1. Spirit Fanfics >
  2. Chá da meia-noite >
  3. Capítulo Único

História Chá da meia-noite - Capítulo Único


Escrita por: adolf0 e @3tangfei

Notas do Autor


Primeiramente, Fora Temer.
Essa fic dedico para minha migs, que estava de aniversário no dia 24/11.

Ela não é chegada em gotham, nem assiste, mas quando tentava pensar no que escrever para ela, essa short não saía da cabeça. Desisti de pensar em outra coisa e deixei isso fluir :3
Parabéns, Line! Você merece um mundo de corações <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


A íris clara, que sibilava uma desconfiança inata, corria pelos cantos da sala de jantar, tão pomposa quanto o charme inabalável de seu proprietário. O tenebroso vazio, que fazia seus pensamentos ecoarem, era a sina que perseguia o Rei. Poderoso, temido e astuto demais para uma interação sincera.

Oswald expirou longamente o ar de seus pulmões, levando rapidamente o olhar para o grande relógio de madeira, encostado em uma das paredes. O tic-tac incessante era o único ruído pelo cômodo; um lembrete de sua solidão.

Ele retorceu os lábios, passando a encarar a xícara de chá sobre a mesa. A porcelana rosa-envelhecido fora delicadamente escolhida por sua finada mãe, a única pessoa de quem recebera amor sincero. Levando o chá adocicado à boca, relembrou-se repetidamente de seu mantra pessoal: não precisava de ninguém.

“Para nós, o amor é uma fraqueza, Oswald.”

A voz grave soou em sua mente, como um antigo alerta.

Os dois ponteiros do velho relógio rangeram, causando, em seguida, o badalar alto da meia-noite.

Mantendo seu cenho franzido, no expressivo azedume de seu humor, Oswald serviu-se de mais chá. O que poderia fazer, a não ser comemorar consigo mesmo?

“Feliz aniversário, Oswald”, ele pensou.

— Feliz aniversário, Oswald.

A voz grave, que ecoou pelo cômodo, misturando-se ao som do relógio, chamou imediatamente a atenção do rei do submundo de Gotham. Quando seus olhos claros encontraram a presença desagradável de Edward Nygma, parado na entrada de sua sala de jantar, Oswald crispou os lábios, mantendo o olhar endurecido para o outro.

— O que faz aqui, Ed? — Questionou, frisando seu nome.

Edward rolou os olhos, Pinguim insistia em não chamá-lo por Charada. Em seguida, olhou em torno do cômodo, nem ao menos os espíritos pareciam marcar presença.

— Como eu imaginei — Charada sorriu, gesticulando para o vazio da sala. — está sozinho.

Pinguim cruzou os braços, mantendo o olhar fixo sobre Nygma. Claramente, mesmo após Freeze ter congelado alguns neurônios dele, Edward não apareceria com alguma intenção de atentado. Não em sua casa, ele não era assim tão burro.

Deveria ser apenas uma lembrança do resultado de suas ações egoístas no passado.

— Se veio apenas para checar isso, pode ir embora. — Pinguim apontou para a saída, mantendo a pose.

Edward, que até então sorria, deixou a expressão fechar. Caminhou em direção ao ex-prefeito, provocando neste arrepios instintivos. Pinguim tateou embaixo do tampo da mesa de mármore, encostando os dedos rapidamente na faca, que estava ali presa.

Para sua surpresa; porém, Nygma apenas puxou a cadeira ao lado, sentando-se e, em seguida, alcançando uma das xícaras limpas sobre a mesa.

Posso encher um cômodo ou um coração. Outros podem me ter, mas não posso ser compartilhado. Quem sou eu?

A charada ecoou enquanto o Charada servia-se de chá, sem trocar olhares com o Pinguim.

Oswald bufou, irritado. Talvez, em todos os meses de coexistência com Nygma, tenha acertado uma ou duas charadas. O por que de insistir em contá-las era ainda um mistério.

Diante a falta de resposta, e após um gole de chá, Edward voltou a olhar para o outro.

Solidão, Oswald, ninguém merece a solidão no próprio aniversário. — Ele disse, sem alterar o tom ou demonstrar qualquer emoção. — Nem mesmo um idiota feito você.

Oswald desarmou-se, deixando que seus dedos parassem de tocar na bainha da faca. Suas mãos voltaram, com os dedos entrelaçados, para seu colo. E ele observou atentamente aquele que, um dia, fora sua fraqueza.

A verdade era que, apesar das desavenças, eram iguais.

Oswald estava certo, e sempre soube daquilo, quando gritou que ele, Nygma, não seria nada se não fosse por Pinguim. E não haveria forma de existir um, se não fosse pelo outro.

Nygma viu o que ninguém, além de sua finada mãe, conseguia. E Oswald fora o único a enxergar além do legista perdedor do Departamento de Polícia de Gotham.

Para as escolhas do passado, não havia volta. Contudo, naquele momento, poderia existir uma trégua.

Cobblepot alcançou sua xícara, voltando a saborear o chá.

Sem trocar mais palavras, eles partilharam o chá da meia-noite. Pela primeira vez, para Oswald, o silêncio pareceu reconfortante.

 


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...