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História CHAMPION - Camren (Fanfic) - Colburn Hall


Escrita por: lmjAnotherLevel

Notas do Autor


Hey Hey Hey
Desculpem a demora.
Enfim, Aproveitem!
Boa Leitura! =)

Capítulo 6 - Colburn Hall



★━━ ⍟ LAUREN ⍟ ━━★



O avião aterrisa em Denver na manhã do banquete de emergência. Essas palavras me dão vontade de rir; banquete de emergência? Para mim, um banquete significa festa, e não creio que nenhuma emergência justifica uma montanha espalhafatosa de comida, mesmo que seja para celebrar o Dia da Independência. É assim que os senadores lidam com crises? Se empanturrando de comida?


Depois que Chris e eu nos acomodamos num apartamento temporário do governo e Chris cochila, exaurido pelo nosso voo cedinho de manhã, relutantemente eu o deixo com Ally e vou ao encontro do assistente designado para me preparar para o evento desta noite.


— Se alguém quiser falar com ele — sussurro a Ally enquanto Chris dorme — por qualquer razão, ligue para mim, por favor. Se alguém quiser...


Ally, acostumada à minha paranoia, me cala com um aceno.


— Pode ficar tranquila, Sra. Jauregui. — Ela me dá um tapinha na bochecha. — Garanto que ninguém vai falar com Chris enquanto a senhora estiver fora.


Faço um sinal positivo com a acabeça. Meu olhar se detém em Chris, como se ele fosse desaparecer se eu piscasse por um segundo.


— Obrigado.


Para comparecer a um evento tão requitado, preciso me vestir de acordo e, com esse fim, a República encarregou a filha de um senador de me levar ao centro comercial, onde se concentram as principais áreas de shoppings. Ela me encontra na estação de trem no centro do bairro. É bem fácil identifica-la: veste um uniforme estiloso dos pés a cabeça. Seus olhos são castanho-claros, a pele é morena, e os espessos cachos pretos estão presos numa trança. Ao me reconhecer, ela me dá um breve sorriso.


Percebo que está me examinando, e possivelmente criticando minha roupa.


— Você deve ser a Lauren — diz ela, ao apertar minha mão. — Meu nome é Faline Fedelma, e o Eleitor me designou para ser sua guia. — Ela para e ergue uma sobrancelha ao olhar minha roupa. — Temos muito trabalho pela frente.


Olho para o que estou vestindo: calças enfiadas em botas há muito desgastadas pelo uso, camisa com colarinho amarrotado e um velho cachecol. Isso seria considerado luxuoso pelos sem-teto.


— Que bom que você aprova! — digo, em tom de brincadeira. Faline ri, e passa o braço pelo meu.


Enquanto ela me leva até uma rua que vende roupas para o governo e se especializa em trajes de gala, percebo grupos de pessoas que se apressam ao nosso redor. São pessoas bem-vestidas, classe A. Três estudantes passam por nós, dando risinhos sabe-se lá por quê, vestindo imaculados uniformes militares e botas envernizadas. Ao dobrarmos uma esquina e entrarmos numa loja, percebo que há soldados montando guarda, machando para cima e para baixo da rua. Muitos soldados.


— Sempre tem tantos guardas assim no centro da cidade? — pergunto a Faline.


Ela apenas dá de ombros e me mostra um uniforme, mas vejo que está inquieta.


— Para dizer a verdade, não, mas tenho certeza de que você não precisa se preocupar.


Deixo para lá, mas fico um pouco ansiosa. Denver está reforçando seu sistema defensivo. Camila não explicou por que queria tanto que eu comparecesse a esse banquete, o suficiente para ela própria me contatar depois de tantos meses em silêncio. Que diabos ela quer de mim? O que será que a República quer desta vez?


Se a República vai mesmo entrar em uma nova guerra, talvez eu possa encontrar uma forma de tirar Chris do país. Afinal de contas, temos condições de ir embora. Não sei por que continuo aqui.


Horas depois, quando o sol se pôs e começaram a soltar fogos de artifício pelo aniversário do Eleitor em vários lugares da cidade, um jipe me leva do meu apartamento em direção a Colburn Hall. Vou esquadrinhando impacientemente a paisagem pela janela. As pessoas caminham para cima e para baixo nas calçadas, em grupos compactos. Esta noite, todas elas vestem roupas muito específicas, a maioria vermelha, com detalhes dourados e emblemas da República estampados aleatoriamente. Eu me pergunto quantas dessas pessoas concordam com a pichação "Shawn é nosso salvador", e quantas aprovam a que diz "Shawn é um farsante".


Tropas não param de desfilar para cima e para baixo nas ruas. Todos os telões exibem imagens de enormes emblemas da República. Uma coisa é fato: desde que Shawn assumiu o poder, as propagandas da República, anunciadas nos telões, diminuiram bastante, mas eles continuaram sem apresentar notícias do mundo exterior.


Acho que não se pode ter tudo.

Quando chegamos aos degraus de pedra do Colburn Hall, as ruas estão uma confusão de celebrações, multidões e guardas sisudos. Os transeuntes gritam um escandaloso viva quando me veem saltar do jipe, um berreiro que atravessa meus ossos e me faz sentir um espasmo de dor na nuca. Hesitante, aceno para as pessoas.


Faline me espera na base dos degraus que conduzem ao Colburn Hall. Desta vez, ela usa um vestido dourado, e suas pálpebras brilham com um pó da mesma cor. Trocamos reverências antes que eu a siga, observando-a gesticular para que os outros abram caminho.


— Até que você ficou bem apresentável. Sei de uma pessoa que vai gostar muito de te ver.


— Não acho que o Eleitor vai ficar tão entusiasmado quanto você pensa.


Ela sorri pra mim por cima do ombro e ...


— Não me referi ao Eleitor...


Ao ouvir isso, meu coração dispara.


Abrimos caminho entre a multidão estridente. Levanto a cabeça e observo a beleza minuciosa de Colburn Hall. Tudo brilha. Esta noite as colunas estão todas adornadas com grandes estandartes escarlates que exibem a insígna da República. Pendurado bem no meio das colunas e acima da entrada do Hall está o maior retrato que já vi na vida, com o rosto gigantesco de Shawn.


Faline me guia pelo corredor, obde os senadores batem papo e outros convidados da elite conversam e riem, como se tudo no país estivesse uma beleza. Entretanto, sob suas máscaras sorridentes há sinais de nervosismo, olhos vacilantes e cenhos franzidos. Eles também já devem ter percebido o número incomum de soldados. Tento imitar a maneira polida e precisa que eles têm de andar e falar, mas paro ao ver que Faline está reparando no que estou fazendo.


Vagamos pelo suntuoso salão do Colburn Hall durante vários minutos, perdidos no mar de políticos. As franjas das minhas dragonas clicam. Eu procuro por ela, embora não saiba o que vou dizer quando - se - a encontrar. Será que vou conseguir sequer vê-la de relance em meio a todo esse luxo escandaloso? Para onde quer que nos voltemos, vejo uma profusão de coloridos vestidos longos e ternos bem cortados, fontes e pianos, garçons com finas taças de champanhe, gente elegante com falsos sorrisos. De repente, sinto uma súbita sensação de caustrofobia.


Que lugar é esse? O que estou fazendo aqui?


Bem nessa hora, no instante em que me faço essas perguntas, é o momento em que finalmente a vejo. Não sei como, em meio aqueles aristocratas que se misturam em um cenário nebuloso, meus olhos percebem a silhueta de Camila e se detêm. O barulho ao meu redor se esmaece num zunido confuso, tranquilo e desinteressante, e toda a minha atenção se concentra inutilmente na moça que julguei ser capaz de encarar.


Ela usa um vestido escalarte que vai até o chão, e o cabelo espesso e brilhoso está disposto no alto da cabeça em ondas escuras, presas no lugar com pequenos pebtes vermelhos decorados com joais que refletem a luz. Ela é a moça mais linda que já vi na vida, e sem dúvida a mais deslumbrante da sala. Camila cresceu nos oito meses em que não a vi, e sua postura é firme e graciosa. Com o pescoço delgado semelhante ao de um cisne e os olhos castanhos e profundos, ela é a imagem da perfeição.


Ou quase. Depois do impacto inicial, reparo numa coisa que me faz franzir a testa. Ela exibe um ar reservado, uma expressão incerta e insegura. Nada que lembre a Camila que conheço. Impotente, acabo guiando Faline e eu na direção dela. Só me detenho quando as pessoas ao seu redor se afastam, revelando o homem ao seu lado.


É Shawn, claro, e eu não deveria me surpreender. Mais ao lado, várias moças bem-vestidas tentam inutilmente atrair sua atenção, mas ele está concentrado em Camila. Observo quando se inclina para sussurrar algo no ouvido dela e depois continua a conversar à vontade com ela e muitas outras pessoas.


Quando me viro em silêncio para sair dali, Faline franze a testa à minha súbita mudança e pergunta:


— Tudo bem com você?


Tento sorrir confiante.


— Tudo beleza, não se preocupe.


Sinto-me tão deslocada entre esses aristocratas, com suas polpudas contas bancárias e seus modos metidos a besta... Independentemente do dinheiro que a República me oferece, serei sempre uma garota de rua.


Eu havia esquecido que uma garota de rua jamais poderia estar à altura da futura Primeira Cidadã.


Notas Finais


Então, como estamos?! Haha...

***Preparem o coração, é chegado o Grande Reencontro!***
// ATÉ BREVE \\ ...


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