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História Cato Kyle - Quando o amor tudo se cura - Ele é misterioso


Escrita por: Josuel888

Capítulo 11 - Ele é misterioso


Estava fazendo 12°C  aquela manhã de sábado, o céu estava nublado e de acordo com a previsão do tempo, logo iria chover e a chuva se estenderia por toda a semana. Peeta estava fora de casa, com sua azul mochila nas costas, ele esperava seu pai que o vinha buscar para passar o final de semana com ele. Charlie não quis ir, ela tinha outros compromissos, na verdade ela fazia de tudo para se livrar da “família feliz" que seu pai construiu com outra mulher. Isso é algo que Katnnis acha engraçado, Peeta reclama do namorado da mãe e Charlie reclama da namorada do pai. Peeta não tem nada contra a Effie Trinket, a nova esposa de seu pai, até acha ela divertida até certo ponto, o real problema do baixinho nesta manhã é Cato que está neste exato momento com a cara colada no vidro da janela como se fosse um cachorro abandonado vendo o dono ir embora. 

Peeta não gosta de deixar ele triste, mas Cato precisa entender que não se pode ter tudo que quer na vida, existem responsabilidades e querendo ou não, elas devem ser feitas e Peeta também queria ficar um pouquinho longe do grandão... sua cabeça estava a mil por hora e ele podia sentir seu sangue ferver só de lembrar do marido beijo que Cato lhe deu dias atrás... Esse é o problema de Peeta, ele não quer sentir esses sentimentos por Cato, não parece adequado de um jeito moral. Suzanne saiu para fora com uma xícara de café em mãos e foi até seu filho. 

-Papai tá demorando. – bufou ele. 

-Seu pai nunca chegou cedo pra nada na vida meu filho, eu cheguei na igreja antes dele no nosso casamento. – sua mãe sorriu. – Tem certeza que quer ir?

-Claro, por que a pergunta? – perguntou ele não entendo a razão, isso até sua mãe lhe mostrar com o olho a forma que Cato estava.

Peeta suspirou e relaxou os ombros. 

- Ele tem que entender. – disse ele, mas não convencido. – Não podemos ficar sempre juntos. 

-Sei o que quer dizer meu filho, mas ele gosta de você. Fico imaginando como será sem você aqui. Eu entendo se está cansado, realmente ele é muito dependente de você. – respondeu ela. 

- Não é isso, eu não me importo na verdade. – respondeu ele. – O problema é que Cato precisa aprender a esperar.

-Sabe. – sua mãe colocou a mão em seu ombro. – Não acha que ele já esperou demais? Eu vi os desenhos dele e filho, pelo que pude analisar, este garoto sofreu muita coisa. Coisas que nem consigo imaginar no momento, mas meu palpite é fome, isso explica o motivo dele comer dessa forma. Outro motivo é falta de afeto, acredito que ia tenha visto as marcas que ele tem, com certeza são de maus tratos e por fim, os desenhos com os túmulos... Ele perdeu duas pessoas que com certeza amava muito, Cato esta traumatizado,  tanto que a única forma de encarar a realidade é ele agir dessa forma que ele age, ainda não sei muito. Preciso pesquisar mais, conversar mais com ele. No entanto meu filho, sem sua ajuda... Isso será impossível. 

Peeta não conseguiu discordar, ele sabia que ele estava tendo muita participação nas terapias de Cato, ficava muito feliz com isso e tudo mais, mas é aquilo... toda ação tem uma reação e a sua está pronta para dar um tapa na sua cara se ele se permitir deixar se apaixona pelo loiro. E também tinha a questão do passado de Cato, ninguém realmente sabe algo sobre ele. Essas memórias dele... esses pesadelos constantes... é perturbador de uma certa forma. 

Um carro vermelho buzinou e estacionou rapidamente perto de Peeta e Suzanne, era o pai dele. Haymitch Abernatch Collins saiu do carro com óculos de sol na cara, fazia tempo que Suzanne não o via e o mesmo não mudou absolutamente nada desde o término de ambos. 

- É aí filhão? – ele sorriu abraçando Peeta. – Você não cresceu nada desde a última vez. 

- Puxa, obrigado por me lembrar. – respondeu Peeta, irônico. – Belos óculos para um dia ensolarado não  é? 

-Isso se chama estilo, foi por causa disso que sua mãe se apaixonou por mim. – Ele sorriu de forma amigável. – Bom te ver, Suzanne. 

-Também estou feliz em te ver, Haymitch, por favor, cuide dele. – disse ela. – É estou falando sério. 

-Sempre cuidei. – Ele sorriu, mas por um breve segundo seu olhar se desviou para atrás de Peeta e Suzanne. – Este é o famoso Cato? O que ele tem? 

Eles olharam para trás e viram Cato ainda na janela. 

- Ele quer vir comigo. – disse Peeta. 

-E qual o problema? – perguntou seu pai. – Claro que ele pode vir. Sua mãe já me explicou a forma que ele age e como ele é, não tem problema algum meu filho. 

Peeta olhou para sua mãe que sorriu dando de ombros. 

-Vai chamar ele, estou doido para conhecê-lo. – Ele sorriu e Peeta o obedeceu entrando para dentro. – Suzanne, pode me chamar de louco, mas se tudo que  você me disse é verdade, eu posso dizer que este rapaz gosta do nosso filho. 

-Isso eu tenho certeza e tem meu apoio. – disse ela. – Mas parece que Peeta ainda não viu isso. 

- Você acha que ele sente o mesmo? – perguntou Haymitch. – Até onde eu sei, ele ainda gosta do idiota do Gale, rapaz que não presta. Nunca gostei dele ou apoie aquele relacionamento. 

- Não sei, Peeta é complicado. As vezes nem ele se entende e digamos que nunca consigo ter uma conversa com ele, ele fica nervoso facilmente e tenta me dispostas. – respondeu ela. 

-Hum... se quiser, eu posso tentar descobrir. – Ele se ofereceu. 

-Mais do que sua obrigação não é mesmo. – ela sorriu. 

- Claro, claro. – Ele sorriu de volta. 

Era esse carinho que deixavam Suzanne e Haymitch felizes, apesar de não terem dado certo como uma casal, eles ainda eram pais de dois adolescentes e mesmo com a separação, isso nunca mudaria. Sempre compartilham tudo um com o outro que se diz respeito à Peeta e a Charlie e isso não mudará nunca. 

-Se precisar ligar para mim, ligue em meu celular. Eu irei sair com Chad para ir a um lugar. – disse ela, com o olhar sério. – Charlie vai dormir na casa da Johanna. 

-Tudo bem, só tome cuidado. – respondeu ele. – E ligue dizendo quando chegou. 

Ela assentiu e sorriu o abraçando, um abraço cheio de agradecimento por tudo que ele já fez por ela e faz até hoje.  Haymitch é seu amigo e ao contrário de muitos casais que se separam e não querem nunca mais se ver na frente, Haymitch é seu amigo e isso é a melhor coisa que já aconteceu para ambos e para seus filhos. 

...

Haymitch dirigia devagar, Peeta estava no banco da frente ao seu lado e Cato estava entretido jogando em um Psp no banco de trás, Haymitch de vez em quando olhava pelo espelho a forma que Cato se comportava e isso chamou muito a sua atenção, logo ele desviou o olhar para seu filho que estava olhando para o lado de fora, perdido em milhões de pensamentos. 

-Quer ouvir música? – perguntou Haymitch. 

- Não, estou bem assim. – respondeu Peeta. 

- Como vai a escola? – perguntou seu pai com um brilho suspeito nos olhos. – Diretor Snow me ligou ontem. 

“DIABO!”, Peeta xingou o diretor mentalmente, ele apertava sua calça com as mãos, não estava a fim de falar sobre isso e muito menos levar uma bronca sem motivo, ele não fez nada e não merece ouvir sermão de ninguém. 

- Eu não fiz nada. – vorificou ele. – Foi culpa do Finnick.

-Finnick? Aquele seu amigo? – perguntou ele. 

-Ex-amigo. – corrigiu Peeta, fazendo uma careta como se acabassem de  arrancar seu dente. – Ele me empurrou na aula de educação física, Finnick faz de tudo para me perturbar, eu simplesmente cansei e dei um soco nele. 

- Só isso? – perguntou seu pai dando de ombros. 

-Pai, eu nunca menti pra você. – bufou Peeta. 

-Bom, então o velho fez um escândalo atoa. – Haymitch sorriu. – Sei que teve suas razões para bater nesse garoto, só espero que não seja por causa de um hã, como vocês chamam mesmo? Boy? 

Peeta fez uma careta e Cato soltou uma gargalhada divertida no banco de trás por causa de seu jogo. 

- Como é? – ele questionou. 

-Filho, eu sei que você é gay. Sua mãe me contou faz tempo. – Ele sorriu. – Só quero que seja feliz, acho que é o mínimo. 

-Acredite pai, a última coisa que farei nessa vida é brigar por causa de outro garoto. – respondeu Peeta achando a ideia besta demais. 

-Tudo bem se brigar, se realmente o ama. – disse seu pai com o olhar nostálgico. – Briguei muito por causa de sua mãe no colégio, ela era o centro das atenções e eu era o magrelo repetente. 

Peeta deu um sorriso de canto. As vezes ele esquece como seu pai é divertido e bem humorado, Haymitch nunca em sua vida deu qualquer bronca que seja em Peeta ou Charlie, esse papel ficava exclusivamente com Suzanne. Haymitch na verdade foi um pai bem liberal e rebelde na maioria do tempo. Os pais de Suzanne sempre disseram que ela é mãe de três crianças por causa do seu marido com pouca responsabilidade. 

-Está vendo, te fiz sorrir. – Ele riu. – Estamos quase chegando em casa. Só que tem uma coisa, o outro quarto da Charlie está com as minhas bugigangas e só sobrou um que é o seu. 

-Charlie vai ficar furiosa quando ver que transformou o quarto dela em Haymitchlândia. – respondeu Peeta se divertindo com a ideia se sua irmã pirar. – Tudo bem, Cato e eu dormimos juntos. 

Haymitch olhou pelo espelho o sorriso de Cato se alargar e desta vez não era por causa do jogo. 

-Hum... já estão assim? – Haymitch sussurrou. 

-O que disse? – perguntou Peeta. 

-Nada, filhote, nada. – respondeu ele. 

...

-Suzanne, sei que adora uma aventura e o desconhecido, mas tem certeza disso? – perguntou Chad mais uma vez pisando em um cocô de coelho do mato enquanto tentava desviar de galhos do chão. 

-Nunca estive tão certa em minha vida. – respondeu a mulher com um papel em mãos que continham um desenho de uma casa velha de madeira. 

-O que estamos procurando mesmo? – tornou a perguntar Chad, impaciente. Eles já estavam andando a uma hora naquele tempo nublado com grande risco de chuva. Chad tentou persuadir a mulher a fazer isso em outra ocasião, mas pelo jeito nem Deus pode com ela. 

-Está casa que Cato desenhou. Ele me disse em uma de nossas sessões que ele gostou muito daqui, o local onde acampamos, principalmente da floresta onde tudo lhe parecia familiar. Ele até mesmo disse que sentiu uma sensação de estar em casa.  Nós vimos como ele se virou da última vez, e se ele veio daqui? – perguntou ela, não tirando a hipótese da cabeça a dias. 

-Amor, ninguém é louco de morar aqui. É cheio de ursos e lobos, sem dizer dos mosquitos! – exclamou ele. – Eu não queria dizer isso, mas talvez o garoto tenha apenas problemas mentais e essas coisas. 

- Não acredito nisso, tem mais coisa. – disse ela, com o olhar firme. – Eu prometi ajudar esse menino e é isso que farei. Olha ali! 

Ela apontou para um pequeno barraco, igualzinho ao que Cato desenha. Ou pelo menos, quase igual. A madeira já estava podre e muito suja. Algumas janelas tinha os vidros quebrados... E um cheiro horrível de animais mortos em volta. 

- Não gosto deste lugar. – Chad engoliu em seco. 

- Chad, você é um homem ou uma galinha? – perguntou e fazendo uma careta. 

-Depende da situação, agora sou capaz de botar 200 ovos de tanto pavor. – respondeu ele trancando os dentes. 

Suzanne o ignorou e continuou a caminhar, havia sangue bem seco misturado com sujeira na madeira da casa. A porta estava aberta, mas totalmente escuro já na parte de dentro. Antes que pudesse tentar entrar no local, algo chamou a atenção de Suzanne. Ao lado da casa, tinha estacas de madeira em formato de cruz... eram exatamente iguais aos túmulos que Cato havia desenhado... agora sim, ela tem certeza. Este lugar era onde ele vivia, mas por quê?! Por que ele saiu daqui? Quem morreu? Qual o motivo dele chegar ao ponto que se encontra? Será que foram as mortes?... será que foi ele que matou estas pessoas? Se é que são pessoas que estão enterradas... 

O céu começou a se fechar e um poderoso trovão estourou nos céus, tão forte que pareceu fazer a floresta tremer. 

-Vamos embora! – exclamou Chad. 

Ela não queria, mas teve que concordar. 

- Podemos voltar outro dia quando o tempo estiver melhor. – disse Chad a puxando para eles irem mais depressa. Agora que sabe onde é o local, Suzanne tem total certeza que voltará, ela sente que está era o local de onde Cato veio e até ter provas, não irá desistir. 

...

Effie Trinket gostava muito quando os homens olhavam como cachorros babões pra cima dela, foi assim que ela conquistou Haymitch. No entanto, receber um olhar intenso por mais de 10 minutos de um rapaz de 17 anos já estava incomodando ela. Cato não tirava os olhos dela, ele achou muito curioso a maneira exótica que ela se vestia, sem dizer o exagero na maquiagem extravagante e o cabelo colorido.

Peeta veio do seu quarto, vestindo uma roupa um pouco folgada e tênis de corrida. 

-Onde vai? – perguntou seu pai. 

-Correr. – respondeu ele. – Tem um campo perfeito pra isso aqui perto. Vou aproveitar o tempo fechado. Quer ir? 

Haymitch se limitou a fazer uma careta e bufar. 

-Querido, o único exercício que seu pai faz é levantamento de garfo. – disse Effie sorrindo. 

-Falando nisso, quando o jantar estará pronto? – perguntou ele ignorando o último comentário dela. 

-Pela amor de Deus, homem! Acabou de comer três sanduíches. Espere! – gritou ela. 

Cato riu, Effie ficava muito engraçada quando zangada. 

-Oh! – Haymitch levantou a sobrancelha – Você fala, garoto? Até agora não ouvi você falar. 

- Ele deve estar com vergonha. – respondeu Peeta. – Cato não é muito sociável. 

-E eu achando que você era. – respondeu seu pai. – Sempre sozinho, eu lembro até hoje. Seu primeiro amigo foi um tal de Nico no primário. Foi um verdadeiro milagre. Até achei que você tivesse algum problema ou fosse alérgico as pessoas. 

-Pai, não sou obrigado a fazer amizades quando não quero. Eu estava muito bem sozinho na época. – Peeta se defendeu. – Muito bem mesmo. Hoje é diferente, tenho alguns amigos aqui e ali, mas posso até mesmo contar nos dedos. 

- Eu sou o primeiro, certo? – Cato sorriu com os olhos brilhando. 

-Certo. – respondeu Peeta com o mesmo olhar. 

Haymitch apenas ficou encarando a forma como seu filho e o enorme garoto se encararam por alguns segundos. Ele só imagina como Suzanne deve se divertir presenciando esses momentos. 

- Não precisa ter vergonha da gente, querido. Somos parte da família também. – sorriu Effie para Cato. – Tenho uma ideia, o que gostaria de comer para o jantar? 

- Cato come qualquer coisa. – bufou Peeta. – Sério, sempre deixo ele comer minha salada quando minha mãe não está olhando. 

-Uma confissão! – Haymitch pulou do sofá. – O que tem a dizer em sua defesa? 

- Haymitch, você não pode dizer nada. – Effie o repreendeu. – Até semana passada você jogava a salada e os legumes no lixo. Eu resolvi parar de insistir, coma o que quiser. Não é mais criança. 

-Ei, vamos voltar ao assunto sobre o que esse garotão gostaria de comer? – questionou Haymitch indignado com tais acusações. 

- Peeta. – respondeu Cato e todos olharam para ele com os olhos arregalados. Peeta não sabia nem onde enfiar a cara. Talvez na bunda do Cato, não é tão grande quanto a sua, mas deve ser o bastante. Espera... Ele nem sabe o motivo de pensar nisso?!! 

- Eu disse algo de errado? – perguntou Cato. 

-Cato! – exclamou Peeta. 

- Ele é bem atirado, gosto assim. – sorriu Haymitch fazendo Peeta trincar os dentes. 

- Haymitch! Por favor, ele não disse nada no mal sentido. Sua mente é um latão de lixo. – respondeu Effie. 

- Peeta, eu só te chamei. Quero saber se posso ir correr junto com você. Srta. Effie, eu como qualquer coisa que a senhorita fizer. Obrigado pela gentileza. – ele sorriu. 

-Hã... claro que pode ir correr comigo. – respondeu Peeta. – Mas você precisa se trocar. 

- Já volto! – exclamou ele saindo da sala. 

-Gostei dele. – sorriu Effie. – Um pouco tímido, mas acho que podemos contornar isso no jantar. 

-Posso te ajudar a cozinhar? – perguntou seu marido. 

-Mas ajudar? Se o seu “ajudar" é ficar sentado me vendo fazer tudo, pode tirar o cavalinho da chuva. Pode ir cortando a carne. – respondeu ela.

-Tudo bem. – respondeu ele. – Peeta, voltem logo, ok. 

-Ok. – respondeu Peeta. 

...

Talvez deixar Cato ter vindo não tenha sido uma boa ideia, além do fato dele correr na frente de Peeta, o short que Cato está usando é bem apertado e deixa sua bunda bem redonda e apertável. É exatamente nesses momentos que Peeta odeia se pegar pensando no loiro ou em alguma parte irritante e linda de seu corpo... só de lembrar do beijo que eles deram, Peeta sente o rosto as pernas amolecerem e sinceramente ele não sabe se quer sentir essa sensação de novo. 

Peeta e Cato corriam pelo campo, juntos e em silêncio. Tudo que faziam era fungar as vezes pelo esforço, mas tinha um problema maior é Peeta o detectou rapidamente. Cato estava com aquela cara de que quer fazer uma pergunta, mas está se contendo. Isso foi uma coisa que Charlie ensinou ele. Antigamente ele dizia as coisas sem remedar as palavras e as consequências, e isso não é algo muito aconselhável em meio a sociedade. 

-Pergunte. – disse Peeta. 

-Por que sua outra mãe é branca daquele jeito? – perguntou ele. 

-Maquiagem em excesso. Ela sempre foi vaidosa demais. – Peeta sorriu. - Pelo menos meu pai gosta dela assim. 

- Eu acho isso errado. – diz ele. 

-O que? – perguntou Peeta. 

-As pessoas se casam e depois se separam como se amor fosse algo passageiro e sem significado. – respondeu ele. 

No começo do termino de seus pais. Peeta também pensava dessa forma, mas depois de tudo que aconteceu entre ele e Gale, Peeta percebeu que as vezes só amor não é o suficiente para tudo e não resolve todos os problemas de fato. 

-Sei que parece errado, mas as coisas não são tão simples assim. – Peeta suspirou. -  Ás vezes coisas acontecem e só o amor não pode sustentar tudo. Eu amava Gale, achei que seríamos felizes por muitos anos, mas não foi como pensei. – respondeu Peeta. – É quer saber, foi melhor assim. 

Cato não respondeu, ele ficou quieto parecendo concordar e se limitou a apenas correr mais depressa. 

Com certeza Cato entendeu bem o significado da palavra correr, enquanto Peeta ia a passos lentos como se deve, Cato já havia dado suas voltas pelo campo e ainda continuava correndo, Peeta apenas ria. Valeu muito apenas trazer ele, apesar de Peeta no começo querer limitar toda essa dependência, ele precisa concordar que não é de todo ruim. Cato gosta muito de si e uma coisa que ele aprendeu com sua mãe é que sempre é ótimo manter quem gosta realmente da gente perto de nós, não importa o que aconteça.

Um trovão fora ouvido por ambos, umas gotículas de chuva começaram a cair em alta velocidade. Peeta pegou o braço de Cato e correu para baixo de uns vestiários que tinham no local. 

-Meu pai e a boca grande dele. – bufou Peeta tirando a parte de cabel9 molhado que grudava em sua testa. 

- Não é culpa dele, ele apenas nos avisou por segurança. – sorriu Cato bagunçando os cabelos molhados. 

-E agora? Vamos ficar aqui? – Peeta esfregou os braços com frio. 

-Não vai demorar muito para dar uma pausa. – respondeu Cato. – Quando der, nós iremos. 

- Como assim? Como sabe que logo a chuva vai dar uma pausa? – perguntou Peeta. 

-Só sei. – respondeu Cato se sentando. – Gosto muito da chuva. 

-Também gosto. Amo o frio. – respondeu Peeta. – Claro, quando estou vestido de forma adequada. 

Cato tira a camisa.  

- Não, não por causa do frio, mas por causa de uma dívida que tenho com a Chuva. Sei que ela me salvou, diversas vezes. – respondeu ele torcendo a camisa para tirar toda a água. 

Mais uma vez Peeta se viu admirando o corpo de Cato e em consequência olhando fixamente para as cicatrizes que ele possuiu. Será que elas doem? Como será que ele as conseguiu? Sua mãe já perguntou a ele diversas vezes, mas ele nunca soube responder ao certo. 

-Tire a sua também. – sorriu Cato. – Eu vou te aquecer. 

-Oi? – questionou Peeta. 

-Nossas camisas estão molhadas, tire ela para que ela possa secar. E venha perto de mim, assim podemos nos esquentar. – disse ele. 

Peeta o escutou e fez o que ele pediu. O que Cato disse é verdade, calor humano esquenta muito mais rápido que roupas de frio. E levando em conta a intimidade que eles já tem, fazer isso não tornará as coisas diferentes. Ele se aproximou de Cato e se sentou perto de si. Cato ergueu o braço e o abraçou como sempre faz. Eles ficaram assim por diversos minutos, apenas observando a chuva cair. Peeta percebeu que Cato gostava de fazer isso, seu olhar estava sereno e tinha um sorriso de canto em seus lábios. O Mellark adoraria saber o que se passa na cabeça dele. Vindo de Cato, pode ser qualquer coisa. Ele é um mistério por completo, um mistério que cada dia que passa,  Peeta está adorando desvendar. 

...

Peeta e Cato se preparavam para dormir, Effie havia colocado mais cobertas por causa do frio e a cama era de casal, desta vez não era necessário que eles ficassem espremido juntos. Algo que ambos estavam pensando em ignorar. Cato estava no banheiro escovando os dentes, Peeta estava sentado na cama pensando na conversa que eles tiveram durante a chuva. Cato disse que tem uma dívida com ela... mas que tipo de dívida? É aquelas cicatrizes nas costas e no peito dele... o garoto suspirou quando sentiu uma pulsação involuntária perto da virilha... odiava sentir tesão por Cato. Parecia muito errado, mas não tinha como evitar. Viver com esse garoto todo santo dia e um sacrifício para Peeta, ele nem sabe quantas vezes já se tocou pensando no loiro. Principalmente depois dos beijos e abraços que Cato lhe deu. E também não pode deixar de reparar o volume de Cato todas as vezes que eles dormem de conchinha, Peeta sabe bem que o loiro gosta dele, mas... e isso que o problema. Peeta não sabe dizer se o que Cato sente é amor ou gratidão ou até mesmo outro sentimento nada haver com o que Peeta está sentindo no momento. Talvez afastar Cato seja uma péssima ideia como sua mãe disse mais cedo. Ele precisa de Peeta e... Peeta precisa dele também. Mais do que imagina. 

Peeta se preparou para se deitar e esperar Cato, mas seu celular tocou. Com certeza só podia ser sua mãe pela milésima vez. Ele atendeu sem olhar para o número no visor e teve uma surpresa quando ouviu a voz do outro lado o chamar de amor e essa voz ser de Gale. 

- Como conseguiu meu número?! – exclamou Peeta. 

-Na sua antiga rede social hehehe. – riu Gale. – Pelo jeito você não mecha muito  

-Se eu mecho ou não, não é da sua conta! Que coisa, Gale! – Gritou Peeta apertando celular. – Você está me enchendo o saco já, volta pro seu Finnick e me deixa em paz! 

-Só pra você saber, eu não gostei da briga de vocês. Se quiser, eu posso quebrar ele. – disse Gale. – Ele é um idiota. 

-Só ele?! – Vorificou Peeta. – Ele está assim por sua culpa. Tudo isso é culpa sua!

-Peet, por favor. Não brigue comigo. Eu só acordei e vi que o fiz foi errado. Eu mereço outra chance. Não é justo você me dispensar por causa desse idiota loiro aí. – respondeu Gale com raiva. Ele é um bobo e imbecil. Não te merece. 

-Gale, Cato pode ser idiota! Bobo! Infantil! E tudo mais... – Peeta suspirou. Ele não viu que Cato estava na porta e que ele ouviu a primeira parte e saiu. – Mas ele é doce, gentil, um verdadeiro HOMEM e muito, muito mais que você. E não me ligue de novo! 

Ele desligou o celular. 

-Cara insuportável. – disse ele se jogando na cama. – Não se enxerga!

Cato entrou no quarto e apagou a luz de forma repentina em dizer nada, Peet estranhou sua forma inusitada de agir, talvez ele apenas esteja cansado. Assim como ele. 

-Boa noite, Cato. – sorriu Peeta. 

-Boa noite. – respondeu Cato sem encará-lo

O tom como as palavras saíram não agradou Peeta, nenhum pouco. Ele se ajeitou na cama e esperou Cato abraçar ele como sempre faz, mas desta vez nada aconteceu. Cato esta praticamente  bem distante dele e não parece ter nenhuma intenção de chegar mais perto. O que será que aconteceu? Qual o problema dele agora?!



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