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História Casamento Arranjado - Fillie - 23


Escrita por: Baby_Mills

Capítulo 23 - 23






Pov Finn




–Bom dia Dr. Wolfhard. – Ivy se levantou de sua mesa no instante em que pisei no consultório.




–Bom dia Ivy, como está minha agenda de hoje? –perguntei enquanto entrava em minha sala, sem nem ao menos olhar para os lados.


–O senhor só terá folga após a consulta das 15hrs, o restante do dia está lotado. –ouvi sua voz atrás de mim.



Ótimo. Eu queria que aquele dia acabasse logo e nada melhor do que trabalhar sem parar para que aquilo acontecesse. Hoje fazia dois meses desde o pior dia da minha vida e tudo o que eu menos queria era ter tempo livre para ficar relembrando tudo o que havia acontecido. Agora Joseph estava trabalhando conosco, ele e meu pai revezavam seus dias, quando um trabalhava o outro não vinha e nos dias que meu amigo não estava aqui, ele trabalhava no hospital de Hawkins na ala infantil.



Eu estava sentado em minha essa, olhando fixamente para a primeira foto minha e de Millie e algumas do dia do nosso casamento, meu olhar viajou das fotos para a aliança em minha mão esquerda.



Em todos os minutos dos meus dias eu sentia sua falta. A única coisa que eu fazia com meus dias era vir trabalhar e quando estava em casa lia alguns livros de medicina, talvez eu voltasse a estudar e fosse fazer alguma especialização em tratamento de câncer infantil. Todos os dias quando eu acordava eu esperava que aquele dia fosse diferente e que Millie voltasse para mim dizendo que nós superaríamos tudo juntos.


Mas ela nunca estava lá sorrindo para mim como em meus sonhos.



A saudade era imensa. E quando eu não estava ocupado com o trabalho ou com as pesquisas, tudo o que eu fazia era ficar em nossa cama, relembrando dos momentos inesquecíveis que passei ao lado dela, desde o momento em que a conheci, desde aquele primeiro dia que a vi descendo as escadas em sua festa de aniversario completamente deslumbrante.




Eu não sabia quanto tempo mais eu iria aguentar com essa distância. Fisicamente a saudade era dolorosa, mas emocionalmente era insuportável. Eu ficaria contente em apenas tê-la ao meu lado e ver seus sorrisos, se eu pudesse olhá-la todos os dias de minha vida, eu abdicaria de todo o resto.


Ouvi um suspiro e levantei o meu olhar e vi Ivy parada em frente a minha mesa me encarando.


– o que ainda faz aqui?


–O senhor não tem nenhuma ordem pra me passar? –ela cruzou as mãos em frente ao seu corpo.

Comecei a reparar ela, e o que vi não gostei nada. Ela vestia uma saia na metade da coxa e devia estar usando saltos, pois estava mais alta do que eu me lembrava, uma blusa decotada quase com seus peitos saltando para fora e seu rosto tinha uma maquiagem forte e nos lábios batom de cor vermelha.


–Não. –respondi seriamente. –Minha única ordem é que você vá para sua casa e troque de roupa, nesse consultório atendemos as crianças e sua roupa não é adequada.



–Como o senhor quiser. –seu rosto estava completamente vermelho agora e vi lágrimas marejarem seus olhos.


Não sei por que ela ficou chateada, devia muito bem saber que aquele não era o tipo de local para se vestir daquela forma. Caso ela não tenha percebido ainda, aqui é um consultório pediátrico e não uma boate!


Segurei-me para não lhe dizer mais nada, não tava com paciência.


–Você já pode ir. –a encarei sem acreditar que ela ainda estava ali.



–Tudo bem, desculpe-me. –ela se afastou e então a porta se fechou com um pouco mais de força do que o necessário.


Com Robin eu não tinha esse tipo de preocupação. Ela era uma moça bonita educada, sempre soube qual era o seu lugar e a forma como deveria se portar sem eu, ou até mesmo meu pai, ter que lhe dizer nada.



No momento em que me foquei no trabalho e comecei a atender meus pacientes não vi as horas passarem e logo eu me despedia de meu pai e de Ivy, agora vestindo uma roupa comportada, e fui embora para minha casa.



Meus planos para o dia de hoje era de beber alguma coisa para, pelo menos por esse fim de semana, esquecer o qual triste a minha vida se tornou por pura irresponsabilidade minha.


Como eu fui capaz de trair a Mills daquela forma? Todos os dias eu me culpava pelo que havia acontecido. Ela não fez nada menos do que o esperado numa situação dessas, se fosse comigo eu teria feito o mesmo, por mais que só o pensamento me doesse e eu soubesse que ela nunca seria capaz de algo assim.



Robert havia cumprido sua promessa. Tentou de todas as formas possíveis conseguir o meu divórcio, mas eu me neguei a dá-lo, algo dentro de mim me impedia de assinar os papéis que tirariam de vez Millie de mim. E agora o caso foi para a justiça e seus advogados entraram com o pedido de divórcio litigioso, ou seja, o caso iria a julgamento e eles forçariam o divórcio judicialmente e eles tinham provas da traição, embora eu ainda não fosse casado na data, mas aquilo me daria uma grande dor de cabeça. Até onde sei e pelo que Sadie havia me dito, Millie também não estava disposta a colaborar com o divórcio e aquilo me permitiu ter uma pequena pontada de esperança. Talvez daqui algum tempo, Millie pudesse me perdoar.


Eu nunca mais havia a visto. Eu até tentei ir à entrada de sua escola para poder vê-la de longe, mas Robert a acompanhava todos os dias e logo aquela possibilidade deixou de existir, não queria prejudicar minha situação, que já era delicada, mais ainda.



–Você tem correspondência. –uma voz vinda de dentro de minha casa me assustou assim que destranquei a porta e entrei.



–Meu Deus, Sadie você está tentando me matar? –perguntei irritado.



Joguei minhas coisas em um sofá e fui conferir as correspondências que Sadie havia me entregado.


–Preciso das chaves do consultório Finn. –ela disse.


–Pra quê? –perguntei confuso.



–Papai me pediu para pegar algo que ele esqueceu no consultório. –ela deu um sorrisinho.



–Mas acabamos de nos despedir. –disse desconfiado.


–Ele acabou de me ligar olha. –ela me mostrou o visor de seu celular, indicando o horário da ultima ligação.


–Tudo bem, mas devolva antes de segunda feira. –peguei as chaves no meu bolso e lhe entreguei.



Voltei a encarar as correspondências, na maioria era propaganda de cartão de credito, mas um único envelope me chamou a atenção, ele era branco e de aparência oficial, portanto o abri rapidamente. Era do Conselho Nacional de Medicina.


"Prezado Sr. Wolfhard,

O convidamos para a Conferência Nacional de Câncer Infantil, que será realizada no hotel Plaza de Seattle nesta próxima semana, onde discutiremos alguns novos conceitos em tratamento do câncer infantil...".




Continuei lendo a carta, vendo aquilo como uma luz no fim do túnel. Aquilo seria perfeito no momento para mim, me manter longe de Hawkins por uma semana, clarear meus pensamentos, além do que tinha tudo a ver com o futuro que eu queria seguir profissionalmente. Pela primeira vez nesse tempo todo, me permiti sorrir, mesmo que fosse algo mais parecido com uma careta do que um dos sorrisos que eu costumava dar quando tinha Millie ao meu lado.



–O que significa esse sorriso? – Sadie perguntou curiosa.



–Leia isso Sadie! –lhe entreguei a carta com um pouco de entusiasmo.


–Isso significa que você vai estar longe na próxima semana? –ela perguntou.




–Sim, vai ser bom respirar outros ares. –dei de ombros.


–Mas Finn... Eu... Ah deixa pra lá, você vai saber de todo jeito mesmo! –ela se levantou e me entregou a carta de volta.


–O que eu vou saber?


–Nada. –ela se levantou. –Você vai quando para Seattle?


–Como hoje é sexta, acho eu saio amanhã de tarde, tenho eu confirmar minha presença ainda hoje.


–Tudo bem, então quando você voltar lhe devolvo as chaves. –ela deu um sorriso. –Tchau Finn, passe lá em casa antes de ir.


–Ok. –a vi se distanciar e pegar seu celular em seu bolso e digitar algo em seu celular e então levá-lo até sua orelha, ela ligava para alguém.


– Jack, temos mais tempo... –não pude ouvir o restante da conversa, pois ela bateu a porta atrás de si quando saiu.



Dei de ombros sem entender sua atitude, Sadie podia ser muito complicada às vezes. Fui para o meu quarto tomar um banho para tentar relaxar. Aquela casa era muito grande para se viver sozinho, eu queria tanto que Millie estivesse ali comigo, em meus braços. Era tudo o que eu pensava enquanto me sorvia de algumas doses de uísque, mas meus pensamentos e um futura bebedeira foram interrompidos pelo meu celular tocando irritantemente. Era Joseph.


–Cara, vamos sair para beber alguma coisa, você precisa se distrair. –ele dizia.


–Não Joseph, da ultima vez que saímos para beber juntou deu merda. –resmunguei.


–Cara, mas o que de ruim pode acontecer dessa vez?


–Sei lá, só não quero piorar as cosias para o um lado.


–Fui visitar a Millie. –ele disse depois de um tempo em silêncio.



–Como, você o que? –perguntei sem acreditar.

O que ele poderia querer com  Ela a ponto de tornar necessária uma visita até a casa onde ela vivia com seus pais agora? Quer dizer, eles não são amigos nem nada. Só não faz sentido.



–Fui sondar o terreno para você cara. –ele disse se explicando. –As cosias estão mesmo ruins e acabei saindo como culpado nessa historia toda ainda por cima.


–Ela te culpou?


–Sim, porque nas palavras dela, se eu não o tivesse levado aquele bar em sua despedida, nada disso estaria acontecendo.

–E ela tem razão.


–Quer dizer que agora você está me culpando por ser um traidor? –ouvi sua voz indignada do outro lado da linha.


–Não estou te culpando pelas minhas atitudes, mas nós dois sabemos muito bem que é meio impossível dizer não para você, eu realmente não queria ir naquela noite.


Desde a época da faculdade, sempre que Joseph queria que eu, ou qualquer outra pessoa, fizesse algo por ele, ele ficava rondando a pessoa, insistindo e às vezes até sendo chato e inconveniente, até conseguir o que ele queria. Ele nunca aceitava um não sem antes lutar por outra resposta, isso podia ser uma qualidade às vezes, mas também era um grande defeito que me irritava muito em meu amigo.


–Tudo bem Finn, culpe a mim, é mais fácil jogar a culpa em um inocente do que assumir seus erros. –pude ouvir a magoa em sua voz.

(Cínico)


–Olha eu não estou te culpando, só estou estressado. –disse. –Na próxima semana estarei fora para uma conferência em Seattle e vou tentar esfriar a cabeça, quando eu voltar nós conversamos tudo bem.

desliguei

Voltei pensar na millie. eu sentia falta de sua presença e de seus sorrisos. De acordar ao lado dela e ver seu rosto amassado de sono e do cabelo bagunçado, das manias dela, como largar a toalha molhada na cama e chutar os sapatos debaixo da cama só para não ter o trabalho de ter que guardá-lo. Eu sentia falta da convivência com ela.






Talvez essa semana em Seattle clareasse minha cabeça e faria com que eu visse as coisas de outra maneira. Quando eu voltasse eu lutaria para reconquistá-la, nem que eu tivesse que recomeçar do zero.









Pov Millie



Meus dias estavam se passando muito rápido e com aquela semana não foi nada diferente, acordei naquela quinta-feira, como acordava todos os dias. Totalmente desanimada. Mas a partir do momento que abri meus olhos naquela quinta-feira, senti que algo estava diferente, eu sentia uma pequena agitação dentro de mim. Vi uma luz fraca através das cortinas e caminhei até a janela, ao abrir a cortina me deparei com um dia ensolarado, fiquei chocada com aquilo, afinal todos os dias dos últimos dois meses ou estavam nublados ou chovendo.





Suspirei pesado ao perceber que toda aquela agitação que eu sentia de dentro de mim era devido ao clima que havia mudado e nada estava mudando em minha vida. rapidamente me arrumei, colocando uma blusa de mangas compridas azul com decote em 'V', calça jeans e meu All Star, e desci para comer algo com meus pais.



–Bom dia. –me sentei à mesa e enchi uma xicara com leite e café. –Vai me levar à escola hoje pai? –perguntei.



Desnecessário dizer que sempre ou meu pai, ou minha mãe, desde que eu havia me recuperado do da minha crise de histeria depois de tudo o que aconteceu naquele dia, que eles passaram a me acompanhar para a escola todos os dias. Até parecia que eu era aquelas criancinhas no jardim de infância que precisava dos pais pra levar, mas eu no fundo entendia a preocupação deles, eles só queriam o meu bem, então eu resolvi colaborar com eles e me comportar bem durante todo esse tempo.




–Acho que você pode começar a voltar a ir sozinha, o que acha? –meu pai perguntou.



–Tudo bem. –dei de ombros. –E como anda sua campanha política?



–Anda bem filha, faltam um pouco mais de seis meses para a eleição, o trabalho árduo começa mesmo faltando uns quatro meses. –ele tomou um gole em sua xicara de café e voltou a me encarar. – Millie quanto ao seu divórcio...



–O que tem isso?


–Só pra avisar que os advogados já entraram com o pedido de um divórcio litigioso. –informou.


–E o que isso significa? –perguntei confusa.


–Significa que vamos forçar um divórcio pela justiça, um juiz irá julgar o caso e conceder o divórcio.


Suspirei contrariada, mas não havia nada que eu pudesse fazer para impedi-los.


–Filha essa situação já chegou longe demais você não pode continuar casada com ele para o resto da vida.


–Tudo bem, só me avise quando for à audiência. –me levantei. –Vou indo para escola então.


Abri a porta para sair de casa e tomei um dos maiores sustos da minha vida ao me deparar com as duas pessoas aparadas a minha frente.



– Sadie, Jack o que fazem aqui? –os encarei, ainda com o coração disparado devido ao susto.


–Hey Mills como vai? Vou bem, que bom que perguntou. – Sadie entrou em minha casa sem nem ao menos pedir licença.


–O que fazem aqui, vamos nos atrasar para a aula. –segui Sadie que havia ido para a sala.



–Chame seus pais tenho algo para lhes mostrar. - Sadie retirou uma bolsinha pequenina de dentro de sua bolsa o balançou em minha direção.


–O que é isso? –perguntei curiosa tentando pegar o objeto, mas ela o ergueu acima da sua cabeça.


–Não vamos estragar a surpresa, chame seus pais.


–Mãe, pai! –gritei.


–Se fosse para gritar eu mesma o fazia sem educação.


–Vou ignorar o fato de você estar brigando comigo em minha casa se você me disser o que é isso?

–Isso é um pendrive com um filminho bem interessante comigo como atriz principal. –ela ligou a TV.




–Tudo bem.. –me sentei no sofá enquanto meus pais entravam na sala.


–Vocês não tem aula hoje? –minha mãe perguntou confusa por nos ver ainda ali.


–Temos sim tia, só que o que viemos fazer aqui é mas importante.

–E o que é?


–Sentem-se o filme vai começar. –Sadie clicou algo no controle remoto e se sentou ao lado de Jack que já havia se acomodado em um dos sofás, e meus pais se sentaram ao meu lado.


A tela da TV ficou preta por alguns instantes e então apareceu a imagem de uma sala, muito parecida com a sala do consultório de Finn na clínica. O som de uma porta se abrindo e então Sadie entrou em foco e foi se sentar em uma das cadeiras em frente a uma mesa, cruzou as pernas e ficou batucando com os dedos no tampo da mesa por alguns minutos, parecendo estar impaciente.


Novamente o som da porta se abrindo e então Joseph entrou ficou enfrente a câmera.


–O que faz aqui? –ele perguntou assustado com a presença de Sadie.





–Vim lhe fazer uma visitinha.


–Ok, mas tenho um paciente daqui a meia hora então seja breve. –Joseph foi até um armário atrás de uma mesa e tirou de lá um jaleco branco e o vestiu, colocando sua maleta dentro do armário. –E qual é o motivo de sua visita Sadie?


–Acho que você já deve imaginar. – Sadie se empertigou na cadeira.


–Não, não imagino não. –Joseph se sentou e cruzou as mãos em cima da mesa.


–Imagina sim. –pude ver o grande sorriso sadie se espalhar novamente em seu rosto, seu rosto completamente visível à câmera. –E você sabe que eu sei.


–O que eu sei que você sabe? –Joseph perguntou realmente confuso.


–Não se faça de bobo, vamos ser sinceros um com o outro, isso nos poupará tempo.


–Sim vamos ser sinceros. –Joseph afirmou.



–Que bom que concorda comigo. –novamente o rosto de Sadie saiu do foco da câmera, pois ela havia se inclinado sobre a mesa. –Eu sei que você armou para meu irmão. – disse um tom de voz firme que nunca ouvi sair da boca de minha amiga.



–Ninguém vai acreditar em você. –Joseph sorria.


–Não preciso que acreditem. – Sadie deu de ombros.


–Então o porquê de tudo isso?

–Gosto de saber que tenho razão. Sempre.


–Você já viu que o Finn nunca vai acreditar em você, ele confia em mim.


–Infelizmente meu irmão não sabe julgar as pessoas e é muito inocente às vezes. Mas eu saquei você desde que coloquei meus olhos em você. E sabe do que mais?


–O que? – Joseph tinha um olhar lascivo agora, seu rosto estava corado e suas mãos fechadas em punho sobre a mesa.


– Millie também sacou você, só não imagina que você está envolvido nessa sujeira, ela nunca, e escute bem o que lhe digo por que será a primeira e ultima vez que vou dizer isso... Ela nunca vai ficar com você, porque ela ama meu irmão.

–Não o suficiente para acreditar na inocência dele.

–Ama o suficiente a ponto de nunca mais amar alguém como ela o ama –Joseph estava tão vermelho que dava a impressão que iria explodir a qualquer momento. – e tbm ela vai embora de Hawkins no ano que vem...

–Vou onde ela estiver.


–Você é louco sabia disso, não acredito que meu irmão pode se envolver com alguém assim. – Sadie balançava a cabeça em negação. –Só não entendo como você conseguiu tudo isso, como sabia que Sophie deu em cima de meu irmão e como a encontrou e com certeza mais alguém deve ter lhe ajudado.


–Garota esperta. –Joseph deu um de seus grandes sorrisos. –Vou te contar uma pequena história. Sabia que Finn me contou tudo sobre como conheceu Millie e até sobre ela ter ciúmes da tal Sophie? –Joseph sorriu recostando-se em sua cadeira. –Conheci Sophie através de Ivy em uma noite que saímos juntos, você sabe Ivy é prima dela, além de ser uma das maiores vagabundas fofoqueiras que já conheci, ela sabe tudo o que se passa nessa cidadezinha infernal e me contou sobre os Cooper, então dei um jeito de me encontrar com aquele moleque Josh. Sophie quer seu irmão e eu a mulher dele, e os Cooper querem a ruina dos Brown então nos juntamos. Finn sempre foi fraco para bebidas e com duas doses de absinto já estava pra lá de bêbado, e foi possível manipulá-lo para que Sophie entrasse em ação e fizesse o pequeno showzinho para a câmera de Josh que fotografava tudo, aliás, foi ele quem entregou as fotos na casa de Finn e dos Brown. Simples assim, e tudo seguiu como meus planos e agora eles estão separados.


–Então a sua viajem foi Ficar fora da cidade para que ninguém desconfiasse que você estivesse por trás disso.


–Sim. Mas você desconfiou.


–Não confiei em você desde o primeiro olhar. – Sadie fez sinal de pouco caso com as mãos. –E porque Sophie não procurou pelo meu irmão ainda?



–Ah, mas ela vai, sabia que seu irmão foi para uma conferencia fora da cidade?


–O que você fez com ele seu desgraçado? – Sadie se levantou furiosa.



–Nada, a conferência é verdadeira, mas digamos que Sophie irá aparecer no hotel nesse fim de semana, irá embebedá-lo, levá-lo para a cama e engravidar dele.

–puta desgraçada. – Sadie xingou. –Eu vou impedir isso de acontecer! –ela disse. –vou ligar para ele e dizer para ficar longe dela!


– Sophie sabe esperar por seu momento, ela não tem pressa, só na cama. –então ele gargalhou alto e lambeu os lábios em um gesto nojento e escroto.


–E Ivy no que ela entra nesse seu joguinho sujo?


–Ela é uma boba apaixonada e acredita que Finn pode se apaixonar por ela, ela não participou de nada, a única coisa que ela fez foi inocentemente me apresentar a Sophie e o resto você sabe.



–Um dia Joseph Robinson, sua máscara vai cair sabe disso não sabe?


–Acho difícil você conseguir provar algo, e até lá eu já vou ter conseguido o que quero.

–Que seria...


–Levar a doce e inocente Millie para minha cama.

–Você é um nojento. – Sadie rapidamente deu a volta na mesa em um movimento deu uma bofetada na cara de Joseph.


–Você me paga por isso vadia!


–Não querido... – Sadie sorriu para ele e atravessou a sala e olhou imperceptivelmente em direção à câmera e deu o sorriso mais brilhante do mundo e depois uma piscadinha. –Você quem me paga e vou cobrar com juros o mal que você causou a minha família, saiba disso. Vou conseguir provar para todo mundo o monstro que você é! – Sadie já não estava mais visível, mas ouvi a porta se abrir.



–Boa sorte. –ouvi a voz de Joseph dizer e depois a porta se fechar com força e a imagem voltar a ficar preta.








–Filho da puta! –ouvi meu pai dizer por entre o folego.



– Sadie...


–É isso mesmo que você acabou de ver Millie.




–Mas como você conseguiu gravar sem que ele percebesse? –perguntei.


–Simples, peguei as chaves com o Finn, Jack e eu entramos de antes dele chegar ao consultório, instalamos as câmeras e as deixamos escondidas na sala dele, então Jack foi pra outra sala para o caso de eu precisar dele e eu fiquei lá esperando e o resto você já sabe.



–Obrigada Sadie por tudo. –fui até onde ela estava e a abracei.


–Eu não fiz isso só por você, mas pelo meu irmão também, ele precisava saber quem Joseph não é quem ele pensa ser.




–Oh meu deus! –senti as lágrimas caírem por meu rosto. –Eu fui tão injusta com ele!



–Você ainda pode corrigir isso. – Jack disse, notei que ele não havia dito nada desde que chegara e que aquela era a primeira vez que eu ouvia sai voz naquele dia, ele estava sério como nunca vi antes.




–Vou me desculpar com ele. –me levantei e fucei minha mochila a procura de minhas chaves do carro.



– Millie você não ouviu o que Joseph disse no vídeo, Finb não está na cidade.


–Onde ele está?


–Em Seattle para uma conferência de medicina.


–Onde em Seattle?

–No hotel Plaza.


–Quem mais sabe sobre esse vídeo? –perguntei enquanto me levantava tomando uma decisão.



–Só a gente, mas pretendo mostrar para a cidade inteira se for possível.



–Não faça nada por enquanto Sadie. –fui a até a tv e peguei o pendrive –Quero mostrar isso a Finn antes, ai nós iremos tomar uma decisão juntos.



–Como assim Millie? Finn não está aqui como ele vai ver esse vídeo? Esse monstro precisa ir para a cadeia o quanto antes! –Sadie disse.



–Só não faça nada por enquanto, finja até Finn e eu voltarmos para casa. –eu disse.



–O que quer dizer com isso filha? –minha mãe se pronunciou.



–Tchau. –eu disse e corri até a porta e peguei minha mochila rapidamente, não querendo que ninguém tentasse me impedir de fazer o que faria a seguir.


Eu iria até Finn.



– Millie volta aqui. –ainda ouvi meu pai gritar, mas não lhe dei ouvidos e corri até meu carro.




Eu havia cometido uma grande injustiça com Finn e iria corrigir isso o mais rápido possível. Ainda bem que meu carro tem GPS!


Enquanto dirigia até meu destino me senti tão leve como há muito tempo não me sentia e eu sentia o sorriso fixo em meu rosto, chegava a doer, mas era impossível não sorrir. Finn não me traíra foi tudo uma armação de Joseph, ele me amava!



.

O que era para ser uma viagem longa e entediante acabou mais rápido do que eu imaginava, já que eu estava tão animada com a possibilidade de ver Finn novamente que nem vi o tempo passar. Entrei no hotel Plaza em Seattle e segui em direção a recepção do grande e luxuoso hotel.


Ao chegar à recepção me deparei com a recepcionista com cara de poucos amigos.


–Posso ajudá-la? –ela me encarou de cima abaixo.


–Meu marido está hospedado aqui. –eu disse e a vi erguer uma sobrancelha perfeitamente delineada e me encarar com um risinho irônico.


–E qual é o nome dele? –ela me perguntou com ar de que não acreditava.


–Finn Wolfhard. –no momento em que disse o nome dele, vi seus olhos arregalarem e ela fechou a boca de forma a segurar o riso.

Fala sério. Tá que eu sou uma menina desengonçada e nem dezoito anos tenho. E tá que Finn é incrivelmente lindo, mas não precisa humilhar também né? Eu devo ter alguma coisa que chamou a atenção de Finn, alguma coisa que nenhuma dessas mulheres tinha.

–Quer a minha documentação para provar? –perguntei cínica?


–Por favor. –cacei minha carteira que estava jogada dentro da minha mochila de escola.


Ainda bem que logo depois do casamento, Finn me levou para atualizar os dados dos meus documentos e agora em minha carteira de habilitação estava meu nome oficial de casada Millie Brown Wolfhard.


–Aqui querida. –entreguei o documento que alegava a veracidade de minhas palavras.


–Sim, seu marido está hospedado aqui. –ela disse a contra gosto depois de analisar meu documento.

–Em que quarto? Quero fazer uma surpresinha de ultima hora, sabe como é né? –pisquei e dei um sorrisinho malicioso. Quem mandou me provocar?



–Quarto 308 no 5º andar. Quer que eu a anuncie?



–Não será necessário, como disse eu vim fazer uma surpresa, mas mesmo assim obrigada. –sai de lá correndo e acionei o elevador.



Eu estava ansiosa para ver Finn e assim que entrei no elevador me bateu um desespero. E se Finn não gostasse da minha surpresa, se ele ficasse bravo? E o pior de tudo... E se ele não me amasse mais?


Não eu não podia amarelar agora, eu cheguei até aqui e vou até o fim. Se ele não me quiser mais... Bom... Ai eu vou ter que pensar no que fazer depois.

O elevador abriu no quinto andar e dei passos relutantes pelo corredor procurando pelo quarto certo e então parei em frente à porta 308.



–É agora ou nunca. –bati na porta e esperei.



–Quem bom que vocês vieram rápidos... –ouvia voz dele quando a porta se abriu, mas então ele parou bruscamente de falar e ficou me encarando. – M-Millis?

–Finnie. –o prendi meus braços ao seu redor com toda a força que eu podia.



Demorou até que ele reagisse, mas quando o fez me ergueu do chão e me apertou forte de encontro ao corpo dele.



–Senti tanto sua falta. –eu disse e então fiz o que me deu vontade naquele momento. O beijei.



Foi o beijo mais intenso que trocamos. Eu tinha meus braços envolvidos em torno do seu pescoço e ele me prendia pela cintura com os seus, mantendo-me o mais próxima possível de seu corpo e estando juntos dessa forma, pude sentir, mais do que ouvir, ele gemer enquanto me dava um beijo longo e quente. Foi como se algo dentro de mim, que estava dormindo há muito tempo, acordasse de repente e eu senti o desejo líquido e certo correr por minhas veias e eu senti uma necessidade urgente de fundi-lo a mim. De alguma forma, e sem que eu ao menos percebesse, Finn havia nos levado para dentro do quarto e fechado a porta, imprensando-me contra ela, enquanto eu impulsionava minhas pernas para se enroscarem em volta de seu quadril.



Eu não queria, de forma alguma, que ele interrompesse o beijo, mas ambos estávamos sem folego e quando ele separou seus lábios dos meus, eles foram em direção o meu pescoço.


–Devo estar sonhando. –ele deu um longo e molhado beijo na pele sensível atrás de minha orelha. –Um sonho muito bom.


–Não é sonho. –eu disse por trás da respiração, já que me encontrava completamente ofegante.



–Você me perdoou? –seus olhos de repente me encaravam, intensos.



–Não há nada para se perdoar, você não fez nada de errado. –infiltrei meus dedos em seu cabelo, matando a saudade de sentir seus cachinhos.




–Com certeza estou sonhando. –ele riu.



– Finn presta atenção em mim. –segurei seu queixo fazendo com que ele me encarasse. –Você não fez nada, não teve culpa de nada do que aconteceu.



–Como você pode dizer algo assim, você viu as fotos! –acusou.



Ambos conversávamos seriamente, olho no olho, mas em momento algum nos afastando um do outro.



–Sim, eu vi as fotos, e elas não passaram de uma armação. E eu posso provar.


–Como assim? Armação de quem? –ele perguntou completamente confuso.


– Sophie, Josh e... –hesitei ao dizer o ultimo nome, pois eu sabia que aquilo o atingiria como um soco na boca do estômago. –Joseph.

–Joseph?


–Sim Finn, Joseph, tenho aqui uma gravação que Sadie e Jack fizeram onde ele assume tudo!


–Preciso ver isso. –ele delicadamente retirou minhas pernas de seu quadril e se afastou de mim.


–Tudo bem, onde tem uma TV ou outra coisa pra botar o pendrive? –peguei ele em minha bolsa onde estava a gravação.



–Tem no meu notebook, vem. –ele segurou em minha mão e me levou até o quarto, onde seu notebook estava sobre a cama e nesse momento alguém bateu a porta.




–Está esperando alguém? –perguntei com medo de talvez for Sophie ali do outro lado da porta.



–Serviço de quarto, eu ia almoçar agora. –ele disse e senti um alívio ao ouvir suas palavras.



–Ótimo, estou morrendo de fome. –tentei sorrir confiante para ele, enquanto retirava meu tênis e subia na cama, me acomodando contra os travesseiros.



Ele foi receber o seu almoço e fiquei esperando que ele voltasse. Eu sabia que assistir a esse vídeo seria difícil para ele, ainda mais porque ele acreditava sinceramente que Joseph fosse seu amigo, mas eu estaria aqui por ele, para apoiá-lo e consolá-lo.









Eu nunca mais sairia de seu lado. Nunca.







































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