Era manhã de terça-feira e Esposito estava tentando sair para trabalhar…
Marisol - Papaaa! - A neném gritava e esperneava toda vez que o pai tentava colocar ela no berço.
Espo - Filha, papai precisa trabalhar… hum? Olha a Girafa, ela vai pegar a Marisol… - Ele brinca com a pelúcia e a bebê para de chorar. - É, a Girafa é legal! Ela vai ficar com você pro papai ir trabalhar. - Ele colocou a filha e o brinquedo dentro do berço, sempre mexendo a Girafa para distrair a bebê.
Lanie foi ajudar, pegou a pelúcia da mão do namorado e continuou mexendo com ela. Aí Espo foi se afastando devagar, mas Marisol era esperta e percebeu o pai saindo. A menina empurrou a Girafa junto com a mão da mãe, se virou, foi até a beirada do berço que dava pra porta do quarto, se levantou e começou a chorar de novo.
Marisol - Papaaaa!
Espo voltou pra perto da bebê. - Ah, Sol, num faz assim não, amor… papai quer muito ficar com você, mas não pode porque tem que trabalhar pra poder comprar doce e sorvete pra você.
Marisol - Papaaaa! - Ela ergue os bracinhos.
Espo - Tá, papai vai te pegar, mas só mais um pouquinho. - Ele diz pegando-a no colo. - Minha princesa, papai ama brincar com você, mas hoje eu tenho que ir trabalhar. - O celular dele emite um alerta. - Lanie, olha pra mim, por favor?
Lanie pega o aparelho - É mensagem do Ryan, ele tá dizendo pra você se encontrar com ele na empresa do Jardeu.
Espo - Certo, responde que eu estou indo… Papai tem que ir, bebê…
Lanie - Ele disse pra você não demorar, vai, me dá ela aqui e vai.
Espo - Ela vai chorar, não gosto quando ela chora assim.
Lanie - Eu sei, é ruim, mas eu aprendi a lidar com essas crises de choro, vai trabalhar, eu vou enrolar ela na sua camiseta e colocar o áudio seu cantando a música. Quando ela se acalmar e minha mãe chegar, eu vou trabalhar.
Espo beijou a testa da neném - Tá, Solzinha, vai com a mamãe...
Lanie pegou a filha - Vem cá princesinha! Olha a Girafa. - Ela pega a pelúcia e balança para a criança. Espo vai saindo, mas quando a porta se fecha…
Marisol se vira e começa a chorar - Papaaaa!
Lanie balança a pequena - Shiuuu, papai já volta, vamos ouvir ele cantar? - Ela liga o áudio com a voz do Espo e Marisol se acalma um pouco. - É o papai, ele tá cantando pra você… - Devagar ela enrola a camiseta do Javier na bebê e Sol encosta a cabecinha no ombro da mãe. - Calma Solzinha, papai logo volta pra você. - Melinda Parish abre a porta da frente.
Marisol escuta - Papa?
Sra. Parish - Lanie?
Lanie - Não amor, é a vovó, ela veio pra cuidar de você… No quarto da Marisol.
Melinda abre a porta e vê a cena. - Chorou de novo?
Lanie - Muito.
Sra. Parish - Tadinha, é muita saudade pra matar.
Lanie - É, mas temos que trabalhar…
Sra. Parish - Vem com a vovó, princesinha… - Ela pega a neta nos braços.
Lanie - Liga a música do Javi pra ela ouvir, eu vou indo, obrigada por ficar aqui por mais um tempo.
Sra. Parish - Não precisa agradecer, mas eu só posso ficar mais essa semana.
Lanie - É, eu e o Javi vamos achar uma creche pra ela, né Sol? Agora a mamãe vai ir trabalhar, seja boazinha com a vovó. - Ela beija a testa da filha. - Mãe, seja boazinha com ela e não a mime muito.
Sra. Parish - Vou tentar... a parte de não a mimar.
Lanie - Sei, tchau, tchau… - Ela sai, Marisol não chora e nem fala nada. - “É Lanie, no momento a Marisol só quer saber do papai… Espero que isso seja só uma fase...”
Espo chegou na empresa, Ryan já estava a sua espera.
Ryan - Chegou atrasado…
Espo - Foi, é a Marisol, ela chora sempre que eu vou sair… tenho pena dela.
Ryan - Pena, é? Se lembra quando eu me atrasei porque a Sarah Grace queria ver mais um desenho comigo? E aí você disse que pai tem que ter autoridade e dizer “não, papai tem que trabalhar agora.”
Espo - É, tá, já entendi, pode parar…
Ryan ri - É ser pai não é nada fácil, não?
Espo - Falei pra parar…
Ryan - Espera só quando ela crescer um pouco e querer te maquiar…
Espo - Me maquiar? Sério?
Riggs - Ainda bem que o meu filho é menino…
Ryan - Olha aí o outro atrasado… Espo estava com a Marisol, ele é um pai babão e não gosta de ver ela chorar, sabe? - Riggs ri.
Espo - Muito engraçado… Onde estava, Riggs?
Riggs - A capitã me ligou e pediu pra eu buscar os resultados dos peritos, tava lá quando a mensagem chegou e antes de vir pra cá, eu levei a Maureen e o Theo no colégio.
Espo - Theo está na creche, certo?
Riggs - Certo, no Jump to Future, recomendo se estiver procurando um lugar pra Marisol.
Espo - Estou, mas o Jump to Future é um salto muito grande pro meu orçamento, como você faz pra pagar?
Riggs - Não pago, Maureen trabalha lá e por isso, Theo tem bolsa. Espero que ela continue trabalhando lá até nosso filho terminar o ensino médio...
Espo - E a Sarah e o Nicholas? Estudam ou estudaram onde, Ryan?
Ryan - No colégio One, ainda estudam, mas Sarah se forma no ano que vem.
Espo - Mas já?
Ryan - É, já vai fazer 18, dá pra acreditar? Minha menina na faculdade, quer ir pra Harvard cursar psicologia, 17 mil dólares por ano… ainda bem que fizemos uma poupança…
Riggs - Maureen se formou lá.
Ryan - Sério? Ela podia dar umas dicas pra Sarah, não?
Riggs - É só passar lá em casa.
Espo - Tá, agora, voltando pra Marisol, o colégio One é muito caro?
Ryan - Não, eles dão ajuda de custos pra policiais, é um ótimo lugar pra fazer amigos e ampliar habilidades… posso te indicar lá, se quiser.
Espo - Obrigado parceiro.
Ryan - Não precisa agradecer, o colégio faz por você e me dá desconto nas mensalidades… é bom pra todo mundo, agora, olha lá o Jardeu chegando.
Riggs - Ótimo, vamos cumprir o mandado de busca.
Espo - Bom dia Jardeu, agora temos um mandato. - Ele estende a folha de papel.
Depois de entrar no lugar, pegar o computador da vítima e algumas informações, os detetives voltaram para o distrito, onde abriram os relatórios dos peritos.
Ryan - A marca de batom no colarinho da vítima é uma exclusiva do Sugar Cats.
Espo - O bar de stripers?
Ryan - Esse mesmo.
Espo - Mas o Sugar Cats está fora da nossa jurisdição, o que vamos fazer?
Ryan - Um infiltrado. - Ele e Riggs encaram Espo.
Espo - O quê? Eu? - Os parceiros ergueram as sobrancelhas. - Não, eu não, não posso gente, eu tenho uma bebê e bem, a mãe da minha namorada tá na cidade, o que a senhora Parish pensaria de mim? Não, eu não vou!...Riggs?
Riggs - Não posso, a Maureen, ela é bem rígida sobre essas coisas… Ryan?
Ryan - Sério? - Os dois assentem. - Não, a Jenny me mata se eu pisar de novo naquele lugar, depois da minha despedida de solteiro, uma das meninas descobriu meu telefone e ficou bem pegajosa.
Espo - Desde quando você teve uma despedida de solteiro?
Ryan fez careta - Eu disse minha, quis dizer do meu cunhado...
Espo - Fez uma despedida de solteiro no Sugar Cats e não chamou eu ou o Castle?
Ryan - Foi de última hora, o primo da Jenny que insistiu…
Espo - Não, quer saber? Tô bolado contigo…
Ryan - Espo, eu…
Espo - Nem tenta argumentar…
Beckett apareceu na sala - Descobriram algo novo?
Espo - Sim, Ryan fez uma despedida de solteiro sem chamar eu ou o Castle…
Ryan - Já falei que foi de última hora.
Beckett - Eu quis dizer sobre o caso.
Riggs - A marca de batom no colarinho do Alexandre é exclusiva de um bar de stripers chamado Sugar Cats.
Beckett - Não temos jurisdição para investigar a dona do batom.
Espo - É, por isso pensamos num infiltrado… Capitã, Castle está livre hoje à noite?
Beckett - Castle, na Sugar Cats? - Ela riu. - Muito engraçado… - Mas os três ficaram sérios. - Estão falando sério?
Espo - Ele é perfeito, não é policial, é um ricaço bastante cobiçado, aposto que todas as meninas de lá vão querer flertar com ele.
Ryan - Ele tem grana pra bancar uma amante e vocês dois têm uma relação sólida, assim, você confia nele, não?
Beckett - Confio, mas isso não significa que eu queira que ele assista mulheres tirando a roupa, ainda mais as loucas de lá.
Espo - É só o tempo de descobrir a dona do batom, as fofocas voam em lugares assim.
Ryan - É, e com o charme do Castle, ele descobre rápido.
Riggs - Se ele conseguir, vai ajudar muito na investigação…
Beckett suspira - Tá, na hora do almoço eu converso com ele.
O celular de Espo apita - Lanie quer falar com a gente.
O celular de Ryan também apita - Vai ter que ir sozinho, Esposito, eu e o Riggs temos de voltar a casa da família da vítima.
Espo - Por mim, tudo bem…
Ryan - Ah, Javi, no caminho eu ligo para o colégio One, talvez ainda dê pra marcar entrevista hoje à noite.
Espo - Obrigado.
Espo - O que tem pra mim, Preciosa?
Lanie - Veio sozinho?
Espo - É, Ryan e Riggs foram falar de novo com a família dele.
Lanie - Entendi, bom, podemos dizer que ele teve relações sexuais com mais de uma pessoa, e com isso não quero dizer só mulheres.
Espo - Uou…
Lanie - Pois é, mas apesar dos esforços, não deu pra tirar DNA.
Espo - E o sangue debaixo da unha dele?
Lanie - Não posso dizer o nome, mas posso afirmar que é de mulher, de uma mulher grávida!
Espo - Boa Lanie!
Lanie - E agora, o mais importante, ele não morreu envenenado, e nem por droga, ele morreu por embolia gasosa, olha essa marca aqui… - Ela mostra o pescoço do cadáver. - ...que quase não dá pra ver.
Espo - Boa, então o assassino tem certos conhecimentos.
Lanie - Bastante conhecimento, ele foi muito prudente, eu quase não vi a marca.
Espo - Beleza, eu vou falar pra todos… - Ele anota no bloquinho. - E como foi hoje cedo, Marisol chorou muito depois que eu saí?
Lanie - Sim, e na hora que minha mãe chegou, ela pensou que era você voltando… ela sentiu muito a sua falta… e você com medo dela não gostar de você, hum… ela não chorou quando eu saí.
Espo - Olha o ciúme, Lanie, como você disse, ela sentiu muito a minha falta, mas logo ela se acostuma de novo.
Lanie - Eu sei…
Espo - Ah, e sobre a creche, Ryan vai nos indicar para o colégio One, o dos filhos dele, talvez marquem uma entrevista pra hoje ainda.
Lanie - Isso é bom, minha mãe vai embora sexta e até lá queria que a Sol tivesse um lugar certo pra ficar.
Espo - Quero isso também, bom, vou voltar ao trabalho agora.
Caskett foi almoçar num dos restaurantes próximo ao distrito, e durante a refeição, ela contou sobre o caso e sobre o bar de stripers.
Castle - Eu quero ir!
Beckett ergueu as sobrancelhas - Quer ir e está bem animado, não?
Castle - Claro… - Beckett o encara - Vou ajudar no caso, fico feliz com isso.
Beckett - Espero que seja só isso mesmo… - Ela abaixou o rosto e mexeu no prato.
Castle - Tá com cara de insegurança… amor, eu só vou lá pra investigar, vou conversar com alguma ou algumas meninas, mas não vai passar disso e você sabe… Kate, tudo que eu preciso, eu tenho em casa e seria muito tonto de te trair ou te trocar por alguém. Amo você! - Ele coloca o cabelo dela pra trás da orelha.
Beckett sorriu - Eu sei de tudo isso e confio em você, mas mesmo assim…
Castle - Eu sei…
Beckett - Promete que não vai deixar nenhuma das Sugar Loucas arrancar casquinhas de você?
Castle - É claro que prometo! Até porque não quero as manchetes dos jornais de amanhã dizendo que eu te trai ou especulando brigas.
Beckett - Promete que vai ser rápido também? Não quero ficar a noite toda sem você.
Castle - Vou ser rápido! E pra você se distrair, sugiro que pense no que fará comigo no nosso próximo tempo a sós… Eu já sei tudinho o que eu vou fazer com você.
Beckett riu - É claro, suas maldades são todas premeditadas. - Castle riu também. - Me leva no distrito?
Castle - Não, vou te deixar aqui, a pé… se eu te busquei é porque te levo de volta, né mulher? - Ele chama o garçom.
Garçom - Almoço descontado do vale! Muito obrigado por nos ajudar nos tempos difíceis.
Castle - Nem precisa agradecer, eu adoro aqui, tudo que eu puder fazer para manter esse restaurante vivo, eu farei! E não esqueci a gorjeta não… - Ele estende uma nota para o moço.
Garçom - Muito obrigado!
De volta ao trabalho, Kate fez o que podia para agilizar a investigação, ela tentou contatar os gerentes do Sugar Cats, pedindo colaboração, mas eles não responderam… Do que ela tinha medo afinal? É só uma investigação, Castle já fez isso antes… só que no fundo ela se sentia insegura… quer saber? por aceitar fazer parte disso, ele ia ganhar um castigo, ah ia! E era nisso que ela ia pensar naquela noite.
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