Corvo POV:
-Corre Caio! Eles vêm ai!-Ordenou o tio Scott combatendo um Demo inimigo. Eu obedeci correndo pelos corredores largos da Mansão dos Scorpion, a Danna foi atacada e um Demo avançado imobilizava-a pronto para lhe partir o pescoço, corri para a acudir e esmurrei o rosto do Demônio inimigo , com toda a força que tinha, fazendo o cair no chão com o impacto.
-Muito bem. Obrigada Corvo... -agradeceu Danna aliviada, normalmente seria a Danna a salvar me, foi bom retribuir as vezes em que ela me ajudou e ajudá-la por uma vez. O tio Scott apareceu no corredor em que estávamos com um chifre partido que parecia muito doloroso e a Suzan inconsciente nos braços.
-Danna preciso que lhe aceleres a regeneração... Ela está muito ferida... Eu não consegui salvá-la a tempo... Ajuda-a por favor! -O tio Scott estava muito preocupado, nunca tinha o visto assim. A Danna correu logo para junto da Suzan. Para usar o seu 6° sentido e estagnar o sangue do ferimento da Suzan.
-Tio, onde está a mãe!? -perguntei, ela saiu de perto de nós à algum tempo, procurando o líder dos Scorpions. Estou preocupado com ela. O meu tio deixa Suzan nos braços de Danna e levanta-se rapidamente.
-Protege a Suzan.-ordenou, colocando ambas as mãos nos meus ombros. Nem pensar! Eu quero ajudar a minha mãe! Estou preocupado com ela!
-Não tio, eu quero proteger a minha mãe! -exigi tirando as mãos dele de cima de mim. O meu tio suspiros e voltou a agarrar me nos ombros, desta vez com força.
-PROTEGE A TUA PRIMA E NÃO SAIAS DAQUI. -Ordenou de forma extremamente autoritária olhando me nos olhos. Eu engoli seco e ele soltou-me. Eu quero ajudar a minha mãe. A Danna é bem mais avançada que eu ela consegue proteger facilmente a Suzan...
-Sim, senhor. -Não vale a pena discutir com o meu tio, especialmente nesta altura. O meu tio voou velozmente pelo corredor. Passado uns minutos que mais pareciam horas de preocupação e ansiedade. O meu tio aparece a coxear, fraco e aleijado, com lágrimas a escorrer pelo rosto e a minha querida mãe desacordada em seus braços. O meu tio olha para mim encorporando a tristeza pura.
-Nós perdemo-la... -ele pernuncia com uma voz tremula. Eu caio nos meus joelhos no chão. As lágrimas surgem imediatamente nos meus olhos. O desespero e os soluços de tristeza descomunal preenchem me o peito.
-Aaaaaah! -grito. Acordo na minha cama, no meu quarto... Foi tudo um pesadelo... Aquele dia vai perseguir-me eternamente... Apercebo-me que lágrimas reais escorriam pelo meu rosto. O sonho foi tão real... Sinto tanta falta dela... Limpo as lágrimas e recomponho-me , viro me de barriga para baixo. Não quero sair da cama... Estou cansado, esta sesta deixou-me mais cansado do que estava antes de dormir, secalhar eu não devia trocar tanto os meus horários do sono, à noite caminho pela floresta e de dia durmo por horas... Não treino à uma semana... Se continuar assim vou ficar mais fraco... Hmmmm eu devia mesmo levantar-me mas a cama está tão quente e confortável...
A porta do meu quarto abre de repente.
-Hey! Já ouviste falar em bater à porta? -digo, sentando-me na cama e bocejando. É a Suzan e ela não está com boa cara, aliás, está com um aspecto bem furioso.
-Já ouviste falar em cumprir ordens!? -disse ela cruzando os braços. O quê? O que é que ela sabe? Senti um frio no estômago. Levantei me e aproximei-me dela.
-Do que é que estás a falar? -perguntei naturalmente.
-Estou a falar da rapariga que sabe tudo sobre os Demos existirem, que anda ai a passear na floresta! - gritou a Suzan com uma voz atacante. Merda. Ela descobriu! Aquela rapariga é louca? Anda por aí na floresta onde o líder dos Demos mandou-a matar? Ela é muito corajosa, voltou para buscar o pendente e conversou comigo sem fugir. Ela realmente é uma humana interessante... Ela é diferente...
-Fala baixo Suzan... Ainda podem ouvir-nos... Escuta..
-NÃO CORVO! Tu fazes ideia da gravidade da situação!? E se ela contar a alguém!? E se ela contar a alguém importante!!? Tu perdeste o teu pai à custa de caçadores e deixas um ser humano andar por aí a dar-lhes razão?? A contar ao mundo!? Estás louco!? -A Suzan está furiosa, ela realmente está preocupada com o nosso povo, e até referiu o meu pai... Como é que ela se atreve?!
-Eu não a consegui matar! Ela disse que não contaria a ninguém!! Eu não consegui ok!? - respondi revoltado. Ela pegou nos meus chifres com força e aproximou o meu rosto do seu.
-Tu fizeste o juramento! Tu juraste nunca fazer nada que colocasse o Clã em perigo! E o que tu fizeste, COLOCA O CLÃ EM PERIGO! -A Suzan está a fazer muito barulho , já deve ter chamado à atenção de alguém.
-Suzan!-empurrei-a para que largasse os meus chifres.
-Não podes contar ao Dominus nem à Danna.-pedi embora a cara de raiva dela me desse certezas de que ela não iria ficar em silêncio. Ela suspirou e olhou para mim revoltada.
-Eu não sei, primo, desiludiste-me... Tu já mataste antes, é verdade que nunca gostaste mas também nunca poupaste assim uma vida... Porque é que a deixaste? - perguntou Suzan visivelmente tentando se acalmar.
- Eu não sei... Quando eu olhei nos olhos dela... Eu não consegui... Ela era demasiado... Demasiado forte... -eu pernunciei sentando-me novamente na cama.
-Como assim demasiado forte?! Ela é uma simples humana, é impossível ter uma força superior à tua. -A Suzan olhou para mim com uma cara chateada mas confusa.
A Danna entra pela porta de braços cruzados e com uma cara desiludida e chateada. Oh não. Ela ouviu tudo... Estou feito...
-Eu estou muito desiludida contigo. As tuas ações terão consequências Caio! -A Danna nunca me chama pelo nome só quando está realmente chateada, engulo seco. Consegui escapar de qualquer punição , por ter trazido uma humana aqui , porque ela me defendeu... Merda, desta vez não me safo....
-Caio, não tenho escolha se não contar ao teu tio, lamento mas eu jurei lealdade a ele, e ao contrário de ti eu cumpro os meus juramentos... -disse Danna acentindo negativamente com a cabeça. A Suzan olha para mim com compaixão e desilusão, e sai do meu quarto.
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