História Casos de uma jovem - Capítulo quarenta e oito

Vic on

Hoje é mais um daqueles dias ruins onde tudo o que eu queria era uma amiga ao meu lado, mas isso é impossível.

Nenhuma fica por muito tempo ao meu lado.

Afinal quem vai querer alguém quebrado? Fisicamente posso está inteira, mas por dentro acho que nem um grão ainda está em pé.

Tem dias que é super fácil, mas hoje tudo veio com uma força maior e está difícil de aguentar.

Sabe já faz um bom tempo que não me sinto assim, precisamente desde que aceita a amizade da Lua e por escala de seus amigos.

Mas como se tudo que é bom dura pouco, a quase dois meses cai na tentação e dei mais uma chance por cretino que me magoou. Agora, minha menstruação está atrasada e só  consigo lembrar dele cuspido após dar-me um  beijo de despedida.

Não posso está grávida desse cretino!

Isso vem me consumindo a um mês e até hoje não tive coragem de fazer o exame para tira a dúvida. Sabe, acho que eu prefiro ficar na dúvida do que ter a confirmação e arrumar uma forma de abortar.

Acho que é por isso que eu estive a semana toda ignorando a Lua, sei que hoje ela está se mudando, mas não consigo ficar perto dela sabendo que ela deu o maior suporte para a Mari quando descobriu que ela estava grávida e se souber o que planejo fazer se tiver, será uma decepção.

-Victoria, você está precisando de algo? E que vou ao supermercado.

Sou tirada do meu deveneio pelo Samuel, devo admitir nesse tempo que ele está aqui pude conhecer melhor sua história e gostaria de saber o que o fez voltar mais abatida da cidade grande a um mês atrás.

- Não, obrigada.

Com isso, ele se foi e eu decidir assistir um filme. Até porque só estava eu em casa e os garotos iam demorar para chegar.

Não sei quando mais acabei dormindo e sou depertada por um barulho vindo da cozinha. Olho no celular  para saber que horas é e após confirmar que ainda está cedo, vou ver o que foi o barulho.

Me deparou com o Samuel tentando organizar umas vasilhas. Fico queita o vendo arrumar enquanto muxixa, ele é um cara versátil.

-Quer ajuda?

Pergunto o assustando, o que o faz bater a cabeça na quina do armário e eu ri sem querer.

- Que merda , Vic. Quer me matar?

- Não, só quis ser prestativa. Cadê meu irmão?

- Ele ligou mais cedo, disse que eles vão chegar a noite .

- Ok obrigada

Digo já me retirando quando ele me chama.

-Sim?

- Eu, ... bem ?... E que...

- Ah?!

- Olha, sei que não é dá minha conta, mas reparei que você está estranha. E gostaria de saber se quer conversar sobre isso ou tem algo que possa fazer para te ajudar? Sei que não somos íntimos, mas queria que soubesse que estou aqui para você.

Fiquei chocada com o que ele falou, precisamente pelo final, pois parecia que ele queria ter tido a oportunidade de dizer isso a outra pessoa.

E foi ali que tomei minha decisão, agora teria uma mão para segurar sem me criticar e ele poderia amenizar pelo menos um pouco o que estava sentido.

Não!

Não estou falando que eu decidi me envolver com ele. Nada disso, muito pelo contrário.

Só quis dizer que lhe  contei que achava que estava grávida, mas não tinha coragem de fazer o exame sozinha para confirmar e como ele disse, me pediu um minuto.

Saiu e quando voltou estava com cinco testes de gravidez de marcas diferentes. Ele me olhou e disse : " Pelo que você me disse não acredito que você realmente esteja grávida, mas se tiver, independente de qual seja sua decisão em relação a isso, estarei do seu lado. " .

O abraçei, pois era dessas palavras que precisava e fui para o banheiro fazer os testes que graças a deus deu todos negativos. Quando desci chorando, ele não me perguntou nada só me abraçou, um abraço fraternal, tipo o que meu irmão me dá quando estou mal e assim que eu me acalmei, ele se afastou para me olhar. Sorriu e me perguntou se estava mais tranquila.

Só lhe dei um sorriso e ele entendeu que estava certo e que não queria mais tocar naquele assunto.

Ele pegou uma outra sacola que não tinha visto antes e subi para seu quarto me deixando sozinha para digerir tudo que  tinha acontecido.

Me jogue no sofá e agradecei!

Sabe por quê?

Porque Deus me permitiu que eu não tivesse algo que me ligasse para sempre a alguém que não me quer e que me humilharia se eu tivesse.

E esse pensamento só me fez questionar as decisões que venho tomando.

Vic off

Sam on

Quando eu decidir largar tudo e recomeçar, nunca pensei que no fim acharei um lugar que me trouxesse tanta tranquilidade e me remetesse a minha infância .

E em pensar que quase recusei a proposta do meu único amigo do passado  para ficar me autopunindo pelas escolhas que fiz.

Como fui imbecil!

Não estou sendo dramático!

Ou talvez eu esteja!

Não sei bem!

A única certeza que eu tenho é que destruir meu " novo " ciclo de amizade e o pior é saber que perdir a única pessoa que realmente enxergou minha essência por pura ignorância.

Sei muito bem que não estou fazendo sentindo, mas é assim que está minha mente: confusa.

Sabe, hoje completa exatos dois meses que estou aqui com o Rubens e de certa forma esse tempo e o que fiquei no Rio de Janeiro me fizeram ter uma nova perspectiva sobre a minha vida.

Se fosse a alguns meses atrás, nunca sentiria a necessidade de me preocupar com o que o outro estava passado e muitos menos teria a coragem de ir em uma farmácia de cidade pequena e comprar testes
de gravidez para tranquilizar alguém. Contudo, foi exatamente o que fiz pela Vic e não me arrependo.

O único arrependimento que tenho é de ter magoado a Mari. Como pude ter sido tão idiota e pior é saber que não posso mais conviver com ela.

Flashback on

Meu pai tinha me convocado para almoçar com ele e como sabia que o mesmo estava preocupado comigo decidir ir.

Estava andando distraído pela rua quando do nada escutou uma risada que a muito tempo não ouvia . No começo achei que estava tendo uma alucinação, mas quando levantei minha cabeça a vi.

Linda! Com um vestido rodado que realçava suas curvas e um sorriso que fazia seus olhos brilharem.

Sorriso esse que morreu em seus lábios assim que me viu e só ai percebi que ela estava acompanhada, pois o cara que estava a seu lado após arrumar o embulho que estava em seus braços que não tinha visto antes, a tocou e pude vê-lo a perguntando se estava bem.

Como ela não o respondeu, ele olhou ao redor e assim que me viu. O escutei me chamar de estrume e pegar na mão dela e tirá-la da minha vista.

Tentei os seguir, mas logo os perdi de vista e decidir ir ao encontrado do meu pai , depois arrumaria um jeito de saber se ela voltou.

Foi exatamente isso que fiz após combinar com meu pai que o veria em breve, partir para o apartamento da Ale chamei e ninguém me atendeu.

Em seguida, fui na clínica e na casa da tia dela e não a encontrei. Por último tente a casa do Fe, mas também não obtive sucesso.

Quando já estava quase desistindo, a vi de longe conversando com nossos amigos numa lanchonete e antes que eu conseguisse da um passo em sua direção escuto a mesmo voz de mais cedo.

- Aonde você pensa que vai?

Paro e olho em direção a voz. O cara era bonito e seus olhos me alertavam para tomar cuidado, mas foi o chorinho que escutei vindo do embrulho em seus braços que me fez ficar  calado.

- Calma, meu tesouro. Daqui a pouco a mamãe vem.

E como mágica o chorinho parou. Olhei sem entender para ele e ele me fez um gesto para me aproximar. Quando cheguei perto, vi um lindo bebê e o mesmo me encarou.

Não fiz a pergunta boba se o bebê era da Mari, pois por mais que fosse muito novo a criança para distinguir, ela tinha os mesmo traço dela.

Não tive forças para continuar em pé e me sentei ao lado daquele estranho sem conseguir tirar os olhos daquele lindo embrulho.

Ele ficou um tempo me encarando, acho que me avaliando, mas isso pouco me importava naquele momento. Só queria saber o quanto tinha perdido da vida da minha doce protegida e como concertar a ligação que tínhamos.

Sentir uma lágrima escorrer pelo meu rosto e não fiz questão de a limpar. Aquele bebê parecia tão puro para estar perto de alguém como eu , mas queria tanto poder pega-lo.

-Quer a segurar?

O olhei sem entender. Por acaso ele sabia ler mentes? Ele mal me conhecia.

-Pode pega-la. Não vou gritar que você está roubando meu bebê.

O olhei novamente para ter certeza que ele estava sendo sincero e pude ver em seus olhos que ele queria me bater, mas tinha algo mais em seu olhar.

Então, sem excitar, estendir meus braços e ele a colocou neles. Mas pude perceber que ele ficou em estado de alerta com medo deu a machucar, mas para mim era como estar em companhia da Mari.

Era algo único! Ficamos os dois em silêncio por um tempo, cada um preso em seu próprio pensamento.

-Ela é sempre quietinha assim?

- kkk Que me derá se fosse. Ela é um mini protótipo da mãe.

Ficamos novamente em silêncio, mas dessa vez levantei o olhar para ver a progenitora dessa preciosidade que estava no meus braços que até me assustei quando ele começou a falar comigo e por isso demorei um pouco para racionar que ele sabia meu nome.

- Sabe, Samuel. Eu queria muito, muito mesmo te dar uma surra bem dada, mas não sei por que não consigo. Acho que é por causa dela, não sei. Achei que quando finalmente te visse pessoalmente, meu ódio por você só aumentaria, mas não. Tenho pena de você! O Fê e a Alê me contou o que aconteceu com você e sua ex, mas sinceramente acho que os dois mereciam que tivesse acontecido coisa pior. Vi minha Mari se trancar dentro de si e se tornar apenas uma casca. Vi minha companheira ficar de uma forma que nenhuma mulher deveria ficar e a única coisa que a fez continuar. Não vou meu amor ou de nossos amigos, foi essa pequena coisinha que você está segurando. Nossa Penélope ou Peg como chamamos, pois foi quando ela se apegou a pequena que ela voltou a viver verdadeiramente. Sinceramente, não quero ver isso de novo. Você viu como ela ficou quando te viu hoje?! Ela ficou mil vezes piores que isso antes e não quero ver isso de novo.

Desvilhe olhar dela e o olhei. Seus olhos estavam repletos de lágrimas e pude ver a dor que havia ali, parece que era com ele que ela estava esse tempo que esteve fora.

Vendo a tristeza em seu olhar por ter visto a mulher que ama sofrer, não consegui mais segurar o tesouro deles se me questionar como foi a gravidez dela e a entregue a ele.

E ali relembrei os últimos encontro que tivemos e os olhares triste que ela me direcionava. Não tem como mudar o que aconteceu nos últimos meses.

Levantei, olhei mais uma vez para aquele lindo anjinho e me dirigir a ele olhando em seus olhos.

- Você estava certo em me chamar de estrume.  Ela é uma jóia extremamente rara e não sube cuida-la. Me arrependo muito disso, mas não posso voltar atrás. Só posso torcer para que você continue cuidado bem dela.

Ele me olhou em choque, acho que ele esperava uma reação diferente de mim e antes que ele pudesse responder algo. Sair rápido de lá antes que minhas lágrimas entregasse que estava em pedaços.

Flashback off

E foi isso que aconteceu mês passado. Naquele dia cheguei aqui em fragalhos e foi o pequeno Theo que me deu uma forma de seguir em frente. Sabe o que ele me disse?

Que os adultos complicam demais as coisas e se o moço deixou eu pegar a neném como contei ao pai dele, significa que ele não tem rancor de mim e a mãe dela também não. E que eu só preciso de um ursinho e saber usar as palavras para conseguir que minha amiga me desculpe.

Pois se sua Lua deu esse conselho a um amigo dela uma vez e por que resolvei. Porque a Lua dele é muito inteligente , linda e sabe dessas coisas.

Ri muito dele no dia sobre isso, mas hoje  acabei  colocando isso em prática. Kkk

Hoje quando sai da farmácia e caminhava para casa vi uma loja de brinquedos. Não resisti e entrei quando vi um panda de pelúcia que me fez lembrar da neném.

Lógico que o comprei, não sei se vou ter a oportunidade de vê-la de novo, mas quero ter algo que me lembre delas.

Sam off