1. Spirit Fanfics >
  2. Casamento Falso >
  3. Boate, bebedeira e proposta

História Casamento Falso - Boate, bebedeira e proposta


Escrita por: crydrews

Notas do Autor


Boa noiteeeeeeee <3
— Como sempre, quero agradecer aos favoritos, passamos de 110! Sejam bem vindas leitoras novas! <3
— Achei que esse capítulo tinha mais de 4k palavras, fui enganada </3
— COMPREI MEU PURPOSE, MEU DEUS, É TÃO LINDO NÉ GENTE?!
— Eu sempre esqueço o que tenho que falar aqui.
— Ah, dei uma boa adiantada na escrita dos capítulos. Hoje eu terminei de escrever o 7 e já comecei o 8.
— Minhas provas estão chegando, então se a atualização demorar vocês já sabem o motivo.
— Falei demais, boa leitura meus amôs <3

Capítulo 4 - Boate, bebedeira e proposta


Play me like your first guitar

Where every single notes too hard

I don't even care

You can take me there

We can set the world on fire

Wildfire — Demi Lovato

     A sexta-feira chegou depressa e com ela, o cansaço de Cassie. Não que seu trabalho era muito exaustivo, mas mesmo assim. Pensar e escrever as matérias na revista não era tão fácil assim como as pessoas pensavam ser. Chegou em casa exausta, nem se recordando do convite que Justin havia feito dias antes.

     Porém, diferente dela, o convite estava bem fresco na memória dele. Apressou-se em terminar o projeto de uma casa para ir logo para seu apartamento, mas só conseguiu finalizar tudo bem mais tarde do que gostaria. Dirigiu com pressa até seu prédio e, sem paciência para o elevador, foi de escadas até seu andar. Não demorou para chegar, mas ficou ofegante. A falta de exercícios físicos começava a se manifestar, pensou ele.

     Comeu apenas uma pera e foi para o banheiro, não demorando mais do que quinze minutos no chuveiro. Assim que chegou em seu quarto, verificou as horas. Faltava pouco para as 9 horas da noite, então certamente chegaria atrasado para buscar Cassie. Trocou-se rapidamente, vestindo uma calça jeans, camisa polo e um par de vans pretos nos pés. Borrifou um de seus perfumes caros em si mesmo e saiu com pressa dali, indo direto para a garagem do prédio. O carro foi ligado rapidamente e ele arrancou para chegar logo ao apartamento de sua antiga colega.

     Enquanto isso, a loira segurava um balde cheio de pipocas ao mesmo tempo em que assistia um péssimo filme de comédia romântica na TV. O filme era tão patético que chegava a ser engraçado. Enquanto ria da crise de ciúmes exagerada da personagem principal do filme, a campainha tocou. Não pedia comida fora há séculos, então não era nenhum entregador. Mesmo já tendo pagado o aluguel do mês e parte dos atrasados, teve medo de que fosse o senhor Hastings. Como saberia se ele estivesse de mau humor? Levantou-se do sofá preguiçosamente e, com uma pontinha de medo, foi atender a porta. 

     Justin estava irritado com a demora para abrirem a porta. Já tinha ouvido vozes na TV, o que significava que Cassie estava ali. A porta foi aberta devagar e revelou a loira, que trajava uma calça de moletom e uma blusa fina. 

 — O que faz aqui a essa hora, Bieber? 

 — Você vai sair comigo vestida assim?

 — Sair com você? Nem pensar. 

     Fez menção de fechar a porta, mas foi impedida por um pé e braços. A mulher olhou para Justin de forma confusa e irritada, praticamente o fuzilando com os olhos. Ele não se abalou com isso e adentrou completamente o apartamento, logo fechando a porta atrás de si.

 — Eu disse à Emma que iríamos sair e nós vamos. Não adianta dizer que não vai porque eu não saio daqui enquanto você não sair comigo. — falou e, como se fosse dono da casa, sentou-se de forma despojada no sofá. — Não me diga que iria passar a noite assistindo TV? Aliás, esse filme é péssimo.

 — Justin, eu estou exausta e não... 

 — Você ainda não foi se trocar? Precisa de ajuda? Vá logo, Stewart, meus amigos esperam por nós. 

 — Seus amigos? 

 — É claro.

 — Só espero que eles sejam mais legais e educados que você. E se quiser mesmo que eu vá, vai ter que esperar eu ficar pronta.

     Ela demoraria o quanto pudesse apenas para que ele desistisse e fosse embora. Mas, mal sabia ela que ele era insistente e paciente o bastante para não desistir tão fácil assim.

     Cassie ficou tempo suficiente debaixo do chuveiro e saiu quando se sentiu renovada. Enxugou-se e enrolou-se na toalha, passando pelo corredor até seu quarto com passos rápidos, tomando o devido cuidado para que o loiro não a visse praticamente nua. Fechou a porta com rapidez e foi até seu armário. Possuía apenas duas ou três roupas para festas, já que não saía muito. Acabou escolhendo uma saia de cor preta e meio rodada, juntamente com uma blusa da mesma cor. Calçou um par de ankle boots e penteou os cabelos. Borrifou um pouco de perfume em seu pescoço e passou uma maquiagem leve em seu rosto fino. E então estava pronta. Colocou apenas o necessário em uma bolsa pequena e saiu do cômodo, indo até a sala e encontrando o Bieber cochilando no sofá. Ele estava todo torto e com a boca aberta, deixando a cena extremamente engraçada. Tossiu falsamente, esperando que assim o loiro acordasse, o que realmente aconteceu.

     Assim que ele abriu os olhos, achou que ainda estivesse dormindo e estava em um sonho. Ter esperado tanto tempo por ela havia realmente valido a pena. Ela estava simples e ao mesmo tempo, fantástica. A escuridão das roupas contrastando com a pele clara a deixava ainda mais bonita.

 — Eu não tenho certeza se quero mesmo sair, Bieber. — ela reclamou, o que o fez despertar do transe.

 — Claro que quer. Eu não esperei por você à toa. 

 — Para falar a verdade, achei que se eu demorasse bastante você acabaria desistindo de esperar e iria embora. Quase deu certo, encontrei você babando aí no meu sofá. — ela brincou e ele revirou os olhos. 

 — Eu não estava babando. 

 — Ah, estava assim, não adianta negar porque eu...

 — Chega, vamos logo.

 — Se você continuar me interrompendo enquanto eu falo, eu...

 — Você não vai fazer nada. Vamos.

 — Grosso.

 — Chata. 

     Desceram até o térreo e entraram no carro em completo silêncio. O caminho foi do mesmo jeito. Ela não fazia ideia do lugar para onde estavam indo, mas esperava que não fosse tão longe de casa. Ele dirigiu por cerca de quinze minutos, parando o carro em frente à uma casa noturna que possuía o som alto e gente fazendo filas enormes para entrar. Que ótimo, pensou, além de ter que sair com ele ainda teria que esperar de pé em uma fila enorme para entrar em um lugar que nem queria? Era simplesmente ridículo. O loiro entregou a chave do carro para um manobrista e andou até perto dos seguranças que cuidavam da entrada das pessoas. Ela não se moveu um centímetro enquanto encarava-o conversando com um dos grandalhões. Poucos minutos depois, ele sorriu e virou-se para ela.

 — Vamos?

 — Espera, a gente não vai precisar ficar nessa fila enorme? — perguntou demasiadamente confusa.

 — Não. O dono dessa boate é um cara que fez faculdade comigo. Ele me convidou para vir aqui faz algum tempo, mas acabei nem vindo. 

 — E agora aqui está você e eu de penetra. 

 — Você não é penetra. Agora vamos entrar logo antes que essas pessoas fiquem com raiva por estarmos dificultando a entrada.

     Sem dizer nada, ela passou pelos seguranças e entrou na casa noturna. As mãos de Justin estavam no final de suas costas, praticamente instruindo para onde deveriam ir. Apesar do contato físico, ela não se sentia incomodada com isso e sim com a quantidade absurda de gente presente naquele lugar. Andar por ali não era tão fácil e várias vezes levou alguns leves empurrões de pessoas provavelmente bêbadas. 

 — Meus amigos estão ali no bar. — o loiro falou de forma alta perto do ouvido da mulher, para que ela pudesse escutar acima da música. 

     Ela assentiu e eles andaram até lá. Ryan e Chaz riam de algo e bebiam também. A presença feminina de Cassie logo foi notada por eles, que a olharam de cima abaixo, imaginando que ela fosse flertar com algum deles. Pouco depois ouviram a voz rouca do amigo e todos esses pensamentos foram por água abaixo.

 — E aí, caras. — os homens cumprimentaram-se com abraços e tapinhas nas costas enquanto ela apenas observava tudo. — Essa é a Cassie. Cassie, esses são Ryan e Chaz.

 — Oi. — depositou um beijo rápido na bochecha de ambos e logo se afastou novamente. 

 — É um prazer, Cassie. — Chaz falou. A malícia respingou em sua frase e isso foi percebido pelos amigos, mas não pela mulher. 

 — Igualmente. — ela respondeu de forma simpática. 

 — Quer beber alguma coisa? Eu pago. — Ryan ofereceu-se.

 — Eu a trouxe, eu pago. — Bieber falou.

 — Não preciso que me paguem nada, eu tenho dinheiro. Ei, eu vou querer um desse aqui também! — disse ao bartender, indicando o copo com a bebida denominada de Blood Mary.

 — Wow, bem feito, idiotas. — Chaz debochou e todos, exceto Justin, riram. — A senhorita dará a honra de dançar comigo esta noite? — perguntou à loira.

 — Sim, mas não agora. Vou ficar um pouco aqui, podem ir lá. Sigam o exemplo do amigo de vocês. — disse, referindo-se à Justin, que já estava dançando e sorrindo para uma mulher morena na pista de dança.

 — Ele não perde tempo. Nos vemos depois então, gata. — Ryan disse e logo ele e o amigo saíram dali.

     Tecnicamente sozinha ali, Cassie observava todo o local. Era grande e estava lotado. Uma música do Calvin Harris tocava e agitava as pessoas que estavam na pista de dança e também algumas que estavam no bar. Ingeriu todo o líquido que estava em seu copo em pouco tempo e não demorou mais do que quinze minutos para que percebesse alguém sentando-se no banco onde antes Chaz havia sentado. Pode perceber que era um homem com olhos claros quando virou-se rapidamente para observar quem estava ao seu lado. Os cabelos eram meio encaracolados e não conseguiu distinguir a cor deles por conta da pouca luz do ambiente. Desviou o olhar rapidamente quando o percebeu olhando para ela com o canto do olho. 

 — Curtindo a noite? — o homem perguntou. 

 — Apenas observando por enquanto. 

 — Sou Logan. 

 — Cassie.

     Apertaram as mãos rapidamente e então ela voltou a encarar o lugar. Além de Justin e seus amigos, não conhecia ninguém ali. Enquanto isso, Logan estava inquieto em seu lugar. Queria conhecer mais a loira reservada e bonita. Cassie pediu outra bebida para o bartender e balançava a cabeça conforme a música que tocava no momento. Ela conhecia o ritmo e gostava dele. Logan acabou com a bebida restante em seu copo rapidamente e pediu mais dois copos, um para ele e para a loira, que encarou-o confusa. 

 — Obrigada, eu acho. — falou de forma risonha.

     Assim como antes, bebeu todo o líquido rápido. Levantou-se do banco alto assim que ouviu os primeiros versos de uma de suas músicas favoritas e não se importando muito, puxou Logan pelo braço para irem para a pista de dança lotada.

 — A bebida já fez efeito? — ele perguntou perto do ouvido da mulher devido à música alta.

 — Antes fosse. É minha música favorita! 

     Esqueceu-se completamente de todos os problemas enquanto dançava conforme as batidas da música. Não havia mais problemas com a adoção de Emma, não havia mais problemas com dinheiro. Tudo que havia era uma noite de diversão, coisa que não acontecia há tempos em sua vida.

     Justin já não estava tão sóbrio assim e queria aproveitar ao máximo a noite. Dançou com várias garotas e beijou algumas. Ao longe, viu Cassie bebendo e dançando também. Logo depois viu ela falando com um cara, que não demorou para sair e foi para o bar. Ele estava bêbado demais para pensar claramente. Em sua mente só se passavam coisas sujas que eram realizadas por ela. Ela estava tão gostosa usando aquela roupa e dançava de forma tão provocante que ele não conseguiu se segurar e não demorou muito para estar ao lado dela, que também já não estava tão sóbria. Cassie percebeu que estava acompanhada e virou-se a fim de ver quem era a pessoa. Surpreendeu-se ao ver Justin ali, mas deu de ombros, não se importando com isso e continuou dançando. 

     Ela dançava conforme as batidas da música cuja letra dizia coisas sujas e impróprias. Ele se sentia animado ao extremo vendo-a dançar daquele jeito sensual e não conteve as mãos quando estas pousaram sobre o quadril da mulher, que não pestanejou, pelo contrário, virou-se de frente para ele, aproximando ainda mais os dois corpos, o que o fez grunhir em excitação. A distância foi quebrada quando o loiro uniu as bocas dos dois. A língua dela tinha gosto de vários tipos de bebidas alcoólicas diferentes e a dele não estava tão oposta disso. Naquele momento, ela não se importava se estava beijando aquele cara que reapareceu em sua vida do nada. Mas, se por acaso se lembrasse disso, provavelmente se arrependeria amargamente e não olharia pra cara dele pro resto da vida. 

     Ele, por outro lado, mal via a hora deles saírem dali e irem para outro lugar. Não estava se importando com os amigos que também estavam por ali. Ele queria sentir ela, queria sentir-se dentro dela e queria ouvi-la gemer seu nome. Só desgrudaram os lábios quando a falta de ar se fez presente. Sem conseguir esperar mais, ele puxou-a para fora dali e quando o carro dele foi entregue pelo manobrista, eles entraram rapidamente. Justin dirigiu rápido até a rua de seu prédio e não se incomodou de estacionar de forma péssima na sua vaga da garagem. Foram direto para o elevador, que, por conta do horário, estava vazio. E então voltaram a se beijar, de forma mais selvagem do que antes. Com mais desejo. 

     Entraram no apartamento dele às pressas e esbarrando nos móveis. Por esse motivo, riram enquanto se beijavam. A blusa dela foi arrancada com rapidez pelas mãos ágeis dele enquanto o pescoço era tomado por seus lábios. Ele conseguia ouvi-la arfar e aquilo apenas fazia com que ele quisesse mais. Segurou as coxas dela com força e então ela subiu o corpo e entrelaçou as pernas ao redor do tronco dele. As intimidades se roçaram, fazendo com que o corpo dela se incendiasse ainda mais. 

     Ele a segurou firmemente e seguiu para o quarto, em nenhum momento deixando de beijar os lábios ou o pescoço de Cassie. Ela se soltou dele quando percebeu a cama embaixo de si e aproveitando isso, ele tirou a camiseta, exibindo o peitoral cheio de tatuagens que ela havia visto na praia. Ela sorriu maliciosamente e passou as unhas pelo local. 

 — Você está me deixando louco. — Bieber disse enquanto ela desabotoava a calça jeans dele devagar. — E eu não quero joguinhos.

     Terminou de tirar sua calça e tirou a saia dela com facilidade. Passou a mão pela intimidade dela por cima da calcinha e notou que ela estava molhada. Ela, assim como ele, já não aguentava mais esperar. Terminou de se despir e ficou totalmente nua, sendo seguida por ele instantes depois. Não teve tempo nem de pensar antes de ser preenchida por uma onda de prazer. 

     Ela arfava e gemia baixo contra o pescoço dele e aquilo era reconfortante para ele. Chegaram ao ápice juntos e depois deitaram adequadamente na cama de casal espaçosa de Justin. Ambos estavam com a respiração ofegante, suados e cansados e, principalmente, bêbados demais para dizerem algo. Não levou muito tempo para que conseguissem dormir. 

 

[...]

 

 — Porra, quem ligou esse despertador irritante? — o loiro disse ao ouvi o barulho soar pelo quarto pela quinta vez. 

     Ao ouvir a reclamação, Cassie acordou, abrindo os olhos devagar e com uma dor de cabeça que a torturava. O barulho alto fez a dor parecer centenas de vezes pior. 

     Abriu totalmente os olhos quando ouviu outra reclamação feita pela voz rouca. Virou-se confusa pra ele, que estava com uma expressão irritada no rosto. Ela percebeu que ele estava sem camisa alguma e então olhou para o próprio corpo coberto pelo lençol branco. Forçou-se a lembrar da noite passada e cabeça doeu ainda mais por isso. 

 — Caramba, atende logo esse celular. — ele disse.

     Saindo do transe repentino, ela pegou o celular que estava sob o criado mudo — e que não fazia ideia de como ele havia ido parar ali — e olhou para o visor. O número, seguido do nome tão conhecido, a fez se assustar. Por que raios a senhora Mills estava ligando naquele horário? Sem querer deixá-la esperando demais, atendeu a chamada.

 — Senhora Mills? O que aconteceu?

 — Desculpe acordá-la, querida, mas hoje é sábado, você disse que viria contar histórias para as crianças hoje. — a velha senhora relembrou-a. Como pode esquecer-se?

 — Minha nossa. Eu já estou indo! Mil desculpas, senhora Mills!

     Não esperou resposta nenhuma dela. Encerrou a chamada e pulou da cama puxando e enrolando em volta de si o lençol. Recolheu todas as suas roupas espalhadas pelo quarto e foi para o banheiro. Ele olhou-a confusa e vestiu uma bermuda por cima da boxer preta, sem se importar em colocar uma camiseta. Prostrou-se à frente da porta do banheiro de sua suíte e começou a bater na porta freneticamente, não se importando também com a cabeça dolorida por conta da ressaca.

 — Stewart, abre essa porta. 

     Ela revirou os olhos assim que ouviu a voz dele. Ainda não podia acreditar que havia cometido o erro estúpido de transar com ele. Por sorte, não se lembrava de muita coisa da noite anterior. Tudo bem, ele era bonito, mas mesmo assim, aquele erro fora estúpido demais. Principalmente porque, por causa dele, estava atrasada para ir até o orfanato para o sábado das histórias. Xingou-se mentalmente quando olhou para o espelho; a maquiagem estava borrada e o cabelo um desastre. Lavou o rosto rapidamente e passou os dedos pelos cabelos, a fim de ajeitar os fios rebeldes. 

     Justin estava impaciente do lado de fora. A cama continuava bagunçada e ele estava irritado, coisa que dificilmente acontecia depois de uma noite de sexo. A porta se abriu e revelou Cassie vestida com as roupas da noite anterior e com o rosto um pouco inchado por conta do sono. 

 — Quem era aquela tal de senhora Mills no telefone? Você já vai embora? — o loiro perguntou enquanto a seguia para fora do quarto.

 — Não te interessa para a pergunta número um e sim para a pergunta número dois. Aliás, eu só dormi aqui porque estava bêbada demais para pensar claramente. Transar com você foi um exemplo do resultado da bebedeira. 

 — Você diz como se não tivesse gostado. — ele provocou.

 — Como tem tanta certeza de que eu gostei? Eu posso fingir muito bem.

 — Não quando se está bêbada.

 — Você também estava bêbado, não deve se lembrar de nada. E mesmo que se lembrar, isso nunca vai se repetir. Eu preciso ir agora. 

     Antes que pudesse abrir a porta que dava acesso ao corredor do andar, ele a impediu. Ela semicerrou os olhos para ele, como se fosse o fuzilar com os olhos. 

 — Eu vou te levar pra casa. — disse enquanto vestia uma camiseta que estava jogada no sofá.

 — Eu não vou pra casa. 

 — Não interessa pra onde você vai, não vou te deixar ir a pé. Vamos logo. 

     Ela bufou de raiva e entrou rápido no elevador. O ar pesado entre eles era quase palpável no ambiente fechado. Não demoraram para chegar à garagem e, consequentemente, ao carro dele. 

 — Vai pra onde? 

 — Conhece o orfanato que fica mais ao sul? — ela perguntou.

 — Não sei, mas com certeza o GPS saberá. 

     Ela ditou o nome do lugar à ele e logo o aparelho mostrou as opções de trajeto para seguirem. Bieber dirigiu rápido até o lugar e o silêncio reinava absoluto no carro, o que não incomodava nenhum dos dois. Cerca de vinte minutos depois, ele estacionou o carro e ela tirou o cinto de segurança, tendo o ato seguido pelo loiro. 

 — Nem pense em descer. Você vai embora. Obrigada pela carona e esqueça que eu estive em sua cama. — ela sorriu falsamente e saiu do carro.

     Ele estava intrigado demais querendo saber o porquê dela estar ali, naquele lugar, àquela hora da manhã. Não conteve a curiosidade e saiu do carro devagar, quando ela já estava praticamente dentro do orfanato. Andou até lá e viu-a percorrendo um grande corredor e entrando em algum lugar. Com passos rápidos, seguiu a direção que ela tinha seguido e entrou pela mesma porta que ela, ficando impressionado.

     A sala estava repleta de crianças que abraçavam Cassie com força. O sorriso dela era tão grande que poderia fazer suas bochechas doerem. Tentou ficar invisível ali enquanto as crianças se ajeitavam no tapete que estava no chão. Conseguiu reconhecer Emma e sorriu ao lembrar da garotinha.

 — Desculpem o atraso, crianças, tive um imprevisto. Já decidiram que história querem ouvir hoje? — a loira perguntou.

     Um garoto moreno respondeu à pergunta com um "sim" animado e entregou o livro à Cassie. Ela começou a contar a história e Justin escorou-se na parede, mais observando as diversas crianças do que ouvindo.

     Cerca de meia hora depois, quando o pequeno livro já estava na metade, a porta da sala foi aberta, chamando a atenção das crianças e também de Justin e Cassie. A senhora Mills entrou e a primeira coisa que reparou foi Justin.

 — Quem é você, rapaz? 

     Antes que o homem pudesse responder, Emma percebeu a presença dele ali e sorriu abertamente. 

 — Justin! Você veio me visitar! 

     Ela correu em direção à ele e jogou-se nos braços do loiro. Ele pegou-a no colo de forma desajeitada e ela deu um beijo molhado na bochecha dele. 

 — Claro que vim. Como você está? 

 — Estou bem. Você veio com a Cass? Senta ali com a gente e ouve a...

 — Eu pedi pra você ir embora, Bieber. — Cassie falou de forma irritada, já tirando Emma do colo dele.

 — Vejo que vocês já se conhecem, não é?! Pode ir conversar com ele, Cassie, eu termino a história. 

     Cassie assentiu e depositou um beijo no topo da cabeça de Emma, colocando-a no chão logo depois. Saiu da sala com passos rápidos e fortes e foi seguida por Justin, que começava a entender melhor o porquê dela estar ali naquele orfanato e ter uma relação de proximidade forte com Emma. Tudo começava a se encaixar perfeitamente. 

 — Eu disse pra você ir embora, por que diabos você me seguiu?! — ela explodiu. Não era para aquilo estar acontecendo. 

 — Queria saber o que você iria fazer em um orfanato em pleno sábado de manhã.

 — Sou meio que voluntária aqui, venho quando posso. E por causa da Emma também. — admitiu.

 — Você quer adotá-la? É isso, não é?! O passeio no parque, o jeito que você a trata como uma filha, tudo se encaixa. 

 — E se for? Caramba, Justin, não é porque você me ajudou pagando meu aluguel e arrumando meu carro que pode ficar bisbilhotando a minha vida! Esse é um assunto meu! — ela praticamente gritou, exausta. Os funcionários que passavam pelo corredor olhavam-os de forma confusa. 

 — Dá pra ficar calma?! Eu só fiz uma pergunta! Por que ela ainda está aqui se você vai adotá-la? 

 — Eu quero adotá-la, mas não posso. Sempre tem alguma coisa que me impede. Não ganho bem onde trabalho, meu apartamento é pequeno demais para uma criança e o pior de todos os motivos, eu não sou casada. O que uma aliança no meu dedo vai mudar quanto a educação dela? Isso é ridículo! — desabafou enquanto o encarava. Tudo aquilo estava preso dentro de si há tempos.

 — Você já tem um advogado? Ele pode te ajudar nisso e...

 — Não adianta. Pessoas casadas legalmente têm maiores chances de conseguir adotar uma criança, seja de qual idade for. Toda vez que entro por aquela porta, fico com medo de não ver a Emma mais aqui. É egoísta pensar assim, mas não quero que ela seja filha de outra pessoa. Quero que ela seja minha filha. 

     Doía dizer aquilo em voz alta. Doía porque sabia que aquela parecia uma realidade muito distante para ela. 

     Ficaram em silêncio por alguns minutos. Ela tentava não pensar na adoção de Emma enquanto ele tinha a mente fervendo. A ideia que ele tinha na cabeça não era a melhor possível, na verdade, era a pior, mas beneficiaria os dois. Principalmente Cassie.

 — Eu já sei. — ele falou e ela ergueu a cabeça e observou-o. 

 — Sabe o quê?! 

 — Eu tive uma ideia. Ela vai ajudar nós dois. 

 — Estou com medo de perguntar qual ideia é essa.

 — É simples. É só a gente se casar. Eu pego a minha parte na herança e você consegue adotar a Emma. Um casamento de fachada. Totalmente falso.


Notas Finais


Um grande beijo para todas aquelas que comentam em todos os capítulos, vocês me deixam realmente muito felizes! Fantasminhas, apareçam e deixem um comentário fofo aqui embaixo para me deixar feliz também ksjdhjkahfkhsa. Espero que tenham gostado do capítulo e me avisem caso achem algum erro grave, revisei tudo correndo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...