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História Changed - Organização


Escrita por: suunminie

Notas do Autor


Bora pra mais um <3

Capítulo 5 - Organização


 Kihyun acordou com dores nas costas e gritos no apartamento.

- CALMA JYUIMI!

- COMO CARALHOS VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA?

Kihyun piscou os olhos várias vezes para se acostumar com a claridade da sala e também com a barulhada. Logo em seguida ele pode ver Minhyuk e Mayuimi tentando acalmar uma Jyuimi que parecia estar prestes a ter um ataque de pânico. Pôde ver Juliet na pequena varanda do lado de fora do apartamento falando com alguém em seu celular.

- Pelo amor de Deus – disse se levantando devagar ainda sentindo uma dor muito chata pelo corpo – o que foi que houve?

- O que foi que houve? - Jyuimi disse indo até ele e o segurando pelos ombros o olhando nos olhos de uma maneira que fez ele se arrepiar – o que houve é que nós NÃO TROCAMOS DE CORPO E AINDA ESTAMOS ERRADOS.

Foi aí que Kihyun percebeu que ele não estava olhando exatamente para Jyuimi mas sim para seu próprio corpo com um olhar desesperado.

Se não fosse pela outra o segurando firmemente pelos ombros, Kihyun com certeza teria cambaleado e caído no chão. Ele tinha certeza absoluta que sua pressão havia ido ao céu e voltado e agora ele estava completamente sem reação.

Eles ainda não haviam voltado.

- Puta merda – foi a única coisa que ele conseguiu dizer.

- SIM, PUTA MERDA – Jyuimi respondeu em um nível de desespero que nem Mayuimi tinha visto antes.

Nesse momento, Juliet voltou para a sala de estar e simplesmente a atravessou, sem dizer uma única palavra – e com um olhar nada bom – e saiu do apartamento de forma apressada, sem nem olhar na cara das pessoas ali. E a loira não sabia, mas esse ato conseguiu deixar Jyuimi ainda mais nervosa, que precisou de uns dois copos de água para tentar começar a voltar a um estado normal. Ela e Kihyun estavam sentados lado a lado, um completamente sem reação e a outra inteiramente inquieta.

O silêncio no cômodo foi ensurdecedor, mas não durou muito tempo, pois cerca de três minutos depois, Juliet voltou à residência, mas dessa vez acompanhada de Jhong, Rara e um Wonho com uma cara bastante preocupada.

- Pelo amor de Deus – Kihyun disse se levantando e respirando bem fundo, tentando ao máximo não deixar as emoções tomarem conta de seu corpo – Me digam que vocês arrumaram alguma solução ou se no mínimo vocês têm alguma resposta pra isso tudo.

Wonho se sentou em uma das poltronas que ficavam em frente ao sofá e abriu um arquivo em seu celular. Todas as suas ações foram meticulosamente acompanhadas por todas as sete pessoas naquela casa.

- Eu e Rara trocamos nossos telefones ontem a noite antes de sair, e nós simplesmente não conseguimos dormir até encontrar uma lenda urbana que fosse sobre o que aconteceu com vocês - fez uma pausa colocando o celular na mesa, ligado, em uma página de um fórum na internet - Então ela e eu ficamos a noite inteira em ligação pesquisando e fuçando até o inferno da internet atrás de alguma coisa. E acredite, a gente só não foi até a deep web porque a gente não tinha o navegador necessário.

Jyuimi foi quem decidiu pegar o aparelho na mesa, começando a ler a história da página, juntamente com Kihyun, que se aproximou para ler junto.

- A gente tá mostrando isso aí porque é o mais completo que a gente achou – Rara foi quem disse dessa vez – Prestem atenção porque eu só vou dizer uma vez – chamou a atenção dos dois que pararam de ler o conteúdo no aparelho – Basicamente, pelas nossas pesquisas, vocês têm algum tipo de ligação e essa foi a forma que o “destino” encontrou de fazer vocês encontrarem, a gente não tem a MÍNIMA - enfatizou bem a palavra – ideia de que tipo de ligação é essa, isso é algo que vocês dois tem que descobrir.

Jyuimi respirou fundo.

- O destino não tinha uma forma mais normal de fazer isso não? Sei lá, um esbarrão na faculdade, uma troca de celular durante a festa na sexta, uma confusão nos cursos – Kihyun deu várias sugestões definitivamente bem melhores do que aquele que estavam vivendo – Porra tinha que ser assim?

Jyuimi estava quase chorando.

- Isso a gente não pode questionar – Wonho disse, olhando de forma séria pros dois.

- Me digam por favor que vocês descobriram como a gente volta ao normal – Jyuimi disse com uma voz de choro muito aparente.

Kihyun olhou para o lado e pôde ver a outra com um olhar de quebrar o coração - o que foi estranho, pois era o seu próprio olhar. E isso era um fato curioso que ele não sabia se acontecia com seus amigos ou não, mas para ele era nítido que, quando olhava para seu próprio corpo ao seu lado, ele conseguia ver muito claramente que não era ele. Era possível ver nos olhos de Jyuimi que era ela ali, que eram seus sentimentos, e não ele.

O que deixava tudo ainda mais estranho.

- Achar, a gente achou – Juliet começou a dizer e a atenção de Kihyun que estava voltada para a chinesa se direcionou para a outra, que tinha uma cara péssima - Porém, ao problema é justamente esse: a gente não sabe como vocês vão voltar. Aparentemente, só vocês podem fazer isso e vocês é que tem que descobrir. Vocês só voltam ao normal quando o destino quiser que vocês voltem, e vocês é que tem que descobrir como isso vai funcionar.

E foi nesse momento que Jyuimi começou a chorar.

- Pera, então.... não tem jeito? - Kihyun disse completamente desacreditado com o que estavam ouvindo.

- Tem jeito, mas nós não podemos ajudar em nada, as únicas pessoas que podem fazer isso, são vocês mesmos – Jhong disse e Kihyun assentiu.

- É, não tem jeito – Kihyun se sentou e viu pelo canto dos olhos Jyuimi chorar baixinho enquanto escondia o rosto no meio das mãos.

- Mas vocês vão nos ajudar a arrumar uma solução sim – Kihyun disse – e vão ajudar a gente a viver nos próximos dias.

- É óbvio né porra, tá achando que a gente vai largar vocês dois a própria sorte?

- O meu primeiro dia da faculdade foi completamente arruinado – Jyuimi disse depois de muito tempo com o rosto escondido – eu não sei se eu fico puta ou se eu fico triste, mas eu sei que eu não vou conseguir fazer isso, porque eu sei muito bem o que vocês vão falar que a gente tem que fazer – disse olhando para todo mundo ali - Vocês vão dizer que a gente tem que viver a vida um do outro até a gente descobrir como voltar ao normal.

Juliet assentiu com um aceno de cabeça e Jyuimi respirou fundo. Agora além de ter seu sonho jogado no lixo com direito a chorume e tudo, ela teria que viver a vida de uma outra pessoa que ela não conhecia direito e se comportar como se fosse ela.

- Por favor, só me diz que você não faz nenhum curso que envolva exatas – Kihyun disse tirando Jyuimi de seus pensamentos nada esperançosos.

- Olha pra minha mim – Jyuimi disse - você acha que eu tenho cara de quem faz faculdade de exatas? Esse tipo de coisa é a Jhong que faz – comentou citando a até então arquiteta em formação - Eu faço design de moda.

- Considerando que você tem a minha cara, então ta tudo certo – Kihyun disse – Espera aí, eu vou ter que desenhar? - Perguntou com uma cara de assustado.

- Eu te ajudo com isso – Minhyuk disse sorrindo e Kihyun sentiu vontade de enfiar a cabeça em um buraco cheio de terra como se fosse um avestruz – e eu posso ajudar a Jyui no nosso curso, ainda bem que a gente faz a mesma coisa.

- E eu também tenho alguns desenhos prontos lá em casa, a gente pode passar lá e eu te entrego alguns pra você levar amanhã - Jyuimi disse já começando a se conformar com a ideia, afinal, ela não podia fazer nada para mudar a situação, era melhor começar a pensar em como se adaptar a ela - Aliás, qual cursos vocês fazem? - Jyumi perguntou curiosa e tanto ela quanto as meninas da sala voltaram sua atenção aos dois.

- Música - Kihyun disse simples, mas Jyuimi engasgou e Mayuimi sentiu um calafrio percorrer seu corpo na mesma hora.

Só a mínima possibilidade que fosse de ter que cantar na frente de terceiros causava um sentimento tão horroroso no peito de Jyuimi que ela pôde sentir seu estômago embrulhar.

- Jyui, calma – Mayuimi disse e Jyuimi assentiu, respirando fundo pela décima vez só naquela manhã.

- Bom, pelo menos o Minie vai tá lá pra te ajudar, e o Kihyun que vai ter que se virar sozinho? - Juliet disse tentando desviar totalmente o foco da conversa, percebendo quase que imediatamente o desconforto da amiga.

- Pera, nenhuma de vocês faz design de moda também? - Kihyun perguntou com o nervosismo aparente e Minhyuk nunca se concentrou tanto para não gargalhar da desgraça alheia.

- Eu faço design, mas é design digital, talvez a gente tenha algumas aulas juntos, mas eu não vou criar esperanças em você não - disse e Kihyun encostou no sofá, escorregando até ficar completamente afundado no mesmo.

Certo. A situação não era nada boa, mas pelo menos tinha uma solução provisória. Tanto Jyuimi quanto Kihyun já estavam quase totalmente conformados – isso não quer dizer que estavam confortáveis, Jyuimi estava extremamente preocupada com o fato de que uma hora ou outra eles teriam que tomar um banho - com a ideia de viverem a vida um do outro enquanto estivessem.... daquele jeito, mas como fariam isso era a pergunta certa a se fazer. Jyuimi pelo menos se via com a vantagem de ter Minhyuk consigo enquanto estivesse no lugar do Yoo, já o garoto estava a ponto de arrancar os próprios cabelos, já que seus dotes artísticos manuais – que não fossem para fotografia - não eram lá os melhores.

Em contrapartida, Kihyun poderia simplesmente viver a vida de Jyuimi sem se comunicar com ninguém ou se comunicando apenas o necessário. A sorte de Jyuimi ser uma novata e de não conhecer praticamente ninguém o colocava a quinhentos anos-luz à frente da acinzentada em questão de facilidade quanto a interações socias. No caso de Jyuimi, ela precisaria de um pequeno tutorial de com quem falar, com quem não falar, o que falar e o que não falar. Seria preciso um verdadeiro “detonado” para não acabar jogando a reputação que Kihyun tanto demorou para construir no lixo.

Eles estavam ferrados.

- Bom, se vocês vão mesmo viver a vida um do outro, vocês precisam estabelecer algumas.... regras? - Rara perguntou mais para si do que para os dois - Não sei se é bem essa palavra, mas vocês precisam colocar uns certos limites.

Isso era uma verdade e os dois concordaram completamente. Enquanto estivessem trocados, precisariam se adaptar em todos os sentidos e estabelecer o que poderiam ou não fazer enquanto isso. Kihyun detestaria que Jyuimi fosse simpática como ela já demonstrava ser com pessoas que ele não gostava – e naquela universidade em específico eram várias - e a Zhou não gostaria nem um pouco de ter a sua reputação arruinada por causa do Yoo - reputação essa que ela nem tinha ainda.

- Já começo dizendo que eu não vou usar saia – Kihyun disse e Rara que antes estava concentrada em tentar ajudar revirou os olhos e pegou seu celular e começou a olhar uma rede social qualquer – e vestido muito menos.

- E eu também já começo dizendo que se eu souber que você fez alguma gracinha com o meu corpo nesse meio tempo eu não respondo pelos meus atos – a chinesa respondeu e Jhong e Juliet que estavam distraídas conversando alguma coisa aleatória com Minhyuk passaram a prestar mais atenção ao diálogo.

- Ei ei ei ei – o Yoo repreendeu – Que tipo de pessoa você tá achando que eu sou?

- Kihyun, querido – Juliet começou. Ela estava sentada no colo da namorada que agora olhava atentamente a interação entre a loira e os outros dois – Se você fosse uma mulher, você ia entender o porquê da preocupação dela.

- Eu entendo totalmente isso, mas eu queria deixar bem claro que eu não sou esse tipo de cara, ok? - Terminou ainda com um resquício de indignação em sua voz. De uma certa forma, as palavras do coreano acalmaram pelo menos um pouquinho o coração da Zhou que estava tão agitado que parecia que a própria estava correndo a mais de mil quilômetros por hora – Mas então, como a gente vai fazer amanhã?

- Finalmente uma preocupação que preste – Wonho disse e Kihyun fez uma careta que foi maravilhosamente ignorada pelo Shin.

- A gente com certeza vai ter que fazer uma mala um pro outro – Jyuimi comentou e Kihyun concordou – Meu Deus, só de pensar em ter que escolher roupa minha cabeça dói.

A conversa se seguiu daquele jeito. Os dois – e os outros presentes no recinto – tentando de alguma maneira tentar chegar em um combinado coerente. Era quase como um planejamento mensal extremamente detalhado de uma pessoa totalmente organizada – e isso partia quase sempre do Yoo que era metódico com organização e em quase tudo o que fazia.

No fim das contas, tudo estava praticamente combinado. Eles se encontrariam no dia seguinte em frente ao prédio de artes onde teriam a maior parte de suas aulas na Universidade uma hora antes das aulas começarem. Jyuimi esperava que Kihyun tivesse o mínimo de senso de moda – e ele até tinha e disse isso na cara da garota, mas ela ainda estava duvidando um pouco desse “fato” - e Kihyun realmente esperava não ter que usar nenhum tipo de saia – não porque ele não gostava, mas porque ele simplesmente não saberia viver a vida de Jyuimi de forma natural tendo que se preocupar em como se “portar” como deveria – mas pelo estilo da garota ele já começava a perceber que não teria para onde fugir.

Ao final do dia, os dois deixaram tudo combinado – e Jyuimi levou uma mala imensa para casa porque Kihyun não era lá o tipo de pessoa mais econômica do mundo quando se tratava de roupa – e a acinzentada já pensava no que colocar na sua – Minhyuk passaria na porta do dormitório das garotas ainda naquele dia pra buscar – e sinceramente, só de pensar que o seu primeiro “look” de faculdade não seria mais usado já dava um desânimo, a blusa branca e a saia rosa comprida eram as coisas mais linda desse mundo - ela tinha comprado a roupa uma semana antes especialmente para aquele dia – mas mesmo assim ela colocaria o conjunto de forma extremamente não intencional logo em cima de todas as outras roupas torcendo para que o outro fosse influenciado pela facilidade de pega-lo.

Mesmo com a insegurança de não saber como seria o dia seguinte, os dois estavam ansiosos. Não só porque a situação em si os levava a esse sentimento, mas havia um algo a mais que eles não conseguiam identificar. Kihyun quase não conseguiu dormir e Jyuimi só o fez por estar mentalmente esgotada de uma maneira que ela não ficava faziam muitos anos.

E mesmo com todo o pessimismo envolvendo a situação, o resquício de positividade – ou seria esperança? - nos confins do cérebro de ambos ainda lhes dizia a mesma coisa:

“Vai dar tudo certo”.

E então, mais um dia com os corpos trocados começou.


 


Notas Finais


espero que estejam gostando <3


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