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História Madarcher - Casamento Arranjado - 15 - confronto


Escrita por: unicorniodasfic

Notas do Autor


Nos comentários dos próximos capítulos podem dar idéias ou fazer pedidos para fanfics futuras. Bjs

Capítulo 17 - 15 - confronto


Alice POV


Eu estava realmente preocupada com Robin. Não dormiu bem, a noite inteira revirando-se na cama. Eu a entendia até certo ponto. Não era fácil presenciar aquela cena do dia anterior. Ver Zelena ser maltratada por Ruby, mesmo depois de ter sido perdoado pelo mesmo erro que ela cometeu foi demais pra mim. Como se não bastasse isso, Henry ficou do lado da mãe. Eu também entendia um pouco o lado dele, afinal tinham acabado de se reencontrar. Mas por outro lado, Zelena o recebeu de braços abertos. Não seria melhor ter ficado neutro? Ele tinha acabado de chegar, ainda nem conhecia direito todos os membros da família. Sem contar que continua com aquele olhar desejoso sobre mim. E isso acabava com Robin.


Não me espantei por não vê-la ao meu lado logo pela manhã. Ainda não eram sete da manhã, mas pelo jeito ela já tinha saído do quarto há um bom tempo. Levantei-me também e tomei uma ducha rápida, descendo em seguida. Robin estava na cozinha, uma xícara de café à sua frente. Ao me ouvir chegar ela ergueu a cabeça e deu um breve sorriso. Sua aparência era cansada e triste.


-Bom dia.


-Bom dia, Alice. Sente-se aqui comigo.


Dei um beijo nela e me sentei ao seu lado. Robin me serviu o café, em silêncio.


-Não dormiu bem, não é? Revirou na cama a noite toda.


- Não consegui dormir. Incomodei você?


- Não me incomoda nunca, sabe disso.


Robin pegou minha mão sobre a mesa e beijou.


-É mais fácil conseguir levar as coisas com você ao meu lado.


-Estava pensando em sua mãe?


-Tudo junto. Estava pensando principalmente em como eu reagiria ou como eu assimilaria essa situação se não estivéssemos juntos.


- Como assim?


-Você se lembra muito bem como eu era, Alice. Claro você pode dizer que eu sempre fui essa mulher que sou hoje, mas estava muito bem enterrada. Eu só consegui sair dessa casca depois que me descobri apaixonada por você. E se eu não tivesse descoberto isso... eu agiria diferente agora?


- Eu creio que não. Você ama sua mãe, Robin. Teria ficado ao lado dela do mesmo jeito.


-Alice, não estou fugindo de nada, mas agora, mais do que nunca eu quero sair daqui.


- Eu entendo você. Não irei me opor.


Zelena entrou na cozinha nesse momento e sorriu ao nos ver. Seu sorriso era feliz e sua aparência descansada. Totalmente o oposto de Robin. Evidentemente, ter revelado aquela história fez um bem enorme a ela.


- Bom dia, minhas queridas. Que bom vê-las logo cedo. Hum... mas você...


Aproximou-se de Robin e segurando seu rosto, beijou seus cabelos.


- Não quero que se preocupe comigo, filha. Eu sei me cuidar.


- Eu sei disso. Mas não gostei nada do que mãe R fez ontem.


Ela deu de ombros e foi até o fogão, começando a preparar novo café.


-Não me interessa. A situação é essa e ponto final. Se ela não quer aceitar que peça o divórcio.


-Mãe... apaixonou-se realmente pelo Killian?


Ela demorou um pouco para responder, colocando a água para ferver. Depois sentou-se a nossa frente.


- Você mudou tanto, filha. Está uma mulher agora. E muito sensível e carinhosa com as mulheres, pelo que vi. Então você também deve saber que nós mulheres agimos diferente em relação aos homens. Quando chegamos ao ponto de ir para cama com outro homem, é porque estamos amando. Pelo menos a maioria é assim.


Pela cara que fez eu entendi que ela se referia a Aurora.


- Se cheguei ao ponto de trair a mulher com quem estava casada, é porque havia sentimento, querida. Eu jamais faria isso simplesmente por prazer.


-Eu sei disso. Nem sei por que abri essa boca para falar besteira.


-Não é besteira, filha. Acho que no fundo... você está levando essa situação para o seu casamento.


Eu arfei e abri minha boca, olhando para Robin. Ela também me olhou, o cenho franzido como se somente agora ela descobrisse a verdade. Quer dizer que ela tinha medo que eu fizesse o mesmo.


-Está pensando que eu faria isso, Robin?


-Não estou pensando nada... foi... inconsciente.


-Hei... não vão brigar, por favor. Robin... o que aconteceu comigo é totalmente diferente. Eu estava infeliz... queria outra vida, queria que você se misturasse com outras crianças, que fosse para uma escola legal. Além do mais eu já sabia da traição da sua mãe... ou desconfiava. Existiam brechas em nosso relacionamento que não existem no de vocês.


- Com certeza não, Zel. Estou muito feliz com Robin... jamais pensaria em...


-Eu sei o porquê disso. É por causa do Henry, não é? Robin, entenda uma coisa... eu percebi que Alice se aproximou muito dele...e foi exatamente porque você estava faltando com ela. A partir do momento em que assumiram o amor de vocês... isso tudo foi esquecido. Vocês se amam e é lindo ver isso. So dou um conselho as duas: amem uma a outra sempre, não deixem apagar a chama... sejam fiéis, leais e ninguém irá se intrometer entre vocês.


Robin me olhou, entre envergonhada e apaixonada. Não resisti e enlacei seu pescoço, buscando sua boca. Robin me puxou pela cintura, colocando-me sentada em seu colo.


Seus braços me envolveram e uma de suas mãos subiu até meus cabelos enquanto sua língua se enroscava na minha.


- Tudo bem, mas também não precisam fazer sexo na minha frente.


Robin riu, a boca ainda colada na minha.


-É difícil me conter com essa sua filha, Zel.


-Bom dia.


Senti os braços de Robin congelarem ao meu redor quando ouvimos a voz do Henry. Paramos nosso beijo mas permaneci sentada em seu colo. Zelena não respondeu ao cumprimento, apenas Robin e eu.

-Bom dia, Henry.


-Ruby quer vê-la, Alice. Está no escritório.


Robin se antecipou a mim.


- Diga que ela que já estamos indo.


Henry apenas acenou com a cabeça e saiu. Zelena bateu a colher com força dentro da pia.


- Dissimulado, filho da mãe. Atrevido... esse rapaz está me dando nos nervos. Será que terei que dar uns tabefes nele? Para aprender a respeitar a mulher da irmã?


- Mãe... fique calma. Em breve isso irá terminar.


- O que quer dizer com isso, Robin?


Ela não respondeu, o que me deixou com a pulga atrás da orelha. Levantei-me e dei um beijo em Zelena antes de sairmos para o escritório. Robin segurou minha mão e caminhou lentamente ao meu lado, como se estivéssemos em um passeio romântico.


Eu estava intrigada com a atitude dela. Sabe quando a pessoa está com aquela cara de quem vai aprontar? Pois é... essa era a cara dela nesse momento. Entramos no escritório. Para minha surpresa Ruby tinha um sorriso no rosto e agia como se nada tivesse acontecido.


- Bom dia. Passaram bem a noite?


- Noite perfeita como sempre, mãe.


-Bom dia. Queria falar comigo, Ruby?


- Sim, querida. Queria que você fosse com Henry até a cidade buscar algumas vacinas que iremos precisar.


Estranhei.


- Sempre fiz isso sozinha.


- Sim, mas eu quero que ele aprenda. Ninguém melhor que você para ensiná-lo.


-Ah... sim... tudo bem.


Robin tinha a expressão tranqüila, mas eu sabia que no fundo ela estava uma pilha. O aperto exagerado em minha mão provava isso.


- E você, Robin... quero que dê uma olhada em alguns papéis. Preciso deles pra hoje a tarde.


- Sem problema. Você os terá hoje a tarde.


- Bom...então eu vou indo.


- Pode ir Henry.


Estava complicado. Ele simplesmente não tirava os olhos de cima de mim. Acho que eu mesmo teria que falar com ele o quanto aquilo estava me desagradando.


Soltei minha mão e abracei Robin. Seria apenas um abraço, mas ela me pegou com força, beijando-me da mesma forma que fez há minutos na cozinha.


- A gente se vê mais tarde, amor.


- Volte correndo pra mim.


Henry se levantou no mesmo instante e caminhou para fora do escritório. Com a boca atada à minha, Robin deu um sorriso vitorioso.


- Amo você.


-Eu também.


Despedi-me de Ruby e sai. Henry me aguardava do lado de fora da caminhonete.


- Vamos?


-So esperava você.


Antes que eu entrasse na caminhonete, Zelena veio correndo de dentro da casa.


- Alice... Alice...


- O que foi, Zel?


- Preciso de uma carona. Já ia até a cidade mas como vi você saindo...


- Sem problemas, Zel. Entre ai.


Assim como Robin, ela sorria matreiramente. Em minha opinião ela não tinha coisa nenhuma a fazer na cidade. Estava apenas cuidando para que Henry não ficasse sozinho comigo. Intimamente eu ri. Tendo uma mãe leoa atenta e uma esposa protetora como Robin... eu poderia ficar tranquila. Henry não seria maluco de tentar algo comigo. Assim eu esperava.




Robin POV


Raiva...contida, mas fervilhava. Sujeito nojento e abusado. E pelo que via, minha mãe estava provocando. Como se já não bastasse a péssima noite que tive, rolando na cama, morrendo de medo de meu casamento ir por água abaixo. Não por causa da Alice, mas por mim mesmo. Por causa do meu ciúme incontrolável que poderia fazê-la se cansar de mim.


Mas eu estava disposta a dar um basta nessa situação... e seria hoje. Primeiramente eu iria atrás de uma casa para nós. Claro que quando encontrasse levaria Alice para dar sua opinião. Mas seria tudo em segredo, embora já tivesse dito isso antes.


Depois disso... eu iria confrontar o Henry. Chega de palhaçada. Pra mim já deu. Ou ele parava com essa estupidez ou a coisa iria realmente feder por aqui.


Entretanto, os papéis que minha mãe pediu para que eu avaliasse me tomou mais tempo do que imaginei. Passei a manhã inteira analisando, antes de dar meu aval. Somente por volta da uma da tarde quando Alice chegou, eu parei para almoçar.


-Demorou...


-Zel cismou de comprar algumas coisas para nós e para Emma.


-Minha mãe? Ela foi com você?


Alice riu e olhou para os lados para ver se ninguém ouvia.


-Foi. Disse que precisava comprar umas coisas. Mas depois ela mesma confirmou que queria apenas evitar que eu fosse sozinha com o Henry.


- E como ela sabia?


-Sexto sentido, Robin... taí uma coisa que sua mãe tem e de sobra.


-Hum...e o que ela comprou?


-Depois te mostro. Acabou se decidindo a comprar para nós, já que não precisava de nada e não queria que o Henry desconfiasse das intenções dela.


- Minha mãe é o máximo.


-Ela te ama. Está defendendo a sua felicidade.


- Aposto como fará a mesma coisa com nossos filhos.


- Filhos?


-Eu já disse que quero mais de um.


Seguimos abraçadas até a casa, onde minha mãe já esperava para o almoço. Todos ao redor da mesa, inclusive Emma. Estava visivelmente deslocada. Por isso mesmo resolvi deixá-la a vontade. E também não só por isso... eu gostava da Emma. Dei um beijo em seu rosto, pegando-a de surpresa.


- Que bom vê-la aqui, maninha.


- Oi... Robin.


Alice sentou-se ao lado dela e deu um beijo estalado em seu rosto também.


- Estava sentindo sua falta. Não a via pela manhã.


- Quando cheguei vocês já tinha saído.


Almoçamos tranquilamente, sem nenhum desconforto visível. Quando terminamos Emma se preparou para tirar a louça. Minha mãe impediu.


- Filha minha não faz isso. Temos empregados para isso, meu bem. Aliás... comprei umas coisinhas pra você. Vamos ao meu quarto.


Emma estava mais vermelha que Alice costumava ficar.


-Ah...agora so Emminha ganha presentes?


Minha mãe riu, abraçando Emma pela cintura.


- É minha bonequinha. E o seu presente, sua atrevida está em seu quarto.


-Estou brincando, mãe.


As duas se afastaram e em seguida Alice e eu saímos da mesa, deixando apenas minha outra mãe e Henry, mudos desde o começo.


- Emma está meio deslocada ainda não é?


- Muito recente, Robin. E Emma sempre foi meio tímida.


-Acho que so com o tempo mesmo. Sem contar que deve ter sido meio traumático presenciar aquela cena.


- Com certeza.


-O que vai fazer agora?


- Vou dar uma olhada no estábulo. Esperar até que o Regina aplique as vacinas.


-Hum...eu vou esperar pela minha mãe Ruby. Mas depois podemos subir...


Alice sorriu, abraçando minha cintura.


-Saudades? Foi dormir cedo ontem...


-Muitas saudades... devo dizer que estou fervendo por você.


-Então eu te espero lá, garanhona.


Começou a se afastar, mas parou quando falei.


- So não irei te chamar de potranca porque sei que não gosta.


Olhei seu corpo, parando nos quadris e girando ligeiramente a cabeça para olhar o traseiro redondo e empinado.


- Mas que parece... parece.


Alice olhou ao redor procurando algo para jogar em mim. Imediatamente entrei no escritório, gargalhando. Ela é demais. Vê lá se eu iria deixar o idiota do meu irmão tirar isso de mim? Nunca.


Voltei a analisar os últimos documentos e quando minha mãe retornou eu já tinha terminado.


- E então?


- Está tudo em ordem, mãe. Fará um excelente negócio.


-Fico aliviada. Eu realmente me interessei, mas o preço estava tão baixo que pensei que pudesse haver alguma falcatrua ai.


-Não. Ainda fiz questão de pesquisar algumas coisas na internet. Ao que parece o sujeito está com problemas de saúde, daí o preço bem abaixo.


Minha mãe me encarou por um bom tempo antes de suspirar.


- Você é muito boa nisso, Robin. E eu sinto muito orgulho de você... de verdade. E quero... pedir desculpas a você pelas coisas que falei. Não quero que pareça que eu prefiro o Henry a você.


- Tudo bem, mãe. Já passou. Acho que você deve se preocupar mais com minha mãe.


-Essa é outra história. É... difícil pra mim.


- Eu sei que é. E acho que a senhora deveria pensar realmente, mas pensar bem... se irá perdoá-la ou simplesmente passar por cima. A pior coisa do mundo é alguém ficar te olhando todos os dias com olhos acusadores. Se for perdoar... tem que ser do fundo do coração, senão é melhor cada uma seguir seu caminho.


Mais uma vez ela me encarou. Mas a mente parecia estar longe dali.


- Você mudou muito.


- Mudei, mãe. Eu descobri que amo a Alice e se eu continuasse a ser aquela garota arrogante e mimada eu jamais teria qualquer chance com ela.


- E ela perdoou o que você fez com ela...


-Pois é... ela sabe que eu me envergonho do que fiz. E o estranho... A senhora ficou brava comigo, me bateu... mesmo tendo agido exatamente como eu. Está na hora de parar de se achar a dona da verdade, mãe. Pare e pense se minha mãe realmente merece ouvir tudo o que ouviu.


Preparei-me para sair, mas ela se levantou e me chamou.


-Filha?


Parou à minha frente e abrindo os braços me deu um abraço. Abraço de mãe.


- Saiba que eu tenho muito orgulho de você, Robin.


-E o que mais quero é voltar a ter orgulho da senhora também. Agora eu preciso ir ver Alice.


Ela riu.


- Vá lá. Acho que ela já terminou o serviço.


Sai do escritório e nesse exato momento eu vi Alice se afastando em direção a casa. Henry estava sentado próximo à cerca do campo e acompanhava sua caminhada. Logo que passou por ele eu vi Henry levar a mão até a virilha. Meu sangue ferveu. Maldito...que Deus me ajudasse ou eu iria matar esse cara.


Caminhei até ele a passos largos. Pareceu assustar–se não só com minha presença como também com minha cara de poucos amigos.


-Robin.


-Acho que chegou a hora de termos uma conversa.


- Se veio me ameaçar, acho...


Eu o interrompi.


- Eu não vim ameaçar principalmente porque eu não sou mulher de fazer ameaças. Eu vim apenas fazer você enxergar algumas coisas que você insiste em não ver. E olhe só... eu irei dizer apenas uma única vez. Da próxima vez não vai sobrar músculo nesse seu corpo.


Ele deu um sorriso debochado.


- E não pense que é mais forte que eu... porque perto de mim, você não é nada. Se fosse... era em seus braços que Alice estaria agora...e não nos meus.


Ele pulou da cerca e parou a minha frente. Se ele tentava me intimidar... estava muito enganado. A minha ira era tanta que eu o derrubaria fácil. Era só começar.


“Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter.” (Chico Xavier)



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