"Por algum motivo aquela lembrança ficou na minha cabeça por mais tempo do que em outras vezes que eu recordei, eu consigo lembrar como estava o tempo, abafado já que estava no ápice do verão eu consigo lembrar do tamanho daquele arranhão no joelho dele bem pequeno aliás, mas eu lembrava com perfeição daqueles olhos grandes e verdes abalados, chorando, hoje eu me arrependo de ter tentado forçar ele a parar de chorar se eu estivesse no lugar dele eu também derramaria tantas lágrimas ou ainda mais que ele, assim com o eu fiz quando... melhor não lembrar, eu fui criado com uma mãe que falava que homens não choravam meu pai tentava desvalidar esse pensamento mas ninguém vence uma discussão com a velha, mas ela estava tão errada, precisa ser muito forte pra chorar, preciso ser forte pra desabar e começar de novo, eu sou fraco eu sempre acabo por acumular tudo, e como dizem quanto maior algo maior a queda, até hoje eu devo ter chorando duas vezes na vida talvez eu não esteja aqui depois da terceira, nessa amizade com o Deku eu tenho sido a parte "forte" por tanto tempo que nem lembro mais como é ser "fraco", quer dizer eu sei muito bem eu sou essa parte mas esqueci como me expressar, como botar pra fora, é como se eu tivesse guardado por tanto tempo tanta coisa e talvez eu me sinta vazio caso eu coloque tudo pra fora." Pensou o loiro se jogando no sofá.
Midoriya- vai trabalhar hoje?.- voltou pra sala com o Shinso.
Bakugo- sim daqui a pouco eu já vou sair.
Midoriya- volta que horas?.
Bakugo- no final da tarde eu saio de lá.
Midoriya- até.- disse sorrindo.- vamos.
Shinso- sim.
Bakugo- talvez eu ainda precise disso.- disse ao pegar um comprimido no armário.- eu tenho medo de desabar de novo.
Midoriya- é eu estava errado, trabalhar domingo ainda é chato mesmo com você.
Shinso- obrigado pela sinceridade.
Midoriya- até agora só entrou três pessoas aqui e falta meia hora pra fechar.
Camie- oi, ainda estão abertos.
Midoriya- sim, pode entrar.
Shinso- o que deseja?
Camie- um expresso.
Midoriya- já volto.
Camie- esse lugar tá vazio ein.
Shinso- quase ninguém trabalha domingo, logo esse lugar fica vazio.
Camie- pelo menos não tem nenhuma fila.
Shinso- um lado bom tinha que ter né.
Midoriya- aqui.- e cobrou.
Camie- obrigado até mais.- disse piscando pro esverdeado.
Shinso- impressão minha ou ela deu em cima de você.
Midoriya- impressão, ela deve saber que eu sou gay.
Shinso- será?.
Midoriya- aí por favor, não me diga que tá com ciúmes de uma mulher.
Shinso- talvez, eu tô tanto tempo sem você.
Midoriya- sério? a gente se vê quase todo dia.
Shinso- sabe do que eu tô falando.
Midoriya- é, eu também sinto falta.
Shinso pegou algumas moedas e colocou na jukebox que começou a tocar algo lento, romântico.- vem aqui.- o menino saiu do balcão indo pro meio da cafeteria.
Midoriya- dança lenta, saudade.- disse sorrindo.
Shinso- como vai ser?.
Midoriya- eu só sei conduzir. - falou segurando a cintura dele.
Shinso- e não pretende aprender a ser conduzido algum dia.- colocando a mão no ombro do garoto, e então começaram a dançar como se estivessem em um baile de debutante.
Midoriya- talvez algum dia.
Shinso- e agora.- viu os olhos verdes encararem ele.- vamos voltar a namorar?.
Midoriya-...sim.- então os dois pararam a dança para um abraço banhado a luz laranja do sol que estava começando a se pôr.
Já estava a noite quando eu estava indo pro apartamento inspirado já pensando na minha primeira pintura.
Midoriya- você ainda chegou primeiro. - foi pra cozinha pegar um copo de água.
Bakugo- só tinha eu e um colega, deu pra sair mais cedo.
Midoriya bebeu o copo reparando em uma cartela de remédio no armário.- passou em algum lugar.
Bakugo- sim, porquê?.- o menino levantou o medicamento.
Midoriya- você tá bem?.
Bakugo- sim, só por precaução.
Midoriya- Kacchan, tem algo que queira falar?.
Bakugo- não, relaxa.
Midoriya- se quiser falar algo pra mim não pense duas vezes.
Bakugo- é eu sei.- falava desviando o olhar.
Midoriya- ok, não vou te obrigar a falar, mas eu sei que tem algo de errado.- O loiro apenas olhou ele que se levantou e foi pro quarto.
Bakugo- malditô Deku. - falou com o punho fechado.- "nisso que dá conviver com ele por tantos anos".
Ojiro- que bom que eu consegui companhia hoje.
Ibara- eu não podia te enrolar mais, sem contar que eu estava com saudade de vocês dois.
Ojiro- pior que ela nem tá te dando atenção.
Ibara- que desfeita.- falou rindo vendo o cachorro correr livremente pelo parque.
Ojiro- como foi essa semana?.
Ibara- a mesma coisa, é fácil trabalhar atrás de um balcão só anotando coisas.
Ojiro- você tem sorte de não trabalhar com atendimento a clientes, é horrível.
Ibara- principalmente por causa dos clientes Monoma.
Ojiro- exato, as vezes eu tenho vontade de sair no braço com alguns.
Ibara- e se você apanhar, porque você não é muito forte né. - riu.
Ojiro- ei, eu e você agora.
Ibara- não, seria humilhante você perder pra mim, uma garotinha.
Ojiro- acho que você tá me substimando demais.
Ibara- será Ojiro?.- então os dois riram enquanto estavam no caminho de volta pra casa.
O caminho em si estava calmo a noite estava, já tinham saído da praça fazia cinco minutos e o loiro se ofereceu pra levar a garota pra casa, o lua estava crescente e o clima estava quente mais com ventos gelados o inverno estava próximo, tudo continuaria calmo exceto quando a cadela saiu em disparada rosnando em direção a um beco a pouco metros de distância, chegou lá e começou a latir parecendo indicar algo.
Ojiro- calma garota.- falou acariciando o crânio dela.
Ibara- Ojiro.- falou assutada cobrindo o olhar rapidamente.
Ojiro- ... meu.... Deus.
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