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História Casinha Amarela - Noland - Capítulo único


Escrita por: tobiokitty

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo único


A vida de um aposentado pode ser muito pacata, muitos deles não conseguem lidar com a vida monótona e a rotina dos dias em casa e acabam caindo em profunda tristeza. Mas a história que vamos acompanhar dessa vez não fala sobre tristeza ou monotonia porque quando se trata de uma história de amor os dias são sempre diferentes.

Amar alguém é um sentimento, mas compartilhar sua história com um outro alguém é uma escolha, que não é fácil e requer muita paciência e dedicação. Há alguns anos atrás Noland e Calgara além de se amarem escolheram transformar suas histórias em uma só, e é por isso que hoje eles não se sentem entristecidos e vivenciam novas histórias todos os dias.


A casinha construída no final da rua é uma das mais antigas do bairro, ela já foi pintada de diversas cores e o seu belíssimo jardim já foi casa de diversas espécies de flores. A pequena casa com portas enormes era quase patrimônio histórico daquele bairro, todos conheciam os gentis moradores e as crianças ainda mais, pois sempre que sentiam o cheiro gostoso de quitutes caseiros no ar iam correndo até a casinha amarela para se deliciar com o lanche e ouvir histórias incríveis.


No começo a relação foi estranha, as crianças tinham um certo medo dos velhinhos gigantes que de longe pareciam assustadores. Haviam até alguns boatos de que eles eram vikings maus que sequestram criancinhas pra fazer bolo! Ninguém sabe quem foi o criador dessa história absurda mas muitos acreditam ser mais uma peripécia do mini Usopp.

Acontece que depois que eles realmente se conheceram foi um caminho sem volta, ninguém poderia explicar a amizade daqueles dois velhinhos e o grupo enorme de crianças.


A sexta feira no parquinho foi trocada pela sexta feira na casa dos vovôs Noland e Calgara, os pais já nem se preocupavam mais, até porque as crianças sempre voltam felizes, de buchinho cheio e com histórias novas para contar. 



– Gara, tava pensando em fazer bolo de cenoura hoje, o que você acha? 


– Pode ser querido! Eu vou buscar umas frutas pra fazer suco na feira, vou aproveitar e trazer umas cenouras fresquinhas pra gente. - falou se aprontando para sair - Você viu a minha bengala?  


– Está atrás da porta, meu bem.



Depois de colocar seu chapéu para se proteger do sol da manhã e pegar sua sacola ecológica, Calgara saiu caminhando tranquilamente torcendo para encontrar frutas fresquinhas com um preço acessível.

Noland aproveitou que estava sozinho e ligou seu radinho em um volume mais alto que o normal e foi testar uma receita nova de biscoitos de chocolate sem glúten. Os passarinhos pousavam na janela de vez em outra para provar os pedacinhos de maçã que foram deixados pra eles, o gato gordo que era oficialmente o filho do casal tomava um banho de sol na porta de casa sem preocupação alguma.



– Amor você não vai acreditar! - o ruivo chegou animado colocando a sacola agora cheia na mesa - Eu encontrei mangas rosas na promoção, veja como elas estão lindas.



A canção que tocava na rádio disputava com a voz do velhinho recém chegado e foi esse o sinal que ele precisava para lembrar da mania chata do seu marido.

Ele encontrou o aparelho na mesa e se aproximou lentamente do marido o abraçando por trás e encaixando o aparelho em seu ouvido.



– Você tem que parar com essa mania de por música alta e tirar seu aparelho. Alguém pode entrar enquanto você está distraído.


– As minhas receitas só dão certo quando eu sigo esse ritual. - sorriu ao ver o homem que ama - Como foi na feira?


– Vem cá, você precisa ver com seus próprios olhos o meu achado!




O dia passou e o sol se pôs lentamente, depois da soneca sagrada da tarde os preparativos para o lanche começaram a todo vapor. Frutas cortadas, sucos naturais, bolo no forno e biscoitos caseiros sendo decorados. Quando o gato entrou correndo pela janela, os dois aposentados sabiam que a turma de crianças estava vindo correndo para vê-los.



– Vovôs! A gente chegou, abre a porta pra gente.- as vozes animadas podiam ser ouvidas desde o começo da rua e esse chamado tão conhecido aquecia o coração dos aposentados.


Depois que a porta foi aberta, as crianças deixaram suas mochilinhas na entrada e correram pra se sentar em rodinha no enorme tapete fofinho na sala.


As barriguinhas agora se encontravam todas estufadas e cheinhas dos quitutes dos vovôs, a agitação do pós escola já tinha passado e agora as crianças precisavam do seu entretenimento preferido.



– Hora da história, vovôs! 


– Já contamos tantas histórias pra vocês, tem alguma história específica que vocês queiram ouvir?


– Vovô Nonô, como você conheceu o vovô Gara? - o loirinho perguntou.


– Ok! Se acomodem direitinho porque lá vem história.



                                     📖



“Há muito tempo atrás existia um lugar onde todos eram felizes e conviviam em harmonia com a natureza, apenas usavam o necessário para sobreviver e cuidavam sempre da natureza para que eles continuassem amigos para sempre.

A terra em que viviam era muito farta e escondia uma grande riqueza que envenenou o coração de alguns moradores. Aquilo que deveria representar beleza começou a ser sobre dinheiro e isso acabou com a paz que existia naquele lugar.

Os homens ruins vieram e de um dia pro outro destruíram tudo que aquele povo construiu e conservou com todo cuidado e isso gerou indignação entre o povo que ali residia, em específico entre os mais jovens.

Calgara era um jovem que muitos chamavam de “punk” , por mais difícil que fosse pelo lugar que morava ele sempre buscava conhecimento, era estudado e sempre questionava tudo. Quando os homens da cidade chegaram, Calgara foi atrás de saber o que eles queriam ali e quando descobriu não perdeu tempo de informar o povoado sobre a destruição que queriam fazer em suas casas. Ele criou um pequeno grupo de resistência, onde eles protestavam e lutavam pelo direito de seu povo e foi em uma dessas manifestações que ele conheceu Noland.

Ele era só mais um entre os diversos jovens que abandonaram suas casas em busca de uma vida melhor, acreditando que o seu trabalho duro seria recompensado para que ele pudesse ter uma vida melhor. Foi assim que o jovem Noland entrou na confusão do mundo real.

Conforme os dias foram passando ele percebeu que algo incomodava seus superiores haviam dias que eles nem mesmo conseguiam trabalhar e de certa forma ele sabia que sobraria para ele o trabalho de resolver essa situação.


– Noland eu preciso que você suma com aquele pirralho de cabelos vermelhos, não importa a maneira,  apenas não me deixe voltar a vê-lo.


Foram essas palavras que assombraram o pobre jovem que ao receber uma arma em sua mão sabia que seu destino estava condenado. Ignorando a confusão em seus pensamentos ele foi atrás do garoto problema, ele sabia que não seria fácil mas nunca imaginou que seria acertado por uma tora de madeira antes mesmo de começar a falar.


– Filha da puta, covarde! - foi isso que Noland ouviu ao acordar - É claro que ele mandaria alguém para fazer o trabalho sujo. 


Ao perceber onde estava seu coração disparou, mas por algum motivo, ao observar o jovem de cabelos vermelhos como fogo, Noland não sentiu medo.


– Ah, você acordou… Como você se sente?



No fim ninguém sabia quando foi que eles realmente se apaixonaram mas depois daquele pequeno acidente Noland nunca mais foi embora. Ele se juntou ao grupo de manifestantes e juntos eles conseguiram quebrar algumas das máquinas dos homens maus e adiar a destruição de seu lar por um tempo. 

Depois de salvar seu povoado eles continuaram juntos, sempre lutando pelo que acreditam ser o certo e o sino da igrejinha tocando no fim da tarde foi a testemunha de que esse amor duraria para sempre.”


                                      📘


– O vô Gara quase matou o avô Nonô! - o pequeno Zoro reforçou rindo até sua barriguinha doer.


– E o vovô ainda se apaixonou. 


– Isso é muito a cara do Zoro e do Sanji. - Nami brincou com os amigos.


– Sai fora! - os dois gritaram juntos.


– Ai crianças vocês são o máximo. - os mais velhos riram se divertindo com a dinâmica das crianças.


– Zoro, já está na hora do banho, vamos embora! - Mihawk gritou do portão - Crianças seus pais me pediram para chamar vocês também.


– Ah não… Ainda tá cedo!  - o descontentamento foi geral.


– Eu quero saber o que aconteceu com os homens maus. - Zoro disse emburrado com seus bracinhos cruzados.


– Não desobedeçam seus pais crianças! Voltem na próxima semana e nós continuaremos a história.


– Tudo bem… - disseram desanimados - Obrigado pela história vovôs a gente volta na próxima semana, esperem por nós!


– Estaremos esperando com lanchinhos novos, vão com cuidado!



Depois de receberem um beijinho de cada criança em suas bochechas, o casal de velhinhos foi descansar em sua cama, o sorriso nunca deixando o rosto.



– Gostei de como você contou nossa história, dessa forma parece que foi fácil lutar contra tudo aquilo. - suspirou.


– Não foi fácil mas eu quis passar para eles que por mais difíceis que sejam as situações da vida tudo fica mais leve quando se está do lado da pessoa que você ama.


– Eu amo você, meu velhinho teimoso.


A lua nova trouxe o fim do dia, o gatinho já estava adormecido na poltrona e as crianças já não gritavam mais, o amor aqueceu aquela pequena casa garantindo uma boa noite de sono para o casal de velhinhos que ainda tem várias histórias para contar.




Notas Finais


Espero muito que tenham gostado da história e que estejam saindo dela com o coraçãozinho quentinho assim como me senti quando escrevi❤️‍🩹


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