Ainda é P.O.V Rafael
- Rafa?! O que aconteceu? – Pac fala deitado na cama, com uma expressão de assustado me olhando.
- E-Eu...
- Você o que, Rafa? – Ele se levanta rápido e vem até mim.
- Minha dor pelo Mike... Ela não está acontecendo...
- Como assim? – Me olha assustado, passando a mão em meu rosto que, provavelmente deve estar pálido.
- Ele está mal e minha dor está ficando cada vez mais fraca... – Meus olhos marejam.
- O que isso significa? – Pac pergunta passando a mão em meu cabelo.
- Que minha ligação com ele... Está acabando. – Algumas lágrimas escorrem por minha bochecha.
- Que? Não... Mas como? E... Por que ele tá mal?
- E-Eu o vi chorando na piscina e quanto mais próximo eu chegava, mais minha dor no peito ia ficando fraca... – Digo gesticulando, nervoso.
- Chorando? Rafa... Para, vem. Senta aqui. – Pac fala me sentando na cama.
- Por que está chorando? – Limpa minhas lágrimas.
- Porque eu não estou mais ligado com ele, Pac... – Suspiro, o olhando nos olhos.
- Isso é bom, poxa. Pensa... Se algum dos dois, agora, estiver triste, o outro não quase morrerá por causa disso.
- Não, Pac... Eu não quero perder essa ligação... P-Pode parece loucura m-mas eu preciso dessa dor... – Deito em suas pernas e deixo minhas lágrimas caírem.
- E-Eu já volto, amor... – Pac se levanta e sai do quarto.
Me recomponho, enxugando minhas lágrimas e voltando a me sentar na cama. Ouço a porta abrir e a encaro.
- O que você tem? – Rezende pergunta, entrando com uma expressão preocupada.
- Relaxa. É só mais um problema. – Engulo o choro. – O que você veio fazer aqui?
- O Pac pediu para eu vir te ver. Falou que tinha que ver uma coisa e que você estava mal. – Se senta ao meu lado, colocando sua mão em minhas costas.
- Espera... Você e ele... – Rezende me interrompe.
- Conversamos e voltamos a nos falar...
- Desde quando isso? – Pergunto confuso.
- Conversamos depois da briga que ele teve com o Batista. Fui conversar com ele no banheiro e ele me entendeu, assim... Por cima.
- Caralho. – Digo num suspiro e ele encara meus olhos. – Ele te deixou entrar no banheiro?
- Deixou, por que? – Rio irônico.
- Porra... Cara, me ensina? – Digo irônico e com raiva do que acabo de ouvir.
- O que? – Ele me olha confuso.
- A conquistar o Pac do jeito que você o conquistou.
- Não entendi.
- Sabe o quanto eu bati naquela maldita porta para ele me deixar entrar? – Rio irônico de novo. – Caralho Rezende, você tá de parabéns. Não conquistou o Pac, o amarrou.
- Cala a boca. – O olho irritado. – Ele não me deixou entrar, abriu a porta para me expulsar, gritando e eu só forcei para entrar. – Nego com a cabeça. – Velho, nem vocês namorando, você se garante?
- Idiota... – Digo baixo.
- Ah velho, chega Rafael. – Ele se prepara para levantar da cama. – Eu vim aqui te ajudar, não para você me xingar.
- Não... – Coloco a mão em sua coxa e ele congela. – Por favor. Me desculpa cara. E-Eu só estou com a cabeça a mil e... – Respiro fundo, olhando em seus olhos. – Talvez eu não me garanta mesmo.
- Para. – Ele tira minha mão da sua coxa e desvia o olhar de meus olhos.
- Rezende, olha pra mim! – Tiro a camiseta e abro os braços, mostrando meu peito. – Eu sou um merda, cara. Como posso me garantir?
- Talvez parando de dizer que é um merda? – Ele pergunta num tom óbvio.
- Ou... – Puxo sua camisa para cima, a tirando. – Sendo mais parecido que isso. – Aponto para seu peito. – Do que isso. – Aponto para o meu.
- Para com isso. – Ele começa a vestir sua camisa de volta. – O Pac te escolheu desse jeito, Rafael. Do que adianta ser isso... – Ele aponta para si mesmo. – Se não posso ter o que eu quero?
- Como pode... Você é tão grosso, sincero e idiota, mas sempre consegue me botar pra cima? – Visto minha camiseta.
- Do mesmo jeito que você é dramático, cego e problemático, mas que sempre está do meu lado. – Ele se levanta.
- Rezende... – Ele olha para mim. – Obrigado.
Abro os braços esperando um abraço. Ele vem até mim devagar, hesita, mas em seguida, me abraça.
Talvez eu não me garanta mesmo. Talvez eu já tenha tido a vontade de acabar com a minha vida, mas sempre tem alguém que me manda a verdade na cara e, incrivelmente me consegue tirar de toda e qualquer situação de desespero, tristeza, preocupação e mal humor. Esse alguém? Rezende SEM Evil.
- Chega. – Ele se separa do abraço.
- O que foi? – Pergunto estranhando sua atitude.
- Nada, eu só... Qualquer coisa me chama okay? – Assinto com a cabeça e ele sai do quarto com passos rápidos.
Wtf?
(...)
Segunda-Feira
07/11/2016
14:16
- Hoje teremos uma competição de duplas ao invés de grupos! – Gabriel fala no megafone. – Cellbit, vem aqui, por favor.
Me levanto e vou até ele.
- Vou fazer uma demonstração de como a prova será, tudo bem, galera? – Todos assentem para Gabriel. – Cada dupla subirá numa plataforma dessa. – Subimos numa passarela branca fina e estreita. – E cada uma delas ficará a dez metros do chão. – Todos começam a comentar a prova entre si. – Terão cabos presos em vocês, sendo assim, não tem perigo nenhum. A dupla terá que se encostar durante a prova inteira. - Gabriel fala segurando minha cintura. - Se um se desequilibrar, o outro tenta manter o equilíbrio dos dois. - Coloca minhas mãos em seu ombro. - Serão desclassificadas da prova, as duplas que se desencostarem e as que caírem. Não podem se sentar na passarela, no máximo abaixarem, mas nunca sem desencostar um do outro. Um caiu, os dois perdem. Certo pessoal? – Gabriel fala me segurando na posição que todos terão que se equilibrar na passarela.
- Sim! – Gritam todos.
Gabriel volta à sua posição e eu volto até Pac.
- Já que estão com as roupas, podem se posicionar na passarela e se prepararem para subir. Só quando ela estiver lá no alto que a prova começará. Lembrando que o prêmio é o patrocínio do Netflix para os canais vencedores, num acordo de cinco segundos de anúncio em cada vídeo.
Vamos às plataformas e nos posicionamos. Cada um com sua dupla.
- Amor... – Pac me chama e dois ajudantes vêm colocar os cabos de segurança e o cinto em nós dois.
- Oi...
- O que esse cara tem com você? – Pergunta encarando Gabriel.
- Como assim? – Pergunto confuso.
- Ele fala olhando só para você e hoje, de dezesseis pessoas, chamou incrivelmente você para demonstrar a prova.
Terminamos de nos equipar e sentamos na passarela, com uma perna de cada lado dela, que começa a subir aos poucos.
- Não vi nada demais, Luv. Deixa de ser ciumento, pequeno. – Digo e ele ri fraco quando bagunço seu cabelo.
Todas as passarelas sobem com as duplas e Gabriel apita nos indicando para posicionarmos.
- Atenção... Valendo! Não deixem de ficarem encostados e se equilibrem se quiserem o anúncio do Netflix! – Gabriel grita no Megafone.
Me apoio no Pac, com as mãos em seus ombros e ele com as mãos nos meus.
- Puta merda... – Digo olhando para baixo.
- Calma, é só não olhar para baixo. – Pac fala puxando meu queixo para cima, me fazendo encarar seus olhos.
- Fica quieto Batista! – Ouvimos Jv gritar.
Ele nunca fez isso com o Batista.
- Calma, eu só me ajeitei. – Batista se defende.
- Quase me derrubou! Se você não quer a droga do patrocínio, eu quero! – Todos o olhamos e Jv para de falar.
- Tenho uma tática... – Ouço Rezende falar para Polado, na passarela à minha direita. – Se segura nos meus ombros e dá um passo para mim. – Polado o obedece, quase se desequilibrando. – Agora é só eu te segurar aqui... – Segura a cintura de Polado com as duas mãos, quase colando seus corpos. – E pronto...
Rezende e Polado ficam se encarando sorrindo e às vezes conversando, o que me deixa com ânsia.
(...)
Já se passaram umas duas horas desde que a prova começou. Batista quase derrubou Jv novamente, mas ele conseguiu equilibrar os dois. Alan e Guaxinim caíram, pois Guaxinim começou a coçar a coxa, desequilibrando os dois. Zelune e Spok caíram logo depois, com Spok alegando que o tênis dado para ele o fez escorregar da passarela.
- Calma.... Calma... Não, T3ddy, calma, para de se mexer. – Luba fala rindo e não se segurando junto de T3ddy.
- A gente vai cair, para de rir! – T3ddy fala e Luba não se aguenta, caindo dez metros abaixo de nós, puxando T3ddy junto.
- Ei... – Pac me chama. – Por que não para de encarar o Pedro? Brigaram de novo?
- Am? Não... – Olho em seus olhos. – Não sabia que tinham voltado a conversar.
- Mas vo... – O interrompo.
- Ele me contou... Mas a questão é... Por que não me disse nada? – Me desequilibro um pouco, mas Pac me segura.
- É que foi tanta coisa acontecendo, loiro... – O interrompo.
- Não faz mal... – Digo colocando as mãos em sua cintura, sem deixar de encostar nele.
- Mas me fala... Por isso está o encarando?
- Eu só estava vendo se ele ia cair.
P.O.V Mike
- Fala comigo por favor. – Felps fala e eu continuo em silêncio, como há duas horas atrás.
Ele segura minha cintura e me puxa bruscamente para perto dele.
- A gente vai cair, idiota! – Digo bravo, me reequilibrando.
- Pelo menos falou comigo. – Ele ri fraco.
- Não haja como a vítima. Você quem fez a merda.
- Eu falei aquilo porque estava de cabeça quente, Mike.
- Tanto faz. – Olho para baixo, vendo a altura que estamos.
- Eu... – Ele começa e eu continuo de cabeça baixa. – Eu quero tentar... Se você também quiser.
Subo meu olhar para ele.
- Eu já tentei. – Digo seco.
- É sério, Mike... – Ele segura meu queixo com uma mão. – Eu quero mesmo tentar fazer dar certo.
- Prova... – Digo puxando meu queixo de sua mão.
- Como? – Ele pergunta voltando a segurar minha cintura.
Olho para a nossa direita e vejo Cellbit e Pac tentar se equilibrar na passarela.
- Me beija... Aqui e agora. – Digo olhando em seus olhos. Felps olha para Cellbit que o devolve o olhar, paralisado. – Sabia q... – Felps me interrompe, me puxando delicadamente para um beijo, selando nossos lábios.
Por mais que seja grande a nossa adrenalina nesse momento, por causa de todos que podem estar nos olhando e pela altura, seu beijo está calmo e sua língua começa a dançar lentamente em minha boca. Nos separamos após nos desequilibrar. Conseguimos nos reequilibrar, mas vemos Authentic e Baixa caírem.
Olhamos para eles e, em seguida, olhamos para Pac que apoia sua cabeça no ombro de Rafael. Cellbit nos olha estático, negando com a cabeça. Ignoro e começo a puxar assunto com Felps.
(...)
5 horas de prova
P.O.V Rafael
-Cara, minhas pernas estão doendo demais... – Ouço Polado dizer para Rezende.
- Vamos ganhar isso aqui, calma. – Ele diz alisando ou “massageando” próximo ao joelho de Polado. Eu e Pac não conseguimos conter nossos olhares surpresos para ele que nem nos olha.
Nesse meio tempo, só sobraram a minha dupla, a de Rezende, a de Mike e a do Jv.
- O que deu no Pedro? – Pac pergunta. – Ele nunca foi cuidadoso.
- Deve estar cansado, por isso está agindo assim. – Digo piscando várias vezes, contendo o sono.
- Assim como Mike e Felps? – Ele me pergunta e eu gelo.
Tudo bem que ele se chocou pra caralho vendo os dois se beijando, mas deve ter o machucado, assim como me machucou.
- Ei... – Puxo sua cintura próxima à minha. – Esquece esses dois. Você tem a mim e eu tenho você.
Selo nossos lábios num selinho lento. Pac sorri ao nos separarmos.
- Vai estragar tudo, como sempre?! – Jv grita com Batista que o segura com um braço e tenta alongar uma perna sua, a segurando, se desequilibrando.
- E-Eu só estou com dor, Jv. – Batista o responde com a voz baixa.
- Todos estamos. – Jv responde seco.
Assim que Batista volta ao normal, pisa em falso atrás de si e escorrega, caindo da passarela.
- Não!!! – Jv grita e a buzina, de dupla desclassificada, soa. – Nossa, eu não acredito!! – Retruca inconformado, enquanto sua passarela desce aos poucos.
- Viu? Vamos vencer isso aqui. – Rezende fala para Polado que se abaixa, provavelmente por causa da dor, segurando as pernas de Rezende.
Mike gargalha junto à Felps, os desequilibrando.
- Seu louco! Para, senão a gente vai cair! – Felps diz vermelho de rir, segurando Mike.
- Eu não me importo. Ou cai comigo, ou eu caio e você é desclassificado do mesmo jeito. – Mike continua rindo.
- Ah, foda-se. – Felps fala e os dois pulam da passarela, rindo.
- R-Rafa, e-eu não aguento mais... – Pac fala com os olhos marejados.
- A gente vai ganhar, Luv... Aguenta... Eu tô aqui. – Digo e vejo de canto, Rezende nos encarar.
(...)
8 horas de prova
Algumas lágrimas caem do olho de Pac, enquanto o mesmo está abaixado, segurando minhas pernas.
- Luv... – O chamo e ele olha para mim. – Não vale a pena te ver chorar de dor. – O levanto e enxugo suas lágrimas. – O que acha de descermos e eu te faço uma massagem? – O abraço após ele assentir sorrindo fraco.
- E-Eu não quero me jogar... – Ele fala em meu ouvido. – Tenho medo de altura.
- Não tem problema. – Enxugo suas lágrimas e me afasto do abraço. – Eu me jogo e você espera eles abaixarem a passarela ok?
Pac assente com a cabeça e eu me jogo da passarela, sendo segurado pelos cabos de segurança. A buzina soa e nossa passarela começa a descer com ele, já sentado na mesma.
- Ganhamos!! – Ouvimos Rezende gritar, levantando Polado e a buzina soa três vezes, indicando a dupla vencedora. – Eu falei!! – Eles se abraçam enquanto a passarela desce.
Pac chega ao chão e quando pisa no mesmo, se desequilibra. O pego estilo cavalinho, corro, nos girando algumas vezes em círculos, o fazendo rir.
- Eu te amo Rafa... – Ele fala após cessar suas risadas, em meu ouvido.
Todos nos olham sorrindo, então sigo até o interior da casa com ele nas costas.
- Casal... – Zelune nos chama. – A janta vai ficar na mesa até as dez, hoje.
- Valeu... – Digo e levo Pac até o quarto.
Terça – Feira
08/11/2016
18:30
P.O.V Rezende
- Cara, eu não sei como te agradecer, sério... Sabe o que é uma pessoa formada em cinema, ser patrocinada pelo Netflix? – Polado fala enquanto arrumamos as coisas para irmos para o quarto dos campeões.
- Não sei. – Rio fraco. – Mas sabia que era importante para você.
- Espera... – Ele vem à minha frente. – Você ficou oito horas naquela passarela, porque sabia que eu me importava bastante?
- Exatamente. – Penteio seu cabelo para trás, num único movimento. – O que eu, um jogador de Minecraft, iria ganhar com um patrocínio do Netflix?
- Como? – Ele me pergunta e eu fico confuso.
- O que?
- Você não tem ninguém? – Me pergunta encarando meus olhos e eu rio fraco, virando o rosto para minha mochila, fechando o zíper da mesma.
- Simples... – Digo. – Sou um escroto que só faz merda. – Digo colocando a mochila nas costas.
- Não é mesmo. – Ele fala, se aproxima de mim e sela nossos lábios.
Pede passagem e eu, após hesitar por alguns segundos, cedo, entrando com minha língua em sua boca.
É o nosso primeiro beijo sóbrio e não minto... É bom.
O puxo pela nuca, fazendo nossos lábios se encaixarem melhor e me sento na beirada da cama, fazendo com que ele fique entre minhas pernas, em pé, ainda com sua boca colada na minha.
Seu beijo é molhado, carinhoso, mas ao mesmo tempo necessitado.
Ele me excita, mas não como Tarik, ou até mesmo Rafael... Polado é diferente.
Nosso ar faz falta, então nos afastamos, ofegantes.
- Isso foi... – O interrompo.
- Demais. – Polado sorri e retribuo o sorriso.
- Pode por favor, parar de ser tão... Você? – Ele pergunta me levantando da cama, puxando minhas mãos e sorrindo.
- Ah, desculpa... Acho que não vou poder... – Digo rindo enquanto ele pega sua mochila.
O abraço de lado, com meu braço por cima de seus ombros e saímos do quarto.
- Rezende... – Rafael me chama no corredor dos quartos. Paro com Polado e o olho. – Depois eu quero conversar com você.
Continua...
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