmo sem intenção, a loira conseguiu a atenção e a afeição do ruivo, mesmo ele não admitindo.

– Nunca imaginei ouvir isso, de você. – Gaara estava em choque, não sabia que reação tomar diante dessa situação. Sabia que a garota tinha uma queda por ele, mas não esse penhasco. – Não tenho condições de dar nenhuma chance. – A encarou ainda sério com as mãos no bolso. Adotou uma postura séria, não queria dar esperanças a Matsuri, nunca quis.

O almoço havia acabado Ino passou pelo estúdio de som, estava indo para o camarim. Não estava à procura do ruivo, mas acidentalmente o viu o falando com Matsuri.

Algo lhe disse para interromper, mas resolveu parar e ver o que estava acontecendo. Não sabia se era o certo, já que uma parte de si teimava em confiar no ruivo e sair dali. Mas sua curiosidade foi mais forte, ficou quieta, apenas observando.

– Não entendo. – Dizia aparentemente confusa, afinal eles se davam bem. – Por quê?

– Entenda Matsuri. Estou com a Ino. – Não dava pra ver ninguém do lado de fora. O ruivo continuava sério, não sabia que reação que tomar.

– Está com a Ino pelo filme. Só. – Tentava convencê-lo do contrário. – Podemos ficar escondido, até o filme acabar pelo menos. – Propôs.

– Não Matsuri. Estou sério com a Ino agora. Não é mais fachada. – Disse sério a encarando. A loira permanecia apenas observando pelo vidro, não conseguia os ouvir.

– Desde quando está com ela? – O semblante era de uma tristeza que beirava a raiva, mas Matsuri manteve a postura e tentava mostrar o mínimo possível do que sentia.

– Você faz mal para a Ino, não vou ficar entre vocês. – Sim foi sincero com a morena, não queria ser cruel, mas era preciso para acabar logo com isso.

– Se estou sem chances com ela aqui...

– Matsuri, Ino sempre estará em primeiro lugar pra mim. SEMPRE. Mesmo que ela não esteja. – Lhe interrompeu. Precisava ser cruel, ela não dava escolha.

– Bom, se ela é sua escolha posso te pedir um beijo? – Pediu se aproximando. Gaara a pegou pelos cotovelos, firme, mas sem machucar.

– Da última vez me pegou desprevenido. Dessa vez não. – Disse a olhando nos olhos, mas ela desviou o olhar. Ino que via tudo na janelinha engoliu seco, ia abrir a porta, mas não conseguiu, precisava ver com os próprios olhos.

– Não importa. – Disse lhe abraçando. Ino se afastou da janela, sabia o que seria o próximo passo e não quis ver.

– Você é louca Matsuri. – Tentou a afastar.

– Nunca vou aceitar vocês juntos. – Segurou seu rosto e lhe beijou.

– Vou me certificar que não pise mais no estúdio após o filme. – Disse furioso saindo do estúdio de som.

Não era a primeira vez que a loira viu essa cena acontecer. Por que teve que ser tão curiosa? Por que não os interrompeu? Por que se deixou apaixonar pelo Sabaku? Perguntas difíceis de responder.

Andou pelo corredor até bater contra Hinata que a abraça. Ino teria que contar o que tinha acontecido e não hesitou, Hinata era sua melhor amiga e entenderia. Confessou pela primeira vez que gostava de Gaara e estava insuportável conviver com mentiras.

– Não pode agir assim com a cabeça quente. – Hinata tentou fazer a amiga pensar.

– Tenho certeza do que estou fazendo. – Disse indo para o escritório de reunião voltando na direção oposta na que vinha antes. – Quer que eu fique para ser enganada mais quantas vezes? – Seus olhos encheram de lágrimas, não aguentava mais.

– Eu não aguento te ver assim... – Se revoltou vendo a amiga se afastar a passos largos.

Ino passou por Gaara sem nem ao menos parar, mas ele não iria deixa-la ir, a segurou pela mão e perguntou:

– Ino o que aconteceu? – Estava sério.

– Nada. – Respondeu sem o olhar, não conseguiria então voltou a andar.

– Pensei que estávamos bem. – Tentou acompanhar seus passos.

– Eu também. – Ele sabia do que ela estava falando. – Surpreso? Eu também. – Disse indo embora. Entrou num corredor cheio de salas, Gaara não a seguiu.

Hinata passou por Gaara num ritmo mais acelerado do que o da loira. Tinha cansado de ver aquilo novamente acontecendo. Agora era como uma personagem em seu desenho favorito. Podia fazer algo para não acabar como estava previsto.

– Hinata, o que aconteceu? – Parou a morena.

– Três palavras chaves pra você entender Gaara: Matsuri; Estúdio; Beijo. – O ruivo amaldiçoou Matsuri no pensamento. – De novo não né Gaara. – Disse balançando a cabeça negativamente.

O objetivo de Hinata era encontrar a morena que fez isso duas vezes, uma não, duas. E a encontrou.

– Que foi Hinata? – Olhou com desprezo a Hyuuga que a fuzilava com o olhar.

– O que foi nada. Não acredito que você fez isso de novo. – Se aproximou furiosa.

– Fez o que? – Perguntou desentendida.

– Beijou o Gaara sua sonsa. – Mostrou o punho fechado ainda se aproximando.

– Eu o beijei várias vezes. Eu amo ele. – Disse em alto e em bom som.

– Ele estava com a Ino. Você não tinha o direito.

– Aqui é matar ou morrer. Ino vive sem o Gaara. Ela continua sendo alguém. Eu preciso dele pra me tornar alguém. – Confessou, não tinha mais nada a perder.

– Não acredito no que acabei de ouvir. – Dizia indignada. Quase me enganou com essa sua história de realmente amá-lo.

– Que seja. – Disse dando as costas para a Hyuuga e indo embora.

Hinata respirou fundo e foi encontrar Naruto que estava com Gaara. Os três estavam sentados na mesa da lanchonete.

– Ah Gaara, mas você também vacilo. – Disse ele sentado ao lado de Hinata.

– É mesmo Gaara, sabe que é isso que a Matsuri quer, e ela sempre consegue. De um jeito ou de outro. – Lembrou o ruivo que já ouvia sermão há quase dez minutos.

– Podem parar com o sermão. – Pediu. Já se sentia muito culpado, não precisava os dois reforçarem sua culpa. – Onde a Ino está? Você sabe Hinata? – Estava preocupado com a loira que não tinha visto mais.

– Não sei. Só espero que ela não tenha feito o que disse que iria fazer, ela pode se arrepender mais tarde. – Temeu pela amiga.

– O que ela vai fazer? – Perguntou temendo a resposta. Ino apareceu e respondeu.

– Estou indo para o Canada. – Foi direta e objetiva. O ruivo levantou sério e surpreso.

Continua...