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História Céus e Mares - Além dos Deuses


Escrita por: dfcrosas

Capítulo 28 - Além dos Deuses


Fanfic / Fanfiction Céus e Mares - Além dos Deuses

Arco II - Do Mar Nos Elevamos 
Parte XIII - Por toda a minha vida eu busquei por um lugar como este; um desafio selvagem que eu não poderia antecipar.

 

"Ah, deu-uuu-ses!" Andy choramingou segurando-se no assento. Estava com os olhos fechados, mas tinha certeza de que seus nós dos dedos deviam estar brancos. 

Ela já havia voado antes. Os detalhes eram vagos, mas ela lembrava de um pégaso chamado Blackjack. Já havia viajado em um avião também. Mas uma filha de terra e mar era chamada assim por uma razão: não deveria estar no ar. Toda vez que o avião passava por um ponto de turbulência, o coração dela se acelerava, e ela tinha certeza de que Júpiter estava os jogando no chão.

Honestamente, Andy teria preferido dirigir o caminho todo para o Alasca. 

Hazel estava consolando Frank que, por sua vez, se recusava a explicar o seu dom de família. Mas durante a viagem para o norte, ele contou sobre sua conversa com Marte. "Juno tem um plano para todos nós e tem a ver com a Profecia dos Sete." 

"Sim," Andy resmungou de olhos bem fechados. "Eu não gostava dela como Hera e gosto menos ainda como Juno."

"Você é filha de Poseidon, não é?" Hazel perguntou baixinho. "É uma semideusa grega."

Andy abriu os olhos e encontrou Hazel a estudando com seus brilhantes olhos dourados. Soltou um suspiro que não sabia estar segurando. "Comecei a lembrar em Portland, depois do sangue da Górgona. Minha memória tem voltado lentamente desde então. Há outro acampamento, o Acampamento Meio Sangue. É de lá que eu venho." Apenas dizer o nome fez Andy sentir-se quente por dentro e as lembranças quase a fizeram chorar.

Frank e Hazel a encararam como se Andy estivesse falando... bem, grego. 

"Outro acampamento," Hazel repetiu. "Um acampamento grego? Deuses, se Octavian soubesse..."

"Ele declararia guerra," disse Frank. "Sempre teve certeza de que os gregos estavam por aí, conspirando contra nós. Ele pensou que Andy era uma espiã."

"É por isso que Juno me enviou," disse Andy. "Uh, eu quero dizer, não para espionar. Acho que foi algum tipo de troca. A amiga de vocês, Lena... acho que ela foi enviada para o meu acampamento."

Frank bateu nervosamente na parte detrás de seu assento. "Marte disse que Juno quer unir os gregos e romanos para combater Gaia. Mas, caramba... gregos e romanos têm uma longa história sangrenta."

Hazel respirou fundo. "Provavelmente por isso que os deuses nos mantiveram separados tanto tempo."

"É," concordou Andy. "Temos que ter cuidado em como vamos explicar isso quando voltarmos."

"Se voltarmos," disse Frank.

Andy assentiu com relutância. "Olhem, eu confio em vocês. Espero que vocês confiem em mim. Eu me sinto... bem, me sinto tão próxima de vocês como de qualquer um dos meus velhos amigos no Acampamento Meio-Sangue. Mas com os outros semideuses, em ambos os acampamentos, vai haver um monte de suspeita."

Hazel fez algo que ela não estava esperando; ela se inclinou e abraçou Andy. Ela sorriu com tanta afeição que Andy foi aquecida até os dedos dos pés. "É claro que nós confiamos em você," disse ela. "Somos uma família agora. Não somos, Frank?"

"Claro," disse ele. "Eu ganho um abraço?"

Hazel riu, mas havia uma tensão nervosa nela. Eles eram tão bonitinhos! Vê-los assim deixava Andy feliz. Esses dois definitivamente precisavam ficar juntos. Mas também a deixava triste. Ela pensou em Anthony pela 343439849 vez e perguntou se viveria por tempo o suficiente para vê-lo novamente. 

"Enfim, o que faremos agora?" Hazel perguntou. 

Andy respirou fundo. "Tenho que entrar em contato com um amigo, para manter a minha promessa à Ella."

"Como?" Frank disse. "Uma daquelas mensagens-de-Íris?"

"Ainda não está funcionando," Andy disse com tristeza. "Tentei na casa da tua avó. Sem sorte. Talvez seja porque as minhas memórias ainda estão confusas. Ou os deuses não estão permitindo uma conexão. Espero que eu possa contatar o meu amigo em meus sonhos. Só não tenho certeza se consigo dormir..." ela hesitou. "Mas preciso tentar. Não podemos deixar Ella sozinha. Qualquer um pode encontrá-la."

"Concordo," disse Frank. "Ainda temos horas para voar. Tente dormir no sofá."

Andy fez isso pensando em como tinha sorte de ter Hazel e Frank como companhia. Na estranha, aterrorizante, horrível experiência de perder sua memória e ser arrancada fora de sua antiga vida, Hazel e Frank haviam sido os pontos positivos. Ela se esticou, fechou os olhos e... sonhou que estava caindo de uma montanha de gelo em direção a um mar frio.

O sonho mudou. Estava de volta a Vancouver, em pé na frente da mansão Zhang. Um Ciclope e um cão-infernal procuravam por pistas. 

"Tyson!" ela chamou. 

O Ciclope olhou ao redor freneticamente. "Andy? Irmã?"

"Tyson, estou bem. Estou aqui... bem, não realmente."

Tyson agarrou o ar como se estivesse tentando pegar borboletas. "Não consigo te ver! Onde você está?"

"Tyson, estou voando para o Alasca. Estou bem. E vou voltar. Preciso que encontre Ella. Ela é uma harpia com penas vermelhas. Está se escondendo na floresta em torno da casa."

"Encontrar uma harpia? Uma harpia vermelha?"

"Sim! A proteja, tá bem? Ela é minha amiga. Leve-a de volta para a Califórnia. Há um Acampamento de semideuses na Oakland Hills... o Acampamento Júpiter. Encontre-me acima do túnel Caldecott."

"Oakland Hills... California... túnel Caldecott," ele repetiu obedientemente. "Andy está bem? Andy vai voltar? Sinto saudades dela!"

"Sinto saudades de ti também." Andy tentou manter a voz normal. "Te verei em breve. Tenha cuidado, Tyson! Há um exército de gigantes marchando para o sul. E diga a Anthony-"

O sonho mudou. Andy falou um palavrão. Ela estava nas colinas ao norte do Acampamento Júpiter, olhando para o Campo de Marte e Nova Roma. No forte da legião, trompas estavam soprando. Campistas se esforçavam para se reunir.

O exército de Gigantes chegou.

Polibotes rugiu: "Amanhã ao entardecer é o Festival de Fortuna. Então iremos invadir!" Os monstros comemoraram. "Logo, o legado de Roma será destruído pela última vez!"

Andy acordou com uma sacudida quando o avião começou a descer. Ela se sentou meio grogue. "Quanto tempo eu dormi?"

Frank estava no corredor, enrolando sua lança e o arco novo em seu saco de esqui. "Algumas horas," disse ele. "Nós chegamos."

Andy olhou pela janela. Uma brilhante entrada do mar serpenteava entre as montanhas nevadas.

"Bem vinda ao Alasca," disse Hazel. "Estamos positivamente além da ajuda dos deuses agora."

Quando tomaram um táxi em Anchorage, Andy contou para Frank e Hazel sobre seus sonhos. Eles pareceram ansiosos, mas não surpresos quando ela contou sobre o exército gigante.

Frank engasgou, no entanto, quando ouviu falar de Tyson. "Você tem um meio-irmão que é um ciclope?"

"Eu disse, no final das contas, todo mundo é meu parente," ela deu de ombros. "O que faz com que ele seja teu tatara-tatara-tatara..."

"Por favor," Frank tapou os ouvidos. "Não me diga."

"Contanto que ele possa levar Ella para o Acampamento," disse Hazel. "Estou preocupada com ela."

Andy assentiu. De acordo com a harpia, a filha de Netuno iria se afogar e a Marca de Atena queimaria o caminho. Nada disso soava como um final feliz para Andy e Anthony. O que deixava Andy lívida. Não era possível que depois de tudo, as coisas fossem dar ainda mais errado.

De acordo com Hazel, quase nenhum dos edifícios eram os mesmos de quando ela vivera aqui. Andy nunca tinha cheirado um ar tão limpo como este antes. A cidade em si parecia maltratada pelo tempo, mas ainda era bonita. E o céu do ártico era uma incrível combinação de azul-turquesa e ouro.

Então havia os gigantes. Dezenas de homens azul-brilhantes, cada um com nove metros de altura e o cabelo cinza congelado, vadeando através das florestas, pescando na baía e caminhando nas montanhas. Os mortais não pareciam notá-los. O táxi passou a poucos metros de um que estava sentado na margem de um lago de lavando seus pés, mas o motorista não entrou em pânico.

"Hum..." Frank apontou.

"Hiperbóreos," disse Andy, surpresa por lembrar do nome. "Gigantes do Norte. Lutei alguns deles quando Cronos invadiu Manhattan."

"Espere," disse Frank. "Quando quem fez o quê?"

"É uma longa história. Mas esses caras parecem... eu não sei... pacíficos."

"Eles geralmente são," falou Hazel. "Eu me lembro deles. Estão em toda parte no Alasca, como os ursos."

"Tem ursos aqui?" Frank perguntou nervosamente.

"Os gigantes são invisíveis para os mortais," Hazel o ignorou, "e nunca me incomodaram, apesar de um ter praticamente pisado em mim por acidente uma vez."

Isso soou bastante incômodo para Andy, mas o táxi continuou indo em frente. Nenhum dos gigantes deu-lhes qualquer atenção. O táxi dirigiu pelo centro da cidade. Quando o motorista se virou e foi em direção ao litoral, Hazel bateu na divisória de vidro. "Aqui está bom."

Eles pagaram o motorista e desceram na Rua Quatro. Hazel levou-os por alguns quarteirões. A estação de trem não era longe. Eles chegaram bem a tempo de comprar bilhetes para o último trem pro sul. Logo, eles estavam sentados numa cabine seguindo ao longo da costa, observando a paisagem passar. Frank estudava um mapa do Alasca, que tinha encontrado no bolso do assento. Ele localizou a Geleira Hubbard, que parecia desanimadoramente longe de tudo. Continuou correndo o dedo ao longo da costa, franzindo a testa com concentração.

"O que você está pensando?" Andy perguntou.

"Apenas... possibilidades," ele disse.

Andy resolveu deixá-lo quieto. Após cerca de uma hora, ela começou a relaxar. Eles compraram chocolate quente do carrinho de jantar. Os assentos estavam quentes e confortáveis, e ela pensou em tirar uma segunda soneca. Então uma sombra passou por cima deles. Turistas murmuraram excitados e começaram a tirar fotos.

"Águia!" um gritou.

"Águia?" disse outro.

"Águia enorme!" disse um terceiro.

"Isso não é uma águia," disse Frank.

Andy olhou para cima a tempo de ver a criatura fazer uma segunda passagem. Era definitivamente maior do que uma águia, com um corpo negro lustroso do tamanho de um labrador. Sua envergadura era, pelo menos, de três metros de diâmetro.

"Tem mais uma!" Frank apontou. "Corrigindo, três, quatro. Okay, estamos em apuros."

As criaturas circulavam o trem como abutres, deliciando os turistas. Andy não estava feliz. Os monstros tinham brilhantes olhos vermelhos, bicos afiados, garras e calcanhares odiosos.

Andy tocou na caneta no seu bolso. Em seguida, várias coisas aconteceram ao mesmo tempo. O freio de situação de emergência guinchou, lançando-os para frente. Turistas gritaram e caíram pelos corredores. Os monstros mergulham, quebrando o telhado de vidro do vagão, e o trem inteiro caiu para fora dos trilhos.

Andy sentiu-se leve; sua visão ficou turva. Patas agarraram seus braços e a puxaram no ar. Embaixo, as rodas do trem guincharam e o metal colidiu. Vidro se partiu. Passageiro gritaram. Quando sua visão clareou, ela viu o monstro que a estava carregando. Tinha o corpo de uma pantera, suave, preta e felina, com asas e cabeça de uma águia. Seus olhos brilhavam em um tom vermelho sangue. Andy se contorceu. As garras da frente do monstro estavam envolvendo seus braços como tiras de aço. Ela não conseguia se libertar ou alcançar sua espada. Ela gritou, mais por frustração. Então algo assobiou perto de seu ouvido. Uma flecha brotou no pescoço do monstro. A criatura gritou e a largou. 

Andy caiu, quebrando três galhos até pousar em um monte de neve. Ela grunhiu, olhando para cima, para o pinheiro enorme com o qual tinha trombado. Tentou se levantar. Nada parecia quebrado. Frank estava à sua esquerda, derrubando as criaturas o mais rápido que podia. Hazel estava atrás dele, girando sua espada para qualquer monstro que chegasse perto, mas havia muitos fervilhando ao redor deles: pelo menos uma dúzia.

Andy pegou Contracorrente. Ela fatiou a asa de um monstro e o mandou espiralando para uma árvore, então fatiou outro, que virou pó. Mas os derrotados começavam a se reformar imediatamente.

"O que são essas coisas?"

"Grifos!" Hazel disse. "Temos que afastá-los do trem!"

Andy viu o que ela queria dizer. Os vagões do trem tinham caído e seus tetos tinham sido esmagados. Os turistas estavam tropeçando em choque e os grifos estavam mergulhando na direção de qualquer coisa que se mexia. A única coisa que os mantinha longe dos mortais era um guerreiro brilhante de cinza camuflado: o spartus de estimação de Frank. Andy olhou e notou que a lança de Frank se fora.

"Usou a última carga?"

"É," Frank acertou outro grifo no céu. "Tive que ajudar os mortais. A lança simplesmente se dissolveu."

Andy sentiu sua afeição por Frank crescer. Ele era realmente excepcional.

"Vamos mudar a luta de lugar!" ela sugeriu. "Longe dos trilhos!" Eles tropeçaram pela neve, esmagando e dilacerando grifos que se reformavam do pó toda vez que eram mortos.

Cerca de cinco metros dos trilhos, as árvores davam para um pântano aberto. Frank estava ficando sem flechas. Hazel estava respirando pesado. A própria espada de Andy oscilava, deixando-a lenta. Ela percebeu que só estavam vivos porque os grifos não estavam tentando matá-los; eles queriam pegá-los e carregá-los para algum lugar.

Andy tropeçou em alguma coisa na grama alta: um círculo de sucata de metal do tamanho de um pneu de trator. Era um ninho de um pássaro enorme,  o ninho de um grifo, o centro cheio de peças antigas de joias e dois ovos do tamanho de abóboras. Andy pulou no ninho. Ela pressionou a ponta da espada contra um dos ovos.

"Pra trás, ou eu quebro isso!"

Os grifos grasnaram furiosos. Eles rodaram pelo ninho e estalaram os bicos, mas não atacaram. Hazel e Frank ficaram costa a costa com Andy, as armas prontas.

"Os grifos colecionam ouro," Hazel disse. "São loucos por isso. Olha... mais ninhos ali."

Frank colocou sua última flecha no arco. "Então se esses são os ninhos, para onde eles estavam tentando levar a Andy? Essa coisa estava fugindo com ela."

Os braços de Andy latejavam onde o grifo tinha a agarrado. "Alcioneu," ela adivinhou. "Talvez estejam trabalhando para ele. Essas coisas são espertas o bastante para obedecer a ordens?"

"Não sei," Hazel disse. "Nunca lutei com eles quando morei aqui. Só li sobre eles no acampamento."

"Fraquezas?" Frank perguntou. "Por favor me diga que eles têm fraquezas."

Hazel fez uma careta. "Cavalos. Eles odeiam cavalos; inimigos naturais, ou algo assim. Queria que Arion estivesse aqui!"

Um dos grifos mergulhou. Andy ergueu a espada, pronta para destruir o ovo. O monstro recuou, mas os outros grifos estavam perdendo a paciência. Andy olhou para os campos. A cerca de 400 metros de distância, um gigante hiperbóreo estava sentado no pântano, pacificamente tirando lama de entre os dedos com um tronco quebrado de árvore.

Ia ter que servir.

"Tive uma ideia," ela disse. "Hazel... todo o ouro naqueles ninhos. Acha que pode usá-lo para causar uma distração?"

"Eu... acho que sim."

"Só nos dê tempo o suficiente de vantagem. Quando eu disser vão, corram para o gigante."

Frank ficou boquiaberto. "Você quer que a gente corra na direção do gigante?"

"Confie em mim," Andy pediu. "Prontos? Vão!"

Hazel ergueu a mão. De uma dúzia de ninhos no pântano, objetos dourados foram lançados no ar. Os monstros grasnaram e voaram para os ovos, frenéticos para salvá-los. Andy e seus amigos correram. Seus pés trituraram o pântano congelado. Andy correu o mais rápido que pode, mas podia ouvir os grifos chegando perto.

"Debaixo do gigante!" ela disse a seus amigos. "Engatinhem para baixo dele!"

Eles se envolveram entre as pernas azuis gigantes e se achataram na lama.

"Qual é o plano exatamente?" Frank sussurrou. "Ser achatado por um traseiro azul?"

"Fale baixo," Andy disse. "Só se mexa se precisar."

Os grifos chegaram em uma onda de bicadas, garras e asas furiosas, rodeando o gigante, tentando entrar debaixo de suas pernas. O gigante retumbou de surpresa. Ele grunhiu um pouco mais irritado. Golpeou os grifos, mas eles grasnaram de ultraje e começaram a bicar suas pernas e mãos. "Hã?" o gigante berrou. "Há!" Ele inspirou profundamente e lançou uma onda de ar gelado. Até debaixo da proteção das pernas do gigante, Andy sentiu a temperatura cair. Os guinchos dos grifos pararam abruptamente, substituído pelo tof, tof, tof de objetos pesados caindo na lama.

"Aí está," disse Andy aos seus amigos como se tivesse planejado aquilo desde o início. "Vamos."

Eles se contorceram saindo debaixo do gigante. Tudo ao redor do pântano, até as árvores, estavam envidraçadas de gelo. Grifos congelados estavam estendidos no chão como picolés de penas, as asas extensas, os bicos abertos e os olhos largos de surpresa.

Hazel limpou o gelo e lama do rosto. "Como você sabia que o gigante podia fazer isso?"

Andy fez uma careta. "Eu sei de muitas coisas e as pessoas ficam sempre surpresas. É ofensivo. Agora vamos. Os grifos não vão ficar congelados para sempre."

Depois de algumas horas, eles se depararam com uma pequena vila entre os trilhos de trem e uma rodovia de mão dupla. Eles passaram por algumas casas, um correio e alguns trailers. Tudo estava escuro e fechado.

"Eu sinto muito," Frank disse, de repente, enquanto andavam. 

Hazel e Andy trocaram um olhar. "Pelo o quê?" Hazel perguntou. 

"É só que..." ele gaguejou, "eu deveria ser o responsável por esta missão, o centurião e tudo mais. Eu sinto como se vocês tivessem que me carregar."

"Não é verdade," Hazel disse. "Você sozinho pegou três basiliscos. Atirou em praticamente todos os grifos. E desistiu da última carga da tua lança mágica para poder ajudar alguns mortais indefesos." 

"Verdade," Andy concordou. "Você é, sem sombra de dúvida, o filho mais legal do deus da guerra que eu já conheci... talvez o único legal."

"Eu supostamente tenho esses poderes que não descobri como usar," Frank disse amargamente. "Agora não tenho uma lança, e estou quase sem flechas. E... estou com medo."

"Eu estaria preocupada se você não estivesse com medo," Andy disse. "Todos nós estamos."

"Mas o Festival de Fortuna é..." Frank parou. "Já é depois da meia-noite, não é? Isso significa que a festa começa esta noite ao anoitecer. Nós precisamos achar o nosso caminho para a Geleira Hubbard, derrotar o gigante que não pode ser derrotado no seu território natal, e voltar para o Acampamento Júpiter antes que eles sejam invadidos, tudo em menos de dezoito horas."

"E quando libertarmos Tânatos," Andy disse, "ele pode clamar a tua vida. E a de Hazel. Acredite em mim, eu sei bem o que está por vir."

Frank olhou para Hazel. "Você é a minha melhor amiga," disse. "Eu perdi a minha mãe, minha avó... não posso te perder também."

Hazel lhe deu a mão mas não disse nada. Ela obviamente não queria fazer promessas que não poderia cumprir. 

"Bem, eu sei que não vou perder nenhum de vocês," Andy jurou. "Não vou deixar que nada de ruim aconteça, Frank. E... Você é um líder. Nós precisamos de ti." 

Frank baixou a cabeça e continuou andando. Andy seguiu mais atrás e viu Hazel apertar a mão dele com gentileza. Um caroço se formou em sua garganta. Ela sentia falta de Anthony todo o segundo de todo o dia; era a única coisa da qual ela tinha certeza, a única coisa que a fazia seguir em frente. Andy jamais perdoaria Hera ou Juno por tê-lo tirado dela. Andy queria socar a cara perfeita da deusa até o seu braço cair. 

Com um suspirou, ela saiu da estrada. "Vamos por aqui."

O chão estava mole, mas ela não pensou muito sobre isso até que Hazel gritou: "Andy, não!"

O próximo passo dela foi direto para dentro do chão. Andy afundou como uma pedra até que a chão se fechou sobre a sua cabeça e a terra a engoliu.



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