Ainda é P.O.V Rafael
- Você quer? - Mike pergunta e meu coração acelera.
- Quero... Claro. - Sorrio de orelha à orelha.
- Ok, mas você tem que ser delicado, por favor. - Pede e assinto. - Vamos.
Mike abre a porta de seu quarto e vamos até a cozinha. Observamos todos já acordados e sentados à mesa, conversando.
- Se entenderam? - Batista pergunta e assentimos. - Que bom... Sério, fico muito feliz e aliviado sabendo que não encontrarei mais vocês dois quase se matando pelos cantos.
Todos riem, inclusive eu e Mike. Observo Pac segurando sua xícara de café com leite, com as duas mãos e tomando o líquido de forma devagar, enquanto olha para baixo.
- Vai. - Mike fala e me dá um pequeno empurrão, em direção à Pac.
Puxo uma cadeira e me sento ao lado de Pac, o vendo me encarar de baixo para cima.
- Oi. - Falo e sorrio.
Ser delicado...
Não recebo resposta.
- Vai comer alguma coisa? Eu posso fazer um pão pra você. - Falo e ele olha para Mike.
Sigo seu olhar e também encaro Mike, enxergando que Batista sorri, entendendo a situação.
- Ele gosta de pão com presunto e queijo. - Batista fala para mim e assinto, me levantando e fazendo o pão de Pac.
- Prontinho. - Me sento ao seu lado e o entrego o pão, sorrindo. Pac pega o pão da minha mão, lentamente, me encarando com uma espécie de medo.
Meu Deus, eu o machuquei demais.
- Rezende, depois eu posso falar com você? - Batista pergunta e vejo Pedro assentir.
(...)
P.O.V Rezende
Depois de todos tomarmos café, Mike chamou o Tarik e o Rafael para irem ao mercado com ele.
Felps e eu não nos falamos até agora. Eu realmente estou puto pelo o que ele fez ontem.
Assim que termino de lavar a louça e Felps de secar, vou até a sala.
- Queria falar comigo? - Pergunto para Batista.
- Sim... - Me olha. - No meio da noite eu acordei e vi que o Pac não estava no sofá comigo. Então levantei e fui ver onde ele tinha se metido. Quando vi que ele estava deitado com você, não pude deixar de pensar que... - O interrompo.
- Que eu poderia ter feito algo com ele? - Pergunto e ele assente.
- Exato... Bom, todos sabemos que ele está doente e que... - O interrompo, novamente.
- Eu não transei com ele, Batista. Se é isso o que quer saber.
- Não, eu só...
- Sugeriu isso. - Bufo, revirando os olhos. - Tudo bem que eu sou loucamente apaixonado pelo Tarik e todos sabemos que ele é o amor da minha vida, mas eu não faria nada disso com ele no estado que está. Seria doentio. - O encaro.
- Foi mal, eu só precisava saber.
- Foi mal mesmo. - Respiro fundo. - Eu acordei com ele deitando ao meu lado no colchão. Então eu simplesmente o acolhi e acabamos dormindo. Nada demais. Nada doentio.
- Ah, foi mal cara... - Suspira. - Eu só estou tentando cuidar dele pro Mike, entende? E não é fácil.
- Eu sei. Relaxa. - Sorrio. - Estamos de boa.
- Obrigado. - Fala e vou até o banheiro, para tomar banho.
Fecho a porta e tiro minha roupa e, em seguida, ligo o chuveiro.
Entro no box, sentindo a água quente relaxar meus músculos tensos e fecho os olhos, sussurrando uma música qualquer que vem em minha mente.
“Baby, baby, I feel crazy
Amor, amor, eu me sinto como se estivesse louco
Up all night, all night and every day
Acordado a noite toda, a noite toda e todos os dias
Give me something, o
Peço que me dê alguma coisa
Oh, but you say nothing
Oh, mas você não diz nada
What is happening to me?
O que está acontecendo comigo?
I don't wanna live forever
Eu não quero viver para sempre
'Cause I know I'll be living in vain
Porque eu sei que estaria vivendo em vão
And I don't wanna fit wherever
E eu não quero me encaixar em nenhum outro lugar
I just wanna keep calling your name
Eu só quero continuar chamando o seu nome
Until you come back home
Até você voltar pra casa”
Ouço a porta do banheiro ser aberta.
- Estou tomando banho. - Falo alto, de olhos fechados.
- Eu sei. - Ouço a voz de Felps ecoar pelo pequeno banheiro e, em seguida o barulho do box sendo aberto.
Tiro a água da frente de meus olhos e os abro, o enxergando tirar a roupa.
- Que merda você tá fazendo? - Sussurro, desesperado, vendo a porta do banheiro aberta. - Sai daqui, idiota. - O empurro e Felps apenas ri, voltando até mim. - Imbecil, sai daqui! Se o Batista ver isso... - Felps me interrompe, entrando no box e se molhando, junto à mim.
- Shhh... O Batista foi comprar o remédio do Pac, que acabou, e os outros ainda não voltaram. - Sussurra em meu ouvido, me fazendo apoiar as mãos na parede, em minha frente.
- Felps, não. - Falo, mas ele apenas afasta minhas pernas.
- Rezende... Sim. - Fala e me penetra de uma vez, começando a me estocar.
- Ahh... - Gemo baixo, fechando os olhos.
- Isso, geme, sua puta. - Me estoca mais rápido, fazendo nossos corpos se chocarem embaixo d’água.
- Cala a boca e acha meu ponto, seu merda. - Gemo e Felps começa e procurar meu ponto de prazer a cada estocada diferente que dá.
- Ahhh... - Gemo e, por reflexo, empino.
- Achei. - Fala e começa a socar minha próstata, repetidamente, com seu membro.
Felps começa a me masturbar, me fazendo sentir meu corpo inteiro se arrepiar.
- Eu vou gozar. - Sussurro, ofegante e ele aumenta a velocidade de suas estocadas.
- Ótimo, porque eu também. - Fala e sinto jatos de seu líquido serem jorrados dentro de mim. - Ahhh...
Assim que ouço o gemido de Felps, me desmancho em sua mão, fazendo meu líquido escorrer junto com a água do chuveiro.
- Caralho... - Falo, ofegante e selo nossos lábios. Peço passagem com a língua, mas Felps nega, abrindo o box. - O que está fazendo?
- Termina seu banho aí. - Fala e dá dois tapinhas em meu ombro.
- Que? - O olho, pasmo. Felps pega a roupa que tinha jogado no chão, uma toalha e sai do banheiro. - Mas que porra...? - Pergunto para mim mesmo.
Imbecil!
Estúpido!
Que merda!
Passo as mãos em meu rosto, tentando “enxaguar a ira” que nasce em mim, mas apenas ignoro e começo a me ensaboar.
Depois que termino o banho, pego minha toalha, a enrolo na cintura, indo até o quarto. Para alimentar meu ódio, vejo Felps deitado, mexendo no celular, como se nada tivesse acontecido.
Me abaixo e abro minha mala, procurando alguma roupa que preste.
- Isso. - Falo ao encontrar minha calça preferida. (Link da calça nas notas finais)
Pego uma cueca, a visto, por baixo da toalha, e depois visto minha calça.
- Vai sair? - Felps me encara.
- Não te interessa. - Rebato, sem paciência alguma.
- Uou... Cê tá bem? - Ele coloca o celular, já bloqueado, em cima da mesa do computador.
- Sim. - Falo seco e acho a camiseta. (Link da camiseta também nas notas finais)
- O que você tem? - Pergunta e visto minha camiseta.
- Nada, Felps. - Penteio meu cabelo, o deixando com topete, me olhando no espelho.
Sento na beirada da cama, colocando meu tênis. (Também nas notas finais)
- O que aconteceu, Rezende? - Pergunta e me levanto, saindo do quarto, pegando minha carteira.
- Nada, Felipe! Não aconteceu merda nenhuma! Está tudo maravilhoso! - Grito e bato a porta, saindo da casa.
(...)
P.O.V Rafael
Chegamos em casa com as compras e encontramos apenas Felps, na cozinha, mexendo no celular, apoiado no balcão.
- Oies. - Falo, deixando as sacolas em cima da mesa.
- E aí, como foi lá? - Pergunta, olhando para Pac.
- Então... Eu estou indo bem devagar, sabe? Eu sei que fui quem mais o machucou, quando fiz a burrada de ir embora.
- Não fala isso. - Fala e começa a acariciar meu rosto com os dedos, me encarando, fixamente.
Desvio meu olhar e observo Pac, se sentando no sofá e Mike tirando as coisas da sacola. Volto meu olhar para Felps e ainda sinto suas carícias.
- Felps... - O chamo e ele sai de seu transe.
- Hum? - Pergunta e olho para sua mão, que ainda alisa meu rosto. - Ahh, foi mal. - Fala, sem graça, abaixando sua mão. - Bom, já que entrei, ou quase, nesse assunto... E o Gabriel?
- Está na casa da mãe dele... - Abaixo a cabeça e me apoio no balcão, como Felps.
- Sabia que é muito estranho ver que ele se tornou seu namorado?
- Por que? - O olho.
- Porque ele não faz seu tipo. - Fala e rio fraco.
- Ele cuida de mim. - Sussurro, sentindo a falta que Gabriel me faz.
- Eu também cuido de você, então sou seu tipo. - Fala, arqueando uma sobrancelha, encarando meus olhos.
- Felps... - Respiro fundo. - Você tem que seguir...
- Só me fala o porque? - Pergunta, me olhando.
- Por que o que?
- Porque todos são o seu tipo, menos o idiota aqui.
- Todos? Não tem essa de todos... - Me interrompe.
- Ah, Cell, qual é... O Pac, o Rezende, o Mike... Agora o Gabriel.
- Eu não sei te responder isso, tá legal? Não é simples.
- É sim. Por que eu não te atraio? - Pergunta, segurando minha mão.
- Porque eu não te amo dessa maneira, Felps... Você é o meu melhor amigo.
- Bom, isso o Rezende também é e você o ama “dessa maneira”. - Fala, fazendo aspas com os dedos.
- Eu não amo o Rezende dessa maneira. Só transamos naquela droga de vídeo que você viu, porque eu estava bêbado.
- Já ficou bêbado comigo e a gente nunca transou por causa disso. - Me encurrala.
- Meu Deus, Felps... - Respiro, sem paciência. - Para de criar teorias...
- Para de mentir pra mim. - Entrelaça nossos dedos. - Seríamos tão... Perfeitos juntos. - Olha nossas mãos.
- Está tudo bem aqui? - Mike pergunta, entrando na cozinha e solto a mão de Felps.
- Sim... - Olho para Felps. - Chega dessa conversa, tá legal? Pensei que estávamos bem e que tudo tinha voltado ao normal entre nós.
- Tudo na amizade está normal entre nós. - Fala e reviro os olhos. - Mas...
- Chega, Felps. Não tem mas. Por favor. Poxa eu só queria conversar de boa com o meu melhor amigo, mas eu não consigo mais porque você sempre vem com essas suas perguntas desnecessárias sobre o por que eu “nunca” te dou uma chance. - Faço aspas com as mãos e ele abaixa a cabeça. - Ou porque eu não te amo, sendo que eu amo a todos. É diferente. Acontece. E não sou eu quem escolho. É o meu coração. E infelizmente meu coração não me fez te amar.
- Uou... Doeu. - Fala baixo, me olhando de baixo para cima.
- Ahh, Felps, me desculpa... - Tento abraçá-lo, mas ele desvia.
- Não me toca. Não desse jeito... Amigo. - Fala, com os olhos marejados e dá ênfase em “amigo”.
- Felps... - Falo mas ele sai da cozinha, me dando as costas. - Meu Deus, ele não entende! - Falo baixo, para mim mesmo.
- Quer descontar a sua raiva nos legumes? - Mike fala, me entregando uma cenoura e rio, fraco.
- Besta. - Falo e começo a ajudá-lo a cortar os legumes. - Ele não entende, Mike. Já perdi a conta de quantas vezes já tivemos essa conversa.
- Ele te ama, Cell. E não tem como entender, sabe? O que eu vejo é ele não deixando de tentar. Quando amamos o que mais fazemos é tentar fazer dar certo... E ele está fazendo isso. - Fala, picando salsinha.
- Eu sei... - Suspiro e continuo picando as cenouras.
(...)
22:15
Depois de jantarmos sem a presença de Rezende, que segundo Felps havia saído mais cedo e avisou que não voltaria tão cedo, organizamos onde cada um iria dormir, principalmente Pac. Eu fiquei em meu próprio quarto, o Batista continuará no sofá, o Felps na cama do Pac, o Rezende continuará no colchão e Pac e Mike dormirão juntos como estavam fazendo até a noite retrasada.
Neste momento estou em meu quarto, deitado, me sentindo um fracassado ao tentar ligar mais três vezes para Gabriel e ele não me atender.
Merda...
Após fracassar em tentar uma quarta vez, acabo dormindo.
(...)
2:46
Acordo, sentindo minha cama afundar ao meu lado e acendo a luz de meu celular.
- Pac? - Pergunto ao vê-lo se deitar ao meu lado, me encarando. - O que foi? O que aconteceu? - Me preocupo.
Essa decisão de ele vir dormir comigo, definitivamente, não é normal.
- N-Nada... - Fala e se cobre. - P-Posso dormir com v-você? - Me encara com os olhos negros que brilham ao refletir contra a luz da tela de meu celular.
- C-Claro... - Bloqueio meu celular e o abraço, o fazendo apoiar o rosto em meu peito. - Eu te amo, pequeno... - Sussurro e faço cafuné em seus cabelos, até apagarmos.
(...)
7:12
Acordo com uma gritaria, vindo da sala. Me levanto, com cuidado, não fazendo Pac acordar e vou até a mesma, ver o que está acontecendo.
- Cara, para. São sete da manhã. - Batista fala, segurando Rezende que aparenta ter bebido mais do que deveria.
Sua roupa está suja e seu pescoço com hematomas roxos nas laterais.
- Foda-se! - Grita e ri. - Eu não posso chegar na casa do meu melhor amigo... - Me abraça de lado. - E me divertir?
- Não. Não desse jeito. - Falo e olho para Pac na porta de meu quarto, em pé, coçando os olhos. - Chega de piti, Rezende.
- Cala a boca, Rafael. - Me aperta contra ele.
- É sério? Foi sair pra beber? - Felps fala ao abrir a porta do quarto, encarando Rezende.
- O que está acontecendo? - Mike vem até a sala e nos encara.
- Esse imbecil bebeu igual um condenado. - Felps fala e vem até Rezende, soltando seu braço de meu ombro.
- P-Pedro? - Pac se aproxima e Rezende vai em direção dele.
- Não... - Fico na frente de Pac, o protegendo. - Com ele você não vai fazer nada. - Digo, sério.
- Eu não vou. - Fala e se afasta. - Já transei o suficiente essa noite, se é isso que você pensou que eu iria fazer com ele. Na verdade... É incrivelmente isso o que todos acham que eu faria com ele, não é?! - Grita, abrindo os braços. - Eu fui até Londres por você! - Aponta em meu rosto. - E você me retribui como?! Exatamente. Com um namorado e com isso! - Grita e sinto a mão de Pac apertar a minha.
- Você está bêbado. - Falo e ele ri.
- Chega, idiota. Pro quarto agora. - Felps, fala o puxando.
- Vai se foder, Felipe! - Grita e vejo Pac estremecer.
Felps consegue levar Rezende até o quarto e fecha a porta.
- Ah, não... - Mike vem em nossa direção. - Ele não pode com essa gritaria toda. - Acaricia o rosto de Pac que está paralisado, observando um ponto fixo.
- Droga. - Batista fala e quando pretende vir até nós, seu celular toca, o fazendo atender a ligação.
- O que fazemos? - Pergunto e Mike me olha.
- Fala... - Suspira. - Pode falar...
Olho para Pac e vou próximo de seu ouvido.
- Pequeno... - Pac pisca. - Vamos voltar a dormir, pequeno... - Passo a mão em seus cabelos e ele desvia o olhar para mim.
- Vem, moço... - Mike fala e começa a levá-lo para seu quarto.
Assim que me preparo para voltar para meu quarto, a campainha toca.
Me direciono até a porta e assim que a abro...
- Gab?
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.