Ainda é P.O.V Mike
Ouço um tiro ser disparado e apenas fecho os olhos esperando a dor...
Alguns segundos se passam e eu abro os olhos, estranhando não sentir dor nenhuma. Vejo Pac em minha frente e Batista atirando nele diversas vezes, enquanto ele se contorce de dor.
- Sai, Mike! – Pac grita ainda recebendo tiros.
- Não!! – Ouço o grito de Cell e, em seguida, ouço três disparos. Ele atira em Batista, o desclassificando. (Link do grito nas notas finais *-*)
Observo Felps vindo até mim e vejo Teddy atrás dele, o mirando. Miro em Teddy e disparo, mas não a tempo de salvar Cell. Teddy o atinge antes de ser desclassificado.
- Merda! – Cell grita. Acho que pelo fato dele ser tão competitivo.
Felps vem até mim e observamos todos nos olhando, pelo acrílico transparente pelo lado de fora.
- E agora? – Pergunto olhando para minha arma.
Felps, num movimento rápido, solta sua arma, a fazendo cair no chão, pega minha mão que segura a arma, a levanta e a aponta em direção de seu peito. Quando percebo o que ele está fazendo, tento recuar, mas ele aperta meu dedo no gatilho, atirando em si mesmo.
- Não! – Grito e a buzina toca, indicando o final da competição. – Por que fez isso?
- Só um pode ganhar. – Ele fala tirando o capacete e a viseira.
- E o que aconteceu com o “Vamos até o fim juntos, sem traição.” – Pergunto fazendo aspas e saindo do Stand com ele.
- Não é traição se eu atirar em mim mesmo. – Ele sorri e o acompanho.
- Idiota. – Digo
- Campeão. – Ele fala e pisca para mim, com um olho só.
- Parabéns, Mike!! – Gabriel grita e todos me observam. – Ganhou um Xbox one e o quarto dos campeões!
- Nossa, mas foi difícil viu fi?- Digo rindo e todos riem enquanto tiram os equipamentos.
- Agora é só escolher quem vai dividir o quarto com você e depois se prepararem para a festa. – Gabriel fala, mudando algumas páginas em suas mãos.
- Ok... – Digo e todos me olham. – Meio óbvio quem eu vou escolher né?
Todos se olham e Pac sorri e dá um passo em minha direção.
- Felps. – Digo e ele sorri.
Observo Pac virar as costas e sair andando com a cabeça baixa.
Quando todos começam a voltar para a casa, Felps vem do meu lado.
- Por que não o Pac? – Ele pergunta.
- Porque ele tem o Cellbit. – Digo seco.
- M-Mas ele meio que te protegeu... Levou tiros dolorosos por você.
- É, Felps... Eu também já o protegi de muita coisa. – Ele me encara enquanto nos aproximamos da casa. – E olha agora... Ele está com o Cellbit e eu aqui. Você merece mais do que qualquer um aqui, ser escolhido.
- Obrigado, Mike. – Ele dá uma pausa e se senta na espreguiçadeira ao lado na piscina. Sento na do lado. – Olha... Sobre ontem... –O interrompo.
- Nada de desculpas, lembra?
- Não... É que eu ia te perguntar... – Nos olhamos. – Que merda você fez?
- Juro que é mais fácil você falar primeiro o que você fez. – Rio fraco e ele me acompanha.
- O almoço tá na mesa! – Zelune grita e começamos a ver todos indo pra cozinha.
- Okay. – Felps fala. – Eu agi por impulso ontem e... Beijei o Cellbit.
- Recaída? – Pergunto o olhando.
- Sim. Isso é uma bosta. Parece que sempre que ele me olha, me hipnotiza. - Ele suspira. – Mas... Agora fala... O que você fez?
- Na festa, depois que você foi dormir, eu fiquei, digamos que alegre, enquanto olhava para o Pac, então decidi mudar o rumo do meu olhar para o Batista, acabei perdendo o juízo e, bom... Acabei transando com ele. – Abaixo a cabeça, envergonhado pelo o que acabo de dizer.
- Normal. – Ele fala ficando de frente para mim.
- Como assim, normal? – Pergunto confuso me sentando de frente para ele, também.
- Bom, ele é a sua fraqueza, você tava bêbado, o Cellbit estava agarrando o Pac, então sua válvula de escape, tanto de sentimento, quanto de prazer, foi transar com o Batista. – Ele coloca a mão em minha coxa. – Pelo menos você tava bêbado, já eu... Me ferrei sóbrio.
- O foda é que na hora, eu tive prazer pra caramba, entende? Mas, quanto ele me falou algumas coisas, me dei por mim e percebi o que tinha acabado de fazer.
- Pois é... Comigo também. Beijei o Cell como se não tivesse amanhã, mas quando percebi o que estava fazendo, só pensei em sair dali.
- Ufa, eu to bem mais leve depois de desabafar a grande merda que eu fiz. – Digo e rio fraco.
- Vamos comer, vai. - Nos levantamos e vamos em direção à cozinha.
(...)
P.O.V Rafael
- Pac... – O chamo. – Você acha que o Felps e o Mike... – Ele me interrompe.
- Claro que não... – Ele ri fraco, pegando o cabide com sua roupa. (Link da roupa dos dois nas notas finais *-*) – Por que acha isso?
- Bom... Será que é pelo fato de você ser o amor da vida dele e que ele deveria te chamar pro quarto dos campeões? – Falo num tom óbvio.
- Ou será que é porque ele finalmente está seguindo em frente e você não está gostando nada disso? – Ele fala seco.
- O que está acontecendo com você? – Pergunto pegando meu cabide de roupas. – Está tão... Agressivo.
- Cansei, Rafa. Cansei de só chorar. Cansei de pensar que algum dia você vai me pedir em namoro. Cansei de ter a esperança de quando você me chama para ficarmos a sós, imaginar que será o momento. – Ele veste a camisa.
- Mas, luv... – Respiro fundo. Não tenho argumentos. – Me desculpa... – Sou interrompido pela porta se abrindo por Rezende.
- Tarik... – Ele olha para Pac. – Posso falar a sós com o Rafa?
- P-Pode. – Pac sai do quarto me deixando com Rezende.
- Quando ia me falar? – Ele pergunta trancando a porta e vindo em minha direção.
- Falar o que? - Me assusto e passo a mão no cabelo de nervoso.
- Do transtorno.
- Ah, tá... Surpresa. – Digo desanimado erguendo as mãos.
- Idiota. – Ele vem até mim, tirando minha camiseta.
- O que você tá fazendo? – Pergunto assustado.
- Puta merda, Rafael. – Ele fala, olhando meu peito e minhas manchas causadas pela coceira.
- Caralho, nem com quatrocentas doenças, eu tenho uma merda de paz! – Pego minha camiseta de sua mão, bravo e o empurro.
- Precisa cuidar disso. – Ele fala se aproximando novamente.
- Tanto faz. – Digo vestindo a camisa.
- Cala a boca um pouco! – Ele grita e me assusto. – Para de falar que não tem paz! Para de tentar fingir que não liga pra isso! – Ele aponta para meu peito.
- E que droga você quer que eu faça?! – Grito e ele dá um passo para trás.
- Nada... – Diz me encarando nos olhos. – Mas... Eu posso cuidar de você.
- Que? – Rio irônico. – Vai se ferrar. Nem eu consigo cuidar dessa merda. - Começo a me coçar.
- Ah, eu não aguento mais, Rafa. – Fico confuso, então ele se aproxima de mim e passa a mão em meus cabelos.
- O que foi? Para de me encarar! – Ele continua me olhando. – Qual é, Rezende, tá apaixonado?
- Eu te odeio. – Ele fala baixo e puxa meu queixo selando nossos lábios.
Tudo roda em meus pensamentos nesse momento. Meus dias com Mike, com Felps... Com Pac... Mas o que me atormenta é a frase que nunca sai da minha cabeça. “Olha, você é sexy pra caralho, me excita apenas com um beijo, me faz salivar quando o vejo sem roupa, mas, por favor... Não me deixa fazer isso de novo.”
Ele pede passagem com a língua e eu cedo, sentindo suas mãos apertarem minha cintura me empurrando levemente para trás, até eu ser encostado na parede do quarto.
Me lembro exatamente quando Rezende disse isso. (Capítulo 53 amores *-*) “Não quero acabar me apaixonando pelo meu melhor amigo.” Merda...
- Para... – Digo ofegante após me separar.
- Não... – Ele sela novamente nossos lábios. O empurro devagar.
- Para. – Digo o afastando de mim, com minhas mãos.
Ficamos nos encarando por longos minutos. Eu encostado na parede do quarto e ele em minha frente.
- Pode falar alguma coisa? – Ele pergunta.
- Claro. – Termino de arrumar meu cabelo, ainda olhando para ele. “Não me deixa fazer isso de novo.” - Nunca mais faça isso.
Saio de sua frente, pego minha camisa, vou até a porta e saio de meu quarto.
P.O.V Mike
- O que você está fazendo, Felps?
Continua...
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