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História Caso Encerrado - Eu vou te ajudar a lembrar


Escrita por: kmyeonx

Notas do Autor


Hi, hello, annyeong!

Ainda tem alguém vivo por aqui?
Pela trocentésima vez, desculpem a demora dessa mulher sofrida que vos fala. Mas olha que eu nem demorei tanto assim, vai? HAHAHAHHAHA
Primeiramente, peço perdão pelo sofrimento causado no último capítulo! Vi um bocadinho de gente sofrendo pela reação do Sehun e, honestamente, eu também sofri horrores. Tudo que a gente quer nessa vida é nosso seho se amando, né?

Enfim, trago ~finalmente~ mais um capítulo pra vocês! Acho que nesse tem um pouquinho menos de sofrimento? E espero que compense pelo estrago causado IDUAHSDU
Muito obrigada por estarem acompanhando esses dois agentes da Homicídios!

Não posso esquecer de agradecer minha musa, @jonnie, pela betagem sempre maravilhosa! Você é sim o amor da minha vida!

Sem mais delongas, espero que gostem ♥

Capítulo 9 - Eu vou te ajudar a lembrar


Talvez o corpo de Sehun fosse um grande imã, que puxava os olhos de Junmyeon onde quer que fosse. Sentado em sua própria mesa. Conversando com o Tico e o Teco. Dentro do escritório do chefe D.O. Se fosse ser honesto consigo mesmo, sentia-se como se estivesse preso em um loop gigante, ou até mesmo um dèjá vu. Já havia passado por isso antes, todo esse lance de precisarem conversar e um ignorar o outro. Exceto que agora quem ignorava era Sehun e aquilo estava sendo extremamente desconfortável para Junmyeon, principalmente quando ele só conseguia pensar em quando iriam repetir a dose. Ou quem sabe experimentarem algo novo.

Agradeceu aos céus por ter sido Sehun a escrever o relatório do último caso, porque por mais que se forçasse a concentrar em algo, a imagem do parceiro rebolando em seu colo sempre invadia sua mente e, bem… era difícil concentrar-se quando estava pensando com a cabeça debaixo.

Suspirou e balançou a cabeça negativamente, como se aquele gesto pudesse mandar para longe os pensamentos impróprios que tornavam a incomodá-lo. Já sentia o Junmyeon Júnior começar a formigar e dessa vez não estava em casa para se dar ao luxo de usar a mãozinha amiga.

Respira, Kim Junmyeon. Você não pode deixar que uma paixonite te afete dessa forma, que afete seu trabalho! Seja homem e resolva o problema!”, repreendeu-se mentalmente.

Precisava esclarecer tudo, precisava colocar todos os pingos nos “is” e precisava fazer aquilo agora. Se Sehun realmente estivesse arrependido, então ele teria que falar em sua cara. Talvez não conseguisse lidar bem com o sentimento de rejeição, mas, em sua cabecinha pensante, era muito melhor do que continuar no escuro, imaginando o que teria acontecido ou o porquê.

Em um movimento rápido, levantou-se da cadeira de sua mesa e seguiu Sehun, quase sorrateiramente, que provavelmente caminhava até a cafeteria. Não pôde deixar de notar que o parceiro andava evitando até o seu olhar nos últimos dias e não conseguia parar de pensar na feição de arrependimento que ele expressara alguns dias atrás. Chegara até a cogitar se havia feito alguma coisa errada. Quando ambos passaram pela porta do banheiro masculino, Junmyeon agarrou o Oh pelo braço e arrastou-o para dentro do recinto, não o soltando até que estivessem os dois quase espremidos dentro de uma das cabines, fazendo companhia ao vaso sanitário.

Ouch! – Sehun exclamou quando foi quase jogado contra a parede. – Tá maluco? – Tentou desvencilhar-se do Kim, que bloqueava sua saída, sem sucesso.

– Precisamos conversar. – O olhar de Junmyeon era sério, mas podia perceber nele um quê de aflição.

No entanto, aquela simples frase fez Sehun arrepiar-se por completo. Era um assunto que ele gostaria de ignorar e, definitivamente, não queria conversar sobre o que tinha acontecido. Sentia vergonha de si mesmo, sentia-se sujo.

– Não sei do que você tá falando. – Desviou o olhar e, mais uma vez, tentou afastar-se do corpo não tão magro do parceiro, sendo impedido novamente, agora por um braço que cruzava seu caminho, sendo apoiado no mármore frio da cabine.

– Olha, eu e você sabemos muito bem que as coisas tendem a serem ruins quando não conversamos. Então nós vamos conversar e nenhum de nós vai sair daqui até conseguirmos lidar com o elefante gigantesco na sala.

Sehun suspirou e estendeu o pescoço, encarando por alguns segundos o teto branco do banheiro. Junmyeon tinha total razão em cada palavra daquela frase. As coisas realmente costumavam ficar muito estranhas e desagradáveis quando os dois, ou pelo menos um deles, resolviam ignorar o outro. E o Kim era tão cabeça dura, que era muito provável que realmente ficassem ali, espremidos, o resto do dia e a noite inteira – ou quanto tempo fosse necessário – caso não esclarecessem o que aconteceu algumas noites atrás.

O problema era que Sehun não sabia se conseguiria olhar nos olhos do parceiro depois de dizer o que havia feito. Sentia-se imoral e um total pervertido… Em sua defesa, estava completamente bêbado e fora de sua razão perfeita. Mas talvez aquilo não fosse uma boa razão para o mais baixo, que o encarava avidamente, aguardando uma resposta. Lá no fundo, sentia medo de que o outro passasse a olhá-lo de forma diferente depois que tudo fosse explicitado.

– Eu pensei que você tivesse gostado… – Junmyeon abaixou o tom de voz e seu rosto estava mais perto do que o limite de sanidade do Oh permitia.

– Eu gostei, mas… não deveria ter feito aquilo. – Sehun não conseguia encarar o parceiro por mais de um segundo. Os olhos ansiosos pareciam lê-lo por completo e não estava acostumado a sentir-se tão… exposto.

– O quê? Por quê? – A expressão interrogativa cresceu repentinamente naquele rosto de pele alva.

– Eu… – Inspirou profundamente, ponderando se deveria contar o que havia acontecido. Sentia as bochechas queimarem e era bem provável que estavam vermelhas, tamanha a vergonha que sentia naquele momento. Queria entrar dentro daquele vaso sanitário e dar descarga em si mesmo, porque qualquer coisa seria melhor do que dizer a verdade para Junmyeon. Mas não podia mentir, mesmo que o preço da realidade fosse caro. – ...me masturbei na sua cozinha, Junmyeon.

Nem sabia de onde havia encontrado coragem para terminar aquela frase e achava que a qualquer momento, o coração pularia para fora do peito pela boca, tão grande era a força com que batia contra seu tórax. Viu a expressão do parceiro transformar-se em confusão e suspirou mais uma vez, antes de continuar.

– Eu não me lembro muito bem, mas eu e o Taemin estávamos conversando no jardim. Voltei pra dentro e peguei algumas cervejas na geladeira. Lembro que o chão estava confortável e a música agradável e até lembro do gosto amargo da cerveja. Eu sei que eu… estava pensando em você e no nosso beijo e… a próxima coisa que eu me lembro é de estar com a calça aberta, a cueca abaixada e a mão suja de porra. – O chão acinzentado parecia extremamente interessante, já que Sehun não tirou os olhos daquela superfície durante aquela explicação asquerosa. Ainda não conseguia acreditar que havia feito aquilo; logo ele, que se considerava tão comedido quando se tratava dos impulsos sexuais.

A mão que segurou seu rosto logo em seguida era firme. Ergueu o olhar apenas tempo suficiente para ver Junmyeon aproximando-se e colando os lábios aos seus. Nem a vergonha que gritava em si foi capaz de impedi-lo de corresponder àqueles lábios macios, que tocavam ávidos os seus, explicitando o desejo de serem reciprocados.

Junmyeon não sabia de onde tinha surgido aquela ideia de beijar o Oh. Mas sentia -se aliviado, principalmente por finalmente ter uma resposta, mesmo que não muito detalhada, sobre o motivo de Sehun estar agindo de forma estranha. E não podia estar mais agradecido pelo quase desfecho daquela história não ser nada daquilo que estava pensando.

Para Sehun, aquela boca colada à sua era tão deliciosa quanto a sensação de tomar um banho quente no inverno; a vontade que sentia de ficar debaixo do chuveiro para sempre era exatamente do tamanho da vontade que sentia de nunca mais afastar-se daqueles lábios delicados, porém sedentos.

Mesmo sem entender o porquê daquele amasso dentro da cabine, principalmente depois de revelar o “segredo” que carregava consigo nos últimos dias, levou a mão até a cintura do Kim e puxou-o para perto de si, colando os dois corpos que pareciam queimar dentro das camisas e calças sociais. O desejo de Junmyeon de arrancar a roupa do parceiro ali mesmo era enorme, mas talvez não fosse o momento – nem o lugar – mais adequado. Respirou arrastado quando sentiu a mão grande e quente de Sehun apertar-lhe a carne sobre o tecido da camisa e o corpo maior que o seu inclinar-se, intensificando o beijo.

A cada toque da língua do Kim sobre a sua, Sehun parecia flutuar. Sentia-se como um viciado e sua droga tinha nome e sobrenome. Era viciado na textura daquela língua que explorava cada pedacinho da sua boca e as vezes roçava em seus lábios, provocando-o. Viciado naquele toque duro que prendia, entre os dedos, os cabelos curtos de sua nuca, vez ou outra puxando-os com pouca força. Viciado naquele corpo que se encaixava perfeitamente ao seu e que o fazia tremer sempre que se aproximava demais. E podia sentir os efeitos da abstinência quando estava longe de sua droga, uma droga tão forte, que o viciou em apenas uma vez.

O beijo foi repentinamente interrompido quando ambos ouviram a porta principal do banheiro abrindo-se. Passos desapressados ressoaram no ambiente, cessando não muito depois. Enquanto isso, os dois agentes encaravam-se desejosamente, as testas encostando uma na outra e os lábios entreabertos expiravam a ânsia de tocarem-se novamente. Os passos foram ouvidos mais uma vez, seguidos do som de água e rumaram em direção à porta, cessando quando esta foi fechada.

Sehun inclinou o rosto na direção dos lábios do Kim. Não queria passar mais um segundo que fosse longe daquilo que parecia ser seu paraíso pessoal. E Junmyeon estava pronto para corresponder, quando uma indagação brilhou em sua mente. Pousou o indicador levemente sobre a boca do Oh, impedindo-o de continuar.

– Espera… Isso quer dizer que você não se lembra do que aconteceu? E simplesmente pulou pra essa conclusão? – Não mexeu um centímetro do corpo para não se afastar do mais novo e muito menos moveu a mão que se embrenhava em meio aos fios curtos de cabelo do Oh. Precisava sentir o calor que ele emanava.

– Eu… tenho um pequeno problema com álcool. Dependendo da quantidade que eu bebo, não consigo me lembrar de nada. – Sehun deu de ombros. Já estava acostumado com a perda de memória relacionada ao álcool, apesar de que havia algum tempo que isso não lhe acontecia. – Mas pareceu a resposta mais plausível? Ainda mais depois que você apareceu do outro lado da cozinha, chamando meu nome com um tom de voz que mais parecia um “que merda é essa que você tá fazendo?”.

Junmyeon riu soprado e aquilo causou uma sensação gostosinha na boca do estômago de Sehun. E apesar de não estar entendendo o porquê daquela reação, daquele beijo e daquela risada – como se o fato de Sehun ser quase um maníaco sexual fosse engraçado –, não seria louco de reclamar, já que aquela reação estava sendo infinitamente melhor do que a que havia imaginado receber.

– Você realmente não se lembra do que aconteceu? Nadinha? Nem um relance? – O Kim apoiou o outro braço no ombro do mais alto, entrelaçando os dedos logo atrás de sua nuca.

– Não! Mas que droga, Junmyeon… O que diabos aconteceu na sua casa?

Um pensamento que poderia ser considerado insano cruzou a mente de Junmyeon. Mordeu o lábio inferior e pôde ver o reflexo de sua ação no Oh, que engoliu em seco, não conseguindo desviar o olhar dos lábios levemente inchados pelo beijo intenso de instantes atrás. Talvez estivesse prestes a cometer uma loucura? Muito provável. No entanto, essa era a menor de suas preocupações naquele momento.

– O que você tá pensando não aconteceu. Bom, você não se masturbou sozinho. Mas… já que você não se lembra de nada, eu vou te ajudar a lembrar. – Um sorriso pervertido instalou-se no cantinho da boca do Kim. – Primeiro, você me beijou… assim.

Sehun não teve tempo de questionar qualquer coisa, pois seus lábios foram tomados pelos do parceiro e, como se esquecesse todas as dúvidas e questionamentos que rondavam seus pensamentos naquele momento, entregou-se. Mordiscou levemente o inferior alheio, prendendo-o entredentes brevemente, antes de permitir que sua língua invadisse aquela boca desejosa, ansiando pelo toque áspero que não demorou a vir.

Apertava a cintura do mais baixo como se aquela fosse a última vez que se tocariam, trazendo-o para mais perto de si. Moveu o quadril involuntariamente e percebeu que Junmyeon sorriu entre o beijo. Quando sua língua foi chupada tão obscenamente por aquele baixinho libidinoso, sentiu seu membro pulsar e percebeu que já estava duro. Esse era o poder de Kim Junmyeon.

O beijo foi rompido à contragosto de ambas as partes, mas o Kim precisava fazê-lo lembrar daquela noite que ele mesmo jamais esqueceria.

E aquilo parecia estar funcionando, já que a mente de Sehun o iluminou com alguns flashes. Não era muito, mas sentia o gosto de cerveja vindo da língua do outro. Lembrou de pensar nas pintinhas que tanto amava. Lembrou da mão incerta do outro, que repousou em sua coxa. Lembrou de sentir-se nas nuvens, de não querer que aquele momento acabasse nunca. Como, em um milhão de anos, pôde esquecer todas aquelas sensações? Maldita amnésia alcoólica.

Voltou ao presente quando sentiu o quadril do Kim pressionar-se contra o seu com mais força. Expirou pesadamente.

– Então você sentou no meu colo e rebolou gostoso, me deixando completamente louco… Mais ou menos, assim.

Junmyeon desceu as mãos que ainda estavam na nuca do Oh e posicionou-as na bunda carnuda, que quase tremeu sob seu toque. Lembrou-se de como ela encaixava perfeitamente em seu pau e mal podia esperar para tê-la para si. Mas aquele não era o momento certo. Contentou-se em apertar a carne com certa força, aproveitando para pressionar seu membro contra o de Sehun, que podia perceber já estar completamente duro. Não que ele mesmo não estivesse.

Moveu o quadril em um movimento súbito e pôde ver o mais novo fechando os olhos, a respiração tornando-se um pouco mais pesada. Moveu-o novamente e sentiu o aperto das mãos em sua cintura, pressionando-o contra si. Continuou movendo-se até que começou a sentir a mente enevoando-se pelo prazer e aquilo não podia acontecer, precisava estar razoavelmente são para que pudesse levar Sehun à loucura.

Ficou quase nas pontas dos pés, até que sua boca alcançasse a orelha do Oh. Inclinou-se naquela direção e permitiu que os lábios roçassem suavemente por sua extensão.

– Depois você sussurrou no meu ouvido, bem baixinho… Dizendo o quanto você queria meu pau enterrado bem fundo na sua bundinha. – Bem, aquilo não era cem por cento verdade… Talvez Junmyeon tivesse alterado um pouco as palavras. Sorriu com o pensamento. – E então, você mordiscou minha orelha, assim…

Levou a língua ao lóbulo da orelha fria de Sehun, lambendo-a devagar e provocante. Trouxe-o até seus dentes, mordendo ali sem muita força, deixando os dentes deslizarem pela pele branca. Precisou usar de todo seu autocontrole para não descer a boca até o pescoço, que emanava o perfume inebriante e tão amado por Junmyeon. Queria marcá-lo ali e deixar uma prova de que aquilo que faziam escondidos e no local de trabalho era real e não apenas mais um dos inúmeros sonhos que tivera nos últimos meses. Mas precisava continuar e precisava seguir fielmente o roteiro… ou quase fielmente, já que planejava um pequeno desvio no meio do caminho.

– Não demorou muito pra que você me tocasse, assim…

Junmyeon afastou o quadril do de Sehun e, com a destra, tocou o membro endurecido do Oh, que pareceu tremer àquela pressão e, movendo a mão, roçou a palma sobre a ereção coberta, fechando os dedos e apertando-a não muito gentilmente.

Sehun encostou a cabeça no mármore da cabine, impulsionando o quadril para frente, querendo sentir todas as sensações     sensacionais que o toque do Kim o proporcionava. Sua mão era firme e os movimentos eram precisos, quase como se soubesse exatamente onde Sehun gostava de ser tocado. Queria sentir a pele dele contra a sua.

Outro flash invadiu sua memória. Um gemido arrastado. Uma mão grande envolvendo seu pênis, enquanto ele deslizava sobre alguma coisa dura e molhada. Sentiu o baixo-ventre formigar.

A mão rápida e hábil do Kim não demorou muito para desafivelar seu cinto, desabotoar sua calça de linho e puxar sua cueca para baixo, deixando o membro ereto exposto. Abriu os olhos e deu de cara com Junmyeon examinando-o e pôde jurar que viu a pontinha da língua do outro umedecer seus lábios. Aquela imagem fez seu pau pulsar e aquilo foi suficiente para que o mais velho cuspisse na mão e o agarrasse com força, fazendo Sehun prender a respiração àquele toque quente.

– Espera… acho que na verdade foi assim que você me tocou. Sua mão subia e descia no meu pinto e eu tava tão duro… do mesmo jeito que você tá agora. – O Kim iniciou uma masturbação lenta, tocando toda a extensão do membro que pulsava ao mínimo toque.

Sentia a palma úmida pelo pré-gozo que vertia da cabecinha rosadinha e aquilo lhe deu água na boca. Deu uma atenção extra à glande ao alcançar a extremidade do membro, roçando a pele ali com o polegar. Sehun, que tentava a todo o custo impedir que a respiração pesada se transformasse em um gemido, foi vencido pelo tesão e gemeu grave, o som ecoando levemente pelo recinto quase vazio.

Sehun odiava ter que apressar aquela punheta, mas… porra, a necessidade que de sentir todos os prazeres que o Kim pudesse lhe proporcionar, que parecia latejar em si, foi maior do que o desejo de aproveitar a lentidão com a qual aquela mão deslizava por sua extensão. Colocou a destra sobre aquela que o masturbava e incentivou-a a aumentar a velocidade dos movimentos. Junmyeon deixou-se guiar com um sorriso depravado no rosto, analisando as feições do Oh, que pareciam retorcer de prazer. Os gemidos que ressoavam bem ao seu pé do ouvido intensificaram-se e sabia que não demoraria muito para que Sehun se desfizesse em sua mão.

O barulho da porta externa abrindo-se fez Junmyeon levar a mão livre à boca de Sehun, cobrindo-a por completo. Viu o mais novo arregalar os olhos e endurecer o toque sobre a mão que o masturbava, na tentativa de parar aquele ato. No entanto, aquilo estava longe de ser a intenção do Kim, que continuou movimentando-a, agora com certa dificuldade.

Os passos dentro do banheiro pareciam estar em outra dimensão, já que tudo que Sehun conseguia concentrar-se era em como Junmyeon era habilidoso e não pôde deixar de perguntar-se se também tinha o mesmo talento com a língua.

– Você gosta disso, não gosta? De saber que tem alguém aqui do lado enquanto seu pau tá molhadinho na minha mão. – Junmyeon sussurrou ao pé do ouvido do Oh, tão baixinho, que Sehun precisou fazer um esforço descomunal para entender o que estava sendo dito. E aquilo fez sua ereção pulsar. Junmyeon sorriu, mordiscando brevemente o lóbulo arrepiado que parecia atrair seus lábios, como um imã. – Não adianta nem negar porque eu consigo sentir. – E, mais uma vez, lá estava aquele sorrisinho devasso que Sehun nem chegou a ver, já que seus olhos encontravam-se fechados, com certa força.

De repente, os movimentos em seu membro cessaram e, não podia negar que sentiu falta daquele contato. O Kim retirou a mão que cobria sua boca e, quando Sehun o encarou, quase questionador, levou o indicador aos próprios lábios, em um gesto mudo, pedindo-lhe que ficasse em silêncio. O barulho da descarga em uma das cabines ao lado foi ouvida exatamente no mesmo minuto em que Junmyeon ajoelhou-se, deixando o rosto na altura da ereção sofrida de Sehun.

Novamente, prendeu a respiração. Era como se o Kim houvesse lido seus pensamentos e não sabia se conseguiria curtir aquele momento sabendo que outra pessoa estava ali, podendo ouvir qualquer coisa que eles fizessem. Nunca havia feito nada do tipo.

Mas essa dúvida sumiu no momento em que sentiu a língua quente envolver sua glande. Sim, ele poderia curtir – e até demais – aquele momento. Sentiu-se ser lambido, sem pudor e sem a menor pressa, desde a cabecinha sensível, passando por toda a extensão endurecida, umedecendo-a, até chegar na base e, por último, nas bolas. Junmyeon lambeu-as e chupou-as, evitando que qualquer barulho exageradamente alto fosse feito.

O mesmo caminho de volta foi feito pela boca magnífica do Kim e Sehun precisava reunir todo seu autodomínio para não deixar que qualquer som escapasse de seus lábios entreabertos. O início de um gemido baixo arriscou formar-se em sua garganta quando Junmyeon abocanhou seu pau, circundando a cabecinha com a língua flexível, e ele logo levou ambas as mãos até a boca, abafando-o antes que tal gemido criasse vida.

O agente Suho levou uma das mãos até a base daquele membro, fechando os dedos indicador e polegar ali, formando um anel, com certa força. Deslizou a ereção lentamente para dentro de sua boca, pressionando-a contra sua língua, que antes imaginava qual seria o gosto de Sehun e agora sabia exatamente qual era – e melhor, tinha certeza que adorava aquele sabor.

O barulho de água escorrendo da torneira foi ouvido do lado de fora, conforme Junmyeon aumentava a velocidade com a qual chupava Sehun. A mão em sua boca não foi o suficiente para evitar qualquer som, já que emitiu um gemido anasalado baixo. Quando o barulho da porta sendo aberta e fechada soou no ambiente, o Oh moveu uma das mãos até os cabelos do agente, embrenhando os dedos nos fios pretos e endurecendo o toque ali, porém não o suficiente para forçar o rosto do Kim contra si.

– Porra Junmyeon, não para… Não para! – Não conseguiu evitar mover o quadril de encontro ao rosto do mais baixo, que se engasgou brevemente com o movimento súbito, porém não deixou que aquilo o impedisse de sugá-lo deliciosamente.

Implorava mentalmente para que ninguém entrasse naquele banheiro naquele momento, porque o barulho obsceno que a boca de Junmyeon fazia ao engolir seu pau inteirinho reverberava no ambiente. E que boca maravilhosa…

A respiração pesou e Sehun percebeu o corpo inteiro tremer. Sentiu uma pressão monstruosa em seu baixo-ventre e, junto com um gemido arrastado e um impulso irregular do quadril, derramou-se dentro da boca de Junmyeon. Gozou tão gostoso que já sentia a fraqueza percorrer seu corpo e as pernas bambearem.

Junmyeon cuspiu a porra dentro do vaso antes de levantar-se e dar descarga, limpando a boca com as costas da mão, o sorriso depravado não parecendo abandonar nunca os lábios avermelhados e inchados.

– Se lembrou agora? – Quase sussurrou, antes de depositar um beijo rápido nos lábios do Oh, que ainda ofegava, encostado no mármore da cabine.

– Não… Quer dizer, eu me lembro de algumas sensações. Mas eu te chupei desse jeito? – Estava fazendo um esforço descomunal para apenas permanecer em pé. Queria tocar o rosto de Junmyeon, queria beijá-lo e fazê-lo se sentir amado com todo o sentimento que queimava em seu peito, mas seus braços não conseguiram obedecer aos estímulos vindos do cérebro.

Viu o sorriso safado do Kim alargar-se.

– Não, essa foi por minha conta.

E o salafrário piscou sem-vergonha, abrindo a porta da cabine e deixando para trás um Sehun completamente bagunçado – e ainda mais encantado pelo homem completo que era Kim Junmyeon.

Era difícil olhar para a boca do agente Suho, que ainda estava um pouquinho inchada, sem se lembrar do que havia acontecido há algumas horas no banheiro daquele mesmo departamento. Se fosse pensar bem, ainda não haviam esclarecido cem porcento o que ocorreu na casa de Junmyeon mas, por enquanto, estava satisfeito. E o dever chamava.

Estavam no covil do Key, aguardando a análise facial ser finalizada e, sinceramente, já não aguentava mais esperar. O caso atual envolvia a morte de três mulheres que não se conheciam e, muito menos, tinham algum envolvimento pessoal uma com a outra.

No entanto, as três tinham características semelhantes: possuíam quase a mesma altura, por volta dos 1.60m; os cabelos eram castanho escuro e cortados com franjinha; haviam acabado de serem pedidas em casamento; e, talvez o detalhe mais macabro: nenhuma delas possuía o dedo anelar direito – e a autópsia do doutor Byun havia confirmado que os dedos foram arrancados com as vítimas ainda vivas.

Não era fácil separar o ódio pessoal que sentia desse tipo de ser humano do dever que tinha de apenas colocá-lo atrás das grades e deixar a Justiça decidir seu fim. Precisava controlar seu eu interior para não pegar um indivíduo desses e derrubá-lo na base da porrada. E não conseguia evitar colocar-se no lugar dos familiares das vítimas, dessa vez dos noivos – ou ex-noivos – das mulheres assassinadas. Todos eles em luto e depositando sua confiança naquela equipe, depositando a esperança de que eles seriam os responsáveis por capturarem aquele que lhes tirou o amor.

Sehun sabia que não era correto prometer aos familiares que conseguiria encontrar o suspeito e, na maioria das vezes, apenas dizia que dariam seu melhor para solucionar aquele caso. Mas, em todos eles, prometia a si mesmo que colocaria o desgraçado ou a desgraçada atrás das grades, custe o que custar.

Então era de se esperar que ficasse completamente inquieto quando chegavam à um beco sem saída. Exatamente onde estavam agora.

Sabiam que o assassino não era profissional, porque deixou rastros de DNA pelo corpo das três vítimas… Cabelo, suor e em uma delas tinha até um resquício de sangue, o que levou os agentes a acreditarem que o suspeito havia ferido-se durante o processo da remoção do dedo.

Mas foram frustrados ao receberem o relatório da Polícia Científica, que depois de ter corrido o DNA pelo sistema, não encontraram nenhuma correspondência. Ou seja, aquele provavelmente era o primeiro crime que o homem cometia, já que aquele traço de DNA também não era compatível com nenhum outro existente no sistema, de casos que ainda permaneciam em aberto.

Depois de questionarem os noivos, descobriram que os anéis de noivado foram comprados na mesma joalheria. A primeira vítima havia noivado primeiro e a última, por último. Fora trabalhoso conseguir um mandato para acessarem as câmeras de trânsito próximas à loja, como sempre, e daria um trabalho dez vezes maior para analisarem todas as imagens recebidas. Mas Key, como o gênio que era, estava desenvolvendo um software que o permitiria identificar os rostos de uma multidão e, ajustando as configurações para captar rostos de pessoas que estavam presentes nos arredores nas mesmas datas em que os noivos compraram o anel de noivado, o programa retornou com cinco rostos.

Se Key patenteasse aquele negócio, provavelmente ficaria milionário.

Agora, estavam cada um em um canto daquele escritório esquisito, procurando qualquer atividade que fizesse o tempo passar, até que o sistema do Governo retornasse com resultados que os permitissem identificar aqueles cinco rostos. Vez ou outra, o olhar de Junmyeon cruzava com o de Sehun e sustentavam-se por alguns segundos, os dois sorrindo quase imperceptivelmente, cúmplices do segredo que carregavam juntos.

Key, que os observava há algum tempo, revirou os olhos.

– Olha, é muito bom passar um tempo com vocês se olhando e se comendo com os olhos, mas essa tensão sexual está me matando! Transem logo, por favor. – Girou a cadeira para que ficasse de costas para os dois e não fosse obrigado a presenciar todo aquele flerte maldito. Não precisava que os pombinhos esfregassem na sua cara que estavam apaixonados quando havia acabado de levar um fora do namorado.

Sehun e Junmyeon ajeitaram-se nas cadeiras, levemente desconfortáveis por terem sido pegos no flagra. Precisavam trabalhar em tentar esconder o que quer que estivesse rolando entre os dois, porque sabiam que se relacionar romanticamente com colegas do mesmo departamento era explicitamente proibido e a cláusula enorme no contrato sobre o assunto não os deixava esquecer.

– Eu só queria uma pista sobre o caso, qualquer uma. – Junmyeon suspirou e deixou o corpo escorregar pela cadeira, entediado.

O celular de Sehun tocou estridente e, rapidamente, atendeu àquela chamada. Respondeu com algumas poucas palavras e logo guardou o celular no paletó.

– Seu desejo acabou de ser realizado, agente. – Levantou-se, sendo imitado pelo outro que ainda nem sabia do que se tratava, mas estava pronto para seguir o parceiro. – Parece que o comunicado que o agente Kai soltou pra imprensa surtiu efeito. Uma mulher está lá em cima dizendo que sabe quem é o assassino.

– É o melhor que temos, vamos lá.

Despediram-se brevemente de um Key emburrado e apressaram-se até a sala de testemunhas.

A mulher que os esperava era baixa, possuía cabelos curtos tingidos de ruivo e um semblante preocupado, o que só tornava ainda mais visível as olheiras arroxeadas ao redor dos seus olhos e as pálpebras avermelhadas, um indicativo de que passou um bom tempo chorando.

– Boa tarde. – Junmyeon foi cordial. – Somos os agentes Suho e Oh. – Os dois curvaram-se brevemente e foram correspondidos pela mulher magra. – Soubemos que a senhora tem informações sobre o caso em que estamos trabalhando… Por que não se senta um pouco?

– Meu nome é Shin Naeyoung. – A mulher iniciou o diálogo, sentando-se em uma das poltronas livres. Os dois agentes fizeram o mesmo e sentaram-se em um dos sofás, de frente a ela. – Não são só informações, eu sei quem é o assassino. O nome dele é Choi Minkyun. Ele era meu noivo.

Junmyeon e Sehun se entreolharam e, com apenas aquele gesto, um conseguiu entender o que o outro queria. Junmyeon prontamente levantou-se, pedindo licença à mulher, e deixou a sala, já pegando o celular para entrar em contato com o Key e pedisse que ele procurasse informações sobre Shin Naeyoung e Choi Minkyun.

Sehun continuou sentado, observando a mulher. Sua postura era ereta e pôde perceber que as mãos tremiam minimamente. Não conseguia manter o olhar fixo em si por muito tempo, então o chão ou a mesa de centro ou as próprias mãos, envoltas em luvas de algum tecido delicado, pareciam ser muito mais interessantes do que o agente bonito sentado à sua frente. Percebeu que ela estava com medo. Era como se ela soubesse o que tinha que fazer, porém aquilo a apavorava bastante, ao ponto do pavor conseguir ser expressado fisicamente.

– A senhora gostaria de beber alguma coisa? Uma água, café ou chá? – A mulher apenas negou, levantando brevemente uma das mãos e agradecendo pela oferta. Sehun entendeu que ela gostaria de ir direto ao ponto e ir embora logo dali. – Certo... E como a senhora pode ter tanta certeza de que o assassino é seu ex-noivo?

– Porque é isso que ele faz! – Ela o encarou e os olhos estavam marejados. Uma memória dolorosa. – É isso que ele fez comigo.

Com a canhota, ela removeu a luva da mão direita e levantou-a para que o agente pudesse ver. Era delicada e pequena. As unhas eram curtas, mas bem feitas e coloridas com um tom de cinza. No entanto, faltava-lhe o dedo anelar. Exatamente como faltava nas vítimas. A cicatriz que ocupava o lugar onde o dedo deveria estar estendia-se até quase metade do dedo médio. Quando ela percebeu que o agente havia entendido o que queria dizer, tornou a calçar a luva e Sehun percebeu que os movimentos daquele dedo que possuía uma cicatriz era diferente dos outros.

– Ele era maravilhoso no começo e nós nos amávamos muito. Ou, pelo menos, era o que eu achava. Depois de alguns anos de namoro, ele começou a se transformar em uma pessoa agressiva aos poucos, quase imperceptivelmente. Eu cheguei a acreditar que aquele sempre fora quem ele era desde o começo e que se eu havia aceitado me mudar e morar com ele, era porque tinha aceitado aquela personalidade dele. – Ela enxugou uma lágrima que rolou pela bochecha com o dorso da mão enluvada. – Quando ele me pediu em casamento, achei que aquele era o dia mais feliz da minha vida. E, por alguns meses, vivemos sem muitas discussões, só alguns desentendimentos menores. “É coisa de casal mesmo”, era o que eu pensava. Até que um dia, eu estava na porta de casa, cuidando das plantas e o vizinho da frente veio conversar comigo. Aparentemente alguém havia invadido a casa dele na noite anterior e queria saber se eu tinha visto alguma coisa e eu disse que não. Minkyun chegou do trabalho exatamente quando estávamos sorrindo um para o outro, já que o vizinho estava de saída. Ele ficou… transtornado. Eu já o havia visto furioso, mas a forma como ele agiu naquele dia superou todas as outras vezes. Ele parecia estar fora de si. Fomos discutindo até a cozinha, eu estava atrás dele e ele apoiado em um dos balcões. Pensei que ele estivesse respirando pra se acalmar, quando ele virou na minha direção com uma faca na mão. E foi tudo muito rápido, ele segurou meu punho sobre a bancada e desceu a faca sobre o dedo em que eu usava nosso anel de noivado, que foi decepado sem muita força. Por sorte não perdi o dedo médio, que também foi cortado. Ele jogou a faca longe e me pegou pelo pescoço. Eu podia ver nos olhos dele a raiva que ele sentia e sabia que ele estava dizendo algumas coisas, provavelmente me xingando, mas o zumbido nos meus ouvidos não me deixava entender o que era. Por sorte, meu pai chegou bem na hora. – Ela olhou para o vidro da janela e Sehun seguiu seu olhar. Do lado de fora da sala, havia um homem corpulento, de cabelos e barbas esbranquiçados pelo tempo. Voltou sua atenção para a mulher quando ela continuou. –  E ele fugiu. Fui idiota e não prestei queixas, apenas fui morar no interior com meu pai, esperando que ele nunca me encontrasse.

Sabia que Naeyoung sentia-se culpada. Sabia que ela pensava que, talvez, se tivesse prestado queixa sobre a violência doméstica, Minkyun estivesse preso e não teria matado aquelas mulheres.

– Senhora Shin, a culpa não é sua. Você queria viver sua vida e nunca mais olhar para trás, esquecer o que aconteceu e ninguém pode te culpar por isso, ninguém tem esse direito. Nem você mesma. – A expressão gentil que Sehun usava conseguiu acalmar brevemente a mulher, que apenas meneou a cabeça, agradecida pelas palavras ditas pelo agente. – Agora, a senhora sabe onde ele pode estar se escondendo?

– Não faço a menor ideia… – Envolveu os braços ao redor de si mesma. – Mas talvez ele esteja morando com a mãe, eu não sei.

Sehun olhou para a janela novamente, a tempo de ver Junmyeon acenando com a cabeça para que fosse até lá fora. Despediu-se da mulher, agradecendo-a pela enorme ajuda e foi encontrar o parceiro, deixando que o pai de Naeyoung a confortasse antes de irem embora.

– Key disse que o rosto da carteira de motorista de Choi Minkyun é compatível com um dos cinco rostos que o software dele encontrou perto da joalheria. – Junmyeon caminhava em direção ao elevador, seguido de perto por Sehun.

– A história que a Naeyoung me contou também soou bem convincente. Ela disse que ele provavelmente está morando com a mãe. Vou pedir pro Key nos enviar o endereço dela. – Sehun apertou o botão do elevador e aguardou, digitando uma mensagem rápida para o hacker.

– Eu vou pedir pro chefe D.O agilizar o mandato e pros reforços nos encontrarem no endereço que o Key te mandar.

Todos os quatro respiraram fundo antes de Sehun, o líder daquela operação, tocar a campainha da casa que deveria ser da senhora Shin, mãe de Minkyun. Já havia passado e repassado todas as instruções com o agente Suho e os dois policiais, Taemin e Kyuhyun. Por incrível que parecesse, o clima entre ele e Taemin não estava tão ruim, dado à conversa que os dois tiveram no jardim da casa de Junmyeon. Já em relação a ele e o agente Suho, Sehun podia sentir faíscas saindo dos olhos dos dois quando eles se encaravam. Tentou relevar aquilo e esperava que ambos agissem profissionalmente.

O barulho estridente ressoou dentro da casa e não demorou muito para que uma senhora, em seus cinquenta e poucos anos, abrisse a porta. Sehun mostrou-lhe o mandato e tentou ser o mais cortês possível, explicando que precisavam fazer uma busca pela casa da mulher. Ela não tentou impedi-los, mesmo sem entender exatamente o que estava acontecendo e os quatro espalharam-se pela planta da casa, tentando encontrar Minkyun.

Infelizmente, ele não estava ali. Tudo que encontraram fora a porta no fim da escada que leva ao sótão, fechada pelo lado de fora com um cadeado fácil de arrombar. O policial Kyuhyun sorriu e estalou os dedos, tirando um pequeno lock pick de dentro do bolso do uniforme.

– Senhora Choi, onde está seu filho? – Junmyeon foi direto.

– M-Minkyun? Ele… está no trabalho, só volta a noite… O que está acontecendo aqui?

– Senhora, seu filho é suspeito do assassinato de três mulheres na última semana. – Viu a mulher levar a mão à boca, balançando a cabeça negativamente, murmurando algo sobre aquilo não poder ser real, que seu bebê jamais faria algo do tipo.

Finalmente, Kyuhyun conseguiu abrir o cadeado. Os dois agentes entraram no cômodo, seguidos pelos policiais. Aparentava ser um quarto normal, de um adulto que os quatro ali sabiam não ser normal. Deram início à procura de alguma evidência nas estantes de livros, debaixo da cama, dentro de caixas de papelão empilhadas num dos cantos do quarto, até finalmente darem atenção para o pequeno frigobar embaixo da escrivaninha.

O cheiro de podridão que invadiu o quarto assim que a porta do eletrodoméstico fora aberta embrulhou o estômago dos ali presentes. Em uma bandeja de isopor, haviam quatro dedos em diferentes estágios de decomposição, um deles mais avançado que os outros e cada um dos quatro adornado por um anel de brilhante, um anel de noivado.

– Chamem a Polícia Científica. – Junmyeon virou-se para a mulher, que encarava o frigobar boquiaberta, as mãos visivelmente trêmulas, enquanto o policial Taemin pegava o celular e fazia o que havia sido mandado. – Senhora Choi, onde o seu filho trabalha?

Quando chegaram ao pub que Minkyun trabalha, já era quase noite. O policial Kyuhyun havia permanecido na casa, aguardando a equipe acionada chegar. Então o caminho até ali havia sido extremamente silencioso e desconfortável, com apenas Sehun, Junmyeon e Taemin dentro da SUV do departamento. Para medir o tamanho do bico que a boca do agente Suho fazia, seria preciso uma trena de cem metros. Sehun achava aquilo a coisa mais fofa do mundo e queria rir daquela situação, mas provavelmente levaria um esporro caso o fizesse. Focou-se na fachada estilo irlandesa que brilhava a poucos metros à frente.

– Taemin e eu vamos pela porta dos fundos. Agente Suho, você vai pela porta da frente, mas sem o colete. Não queremos causar alarde em nenhum dos clientes, já que o risco de Minkyun ter faltado o trabalho hoje existe. – Sehun sentiu-se ser fuzilado pelo olhar de Junmyeon assim que disse que iria com Taemin pelos fundos. Mas sabia que aquela era a provável rota de escape do suspeito, caso ele percebesse algo errado, e não gostaria de colocar o Kim em mais perigo do que o necessário. Preferia que fosse ele mesmo a enfrentar Minkyun, caso chegasse a tanto.

Os dois agentes retiraram o colete à prova de balas, deixando-os no carro. Junmyeon pensou em questionar Sehun sobre o motivo pelo qual ele iria com Taemin e não consigo, mas aquela pergunta seria desrespeitosa à liderança do Oh naquele caso e, pior ainda, recheada de ciúmes, além de que seria uma atitude extremamente infantil. Sehun era o líder da operação e o Kim sabia muito bem da competência dele. Se havia decidido que assim seria melhor, então que fosse.

Os três caminharam em direção à entrada do local, separando-se na metade do caminho. Os olhares de Junmyeon e Sehun cruzaram-se uma última vez, antes de Junmyeon se pronunciar.

– Agente Oh, não faça nada que eu não faria. – Sem esperar uma resposta, andou rumo à porta de entrada, enquanto Sehun e Taemin rodeavam o prédio, alcançando a porta dos fundos.

O Kim notou que o lugar não estava tão cheio, talvez no máximo umas dez pessoas estivessem por ali, tomando suas bebidas no balcão do bar, conversando próximo à pequena cabine do DJ ou praticando a pontaria com os jogos de dardos. Não fez esforço algum para se misturar, já que a maioria ali estava vestida casualmente, enquanto ele vestia-se quase de forma social.

Percorreu o ambiente com os olhos, prestando bastante atenção nos funcionários que trabalhavam no bar e não conseguiu reconhecer Minkyun de imediato. Aproximou-se de um dos barmen que servia drinks no balcão.

– Com licença, sabe onde posso encontrar Minkyun? – Tentou manter a voz baixa.

O homem apenas acenou positivamente e girou o corpo em noventa graus.

– Ei, Kyun… Tem um cara aqui te procurando. – Gritou para outro atendente, que estava a alguns passos de distância, com uma garrafa de bebida na mão, preparando um drink.

O homem virou-se na direção de onde estava sendo chamado e congelou, pálido, ao ver o agente encarando-o. Ele sabia que Junmyeon era da polícia e o Kim conseguiu perceber aquilo de imediato. Minkyun colocou rapidamente o copo do drink sobre o balcão e virou-se para a direção oposta, a saída dos fundos, prestes a fugir, com a garrafa de bebida ainda na mão. No entanto, congelou-se novamente ao ver que a saída estava sendo bloqueada por outro homem que usava uma roupa social quase igual à do outro que havia perguntando por si. Atrás dele, um policial. “Merda”, pensou.

Precisava fugir daquela situação, era jovem demais para ir preso, mesmo que fosse o autor de todos aqueles crimes. Não era assim que planejava ser pego, muito menos agora, quando estava tão perto de conseguir finalizar seu plano, e não deixaria que isso acontecesse. Em um movimento rápido, bateu o fundo da garrafa de vidro que ainda segurava sobre a primeira superfície que encontrou, apontando o vidro quebrado ora para Sehun, ora para Junmyeon.

O barulho de vidro quebrando chamou a atenção das poucas pessoas no estabelecimento, que começaram a gritar e a correr para a saída quando os dois agentes e o policial sacaram as armas, como reação à ação de Minkyun.

– Me deixem ir! – O suspeito gritou, como se aquilo fosse adiantar.

– Você não tem saída, Minkyun. Abaixe a garrafa e venha com a gente. Sem violência. – Sehun esbravejou e seu grito ecoou no ambiente, agora vazio.

– Não! Eu ainda não terminei! – O braço do homem ainda continuava esticado e ele alternava sua atenção sobre os dois agentes e o policial. – Seis é o número da sorte da Naeyoung, eu preciso juntar seis anéis e ela vai voltar pra mim! – “Delirante”, pensou Taemin.

– Ok, ok… Vamos conversar, tudo bem? – Sehun desempunhou a arma, travando-a novamente e prendendo-a no coldre. – Ninguém vai atirar em você, ok? – Essa frase era direcionada mais para Junmyeon e Taemin do que para o próprio suspeito.

Deu alguns passos à frente, calmamente, na direção de Minkyun. Seus braços estavam levantados em posição de rendição.

– Não! – O grito do assassino foi alto e ele jogou-se na direção de Sehun, com a garrafa quebrada apontada para sua barriga.

O Oh conseguiu desviar-se quase totalmente do ataque, exceto por uma pontinha do vidro que pegou em seu antebraço, cortando-o. A dor era suportável, principalmente por toda a adrenalina que provavelmente circulava em seu corpo naquele momento. Outro grito estrondou no ambiente e Minkyun jogou-se novamente para cima de Sehun, antes de um disparo alto ser ouvido.

O homem caiu no chão, gemendo de dor, largando a garrafa quebrada e segurando com ambas as mãos a panturrilha direita, local onde Junmyeon havia mirado. Sehun chutou o resto do vidro para longe do alcance do assassino, enquanto Taemin o algemava.

– Choi Minkyun, você está preso por lesão corporal e assassinato. Você tem o direito de permanecer calado e tudo que disser pode e será usado contra você no tribunal. – Após a voz de prisão, Sehun levou a mão ao corte no antebraço, que agora começava a incomodá-lo. Com a mão livre, alcançou o rádio na cintura de Taemin e estava preparando para pedir reforços, quando Junmyeon tomou o objeto de si, levando-o à própria boca.

– Central, precisamos de uma ambulância. Suspeito apresentando um ferimento por arma de fogo em panturrilha direita e um agente da Homicídios apresentando ferimento por arma branca em antebraço esquerdo. – Junmyeon passou o endereço para a atendente e largou o rádio sobre o balcão, encarando Sehun com cara de poucos amigos. – Se você não estivesse machucado, tenha certeza absoluta que eu mesmo iria te machucar nesse exato momento. Mas que diabos Sehun, no que você estava pensando?

– Ele estava vulnerável. Eu conseguiria convencê-lo a vir conosco se você não tivesse atirado nele. Pelo menos foi na perna.

– Ah e eu deveria fazer o quê? Ficar parado e esperar que ele te ferisse de novo?

– Você deveria ter confiado em mim!

– Eu confio! É nele que eu não confio. – Apontou com os olhos para o homem deitado no chão do pub, ainda contorcendo-se de dor.

Sehun não teve tempo de responder, pois o barulho de sirene aproximou-se de onde estavam.

– Nossa, essa foi rápida. – O Oh comentou sobre a rapidez com a qual o socorro havia chegado.

– Tem uma base de serviços de urgência e emergência a menos de duas quadras daqui. E se me permitem entrar no meio da discussão… – Junmyeon estava prestes a interromper o policial e dizer que aquilo não lhe dizia respeito e que parasse de se meter entre Sehun e ele. – ...concordo com o agente Suho, Sehun. Você poderia ter saído muito mais machucado dessa e ele tomou a atitude correta.

O relógio beirava quase meia-noite quando Sehun sentou-se na beirada da mesa de Junmyeon, que desviou seu olhar do relatório sobre o caso do dia, redigido em seu computador. Seus olhos logo encontraram a faixa bege que estava enrolada no antebraço do parceiro. Ainda queria discutir muito mais sobre a estupidez e o complexo de Super-Homem do agente Oh, mas estava cansado demais para aquilo.

– Ainda vai ficar aqui por muito tempo? – Sehun inclinou a cabeça, analisando cautelosamente a expressão do Kim e descobrindo que ele ainda não havia superado o ocorrido.

– Sim, preciso terminar pelo menos essa parte do relatório. – Junmyeon suspirou e apoiou a mão no joelho do mais novo, pressionando o local delicadamente. – Como tá o braço?

– Ah, tá tudo bem. Já tive dias piores. Tiro os pontos em sete dias.

– Não faça essa burrice de novo, agente Oh. “Não faça nada que eu não faria”, lembra? – O olhar de Junmyeon era sério, mas conseguiu perceber uma súplica escondida em meio à vontade que ele tinha de gritar consigo. Revirou os olhos impensadamente e ganhou um tapa leve no joelho.

– Tá bom, vou pensar melhor nas minhas ações daqui pra frente. – Sorriu e foi timidamente correspondido pelo parceiro. – Então… pode me contar qual sua birra com o policial Taemin?

Junmyeon deu de ombros e voltou a atenção para a tela do computador.

– Ele gosta de você e eu não gosto dele. Só isso. – Sentiu-se como um maldito adolescente birrento.

Sehun percebeu o coração acelerar no peito e uma vontade gigantesca de abrir o maior sorriso de já abrira na vida. Junmyeon era o ser humano mais fofo do planeta terra, mesmo quando estava tentando agir todo durão, como se nada o incomodasse.

– Ei… você tá com ciúme dele? – Sehun inclinou o corpo, aproximando-se do rosto de Junmyeon e quase sussurrando, bem baixinho, como se segredasse algo ao parceiro. Ouviu o Kim bufar.

– Olha... eu tô pouco me fodendo pra ele. Mas não posso negar que sinto um pouquinho de ciúmes de você. Só um pouquinho. – Seus olhares se encontraram quando o mais velho desviou a atenção para Sehun e ainda achava incrível o poder que aquelas íris tinham de fazê-lo sentir-se seguro e desejado ao mesmo tempo.

O sorrisinho de Sehun morreu em seus lábios e suas orbes focaram-se na boca que exprimia um biquinho quase imperceptível, mas que jamais passaria despercebido para o Oh, que parecia conhecer perfeitamente todas as expressões e nuances do parceiro.

– Eu poderia te beijar agora… – Sussurrou, aproximando-se ainda mais do rosto do Kim.

– E eu poderia te beijar de volta… – Junmyeon quase findou a distância que existia entre os dois, mas desviou no último segundo, pondo-se em pé. – Mas não podemos, porque temos companhia. – Apontou com a cabeça, em um movimento rápido, para uma das câmeras instalada bem próximo à sua mesa.

Naquele prédio, eles nunca estavam sozinhos. Não fisicamente, pois a quantidade de pessoas que ainda perambulavam por aquele departamento era mínima e, naquele momento, nenhuma delas estava perto o suficiente para notar se eles se beijassem rapidinho – o que Sehun duvidava que acontecesse, já que ele parecia perder a noção do tempo nos lábios de Junmyeon. A companhia era tecnológica, já que as câmeras que os filmavam funcionavam vinte e quatro horas por dia e sempre havia pelo menos um segurança observando as gravações em tempo real.

Um pensamento cruzou a mente de Sehun, o que trouxe o sorriso de volta aos seus lábios.

– Então… – Mordeu o lábio, serelepe. – Você quer ir ao banheiro comigo?


Notas Finais


E, com isso, a gente chega ao final de mais um capítulo. Parece que as coisas finalmente estão andando, certo? A passos lentos, como sempre, mas eu tô vendo uma super evolução ali e vocês?

Como o Sehun ainda não lembrou do que aconteceu, acho que o Junmyeon vai ter que tentar ajudar de novo, o que vocês acham? ~cof cof~ IUHDAIUSHD

Enfim, meus amores, por hoje é só! Espero que tenham gostado desse capítulo, que tenha sanado as dúvidas que ficaram sobre o fim do anterior e muito, muito obrigada mesmo por estarem acompanhando!
Ah, não esqueci de responder os comentários passados não, prometo que ainda hoje ou amanhã eu respondo!

Vocês podem me encontrar:
1) Twitter: https://twitter.com/softmyeon
2) Curiouscat: https://curiouscat.me/softmyeonie


Espero ver vocês na próxima, até lá!


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