1. Spirit Fanfics >
  2. Cela 132 >
  3. Shot

História Cela 132 - Shot


Escrita por: gucciqeen

Capítulo 31 - Shot


Fanfic / Fanfiction Cela 132 - Shot

Tradução do título do capítulo: Disparo

 

 

Eu não conseguia parar de pensar na informação dita mais cedo por Kim Taehyung. E por não conseguir parar de pensar, minha mente martelava aquilo, causando em minha cabeça o início de uma dor incomoda.

 

— Hm... Talvez eu possa te esclarecer algumas coisas. Me diga exatamente o que você sabe.

— Bem... Eu acho que sei o que todos aqui sabem. A ponta do iceberg. Minjae escolheu Jungkook, e Gong passou a o odiar a partir daí. Depois, Minjae suicidou com remédios, e todos pensam que Jeon é o culpado.

Ouço uma risada e então viro o rosto, vendo um sorriso amargo no rosto de Taehyung. Ele fechou os olhos e suspiro, apoiando para trás a cabeça na parede.

— Você nem mesmo conhece a ponta do iceberg... — Ele disse baixo. — Para entender tudo, precisa entender sobre os Nambu Yong*. Mas, pela minha segurança, não posso te contar nada.

 

Graças a minha falta de resposta, eu havia tomado a decisão de tentar descobrir tudo por conta própria. Talvez não de forma tão independente assim... Mas, perguntando-as para a pessoa que estava a mais tempo preso ali que eu conhecia.

— Eu quero esses livros novos empilhados em ordem alfabética até antes de meio dia. Também tire a poeira da prateleira antes de coloca-los lá. — Ouço a voz de Song Yunhyeong antes mesmo de entrar na biblioteca. Nego com a cabeça, rindo baixo, e então entro no local, vendo-o junto de Taehyun ali. — Cuidado! Não segure o livro assim, vai estragar a capa. Aish... Você não faz nada certo, garoto?

— Foi sem querer...

— E não adianta me olhar com esses olhinhos brilhantes. Não é só porque é novato aqui que vou ter pena de você...

— Não se preocupe, Taehyun. — O interrompo. — Nas primeiras lágrimas que você soltar, ele perde a postura de durão. — Falo no mesmo instante recebendo o olhar dos dois.

— Oh, olá, hyung. — Taehyun respondeu rindo baixinho pela minha fala, fazendo uma curta reverência.

— Ya... Cale a boca, Park. — Song resmungou visivelmente sem jeito, fazendo Taehyun rir novamente.  Ele foi até atrás do balcão de madeira, afastando-se de onde Kang estava. — Vai me doer admitir isso, mas sinto falta de Sanha.

Após eu ter sido realocado para outro serviço no presídio, meu substituto como ajudante de Yunhyeong na biblioteca havia sido Yoon Sanha, meu amigo e ex-companheiro de cela de Seokjin. Song e ele não se davam bem no início, afinal, tinham personalidades completamente distintas... Mas, após um tempo, passaram a se dar bem. A questão era que Sanha havia conseguido condicional, e saiu de Wondong tinha duas semanas, e o novo substituto era Kang Taehyun.

— Ele era melhor do que eu? — Faço um bico, um pouco manhoso.

— Qualquer um ganhava de você. Você era um insolente... adorava testar a minha paciência. — Resmungou revirando os olhos, e eu rio baixo.

— Fico feliz que Taehyun esteja aqui com você. Aliviado também... Sabe que as coisas não são fáceis para quem é novato. Ainda mais alguém tão jovem quanto a ele. — Falo suspirando ao me lembrar de Sungmin no banheiro, e vejo meu amigo assentir com a cabeça.

— Eu vou cuidar bem dele. Não se preocupe. Além do mais, a cela dele fica ao lado da minha. Ficarei de olho. — Sorrio aliviado, e ele apoiou os braços sobre o balcão. — O que veio fazer aqui? Veio pegar algum livro?

— Na verdade não. Vim porque preciso de informações... E acho que pode me ajudar.

— Sobre o que?

— Gong Wooyeol e os Nambu Yon...

— Shh! — Ele me interrompeu rapidamente, colando a mão a minha boca. — Cale a boca. — Sussurrou olhando em direção a porta, conferindo se não havia ninguém por perto. — Fale baixo... Quer morrer, porra?

— O que? Acha que tem alguém nos ouvindo? — Questiono rindo um pouco em deboche, negando com a cabeça. — Eles não são só uma ganguezinha de cadeia?

— Ganguezinha? — Song indagou arqueando uma das sobrancelhas. — Para de falar merda, Park. Por que toda essa curiosidade repentina?

— Não é sobre eles... É sobre Gong. Eu preciso entender a influencia dele aqui com os guardas... Ele é tipo... O líder dos Nambu Yong?

— Acha que o King Kong é líder da maior facção do sul? — Questionou indignado. — Sabe por que ele foi preso?

— Não...

— Tráfico de drogas e tentativa de homicídio. — Me interrompeu. — Ele pegou só 12 anos. O verdadeiro líder dos Nambu Yong pegaria no mínimo pena de morte. Afinal, ele é o líder da facção que comanda o tráfico de drogas em toda a Coreia do Sul... Metade desse presídio só está aqui por algum tipo de envolvimento com eles. E Gong é um deles. É só mais um peão de merda. No mínimo é o “líder” deles aqui dentro... Isso porque Jeon matou o primeiro deles.

— Jeon matou... O que? — Arqueio a sobrancelha, assustado pela revelação. — Minjae era líder dos Nambu Yong aqui em Wondong?

 — Ahn? Minjae? De quem está falando, Jimin? — Ele perguntou confuso.

— Kim Minjae. O antigo companheiro de cela de Jungkook.

— Bem. Ele está sendo acusado disso... mas, todos aqui sabem que Kim Minjae se matou. — Deu de ombros, apoiando os braços sobre a mesa. — E mesmo que ele realmente tivesse assassinado Minjae... Acha mesmo que metade desse inferno teria medo de Jeon Jungkook porque ele matou aquele drogadinho de merda?

— Foi isso que eu ouvi assim que cheguei...

— Ouviu errado. Kim Minjae era um ninguém. Era só a porra de um golpista, dentro e fora daqui. Estava sempre metido em encrencas, e quando chegou, começou a se drogar. Shin Byungho supriu por alguns meses o vício dele em troca de sexo. Quando Shin se cansou dele, ele começou a ficar com Gong Wooyeol. A cabeça daquele garoto ficou completamente desgraçada, ao ponto de ele ficar conhecido como “Arlequina” do Wooyeol... Ao ponto de ele tentar atacar um guarda que repreendeu Gong.

Eu nem mesmo conseguia pensar em algo. Eram muitas informações...

— Ele foi mandado para a solitária por vários meses... Quando voltou, Jungkook havia acabado de chegar na prisão e estava em sua cela. Era só um novato... Tão patético quanto você quando chegou aqui. Tinha medo de tudo e todos. Isso foi em 2018... — Meus olhos estavam arregalados. Parecia impossível imaginar Jeon daquela forma. — E foi aí que tudo começou. O resto você já deve saber.

— Sim. Eles se apaixonaram e...

— Apaixonaram? — Me interrompeu franzindo o cenho. — Céus... Você realmente não sabe de nada... — Negou com a cabeça, bufando. — Minjae ficou completamente obcecado por Jungkook. Um amor unilateral... Acho que eles nunca nem mesmo chegaram a foder. Em todos os lugares que Jungkook ia, Minjae o seguia. E foi aí que Gong perdeu a cabeça, e os dois passaram de uma bela amizade para um ódio mortal.

— Espera. Bela amizade? — O interrompo, arregalando os olhos mais uma vez.

— É. Eles eram amigos. Não sabia? — Nego com a cabeça freneticamente. — Eu não sei como e onde essa amizade surgiu. Mas, eu me lembro que Gong tratava Jungkook como se... fosse filho dele.

Impossível...

— Eu realmente não o conheço... — Murmuro meus pensamentos, quase inaudível, tentando assimilar tudo aquilo que ele havia dito. — Quem... Quem Jungkook matou?

— Como eu disse, ele matou o verdadeiro líder dos Nambu Yong aqui... Cho Jongpil. Na frente de todos. Jungkook estava a menos de dois meses em Wondong e conseguiu fazer o que metade de todos aqui queriam. Aquele homem era um desgraçado... Se acha Gong ruim, Cho conseguia ser o dobro. Talvez o tripulo... Ele era um verme. Se ele não ia com a cara de uma pessoa, o filho da puta proibia os cozinheiros do refeitório de servirem comida para ela. Além de ser um torturador sádico... Se encontrar com algum homem aqui sem um dos olhos, pode ter certeza que é uma adorável lembrança de Cho. Sem falar dos casos de estupro... — Riu sem humor, fechando os olhos, como se alguma memória tivesse vindo a sua mente. Uma memória amarga, que fez com que Yunhyeong suspirasse ao abrir os olhos novamente. — Ele marcava com ferro quente a coxa de todas as suas “putas”... era assim que aquele desgraçado chamavam os “felizardos” que ele fodia a força. — Engoliu seco, respirando fundo em seguida. — Nunca foi punido devidamente por nada das coisas que fazia. Até os guardas tinham medo dele... E quando ele finalmente morreu... Gong assumiu a liderança.

— E Jungkook? O que houve com ele? — Fora a única coisa que consegui dizer naquele momento.

— Nada. Cho Jongpil era um homem sem família, preso por prostituir mulheres e por assassinato... Seu amado Jeon apenas foi mandado para a área de segurança máxima. E milagrosamente conseguiu voltar daquele inferno cinco meses depois, quase que irreconhecível... Tatuagens por todo o corpo, estava mais forte, mas, repleto por cicatrizes... — Minha mente fora rapidamente a cicatriz no rosto de Jeon... Seria ela uma lembrança de seu período na área de segurança máxima? — Quando Jeon voltou, Gong deu sentença de morte a ele... porém, os homens que odiavam Cho Jongpil ficaram ao seu lado. Eles o idolatram, até hoje... e os que não idolatram, ou o odeia ou o teme. — Riu baixo, negando com a cabeça. — Ele ganhou o respeito até mesmo de alguns guardas... Foi ele quem criou a regras de punições de estupradores em Wondong.

Naquele momento, minha mente foi levada ao meu segundo dia naquele presídio, o qual eu havia conhecido Gong Wooyeol.

 

 

— Quer colocar a sua sorte em jogo, criança? — Perguntou provocativo. — Quer mesmo se arriscar para proteger esse moleque?

Jungkook riu, e aquele ato fez com que o homem ficasse ainda mais irado pela raiva.

Eles claramente não tinham uma amizade muito saudável.

— Talvez tenha se esquecido das punições para estupradores aqui dentro. — Ele falou calmo, despreocupado.

— Eu não faria nada a força... seria algo consensual, não é mesmo, gracinha? — Sinto meu estomago revirar ao ouvi-lo me chamar de tal forma.

Patético. Patético. Patético. Mil vezes patético.

— Oh, sério? A "gracinha" estava quase desmaiando com a sua aproximação e ainda tem coragem de chamar de "algo consensual"? — Perguntou irônico.

Ele realmente precisava enfatizar a parte do meu quase desmaio de nervoso?

— Seria muito ruim para você se um boato se espalhasse... Na verdade, daria uma ótima manchete: "Gong Wooyeol estupra novato". — Disse com entonação. — Você estaria ferrado. Vai apanhar até o último segundo de sua vida aqui dentro. — Riu sem humor. — Agora, sou eu quem te pergunto... Quer colocar a sua sorte em jogo, Gong? — Perguntou ameaçador.

O homem tentou dizer algo, mas logo perdeu a fala. Não sabia o que responder, provavelmente porque Jungkook estava certo naquelas afirmações.

 

 

— Mas, nada se compara ao poder que Gong ganhou com isso. Foi então que Minjae morreu... duas semanas depois da volta de Jungkook.

Por que Jeon nunca havia me contado nada disso?

— E o que você sabe sobre Kim Taehyung? — Questiono baixo, ainda um pouco desnorteado.

— Kim Taehyung é...

— Jimin hyung? — Ele é interrompido pela voz de Kang Taehyun de longe. — Você pode me acompanhar até a sala do Psicólogo Min Yoongi? Eu não sei onde é... — Ele disse ao se aproximar, coçando a nuca. — Tenho horário com ele em 5 minutos.

— Oh... Claro. Eu te levo lá. — Dou um meio sorriso, me desencostando do balcão.

— Terminamos de conversar depois. — Song disse dando um meio sorriso.

Pelo jeito aquela conversa havia sido tensa até mesmo para ele. Assinto a cabeça me despedindo de meu amigo, e suspiro... Talvez eu estivesse um pouco irritado com Kang. Por que ele tinha que interromper a conversa bem naquela hora, quando tudo começou a ser esclarecido? Bufo, passando as mãos em meus cabelos pretos, saindo da biblioteca acompanhado de Taehyun.

— Espero que o psicólogo seja gentil. — Ouço ele dizer, e rio baixo, negando com a cabeça. Opto por não responder. Preferiria não estragar a agradável surpresa que ele teria ao conhecer Min Yoongi. — Você conseguiu ligar para a sua mãe aquele dia, hyung?

— Hm... Na verdade não. Acho que ela não estava em casa quando liguei...

— Vai tentar ligar de novo? Ainda tem a segunda ficha que te dei? — O encaro pelo canto dos olhos, estranhando um pouco de sua curiosidade. Enfio a mão no bolso, tirando a ficha dali.

— Sim. Eu tenho... Talvez eu ligue depois. Não sei. — Respondo sem jeito, olhando a ficha em minha mão.

— Não sente falta dela?

— Eu sinto. Sinto sim... — Murmuro baixo, suspirando e parando de andar ao que chegamos ao corredor onde a sala de Yoongi ficava. — Ele atende ali. Na terceira porta. — Aponto com o dedo.

— Obrigado, hyung. Me desculpe se te incomodei... Ainda é difícil andar por aqui sozinho sem sentir medo. — Confessou dando um pequeno sorriso de lado.

Aquilo me arrancou um leve sorriso, e eu assinto com a cabeça.

— Tudo bem. Não se preocupe. — Falo e então ele fez reverência em seguida, virando as costas e indo em direção a sala do homem.

Olho novamente para a ficha em minha mão, e minha mente se encheu de questionamentos.

Ela me atenderia?

E se, ao ouvir minha voz, ela não dissesse nada?

Eu realmente deveria tentar ligar outra vez?

Mas... eu nunca descobriria a resposta de todas perguntas caso não tentasse... Shakespeare mesmo dizia que: “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

Suspiro, e mordo o inferior, começando a andar em direção aos telefones. Ao chegar, vejo o local semivazio. Apenas dois homens ali fazendo ligações. Engulo seco e me aproximo de um dos telefones, e naquele momento, sinto minhas mãos suarem e meus pés ficarem gelados... Eu não devia ter medo. É só uma simples ligação para a minha mãe... Certo?

Com as mãos tremulas, coloco a ficha no repartimento específico para elas no telefone, segurando o mesmo, e colocando contra meu ouvido. Devagar, aperto os 10 dígitos em sequência.

Sentia meu coração se acelerar a cada toque e então aperto as unhas contra a palma de minha mão afim de descontar aquela tensão. Quando finalmente, ouço a voz eletrônica soar.

— Você está recebendo uma ligação do Instituto de Detenção de Wondong em Busan, Coreia do Sul. Caso seja de seu interesse prosseguir com a ligação, continue na linha após o sinal.

Merda! Ela saberia que era eu... Maldito identificador de chamadas...

Ela não vai aceitar... Não agora ao saber que era uma ligação da prisão...

Meu coração palpitou mais forte, e por um segundo penso em desligar, porém, antes de colocar o telefone novamente no gancho, ouço a voz eletrônica novamente.

— Aproveite sua ligação.

Rapidamente coloco o mesmo em meu ouvido outra vez, quase o deixando cair, sorrindo um tanto quanto nervoso... Ela realmente tinha aceitado.

— Alô... Omma... — Falo quase rápido demais, temendo que a qualquer momento ela desligasse.

Silêncio.

— Omma... Sou eu. Jimin. — Falo mais alto. — Está me ouvindo bem?

Ao fundo escuto sua respiração, próxima e forte... Ela realmente estava me ouvindo... Porém, não respondia.

— Como a senhora está? — Tento dizer mais uma vez, e umedeço meus lábios, segurando o telefone com ambas as mãos, sentindo as mesmas tremulas. Silêncio... Ensurdecedor e cortante. — Eu entendo se não quiser falar comigo... Espero que esteja bem. — Começo a sentir minha garganta doer, e sem nem mesmo perceber, meus olhos ficaram cheios. — Omma... Queria que soubesse que eu estou bem. — Fungo baixo, e naquele momento meu peito começou a doer. — Eu sinto a sua falta...

— Sung? Quem ligou? — Ouço a voz feminina ao fundo da ligação, como se estivesse longe do celular. — É o psicólogo Min?

— Sungho? — Arregalo os olhos pela surpresa, falando alto afim de que ele escutasse.

— Ah... Querida, não era ninguém... — Ouço a voz de meu padrasto, e naquele mesmo instante a ligação foi encerrada.

— Sungho... — Sussurro, sentindo meus batimentos acelerarem e meu corpo esquentar. Uma descarga de adrenalina passou a correr por meu corpo e então aperto o telefone, sentindo minha respiração ofegante. — Filho da puta! — Deixo aquele grito sair, sentindo minha garganta arranhar pela intensidade. — Desgraçado! — E num momento cego pelo ódio, puxo com força o telefone, arrancando o cabo do mesmo e atiro o telefone contra a parede, fazendo com que ele caísse no chão em pedaços.

— Ei cara... se acalma...

Ouço um dos homens dizer, mas já era tarde demais. Eu não me acalmaria... Não antes de ter respostas. Viro meu corpo, acelerando meus passos e indo em direção ao mesmo local que estava a segundos atrás. Paro em frente a porta da sala de Min, e então abro de uma só vez a porta, que para o azar dele, estava aberta, recebendo o olhar surpreso de Yoongi e Taehyun.

— Jimin? O que faz... — Ele questionou, mas logo se calando com minha aproximação repentina.

Seguro abruptamente o colarinho de sua camisa, o levantando da cadeira, ao mesmo tempo que desfiro um soco forte em seu rosto, fazendo com que ele caísse, sendo impedido de chegar ao chão pela parede atrás de si.

— Eu mandei que ficasse longe de mim... Não mandei, porra? — Grito vendo-o levar a mão ao próprio olho.

— Do que você está falando, Jimin? — Ele perguntou alto, desnorteado, claramente assustado pela situação.

— Como você conhece a minha mãe? — Questiono travando a mandíbula, me aproximando e segurando seu colarinho outra vez, pressionando-o contra a parede. Sentia meu corpo quase tremer pelo ódio que me consumia, e naquele momento vejo o psicólogo congelar. Ele pareceu ficar ainda mais tenso. Como se pensasse nas exatas palavras que diria em seguida.

— Hyung... — Taehyun disse algo, o qual nem mesmo prestei atenção.

— Antes eu preciso que você se acalme... Por favor.

— Não me pede pra ficar calmo... — Falo entre os dentes, apertando mais seu corpo ali.

— Hyung... Os guardas... — Ele segurou meu braço e num ato impensado, puxo meu braço numa tentativa de me soltar, acabando por acertar seu rosto fortemente com o cotovelo.

Mas eu não conseguiria pensar naquilo... Não agora.

— Fala. — Murmuro o fitando nos olhos.

— Detento! Se afaste! — Ouço a voz alta de um dos carcereiros bem atrás de mim. — Mãos atrás da cabeça... E se ajoelha.

— Calma. Não atirem. Está tudo bem... — Yoongi disse olhando para o homem atrás de mim. — Jimin... Se afaste. Pelo seu bem...

— Eu posso até morrer agora. Mas, não antes de saber que porra você fez... Por que caralhos sabe tanto da minha vida. E qual a sua ligação com a minha mãe. — Sussurro para que somente ele ouvisse.

— Detento... Solte o psicólogo. Não vou avisar outra vez. — O homem falou pausadamente. — Fique de joelhos no chão com as mãos atrás da cabeça.

— Fala logo, porra! — Grito alterado, balançando o corpo do homem através do colarinho.

E foi naquele momento que ouvi o som do disparo ecoar por toda a sala.

Tudo ficou escuro.

 

 

 








 

— Jeon... — Murmuro abrindo os olhos, sentindo sua respiração contra minha pele.

— Hm? — Ele questionou baixo, alisando minha cintura devagar, afastando o rosto antes dos lábios se aproximarem mais de minha boca. A troca de olhares demoraram alguns segundos, até que meus olhos desceram, dessa vez para seus lábios.

Num ato pouco pensado, acabo com a distância de ambos os rostos, colando meus lábios aos dele. Minhas mãos subiram por seus braços, até seus ombros, enlaçando meus braços ali, e enroscando meus dedos em seus cabelos compridos.

O que caralhos estava acontecendo comigo?

Minhas pernas fraquejaram, e sua mão que já estava na minha cintura, juntou meu quadril ao seu. Era apenas um selinho e por mais que eu não quisesse, não poderia negar que seus lábios eram macios... Sua língua pediu passagem, e quando pensei em me afastar novamente, ele mordeu meu lábio inferior, fazendo-me abri-los pela surpresa e dor. Sua língua entrou em contato com a minha, explorando também cada canto de minha boca. Sua mão enroscava-se de leve em meus cabelos, enquanto a outra começou a se adentrar na minha blusa, fazendo uma leve caricia em minhas costas, fazendo todo meu corpo se arrepiar com seus dedos gélidos em contato com minha pele quente.

 

 

...

 

 

Por que, tão de repente, o fato de seus olhos estarem tão "tristes" passou a me incomodar tanto? Por que eu estava me importando tanto pelo fato de que ele chorava na minha frente?

Analisava seu rosto de forma calma. Seus olhos, por mais que úmidos por contas das lágrimas, eram opacos, vagos... como se não transmitissem nenhum tipo de emoção há algum tempo. Suas feições eram de cansaço... ele não parecia ter mais de 25 anos.

Tão jovem... Por que todos diziam que ele era um monstro?

Era apenas uma pessoa real.

Com sentimentos reais.

Sentia dor, medo, tristeza... e principalmente, culpa; era o que seus olhos opacos transbordavam naquele momento.

E todas estas questões contribuíram para que eu juntasse nossos lábios sem que eu pensasse muito, o deixando surpreso pelo meu ato repentino.

Um simples e desajeitado selar de lábios incialmente. Não consegui ter um único sequer pensamento racional. Minha mente parecia estar completamente nublada, ainda mais quando sua língua pediu passagem em minha boca e eu cedi, fazendo um leve carinho em sua nuca. Seguro sua mão, que estava um pouco soada e trêmula pelo nervosismo, então entrelaço nossos dedos na tentativa de acalmá-lo. Eu estava tão envolvido que mal percebi que já estava sentado sob suas coxas de frente para ele. Por que apenas agora em seus braços eu me sentia tão seguro?

 

 

...

 

 

— Está corando por que eu te elogiei? — Perguntou dando um sorriso ladino. — E se eu disser que você fica ainda mais adorável quando fica com vergonha? — Falou com claras intenções de deixar Park ainda mais vermelho, acariciando a lateral do rosto dele com a ponta dos dedos. — Ou que sua boca é muito atraente?

— Pare com isso... — Balbuciou abaixando o rosto sentindo seu rosto esquentar cada vez mais.

— E se eu disser que quero te beijar de novo? — Sussurrou ignorando o que o mais velho disse, deixando-o surpreso com a sua fala. Os dedos de Jungkook desceram até parar no queixo do menino, obrigando que este o olhasse novamente. Viu ele se aproximar e cada vez que o espaço entre eles ficava mais curto, mais deixava Park estático e sem saber o que fazer.

Jimin sentiu o leve toque da boca dele na sua e automaticamente fechou os olhos. Mesmo que seu rosto estivesse extremamente quente e suas mãos soando pelo nervosismo, sentia-se tão bem. O simples e calmo entrelaçar de suas línguas, era acompanhando da leve caricia que o dedão de Jungkook fazia em suas bochechas, aumentando ainda mais a sensação de proteção que Park tão almejava durante toda a situação ruim que estava envolvido.

 

 

...

 

 

— Nem Deus e nem o Diabo, Jimin. — Ele falou tão baixo, que só pude entender por leitura labial. — Só você...

 

 

...

 

 

— Anjo...

Aquela voz soou em minha mente, e naquele mesmo instante, abro meus olhos, sentindo meu peito bater mais forte. Eu nem mesmo sabia onde estava naquele momento. Não sabia o que havia acontecido... Ou simplesmente como eu havia parado ali. Mas, era trivial saber de tudo aquilo... era trivial, pois, assim que meus olhos se chocaram com ele ali, na minha frente, era como se mais nada ao meu redor existisse além de nós dois.

— Coração? — Deixo minha voz sair, mesmo que em tom baixo, logo vendo um sorriso nascer em seu rosto.



 


Notas Finais


-Use no twitter a hashtag #Cela132fic para que eu acompanhe vocês ♡

Link do trailer da fanfic: https://www.youtube.com/watch?v=oU3jhGHB93E
Link do grupo da fanfic: https://chat.whatsapp.com/LXM20Emablt5eWebCTByGT

Gostaram? Espero que sim!
Deixe seu comentário ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...