História Cellbit, a vida com MITW - Ele é apenas um bipolar

~ Mensagens on ~

Cell, pode voltar de onde está? Sei que não foi na Rocketz, porque fui lá e falaram que você nem apareceu. – Felpópitus

Agora deu pra mentir até pro seu melhor amigo? – Felpópitus

~Mensagens off~

- Não falou que viria aqui? – Rezende me pergunta, olhando as mensagens na tela do meu celular. Apenas aceno negativamente com a cabeça. – Por que?

- Porque o Felps sempre teve ciúmes da nossa amizade. Ele tem medo de ser substituído por você. – Falo o olhando.

- Mas por que? – Ele pergunta puxando o celular da minha mão e puxando o teclado para cima.

- Porque nos conhecemos há mais tempo que conheço ele. – Digo olhando o que ele está tentando digitar.

“Eu vim na casa do...”

Puxo o celular de sua mão.

- Não! – Grito apagando o que ele estava escrevendo.

- Sério que tem medo dele? Tem medo do que ele vai achar da gente? – Ele pergunta.

- Não. Tenho medo dele se decepcionar. Nós... – Ele me interrompe.

- Cê tá brincando, Rafael... Com o Felps?! – Ele grita sério.

- Você não pode falar muito também Rezende. – Digo e ele olha pra baixo.

- Ah, certo. Por isso ele está dramaticão assim? – Ele pergunta e assinto com a cabeça.

- Vou te ajudar nisso. – Ele fala. – Quando chegar em casa me avisa. Tenho um plano para ele deixar de ter essa frescura comigo. – O olho e sorrio assentindo com a cabeça.

- Preciso mesmo ir. – Me levanto e ele se levanta me abraçando. Ficamos abraçados um bom tempo.

- Fica bem. Qualquer coisa eu tô aqui e você sabe disso. – Ele fala no meu ouvido.

- Obrigado por tudo. E eu também. – Me separo do abraço. – Eu! E não o Pac. – Rio e ele ri junto me dando um soco no braço. – Ah... – Me aproximo de sua boca. – Me deu um soco, então tenho direito a provocar. – Digo quase roçando meus lábios nos seus e ele arfa. – Trouxa. Não se apaixona não, sei que sou lindo, mas sou muita areia para seu caminhãozinho! – Rio e ele me empurra de leve, sem graça.

- Até mais. – Digo e saio de sua casa.

P.O.V Mike

(Antes do Cellbit sair de casa)

Espero Pac acordar e me sento ao seu lado.

- Ei, o que acha de comermos algo, gravarmos um vídeo e depois sairmos para algum lugar? – Pergunto.

- Mas gravar um vídeo agora? – Ele fala esfregando os olhos.

- Ah vai... Depois é só editar... – Ele cede e vamos até a cozinha comer.

Vemos o Cell passar algumas vezes de cá para lá, como se estivesse apressado e apenas continuamos tomando nosso café, até ouvirmos a porta do banheiro ser batida. Levantamos e vamos até o quarto do Cell.

- Felps... – Começo ao entrar e ele me encara. – O que o Cell tem? Parece avoado... – Ele apenas dá de ombros.

- Certo. Vocês brigaram? – Pac pergunta atrás de mim.

- Não. É que ele vai ver a Cpu dele e não quer que eu vá junto. – Ele fala mexendo em seu celular.

- Eita. Mas ele sempre sai com você. – Digo e ele me olha.

- É, mas já me acostumei com esse jeito dele... Sabe... As coisas só do jeito que ele quer? Sempre foi assim e eu sempre cedi. Então não ligo mais. – Ele fala e Pac e eu nos entreolhamos.

- Ok. Se precisar de algo, estamos gravando um vídeo no meu quarto ok? – Ele assente com a cabeça ainda com o olhar fixo no celular.

Chegamos em meu quarto e não pude deixar de perceber que Cell parece tenso. Ele passou por mim e pelo Pac, sem ao menos olhar para nós.

- Mike... – Pac me chama e o olho, enquanto sento na cadeira ao seu lado, em frente ao meu computador. – Você acha que... – O interrompo.

- Poderíamos repetir o que fizemos ontem? – Pergunto me aproximando dele e ele se afasta delicadamente.

- Não... Quer dizer... Não é isso... O Rafa não parece bem. – Ele me encara. – Será que eles brigaram?

- Às vezes ele só acordou com o pé esquerdo, Pac. Daqui a pouco ele volta e ajudamos ele no pc, okay? – Digo e ele assente ligando a FaceCam.

(...)

Depois de ouvirmos a porta da sala bater e depois de um tempo terminarmos a gravação, vou em direção ao meu guarda roupa e tiro a camisa na intenção de vestir uma melhor.

- Preta de novo Mikaé? – Pac fala e se levanta vindo em minha direção, rindo, até que ele para e me olha como se estivesse sem ar.

- Para moço, vem logo escolher uma camisa melhor então! – Digo e ele ergue sua mão, a colocando... No peito? – Pac?

- O que é isso, Mike? – Ele pergunta com dificuldade.

- O que está sentindo? – Pergunto já o segurando pelos ombros.

- Uma pressão. – Ele fala e o levo até minha cama. Nos sentamos.

- Calma. – Digo e sinto meu peito apertar.

- Ah... É o Cell, moço. – Consigo dizer e ele me olha assustado com uma expressão de dor em seu rosto.

- Não... Mike, não de novo não... Mike... – Seus olhos marejam.

- Shii... Não vai acontecer de novo... – Digo puxando seu queixo até próximo de minha boca, então selo nossos lábios.

Peço passagem e ele cede, sem nenhuma enrolação. Rezo para Felps não aparecer e continuo sentindo a língua de Pac na minha, até que sinto sua mão em minha nuca. Me separo do beijo, acariciando sua bochecha.

- Como... – O interrompo.

- Parou? – Rio fraco. – É algo relacionado à amor. Eu já tinha dito que você é o amor da minha vida. Agora sei que me ama de verdade, também.

- Por que? – Ele fala e eu solto uma risada nasal.

- Senão agora você estaria quase indo para o hospital. – Ele sorri fraco.

- Preciso falar com o Rafa. – Ele fala se levantando e seguro seu pulso. – Ele me encara.

- Ele sabe se cuidar, Pac. – Me levanto, o puxo pela cintura e selo nossos lábios após trazê-lo pela nuca até mim.

Sua boca é maravilhosa. Lábios finos, vermelhos e seu beijo é extremamente doce. O que me faz amá-lo mais ainda.

Nos separamos por falta do ar e ele sorri, mordendo meu lábio inferior.

- Pra onde quer ir? – Pergunto.

- Poderíamos ver algumas roupas no Shopping. – Ele fala.

- Pode ser... Starbucks depois? – Ele sorri e assente com a cabeça.

- Devemos chamar o Felps? – Pac pergunta.

- Melhor não. Ele não parece bem. – Termino vestindo a camisa que Pac escolheu para mim.

(...)

Depois de termos feito compras em algumas lojas de roupas e tomarmos nossos Frappuccinos, voltamos para casa e percebemos que Felps não está.

- Quem edita o vídeo hoje? – Pergunto.

- Eu edito, moço. Pode descansar. – Ele fala se sentando na cadeira do computador e me deito na cama.

- Sabe... Acho que pra quem foi comprar só uma Cpu, está demorando muito, não acha? – Pergunto me ajeitando na cama, após tirar meu tênis.

- Pois é. O Rafa estava estranho. Fora o que senti... Acha que ele está em perigo? – Pac pergunta.

- Não, acho que deve estar resolvendo algum problema que ninguém pode ajudar. – Ele me olha.

- Espero que seja só isso.

(...)

Acordo assustado após ouvir um barulho de porta sendo batida. Acabo pulando da cama.

- O que aconteceu?! – Pergunto enquanto abro os olhos assustado.

- Acho que algum dos dois chegaram. – Fala Pac deitado do meu lado.

- Dormiu também?

- Estava quase. – Ele ri fraco. – Tinha acabado de deitar. Mas vou ver o que aconteceu para termos que quase comprar uma nova porta pra sala. – Pac fala passando as mãos em meu cabelos e sai do quarto em seguida.

P.O.V Pac

Quando chego no quarto do Rafa, vejo Felps digitando algo em seu celular e, em seguida, me encara na porta.

- O que está acontecendo com vocês dois? – Pergunto ainda na porta.

- Nada demais. Ele é apenas um bipolar.

- Fala a verdade Felps, conheço vocês há anos. – Digo e ele deita na cama. Vou até ele.

- É mais complicado do que imagina. – Ele fala e eu me sento ao seu lado.

- Pode me contar. Aliás, está na minha casa, então eu te obrigo. – Rio fraco e ele me acompanha.

- É que eu conheço o Cell há muito tempo, sabe Pac e... Ultimamente ele está muito estranho comigo. – Ele para, colocando as mãos em seu rosto. – Ele está mentindo para mim.

- Mentindo? Sobre o que? – Pergunto e ele se senta, me encarando.

- Ele disse que iria na Rocketz, comprar a Cpu nova, mas fui lá agora a pouco. – Ele me encara e arqueio uma sobrancelha. – Ele não estava lá.

- Ele pode estar vindo embora. Jé pensou nisso?

- Sim. Mas acontece que perguntei se ele foi lá. Falei que é o Cellbit e mostrei a foto dele. Todos negaram. – Ele abaixa a cabeça.

- Ah, ele pode ter mentido por... – Ele me interrompe.

- Ele está diferente acho que por causa de ontem...

- Mas o que aconteceu de diferente ontem, para do nada ele tratar o melhor amigo mal? – Pergunto colocando a mão em seu ombro.

- É que ontem nós... – Ele é interrompido por uma batida na porta da sala. 

- Ufa, cheguei! – Rafa fala entrando no quarto e tirando a camisa. O encaramos. – O que aconteceu?

- Na-Nada.. A gente só estava conversando. – Felps fala.

- Onde foi, Rafa? – Pergunto e vejo ele e Felps se encararem.

- Fui ver minha Cpu, mas não tinha a que eu queria lá.  – Ele fala e olho para o Felps.

- Ah... Entendi. Bom, qualquer coisa estou na sala. – Falo e quando Rafa se vira para o guarda roupas faço um sinal de 'depois' para Felps.

- Ah, aproveitando que os dois estão aqui... – Rafa fala se virando antes de eu sair. – Felps, você pode dormir no quarto do Pac hoje? – Ele fala olhando para Felps e em seguida olha para mim. Parece querer se comunicar pelo olhar. – Eu e Pac ficamos de gravar um vídeo que não deu certo faz um tempo. E como é terror, tem que ser de madrugada. Tudo bem? – Ele pergunta e Felps me olha, com um olhar duvidoso.

- Caraca, eu tinha esquecido. Tem problema para você, Felps? Estamos devendo esse vídeo pro canal do Rafa. – Ele assente com a cabeça, enquanto olha para o chão, então olho para o Rafa confuso e saio de seu quarto.

Realmente, ele está estranho pra caramba. Não sei o que houve com o Rafa, mas ele parece estar estranho só com o Felps. Aliás... Porque ele inventou isso? Não tínhamos nada combinado... Tem alguma coisa acontecendo... Não senti aquela dor por nada.

Ou senti?

Continua...